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mulheres fazem na
intimidade 3
H. Norman Wright
Editora Bompastor
Digitalizado por Ziquinha
www.semeadores.net
Introdução.....................................................................................................4
Pontos Explosivos no Casamento: Finanças, Alcoolismo, Sogros............8
Irresponsabilidade financeira do marido........................................................8
Famílias Disfuncionais...............................................................................47
Lidando com um pai não amoroso...............................................................51
Habilidade de comunicação..........................................................................56
Introdução
Muito mais mulheres do que homens procuram a ajuda de um
conselheiro. As mulheres são muito mais propensas a querer encontrar
soluções e têm mais disposição para admitir que precisam da ajuda de outra
pessoa do que os homens. Vejo isto o tempo todo em meu próprio trabalho e
em nossa clínica. Ouço as mulheres discutirem muitas questões e
preocupações; algumas são solucionadas rapidamente enquanto outras
podem levar muitos meses. E as questões cobrem uma vasta gama.
Ouço algumas mulheres que se sentem impotentes, desmotivadas e
insatisfeitas na vida. Ouço outras que apenas querem melhorar o que parece
ser uma vida que já está funcionando relativamente bem. Sua aparência às
vezes engana. Elas quase sempre parecem saudáveis, fortes e como se
tivessem tudo sob controle. Mas o interior da mulher nem sempre combina
com o que vejo no exterior. A despeito das circunstâncias, muitas dessas
mulheres sentem-se vazias.
Essas mulheres estão fazendo perguntas honestas e estão procurando
uma maneira de preencher o vazio de suas vidas.
E você? Já foi alguma vez procurar aconselhamento? Alguma vez já
teve vontade de sentar-se com alguém para encontrar ajuda na solução de
um problema? Alguma vez já conjeturou que perguntas as mulheres fazem
nas sessões de aconselhamento? De tempos em tempos as pessoas me
perguntam sobre o que as outras conversam e por que procurariam um
completo estranho para abrir as suas vidas.
"O que as mulheres perguntam no aconselhamento?"
Apresentamos essa pergunta por carta numa pesquisa entre 700
conselheiros profissionais, ministros, conselheiros leigos e assistentes
sociais em 1992. Por mais incrível que pareça, recebemos mais de 700
respostas — um índice inacreditável de resposta.
Perguntamos: "Quais são as cinco perguntas feitas com maior
freqüência por suas clientes que indicam questões problemáticas ou
sensíveis com as quais elas estão lutando no aconselhamento?"
Recebemos mais de 3.500 perguntas. Mas, lembre-se, cada pergunta
feita pode refletir dezenas ou centenas de aconselhadas que fizeram essa
pergunta ao longo dos anos. Cada pergunta foi considerada cuidadosamente
e as perguntas feitas com maior freqüência foram selecionadas para servir
como base para esta série.
Pelos dados que reunimos, temos agora as perguntas mais
significativas e mais freqüentemente feitas pelas mulheres àqueles que elas
vêem como sendo capazes de ajudá-las. As perguntas incluem questões de
submissão, raiva, abuso, divórcio, casos extraconjugais, auto-estima,
intimidade, sexo, romance, como fazer o marido mudar, comunicação,
maternidade, finanças, lar versus trabalho, tensão, vícios, tristeza, abandono
e muitas outras.
Talvez você perceba que se identifica com algumas das perguntas
feitas neste livro. Pode ser que você tenha tido algumas destas mesmas
preocupações no passado ou talvez as esteja enfrentando no momento.
Os livros desta série refletem as perguntas que milhares de mulheres
têm feito. E por não estarmos no consultório de aconselhamento com a
quantidade normal de tempo para dissecar a questão e trabalhar juntos para
descobrir o problema e a solução, as respostas são um tanto mais diretas do
que você talvez ouvisse num aconselhamento. Tentarei oferecer a minha
opinião e dar sugestões baseadas no que aprendi em mais de 25 anos na
atividade de aconselhar, ensinar, estudar e dialogar com as aconselhadas.
O conteúdo desta série não contém a resposta final sobre qualquer
assunto. Antes, é planejado para oferecer sugestões e ajudá-la a descobrir
uma nova perspectiva sobre alguma questão, ou novas alternativas.
Considere-o como um ponto de partida em sua jornada. Você talvez
descubra uma situação idêntica ou semelhante à sua e seja capaz de aplicar
os princípios e sugestões.
Não se surpreenda se a resposta à questão ou pergunta que você está
buscando pessoalmente não seja encontrada na parte que você está
examinando. Talvez você a descubra em outro lugar, razão pela qual é
importante você ler todas as perguntas e respostas. Os capítulos se
sobrepõem de certa forma; a resposta a uma pergunta que não seja problema
para você pode oferecer a ajuda que você está procurando. O que você
descobrir pode não se encaixar exatamente, mas talvez você descubra um
princípio, uma idéia ou um conceito que poderá expandir, apropriar e aplicar
àquilo que a está preocupando. Leia atentamente, pois do seu processo
mental brotará a criatividade.
Se algo for concretizado pelo conteúdo deste livro, gostaria que fosse
o fato de ele ser para você uma fonte de esperança de que há respostas, há
esperança, pode haver novos começos na vida a despeito do que tiver
ocorrido em seu passado ou numa situação atual. Muitos que vêm em busca
de aconselhamento sentem-se presos, imobilizados no lugar por cimento
endurecido. Converso o tempo todo com pessoas que estão funcionando
fisicamente mas parecem ser emocional e espiritualmente mutiladas por
experiências passadas.
Esteja aberta para a mudança e o crescimento em sua vida. Quanto
mais vivemos com um problema ou situação intolerável, mais nossa visão
de mudança se torna deficiente. Vemos tão-somente a nossa situação atual e
permanecemos enraizados no lugar enquanto a vida e o mundo ao nosso
redor continuam em frente. Ficamos trancados no passado e no presente em
vez de olhar para o futuro. Quanto mais isso ocorre, mais o futuro parece ser
um mundo inatingível, etéreo, irrealista.
