O documento resume trechos do livro "O Manual do Ator" de Constantin Stanislávski sobre técnicas de atuação. Ele discute a importância da ação, análise, estado criador, atenção, caracterização, ética no teatro e memória para os atores criarem personagens verdadeiros. Stanislávski também destaca a necessidade de os atores trabalharem em conjunto e estarem abertos à crítica construtiva.
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Livro - o Manual Do Ator - Constantin Stanislavski (Trechos)_1
O documento resume trechos do livro "O Manual do Ator" de Constantin Stanislávski sobre técnicas de atuação. Ele discute a importância da ação, análise, estado criador, atenção, caracterização, ética no teatro e memória para os atores criarem personagens verdadeiros. Stanislávski também destaca a necessidade de os atores trabalharem em conjunto e estarem abertos à crítica construtiva.
O documento resume trechos do livro "O Manual do Ator" de Constantin Stanislávski sobre técnicas de atuação. Ele discute a importância da ação, análise, estado criador, atenção, caracterização, ética no teatro e memória para os atores criarem personagens verdadeiros. Stanislávski também destaca a necessidade de os atores trabalharem em conjunto e estarem abertos à crítica construtiva.
Ao: Em cena, vocs devem estar sempre representando alguma coisa; a ao e o movimento constituem a base da arte (...) do ator, (...) mesmo a imobilidade exterior (...) no implica passividade. Vocs podem estar sentados sem faer nen!um movimento e ao mesmo tempo estar em plena atividade." (...) #re$uentemente a imobilidade f%sica & resultado direto da intensidade interior. 'ortanto, (...) vou colocar as coisas nos seguintes termos( em cena & necess)rio agir, no importa se exterior ou interiormente. *udo o $ue acontece em cena tem um ob+etivo definido. (...) ,o teatro, toda ao deve ter uma +ustificativa interior, deve ser l-gica, coerente e verdadeira (...) e, como resultado final, temos uma atividade verdadeiramente criadora".
Anlise: .eu ob+etivo & tentar descobrir est%mulos criadores para atrais /estimular0 o ator, sem os $uis no pode !aver nen!uma identificao com o papel. 1 ob+etivo da an)lise & o aprofundamento emocional da alma de um papel." 2 an)lise & um meio de vir a con!ecer uma pea, isto &, de senti3la. (...) 4sso significa $ue durante o processo de an)lise, & preciso usar a mente com o m)ximo de prudncia." Aqui e agora: 5uanto ao estado criador de um ator, & extremamente importante $ue ele sinta o $ue c!amo de Eu .ou". Existo a$ui e agora, como parte componente da vida de uma pea, em cena. (...) 2 forma de a+udar um ator a descobrir-se em seu papel e a descobrir o papel em si prprio (...) & deix)3lo decidir, com sinceridade, como responder 6 pergunta( 1 $ue eu faria a$ui e agora se, na vida real, tivesse $ue agira em circunst7ncias an)logas 6$uelas determinadas pelo meu papel8" Ateno Concentrao: 9m ator deve ter um ponto de ateno, e esse (...) no deve estar na plat&ia." 5uando a ateno de um ator no est) voltada para os espectadores, (...) ele ad$uire um dom%nio especial sobre os mesmos (...) forando3os a participar ativamente da vitalidade de sua arte." Ator como senhor de sua arte: : preciso ser um grande artista para expressar as paix;es e os sentimentos elevados < um ator cu+a fora e t&cnica se+am extraordin)rios. (...) .em /essas =ltimas0 um ator & incapa de transmitir as esperanas e sofrimentos do !omem. 2 falta de entendimento e instruo d) um car)ter de amadorismo 6 nossa arte. Desvendando Teatro (www.desvendandoteatro.com) .em um completo e profundo dom%nio de sua arte, um ator & incapa de transmitir ao espectador, tanto a concepo e o tema $uanto o conte=do vivo de $ual$uer pea. 9m ator cresce ao longo do desenvolvimento de seu trabal!o. (...) >epois de alguns anos de estudo /um ator0 aprende a seguir, por si mesmo, o curso de ao ideal (...) e, tendo aprendido a realiar ade$uadamente o seu trabal!o, torna3se sen!or de sua arte." Atuao em conjunto: .upon!amos $ue um ator, num produo cuidadosamente preparada, (...) afaste3se tanto da verdadeira representao de seu papel, $ue passe a atuar de forma rotineira e inteiramente mec7nica. *er) ele o direito de fa3lo8 (...) Ele no participou soin!o da produo da pea nem & o =nico respons)vel pelo trabal!o realiado na mesma. ,um empreendimento desse tipo, cada um trabal!a por todos, e todos por um. >eve !aver um sentimento de responsabilidade rec%proco. (...) 