Você está hesitando em buscar a ajuda de alguém que possa orientá-la
e aconselhá-la? Está limitando seu futuro e crescimento por causa de um
medo ou ressentimento? Se você tem feito isso por algum tempo, sabe o que
tem conseguido realizar. Então, por que não tentar algo diferente? Busque
ajuda. Procure respostas neste livro. Use-as como um início de seu processo
de cura. Use-as para compartilhar com outros e torne-se uma fonte de cura
em suas vidas.
Capítulo 1
Pontos Explosivos no
Casamento: Finanças,
Alcoolismo, Sogros
Irresponsabilidade financeira do
marido
P.
MARIDO?
P.
DENTRO DELE? ELE DIZ QUE QUER UM
ORÇAMENTO, MAS DEPOIS SAI E GASTA E
GASTA.
P.
ALCOÓLATRA?
1
I. P ARKER , Christina B. When Someone You Love Drinks Too Much.Nova York,
HarperCollins, 1990. p. 51-4, adaptado
Overcomers Outreach Inc. (uma entidade de alcoólatras em recuperação),
que é um dos melhores ministérios existentes para ajudar no alcoolismo e
em outros vícios.
A intervenção é geralmente bem-sucedida apenas quando executada
com a ajuda de um conselheiro profissional especialmente treinado em
técnicas de intervenção. Os membros da família NUNCA devem achar que
podem fazer isso sozinhos. As emoções estão demasiadamente envolvidas, o
que torna a objetividade praticamente impossível. Embora puxar o tapete de
debaixo de uma pessoa quimicamente dependente seja difícil, é com
freqüência o maior favor que podemos fazer por ela e talvez até salve sua
vida. Você já não pode se dar ao luxo de fazer ameaças ocas que nunca são
cumpridas. Precisa perguntar a si mesma: "O que estou disposta a arriscar
para salvar a vida dessa pessoa?" Então você oferece ao seu ente querido
viciado a ESCOLHA de procurar ajuda ou possivelmente renunciar ao em-
prego, ao seu lar ou até mesmo à família.
As pessoas que se importam — membros da família, amigos chegados
e, se possível, o patrão do alcoólatra — se reúnem com o intervencionista
profissional, geralmente em instalações de tratamento ou programa hospi-
talar. A confrontação é planejada e ensaiada cuidadosamente durante
diversas sessões sem o conhecimento do alcoólatra. Juntos, eles planejam a
estratégia para ajudar o alcoólatra a reconhecer como sua moléstia o tem
afetado e aos seus queridos. Depois, numa hora designada, o alcoólatra é
convidado por um ente querido para acompanhá-lo a uma única sessão de
aconselhamento com o conselheiro profissional.
Entrementes, as pessoas importantes da vida dele já se reuniram no
local designado. Nesse encontro-surpresa, o alcoólatra é saudado pelas
pessoas que lhe são mais chegadas. E feito um esforço combinado para tomar
de vez a evidência tão irresistível que o alcoólatra tome plena consciência da
soma total de sua verdadeira condição. Durante essas sessões, cada pessoa
vem preparada com uma lista de exemplos específicos das vezes em que foi
magoada, envergonhada ou aborrecida pelo comportamento do alcoólatra.
Durante todo esse encontro estratégico, as palavras raivosas, contundentes
precisam ser substituídas por afirmativas simples, concretas, faladas
bondosamente. Qualquer coisa necessária para fazer o alcoólatra passar pela
porta desse primeiro encontro vale o esforço. Às vezes funciona convidá-lo
para vir apenas ouvir "esta única vez".2
2
. Bartosch, Bob & Pauline. Overcomers Outreach Inc., La Habra, CA, 1986.
Problemas com a sogra
P.
com minha sogra? Ela parece interferir
demais em nossas vidas.
P.
bem com meus pais?
R.
verdadeiro. Entretanto, nem todos estão dispostos a aceitar
esse truísmo. Dar-se bem com os sogros requer tempo,
paciência e esforço.
Aqui estão algumas sugestões. Decida por si mesma o que quer dizer
com "não se dar bem". Você quer dizer que eles brigam e discutem ou não
passam tempo juntos? Ou é apenas que eles não têm muita coisa em co-
mum? É importante definir especificamente o que você vê como sendo
problema, mas depois estar aberta a ouvir como seu marido se sente e como
ele vê a questão. Seu marido se dá bem com os próprios pais? Se não, talvez
ele esteja projetando esse problema sobre seus pais.
Às vezes, nossos pais podem ser ofensivos, mas, devido à nossa
lealdade para com eles, ignoramos o que os outros não tolerarão. Em geral,
os problemas com sogros ocorrem porque queremos passar mais tempo com
nossos próprios pais em vez de com nossos sogros. Quando os pais moram
perto, é em geral mais fácil para o filho adulto visitá-los mais
freqüentemente do que o cônjuge está disposto a ir. E não há nada errado
com visitar os pais sozinha. Quando estes moram longe, é necessário certo
ajuste criativo para visitá-los. E se seus pais moram longe, vocês passam as
férias anuais visitando os sogros? Isso pode ser satisfatório para um
cônjuge, mas não para o outro. Dividir suas férias ou alternar onde vocês as
passam talvez seja a resposta.
Acima de tudo, ouça o que seu cônjuge sente e juntos descubram
algumas alternativas para o que estão fazendo agora. Às vezes pode ser um
ato de amor da parte do seu marido passar tempo com sogros que nada têm
em comum com ele. Ele sente um senso de obrigação. Às vezes seus pais
também sentem o mesmo, e os dois lados sofrem a tensão de ter de inventar
o que dizer. Seja paciente, mantenha breves as visitas, e isso pode funcionar
melhor para todos.
Colocar a própria família antes dos
pais
P.
ME COLOQUE ANTES DOS PAIS EM
QUESTÕES DE TOMADA DE DECISÃO E
TEMPO?
R.
entre o cônjuge e os sogros. Seu marido coloca os pais
primeiro? Se o faz, será que ele coloca os dois antes de você,
ou apenas a mãe? Isso é muito mais comum. Mais conflitos
ocorrem entre a sogra e a esposa do filho do que em qualquer outro
relacionamento de parentes pelo casamento. As duas mulheres parecem
criar conflito entre si.
Os pais de seu marido o estão pressionando ou ele se envolve mais
voluntariamente? Às vezes os pais não soltam o filho quando este se casa.
Ou seu marido ainda está tentando agradar os pais? Converse com seu
marido sobre sua preocupação e pergunte-lhe quais ele acha que são as
expectativas dos pais com relação a ele. Depois pergunte quais são as
expectativas dele para o relacionamento com os pais. Talvez seja bom pedir
que ele responda por escrito. Tenho perguntado a alguns aconselhados como
os pais sobreviveriam se eles não estivessem por perto para ajudá-los.
Quando o filho adulto responde: "Eles se virariam bem", sugiro que ele
comece a deixar que eles se virem bem agora.
Você está pressionando seu marido a não se envolver com os pais? Se
estiver, talvez o esteja empurrando para mais perto deles! Às vezes os
maridos usam os pais como escape de sua própria infelicidade conjugal.
Você está envolvida com seu marido quando ele visita os pais ou se isola
dele e da sua família? Talvez participar e se envolver mais ajude. Comuni-
que a seu marido que gostaria de saber os planos dele de visitar a família.
Também apreciaria saber como ele quer passar o tempo com eles, e se quer
envolvê-los em decisões pessoais da família. Essa abordagem tem-se mos-
trado eficaz.
P.
FRUSTRADA COM MEUS FILHOS QUE TUDO
O QUE DESEJO FAZER É GRITAR, BATER OU
BANI-LOS PARA SEMPRE?
R.
irritada, decepcionada e zangada com seus filhos em algum
momento durante a criação deles.
Em seu livro, In Love and Anger: The Parental Dilemma
(Com Amor e Raiva: O Dilema dos Pais), Nancy Samalin descreve sua
situação:
Os pais ficam espantados por poderem passar de calma
relativa à frustração total em poucos segundos. Um ovo não
comido ou o suco derramado no café da manhã pode transformar
uma manhã tranqüila numa luta livre. A despeito das melhores
intenções dos pais, a hora de deitar torna-se uma guerra, as
refeições terminam com as crianças em lágrimas e os alimentos
praticamente intactos, e as horas passadas no carro deterioram em
concursos de berro cheios de tensão....Seja qual for a fonte, muitas
vezes experimentamos a raiva paterna ou materna como um
encontro apavorante com o pior que há em nós. Eu nunca soube
que tinha mau temperamento até ter filhos. Era muito amedrontador
que aqueles filhos a quem eu amava tanto, por quem eu havia
sacrificado tanto, pudessem despertar sentimentos tão intensos de
fúria em mim, sua mãe, cuja responsabilidade primária era a de
educá-los e protegê-los.3
Raiva e frustração geralmente ocorrem quando seus filhos estão lhe
causando problemas ou não estão correspondendo às suas expectativas.
Aceitar e reconhecer sua frustração e raiva é saudável. Dizer: "Um bom pai
ou uma boa mãe não se sente assim" é perigoso. Quando você está pensando
em machucar seu filho e esses pensamentos persistem, sua frustração atingiu
uma fase crítica. É uma advertência. É fácil cruzar a linha e passar ao abuso
físico. Você está agora no ponto em que definitivamente precisa de ajuda
profissional.
Don Westgate, diretor executivo de uma organização dedicada à
prevenção do abuso infantil, chamada For Kid's Sake, desenvolveu este
questionário para ajudá-la a descobrir se deve procurar ajuda para sua raiva.
3
SAMALI NANCY. Love and Anger: The Parental' Dilemma. Nova York, Viking Penguin, 1991.
p. 5.
1. Você se sente inadequada como mãe e sobre seus
conhecimentos de desenvolvimento infantil?
2. Você tem auto-estima baixa?
3. Você está ficando zangada com freqüência cada vez maior?
4. Algumas pessoas têm indicado que suas reações disciplinares
são desmedidas?
5. Você acha que seu filho raramente satisfaz suas expectativas ou
se questiona se suas expectativas são altas demais?
6. Você se sente isolada ou deprimida?
7. Você algum dia deixou uma marca em seu filho?
8. Você sofreu abusos quando criança?
9. Você visualiza alguma fantasia sexual sobre seu filho?
10. Você visualiza machucar seu filho ou achar que a sensação de
fazer isso seria boa?
Se você colocou uma marca ao lado de uma ou duas perguntas, não
significa necessariamente que sua raiva está descontrolada. Mas se marcou
mais de duas, ou se marcou alguma dos números 7 a 10, seria bom
conversar com seu pastor ou um terapeuta cristão profissional. Fazer isso
ajudará você a lidar de maneira mais eficaz com sua raiva.4
Você tem escolha sobre até onde sua frustração irá e sobre como pode
lidar com ela, da mesma forma que pode escolher o que fazer com sua raiva.
Ouço mães me dizendo vez após vez:
— Norm, não quero falar abusivamente com meus filhos, mas alguma
coisa simplesmente me sobrevém, e mando brasa! Há um limite de quanto
posso agüentar deles. Amo meus filhos de verdade, mas às vezes não gosto
4
COSGROVE Mark P. Counseling for Anger. Dallas, TX, WORD Inc., 1988. p. 120.
muito deles. Já cheguei até a ter pensamentos de esganá-los! Isso me
apavora. Não sei o que fazer para mudar.
Em geral, respondo com a pergunta:
— Quando se sente frustrada e zangada com seus filhos, no que se
concentra? Em como se comportaram e no que você disse ou em
como gostaria que se comportassem?
As mães freqüentemente respondem:
Oh! fico remoendo seu mau comportamento e meus comentários
destrutivos. Repito isso vez após vez e quero me bater por magoá-los.
Você percebe que ao repassar seus fracassos está se programando para
repeti-los? — pergunto.
As mães em geral respondem com um olhar de dúvida. Mas é verdade.
Quando você passa tanto tempo pensando sobre o que não deveria ter feito,
reforça o comportamento negativo. Redirecionar seu tempo e energia para
uma solução fará grande diferença em como você se comunica com seu
filho. Focalize sua atenção em como quer reagir às suas frustrações e
experimentará mudança!5
A raiva que você sente é o resultado de ficar frustrada. A frustração é
uma das três causas principais da raiva, sendo as outras o medo e a mágoa.