2 despeito de min!a grande admirao pelos extraordin)rios talentos individuais, no aceito nen!uma forma de estrelismo; o esforo criador em comum est) na rai da arte $ue praticamos. : uma atividade $ue re$uer uma atuao em con+unto, e $uem $uer $ue destrua este esforo comum estar) cometendo um crime (...) contra a pr-pria arte 6 $ual se dedica. 1 p=blico gosta de nos ver em peas em $ue temos um superobjetivo (...) claramente definido, e uma linha de ao contnua bem desenvolvida. (...) 4sto inclui tudo( atuao em con+unto, bons atores e uma compreenso ade$uada da pea produida." Autocrtica: *emam os seus admiradores? 2prendam, no devido tempo, a entender e a amar a verdade cruel a respeito de si pr-prios. (...) #alem a respeito de sua arte somente com a$ueles $ue podem l!es dier a verdade. 2 maioria dos atores tem medo da verdade, no por serem incapaes de suport)3 las, mas por$ue ela pode destruir, no ator, a f& $ue ele tem em si pr-prio." Caracteri!ao e trans"ormao: 2firmo $ue todos os atores devem lanar mo de caracteria;es. @laro est) $ue no devem fa3lo no sentido das caracter%sticas exteriores, mas sim das interiores." 5ual$uer papel $ue no inclua uma verdadeira caracteriao ser) pobre, falso para com a vida; e o ator incapa de exprimir o car)ter dos pap&is $ue representa & um ator mon-tono e pobre de recursos." Crtica intolerante: 9m cr%tico intransigente pode enlou$uecer um ator e redui3lo a um estado de impotncia. 'rocurem a falsidade apenas at& o ponto em $ue esta busca os a+ude a encontrar a verdade. ,o se es$ueam $ue um cr%tico implac)vel pode criar mais falsidade em cena do $ue $ual$uer outra pessoa, pois o ator contra o $ual se volta a sua cr%tica deixa, involuntariamente, de seguir seu camin!o certo, e exagera a pr-pria verdade ao ponto de torn)3la falsa. Desvendando Teatro (www.desvendandoteatro.com) 9m cr%tico calmo, s)bio e compreensivo & o mel!or amigo do artista. Ele no os importunar) constantemente por causa de nin!arias, mas estar) sempre atento 6 subst7ncia do trabal!o de vocs." #ntonao e $ontuao: 1s sinais de pontuao re$uerem entona;es vocais espec%ficas. (...) .em tais entona;es, eles so incapaes de cumprir suas fun;es. (...) @ada uma destas entona;es corresponde a um determinado efeito; o ponto de exclamao para os sentimentos solid)rios, aprovao ou protesto; dois3pontos re$uerem um exame atento da$uilo $ue vem a seguir, e assim por diante." #stmulos % mem&ria emocional: Aeralmente tem3se a impresso de $ue o diretor usa todos os recursos materiais de $ue disp;e < cen)rio, iluminao, efeitos sonoros e outros acess-rios < com o ob+etivo b)sico de impressionar o p=blico. ,a verdade o $ue ocorre & o contr)rio. 9samos tais recursos mais em funo do efeito $ue exercem sobre os atores, (...) /como0 est%mulos externos (...) calculados para criar uma iluso de vida real e da intensidade de seus estados de esp%rito." 'tica no teatro: B) outro elemento (...) $ue contribui para promover um estado dram)tico $ue estimula a criao. (...) Vamos c!am)3lo de (...) &tica. /1 ator0 precisa de ordem, disciplina e um c-digo de &tica, no apenas para as circunst7ncias gerais de seu trabal!o, mas tamb&m, e especialmente, para atingir seus ob+etivos (...) art%sticos. (...) 9m ator (...) est) sempre sob os ol!os do p=blico, exibindo seus mel!ores atributos, recebendo ova;es, aceitando elogios extravagantes, lendo cr%ticas pr-digas em louvores < e tudo isto provoca, no ator, uma 7nsia incontrol)vel de ter sua vaidade pessoal constantemente estimulada. Cas se ele restringir3se a esse tipo de incentivo estar) su+eito a decair e a tornar3se banal. 9ma pessoa s&ria no se deixaria entreter muito tempo por esse tipo de vida, mas uma pessoa med%ocre deixa3se fascinar, corrompe3se e acaba sendo destru%da por ele. Eis por $ue, em nosso mundo do teatro, devemos ser capaes de nos manter sempre sob controle. (...) .ua conduta deve ser norteada pelo seguinte princ%pio( 2mem a arte em vocs, e no vocs na arte." (alas: 2s palavras, e a maneira de di3las, so muito mais reveladoras em cena do $ue na vida real. (...) 9m ator deve con!ecer sua pr-pria l%ngua em todos os seus pormenores. 5ue valor podem ter todas as sutileas da emoo, se forem expressas numa linguagem med%ocre8 2s falas, to repetidas nos ensaios e em in=meras representa;es, acabam sendo mecanicamente repetidas. 1 conte=do interior do texto se esvai, e tudo o $ue resta & uma sonoridade mec7nica. 'reservem as suas falas por duas importantes ra;es( para $ue no se+am gastas pelo uso, e para $ue nen!um palavreado oco ven!a perturbar a configurao b)sica do subtexto." Desvendando Teatro (www.desvendandoteatro.com) )esto: 1 gesto pelo gesto, sem significado interior, no tem nen!uma funo cnica. >e nada nos servem os m&todos de bal& e as poses ou gestos teatrais, $ue so superficiais em sua origem. Eles no podem exprimir a vida de um esp%rito !umano." 