O primeiro passo neste ponto é começar a manter um registro da raiva
que trata apenas de sua raiva para com seu filho ou filhos. Identifique a
freqüência, intensidade e duração de sua raiva para com cada criança. O que
você está fazendo é identificar algumas das situações que provocam sua
raiva. Sei de uma mãe que avisa os filhos com a frase: — Isso é um gatilho
5
WRIGHT H. Norman Power of a Parents Words. Ventura, CA, Regai Books, 1991. p. 122,
adaptado.
e estou chegando pertinho de puxá-lo. — Quando ouvem essa frase, eles já
aprenderam a dar um tempo. Depois, siga estes passos:
1. Estabeleça um programa de prestação de contas. Encontre alguém
com quem possa compartilhar suas lutas e frustrações como mãe e
desenvolva um relacionamento de prestação de contas. Escolha uma pessoa
que esteja disposta a orar com você e averiguar com regularidade como você
está indo.
Você precisa também ser honesta e prestar contas a si mesma e a seu
marido sobre as mudanças que deseja fazer. Tome uma folha de papel e
responda por escrito às seguintes perguntas. Depois compartilhe as respostas
com seu marido ou parceira de oração:
• Como se sente a respeito de ficar frustrada? Seja específica.
Como se sente a respeito de ficar com raiva? Algumas pessoas
gostam de sua frustração e raiva. Elas lhe dão uma injeção de
adrenalina e uma sensação de poder. Você já sentiu isso
alguma vez?
• Quando frustrada, você quer poder controlar sua reação ou ser
espontânea? Em outras palavras, você quer decidir o que fazer
ou apenas deixar seus sentimentos levarem-na aonde quiserem
ir? Se você vai pelo que sente, como conseguirá mudar?
• Se você quer manter o controle, quanto tempo e energia está
disposta a gastar para fazer com que isso aconteça? Para que a
mudança possa ocorrer, o nível motivacional precisa
permanecer constante e elevado.
• Quando você se aborrece com alguma coisa que seu filho faz,
como gostaria de reagir? O que gostaria de dizer? Seja bem
específica.
2. Use a Palavra de Deus para estabilizá-la. Escreva cada um dos
seguintes versículos num cartão separado: Provérbios 12.18; 14.29; 16.32 e
Efésios 4.26. Acrescente ao seu arquivo de cartões outros versículos que
descobrir e que estejam relacionados à frustração e à raiva. Leia esses
versículos em voz alta pela manhã e à noite por um mês. Prepare-se para uma
mudança.
3. Planeje com antecedência. Você somente conseguirá mudar se
planejar mudar. Suas intenções podem ser boas, mas uma vez que a
seqüência frustração-raiva se engrene, sua capacidade de pensar com clareza
fica limitada. Identifique com antecedência o que deseja dizer ao seu filho
quando começar a sentir-se frustrada. Seja específica. Aqui estão algumas
afirmações que você pode usar:
"Estou muito zangada no momento." "Preciso tirar um tempo para
pensar e orar sobre o que estou sentindo antes de resolver o que fazer."
"É difícil para mim concentrar em dirigir o carro quando você está
berrando e jogando coisas."
"Gostaria que você ficasse quieto." "Estou decepcionada e magoada
por você ter mentido para mim."
"Estou exausta e preciso de tranqüilidade agora."
"Terei prazer em ajudar você com isso depois do jantar."
"Não gosto quando você fala assim comigo."
Escreva suas respostas e leia em voz alta para si mesma e para a sua
parceira de oração. Em meu consultório de aconselhamento, muitas vezes
faço minhas pacientes praticar suas novas respostas comigo, e tento
responder como a outra pessoa. Ao praticar comigo, elas conseguem refinar
suas afirmações, eliminar a ansiedade ou sentimentos de desconforto e
adquirir confiança para sua nova abordagem. Seu marido ou parceira de
oração podem ajudá-la desta forma.
4. Retarde sua reação. Comece a se treinar para retardar suas reações
verbal e comportamental quando reconhecer que está frustrada com seu
filho. Provérbios nos admoesta repetidamente para sermos tardios em nos
irar. Você precisa retardar suas reações se quiser mudar algum hábito de
falar quando zangada que tenha cultivado ao longo dos anos. Quando
permitimos que a frustração e a raiva sejam expressas desimpedidamente,
elas ficam como uma locomotiva descontrolada. Detenha as duas antes que
possam ganhar momentum para você poder trocar de trilho e conduzi-las na
direção certa.
Uma boa maneira de mudar a direção é usar uma palavra-gatilho.
Sempre que sentir a frustração e a raiva se avolumando dentro de você,
relembre-se de diminuir a velocidade e obter controle dizendo a si mesma
algo como "pare", "pense", "controle" e assim por diante. Use uma palavra
que a ajude a mudar a marcha e colocar em ação seu novo plano.
5. Será que isso precisa frustrá-la? Uma das abordagens que
geralmente sugiro aos pais para desarmar uma frustrante luta pelo poder
com seus filhos é esta: Mentalmente, dê permissão a seu filho para estar
envolvido no comportamento que a frustra. Por exemplo, sua Marinazinha
sempre deixa a porta dos fundos aberta quando sai para brincar — e isso a
deixa louca da vida. Mais de uma vez você gritou com ela enraivecida:
"Marina, venha cá neste instante e feche a porta! Você não foi criada num
estábulo!" Em geral, a escaramuça relacionada à porta dos fundos estragou
toda a manhã para você e para Marina.
A próxima vez em que Marina deixar a porta dos fundos aberta, diga
para si mesma: "Não sei por que Marina deixa a porta aberta, mas não vou
deixar isso estragar meu dia. Não é a pior coisa que ela poderia fazer. Se ela
quer deixar a porta aberta, dou-lhe permissão para tal. Sei que há uma razão
para isso, e é importante descobrir a razão. Será uma experiência instrutiva
para Marina e para mim ao tentarmos resolver este comportamento."
A abordagem de dar permissão desarma sua frustração e lhe dá tempo
para implementar um plano racional.6
6. Descubra o estilo de aprendizado e personalidade singulares de seu
filho e adapte suas reações de acordo, e seu nível de frustração diminuirá.
Você não pode reagir da mesma forma para com cada criança, e mesmo que você
só tenha um filho ou filha, suas reações precisam ser afiadas e refinadas para se
adaptarem a essa criança. Este é o significado de Provérbios 22.6:
“Instrui o menino no caminho em que deve andar [e de acordo com seu dom ou
inclinação individual], e, até quando envelhecer, não se
desviará dele" (ampliado).
7. Quando você conversar com seu filho sobre o problema, não seja
previsível. Se você geralmente grita, fale baixinho. Se geralmente fica em
pé, ajoelhe-se. Certifique-se de ter a atenção dele. Fale com suavidade,
coloque a mão delicadamente no ombro da criança, olhe em seus olhos
e fale lenta e suavemente. Focalize o que é essencial. Faça a expressão da
sua raiva descritiva, exata e direta; não diversas conclusões, mas uma só.
Qual é a conclusão? O que é negociável e o que é inegociável? Você sabe?
6
Id., ib., p. 124-8, adaptado.
Seus filhos sabem? Ademais, mantenha coerentes as suas regras, padrões e
expectativas. Se você mudar de um lado para outro, seu filho ficará confuso.
Pergunte a si mesma: "Qual é o meu motivo?" O que quero realizar?
Como posso usar esta situação para comunicar meu amor e preocupação,
para nos unir mais, fortalecer os laços de confiança e ajudar meu filho a
aprender? Seu alvo deve ser o de comunicar raiva de tal forma que seus
filhos saibam que ainda assim são amados, valorizados e significativos os
seus olhos. Pais que reagem agressivamente à raiva de seus filhos têm maior
probabilidade de fazer declarações negativas e críticas que comunicam a
seus filhos que eles não têm valor nem são dignos de ser amados. Antes de
responder, pergunte a si mesma: "Como posso reconhecer os direitos,
valores e preocupações de meu filho? Como posso responder de forma a
encorajá-lo? Como posso ajudá-lo a tornar-se mais responsável?” 7
8. Tire folga dos seus filhos. Toda mãe precisa de um tempo de folga.
Recrute seu marido para cuidar deles a fim de você poder sair sozinha ou
com suas amigas. Ou, se for mãe descasada, peça a uma amiga para lhe dar
uma folga de vez em quando. Encontre outra mãe e troquem turnos
cuidando dos filhos uma da outra.
7
WRIGHT, H. Norman & OLIVER, Gary Jackson. When Anger Hitshome Chicago, IL, Moody
Press, 1992. p. 186, adaptado.
Como lidar com um filho rebelde
P.
DE MEUS FILHOS. ELES ESTÃO
CONSTANTEMENTE APRONTANDO.
R.
adolescente são abundantes. Com grande freqüência, a culpa
é colocada sobre os pais. Independente dos defeitos do lar, o
filho é responsável por seu comportamento. Você pode
cuidar do problema fazendo algumas coisas antes e durante essas horas
difíceis.
Estou presumindo que você está-se esforçando para criar uma
atmosfera saudável, amorosa em seu lar. Estou também presumindo que
você já descartou qualquer base física para esses problemas.
Estabeleça Regras
As regras que você estabelece precisam ser definidas claramente e
expressas em linguagem de criança que esteja no mesmo nível de com-
preensão de seu filho. Desde o início, é bom que mamãe, papai e o filho se
sentem juntos e repassem as regras para os pais explicarem o propósito e
esclarecer qualquer mal-entendido. Diga a seu filho que você o considera
capaz de cumprir o que está sendo discutido. Coloque as regras por escrito e
faça com que todos as assinem, indicando que compreendem e concordam.
Se houver uma infração, vocês todos podem examinar as regras de novo.
Você pode abordar as infrações de duas formas. (1) Pode tratar da
infração na hora em que ocorrer, dizendo: "Gostaria que você tirasse um
tempinho e considerasse o que acha que as conseqüências devem ser." Faça
com que a criança se envolva nesse processo. (2) Ou você pode discutir com
antecedência os benefícios de seguir as diretrizes. A criança que apronta
pode aprender logo que há mais benefícios em obedecer do que em
desobedecer. Ela pode não gostar disso, mas o propósito não é fazê-la gostar
das regras.
Independente da abordagem que você usar, é importante que haja
coerência da parte do pai e da mãe. E necessário que haja ação imediata e
um mínimo de conversa.
Ensine Responsabilidade
Quando a criança ainda for bem pequena, ensine-lhe o conceito de
responsabilidade pessoal. Seja qual for a situação que ela crie, deixe que
experimente as conseqüências e seja responsável pela solução do problema.
Muitos pais agem como capacitadores e reforçam o comportamento
indesejada Se o filhinho ou adolescente deixa o banheiro todo bagunçado,
os pais o limpam. Assim, a criança aprende a não se dar ao trabalho de limpar
a sujeira que deixa. Em vez disso, faça a criança ser responsável. Se ela
deixar roupas sujas no guarda-roupas, terá de passar sem roupas limpas. Se as
roupas não estiverem à mão quando as roupas da casa forem lavadas, ela pode
esperar até a semana seguinte por roupas limpas ou pode lavar as roupas ela
mesma. Se a criança faz uma bagunça, ela mesma a arruma.
Severo? Não, de forma alguma. Isso é simplesmente ensinar a criança
a ser responsável. Sei de famílias ricas com empregadas que usam essas
regras para os filhos. Cada membro da família precisa aprender a arte de dar
e receber. Uma das razões pelas quais os pais têm problemas com os filhos é
que, com excessiva freqüência, os pais só dão e seus rebentos só recebem.
Se seu filho abusar dos privilégios, os perderá com parte das
conseqüências naturais. Se seu adolescente abusar das leis do trânsito e
arrumar uma pilha de infrações, depressa perderá o privilégio de dirigir. O
Estado lhe tomará a carta de motorista. Se ele usar mal o carro, o telefone ou
a TV, perderá o acesso a esses itens até que a confiança seja restaurada.
Certifique-se de estabelecer as diretrizes com antecedência. Dê ao
adolescente tempo para considerar o que acha que deveria estar contido no
acordo e depois peça-lhe que submeta a você suas sugestões. Quando isso
tiver sido concluído, tanto os pais quanto o adolescente assinam e datam o
papel, indicando sua disposição e compromisso de seguir o pacto.
Aqui está um exemplo de acordo que foi feito com uma garota de
quinze anos e os pais. Não estou dizendo que todos os pais devem usar este
acordo, é apenas um exemplo. Talvez você concorde com algumas de suas
provisões e discorde de outras.
O acordo contém tanto restrições quando liberdades. Esses acordos
devem ser revisados a cada seis meses para ver como estão funcionando e
para determinar quais áreas devem ser revistas.
Mais da metade dos itens desta lista foram sugeridos pela filha. A
palavra "totalmente" foi acrescentada ao número dois pelos pais. Papai
acrescentou o número três, que era o menos favorito para ela, mas um com
que a filha disse que poderia viver. A razão para essa regra era a de que
muitas vezes o rádio era uma distração e freqüentemente tocado alto demais.
A regra oito indica uma latitude e liberdade para a experiência dela em guiar
o carro. Essa família viajava bastante no verão e os pais queriam que ela ti-
vesse a experiência de dirigir sob diversas condições de estrada, trânsito e
tempo para estar bem preparada quando tivesse de dirigir sozinha.
Mesmo antes que este acordo fosse feito, a filha havia ganho metade
do aumento do custo do seguro ajudando a pintar a casa da família.
Algumas pessoas perguntam sobre as conseqüências se alguma dessas
regras for infringida. O pai disse que não haviam resolvido nada a respeito
por dois motivos. Eles, como pais, estavam dispostos a investir confiança na
filha a ponto de esperar que ela respeitasse o acordo. Se, contudo, houvesse
uma infração, as conseqüências seriam discutidas com ela e ela teria de
responder a três perguntas: (1) "Por que você acha que fez o que fez?" (2)
"O que você fará da próxima vez?" (3) "Quais você acha que deveriam ser as
conseqüências desta infração do acordo?" Os pais pediriam que ela desse
duas ou três sugestões e lhe dariam tempo suficiente para pensar sobre elas;
depois, uma das sugestões seria escolhida.
Às vezes, seu filho pequeno ou adolescente fará ameaças para tentar
manipulá-la. Por exemplo: "Vou largar da escola", "Vou fugir de casa",
"Vou me suicidar", "Vou fazer uma coisa da qual você sentirá remorso".
Acima de tudo, não o desafie a ir em frente e fazer o que ameaçou. Você
pode dizer: "Amo você e confio em que não faria isso, mas mesmo assim
você não pode fazer o que tem feito. Se você fizer o que está prometendo ou
continuar a fazer o que não pode, está escolhendo para nós a seguinte
ação..."
Está vendo onde a responsabilidade está sendo colocada? Não sobre
você. Sobre ele!
Aprendendo com seus filhos
P.
RESPEITAM. O QUE POSSO FAZER?
8
SCOTT, Buddy. Relief for Hurting Parents. Nashville, TN, Thomas Nelson, 1989. p. 47.
Este conceito precisa ser explicado a seu filho. As crianças têm o
poder de tornar as coisas melhores para si mesmas e quando o tiverem
percebido, talvez seu mau comportamento seja afetado.
Segue-se um exemplo disto:
Davi, sua mãe e eu descobrimos como rotular o que tem acontecido
em nossa casa. Você é o professor, e nós os alunos que reagem. Estamos
reagindo ao que você nos tem ensinado com as atitudes e ações que nos tem
mostrado.
Ora, nós dois queremos a mesma coisa. Você quer mais liberdade e
privilégios, e queremos essas coisas para você. Queremos poder confiar em
você o suficiente para lhe dar mais independência. Nosso sonho durante
todos estes anos tem sido o de criar filhos dignos de confiança.
Como professor, Davi, você é quem manda. Se escolher nos ensinar a
confiar em você, reagiremos confiando em você.
Se escolher nos ensinar a desconfiar de você, reagiremos fazendo uma
porção de perguntas e averiguando as coisas. Se escolhemos ensinar a não
confiar em você, reagiremos não deixando você sair de casa a fim de
podermos supervisionar você mais de perto e lhe dar a oportunidade de nos
ensinar a confiar em você de novo.
Faremos qualquer coisa que nos ensinar. Seremos sensíveis.9
9
Id., ib., p. 50.
Convivendo com a turma errada
P.
ESTÁ CONVIVENDO COM A TURMA
ERRADA?
R.
Scott, em seu livro Kelief for Hurting Parents (Alívio Para
Pais Sofredores), sugere-lhe as seguintes declarações: "Se
você está envolvido com um amigo, toda a nossa família está
envolvida com esse amigo. Temos uma família do tipo unido. Portanto,
podemos ter alguma coisa a dizer sobre quem são os seus amigos."10
Se seu filho estiver convivendo com a turma errada, exija uma ruptura
imediata, completa, limpa com a pessoa ou o grupo.
Você tem de enfrentar a atitude rebelde e a turma que alimenta essa
atitude. Não é fácil, mas é possível.
10
Id., ib., p. 71.
Como lidar com um filho mentiroso
P.
VEM DORMIR EM CASA E MENTE SOBRE
ONDE ESTEVE?
R.
Nunca hesite em conversar com outros pais para descobrir
quem está mentindo para quem. Descubra onde seu filho
esteve, com quem esteve e o que aconteceu. Sei de alguns
pais que levam imediatamente o adolescente à divisão juvenil do
departamento de polícia. Os pais pedem às autoridades que conversem com
o filho, contando-lhes as conseqüências legais e compartilhando algumas
das histórias de horror de sua experiência. Sou a favor de uma técnica
imediata de choque.
O adolescente que usa drogas
P.
POSSO FAZER?
R.
drogas, o plano que você usar deve visar a abstinência total.
Como você já sabe que seu filho está usando drogas, não
examinaremos os indicadores normais. (Entretanto, se você
não tem certeza de que seu filho está usando drogas, recomendo
enfaticamente que procure se informar sobre a questão para descobrir a
verdade.)
Quando, como mãe, você descobre o uso de drogas, sente-se traída e
zangada com seu filho e com o traficante, e provavelmente luta com alguns
sentimentos de fracasso. Reagir a qualquer desses sentimentos com fúria
não resolve o problema. É preciso fazer uma intervenção e tratamento. Às
vezes, apenas conversar com seu filho você mesma funciona, mas em
muitos casos é necessária uma intervenção.
Ao usar a intervenção, você precisará reunir, com a ajuda de um
conselheiro, todos os que estão cientes do envolvimento de seu filho com as
drogas (ou álcool). Esse grupo pode incluir professores, amigos ou outros
pais. Acumule dados especificamente relacionados ao uso de drogas. Esses
incluem informações relativas a quanto foi usado, quando, com que
freqüência, e o comportamento de seu filho quando drogado. Tudo isso é
necessário para determinar que plano de tratamento empregar.
A intervenção precisa ser marcada para uma hora em que é menos
provável que seu filho esteja usando drogas. Durante a intervenção, peça
que seu filho ouça enquanto cada pessoa apresenta a evidência do problema.
Se um dos participantes disser a seu filho que ele precisa procurar
tratamento e ele se recusar, é preciso apresentar as conseqüências.
Estabeleça essas conseqüências previamente com o conselheiro: expulsão de
casa; término do sustento financeiro; não disponibilidade da casa de algum
parente ou amigo para ele morar; e qualquer outra conseqüência severa que
você conseguir arranjar. Ele precisa saber que você está falando a sério e
que as conseqüências não são agradáveis.
O tratamento pode ser um programa ambulatorial ou de internação. Na
maioria dos casos, é melhor começar com programa de internação em
alguma clínica cristã. Após usar algum desses programas, é necessário fazer
um acompanhamento rigoroso.
Leitura Recomendada:
DOBSON, Dr. James. Coragem Para os Pais. São Paulo, Ed. Mundo
Cristão, 1990.
Capítulo 3
Famílias Disfuncionais
P.
tenho por ter vindo de uma família
disfuncional?
R.
disfuncional está geralmente ligada às suas crenças. Se você
viesse ao meu consultório de aconselhamento por um
período de diversas semanas, eu lhe pediria que fizesse uma
lista diária de seus pensamentos e sentimentos para descobrir a ligação entre
os dois. Quanto mais você identificar seus pensamentos, mais intensos
talvez sejam alguns dos seus sentimentos e isso pode deixá-la perturbada.
Tudo bem; é um sinal de progresso. Dê-se algum tempo, espere pequenas
melhoras, procure-as, isole-as e use-as como base do seu progresso.
Ao substituir antigas mensagens por informações novas, corretas, seus
sentimentos talvez comecem a se desvanecer. A medida que você for
mudando, talvez experimente a sensação de culpa por se livrar dos antigos
papéis. Questione sua culpa, pois não há necessidade ou lugar para ela
agora. A certa altura do processo de mudança, você descobrirá que tem
escolhas na vida. Não está trancada naquilo que é para sempre.
No livro Love Is a Choice (O Amor É Uma Escolha), pelos Drs.
Robert Hemfelt, Frank Minirth e Paul Meier, a quinta parte a leva através
das dez fases da recuperação e tem sido benéfica para muitas mulheres. Os
autores descrevem o processo como uma volta na montanha russa:
É uma experiência clássica, única, que tem empolgado as pessoas por
mais de meio século. É a vovó de todas as montanhas russas, a campeã dos
parques de diversão. E você acabou de subir na última gôndola. A gôndola
se prende na correia propulsora com um sacolejo e começa a longa, lenta
subida ao topo da montanha artificial. Você conjetura, à medida que a
expectativa aumenta, se essa barra boba à sua frente vai adiantar alguma
coisa se realmente precisar dela.
Por meia eternidade você se equilibra no topo. Nunca se está
completamente preparado para o horror daquela primeira queda livre em
linha reta. Sua cabeça reverte a direção antes que seu estômago chegue ao
fundo e você esteja subindo a próxima montanha — e para baixo — e para
cima... As corcovas e montanhas ficam menos agudas, as curvas em ângulo
reto mais negociáveis. Com aquele primeiro mergulho desvairado bem
distante agora, você navega casualmente até a área de desembarque e pára
com um baque sem graça.
É mais ou menos assim que ocorrerá a recuperação. Em nosso modelo
de recuperação, a primeira queda aguda provera o ímpeto e os recursos para
a difícil cura. Haverá outras montanhas no seu futuro, mas nenhuma será tão
alta quanto essa, e você estará equipada com os meios para passar por cima
delas.11
11
HEMFELT, Robert; MINIRTH, Frank; MEIER, Paul. love Is a Choice. Nashville, TN,
Thomas Nelson, 1989. p. 178, 9.
Um dos passos mais significativos da recuperação é quando você
consegue criar uma nova autopercepção. Creio que isso é mais fácil para o
cristão do que para o não cristão, devido a quem somos em Cristo.
12
ROBERTSON, Joel. Help Yourself. Nashville, TN, Thomas Nelson, 1991. p. 164, adaptado.
13
Id., ib., p. 179, adaptado
diário, que é vital para você desenvolver continuidade em seu crescimento.
Eles podem ajudar parte da pressão provendo uma variedade de distrações
saudáveis.
Lidando com um pai não amoroso
P.
distante e frio e não amoroso? Tenho
dificuldade em ver Deus como meu pai e
buscá-lo em oração!
R.
relacionamento com Deus não é uma luta incomum.
Freqüentemente criamos nossa imagem de Deus baseada em
nossos pais. Muitas pessoas têm dificuldade em experimen-
tar o amor e a graça de Deus porque o conceito está enterrado pelos detritos
de nossos relacionamentos em casa. Uma passagem no livro de Jeremias
trata dessa questão: "Seria possível ao homem criar a Deus? Os ídolos feitos
pelo homem não têm nada de Deus, são falsos deuses" (Jr 16.20, A Bíblia
Viva).
O que você pode fazer? Conte a Deus e a outra pessoa como você o vê
nesta fase de sua vida. Contar ao próprio Deus ajuda. Afinal, não será
nenhuma surpresa para ele. Leia em voz alta todos os dias as passagens
relacionadas na seção sobre auto-estima. Sugiro também que leia dois livros
como processo corretivo: The Knowledge of the Holy (O Conhecimento do
Santo), de A. W Tozer, é uma apresentação devocional dos atributos de
Deus. O livro O Conhecimento de Deus, de J. I. Packer, expande nosso
conhecimento e compreensão dos atributos de Deus de outra forma. Medite
sobre essas verdades e as verdades das Escrituras. Escreva uma carta, que
não será enviada, a seu pai terreno, declarando as descobertas que você fez a
respeito de Deus e declarando que essas experiências já não ditarão sua per-
cepção de Deus. Se seu pai ainda for vivo, ore para que ele venha a fazer a
mesma descoberta a respeito de Deus que você fez.
Quebrando a corrente disfuncional
P.
filhos das mesmas maneiras frustrantes
com que meus pais reagiam a mim.
16
WASSIE-GRIMM, Claudette. How to Avoid Your Parent's Mistak.es When You Raise Your
Children. Nova York, Pocket Books, 1990. p. 181, 2, adaptado.
Habilidade de comunicação
BARREIRAS EDIFICAÇÕES
1. PRESUMIR: Se presumirmos que 1. CONFERIR: Ao conferirmos com
nosso filho terá a mesma reação a a criança toda vez que queremos que
um estímulo que teve da última vez, ela tente um comportamento,
e agirmos de acordo com essa permitiremos que ela mostre quanto
premissa, estaremos ignorando a cresceu desde a última vez que se
capacidade de mudança do defrontou com um pedido desses.
indivíduo.
2. SOCORRER/EXPLICAR: Se 2. EXPLORAR: Ao explorar as
interferir- mos e explicarmos as várias soluções com a criança, ao
coisas ou interviermos para que fazer perguntas tendenciosas e
nosso filho não experimente as permitir-lhe que pense sobre as
conseqüências de seu respostas, ajudamo-la a desenvolver
comportamento, privamo-lo da a habilidade de solucionar
oportunidade de aprender com a problemas.
própria experiência.
3. DIRIGIR: Se dirigirmos cada 3. ENCORAJAR/CONVIDAR: Ao
movimento dos filhos, acolher bem a participação e a
provavelmente nos defrontaremos contribuição, em vez de dirigir,
com resistência e hostilidade e transmitimos um senso de respeito
derrotaremos a iniciativa de nossos por nosso filho.
filhos.
4. ESPERAR: Se esperarmos 4. CELEBRAR: Ao elogiar os
perfeição no começo, interferiremos pequenos passos dados na direção
nos pequenos passos importantes certa, afirmaremos o progresso de
que nossos filhos dão para aprender nosso filho e mostraremos confiança
a fazer uma tarefa e os em seu potencial de crescimento.
desencorajaremos
desnecessariamente.
5. ADULTISMOS: Se nos 5. COMPREENSÃO: Ao
esquecermos como é ser criança e compreendermos que atitudes e
esperarmos ou exigirmos que a comportamentos vêm de percepções
criança pense como adulto, produzi e crenças, podemos reconhecer a
remos sentimentos de impotência, maneira diferente como nosso filho
frustração, hostilidade e vê o mundo e afirmar seu direito de
ressentimento. ser criança.17
17
Id., ib., p. 199.
Filhos adultos de pais alcoólatras
P.
posso entender se isso ME AFETOU OU
NAO?
R.
ocorrendo em sua vida como filha adulta de pai ou mãe
alcoólatra seja através de leitura extensiva ou talvez da
experiência com um grupo cristão de recuperação. Mas para
fins de familiarização com algumas das características, considere estas
preocupações. Há aproximadamente 30 milhões de filhos adultos de
alcoólatras nos Estados Unidos. E a despeito da devastação e dor de seus
antecedentes influenciados pelo álcool, eles correm alto risco de se casarem
com um alcoólatra e até de também se tornarem alcoólatras. Aqueles que
crescem em lares de alcoólatras têm sintomas e comportamentos comuns
como resultado de suas experiências comuns. E o sistema familiar
estabelece regras sobre o comportamento e os papéis que cada um de-
sempenha de forma que a família possa conviver com o membro alcoólatra.
A família de um alcoólatra é inflexível e não pode adaptar-se
facilmente a mudanças nem permitir que os membros da família mudem
voluntariamente. As pessoas realmente aprendem a se adaptar ao
comportamento imprevisível do alcoólatra, e no processo regras rígidas são
impostas sobre os outros.
Os lares dos alcoólatras seguem uma regra de silêncio que diz: "Não
fale sobre o que está acontecendo em nossa família aos de fora e mesmo aos
de dentro da própria família." Nega-se a existência de conflitos entre os
membros da família. A fim de manter o sistema familiar intacto e
funcionando, é preciso guardar silêncio. Os filhos aprendem a ficar quietos a
respeito do que vêem e também do que sentem.
O medo, a raiva e a mágoa que o filho adulto do alcoólatra sente
resultam da incapacidade de enfrentar e processar esses sentimentos quando
estava crescendo.
Os membros da família do alcoólatra se agarram uns aos outros, mas
raramente se tornam íntimos. E não permitem a entrada de outros em seu
sistema, nem a saída de ninguém. Os membros ficam isolados e acabam se
tornando co-dependentes também. A maioria dos filhos adultos de
alcoólatras foi abandonada física ou emocionalmente, ou ambos.
Para sobreviver às regras malucas desse tipo de família, os membros
assumem uma série de papéis diferentes. Há diversos papéis, mas os mais
comuns são:
O Herói - Você tenta fazer os outros pensarem bem de sua família
alcançando êxito na escola ou trabalho.
O Bode expiatório — Você desvia a atenção da família metendo-se
em encrencas.
O Perdido — Você se esconde, evita criar caso e chamar a atenção por
seu isolamento.
O Palhaço — Você é engraçado ou engenhoso e desfaz as tensões da
família fazendo palhaçadas.
O Aplacador — Você tenta ajeitar as coisas na família para reduzir o
conflito.
O Capacitador — Você impede que o alcoólatra sofra as conseqüências
do seu alcoolismo.
Algum desses papéis lhe faz lembrar alguém? Por favor, procure
aprofundar-se mais nesta questão, pois não há espaço suficiente nesta breve
seção para fazer mais do que simplesmente definir algumas das tendências
dos filhos adultos de alcoólatras. Há ajuda à sua disposição e é possível
mudar.
Leitura Recomendada
PACKER, J. I. O Conhecimento de Deus. São Paulo, Editora Mundo
Cristão, 1980. Dr. SPICKARD, Anderson e THOMPSON Barbara R. Dando a
Vida por um Drinque. Editora Vida, 1992.