9m gesto $ue, em si, no ten!a nen!uma afinidade com a ao relativa a um papel no tem nen!um prop-sito em cena, a no ser em alguns casos muito raros, em $ue est) ligado 6s caracter%sticas de um determinado personagem." Mem&ria: Em momentos de intensa criatividade, nossa mem-ria pode fal!ar (...) e $uebrar a continuidade da lin!a de transmisso do texto verbal da pea. (...) Esta preocupao de lembrar3se das palavras, $uando um ator est) inseguro de si, (...) priva3o (...) da capacidade de entregar3se livre e (...) inteiramente 6 intensidade de seu esp%rito criador. (...) *er boa mem-ria & um re$uisito fundamental para um ator." Meu sistema: 2 primeira proposio &( no existem f-rmulas (...) sobre como tornar3se um grande ator ou representar este ou a$uele papel. (...) 9m ator precisa ser( a) fisicamente livre, tendo sob seu controle m=sculos livres; b) sua ateno deve ser infinitamente vigilante; c) deve ser capa de ouvir e observar, em cena, da mesma forma como faria na vida real, isto &, deve manter3se em contato com a pessoa com $uem contracena; d) deve acreditar em tudo o $ue estiver acontecendo em cena e ten!a ligao com a pea." 2 segunda proposio &( um verdadeiro estado interior de criao em cena permite a um ator executar as a;es $ue l!e so necess)rias para $ue possa a+ustar3se 6s circunst7ncias da pea, tanto as a;es psicol-gicas interiores $uanto as a;es f%sicas exteriores." (...) >escubram todas as ra;es $ue +ustificam as atitudes tomadas pelo seu personagem e ento a+am sem refletir sobre onde terminam as suas pr-prias a;es e comeam as dele"." 2 terceira proposio &( a ao org7nica sincera (...) resultar) certamente na expresso de sentimentos sinceros." 2 fora deste m&todo est) no fato de ele no ter sido (...) inventado, (...) mas de se basear nas leis da naturea." O*servao: 9m ator deve ser observador no s- $uando est) em cena, mas tamb&m na vida real. >eve concentrar3se, com todo o seu ser, em tudo o $ue c!ame sua ateno." Desvendando Teatro (www.desvendandoteatro.com) +ausas nas "alas: 1 primeiro trabal!o a ser feito com a fala ou com as palavras & dividi3las em medidas e determinar as (...) pausas. (...) 2 pausa l-gica configura mecanicamente as medidas, frases inteiras do texto, e assim contribui para a (...) inteligibilidade; a pausa psicol-gica d) vida aos pensamentos. (...) /: um0 silncio elo$Dente. Existe um outro tipo de pausa, (...) $ue & suficiente apenas para uma breve inspirao de ar. (...) 2 pausa & um elemento importante (...) em nossa t&cnica de falar." +re$arao anterior % re$resentao: 2ntes de cada representao, a maioria dos atores se veste e se ma$uia para $ue sua aparncia exterior se assemel!e 6 do personagem $ue vo representar. Es$uecem3se, por&m, da parte mais importante, $ue & a preparao interior. 2 preparao interior para um papel desenvolve3se da forma como segue( em ve de correr para o seu camarim na =ltima !ora, um ator deve (principalmente se tiver um grande papel) c!egar l) E !oras antes de entrar em cena e comear a pFr3se em forma." ,osto: 2s express;es faciais so provocadas de forma espont7nea e natural, sendo uma decorrncia da intuio e dos sentimentos interiores. .ua efic)cia, por&m, pode ser aumentada atrav&s do exerc%cio e do desenvolvimento da flexibilidade dos m=sculos faciais." -u*te.to: ,o momento da representao, o texto & fornecido pelo dramaturgo e o subtexto, pelo ator. (...) .e assim no fosse, as pessoas no iriam ao teatro, mas ficariam em casa lendo a pea. 'ara um ator, as palavras no so meros sons, mas sim desen!os de imagens visuais." Talento: ,o & f)cil definir ou analisar o talento. (...) Em geral, ele est) oculto nas profundeas, (...) e & dif%cil evoc)3lo. *alento & a feli combinao de muitas faculdades criadoras numa pessoa, dirigida por sua vontade geradora. 2 t&cnica existe, sobretudo, para a$ueles $ue possuem talento /e0 inspirao. (...) 5uanto mais talentoso for o ator, mais ele se preocupar) com sua t&cnica." Tem$o/ritmo da "ala: Getras, s%labas, palavras( so estas as notas musicais da fala, a partir das $uais formam3se compassos, )rias, sinfonias inteiras. Cuitos atores $ue descuidam da fala e no prestam ateno 6s palavras, pronunciam3nas com uma velocidade to irrefletida e estouvada, sem arremat)3las de Desvendando Teatro (www.desvendandoteatro.com) forma clara e intelig%vel, $ue terminam por dier frases pela metade, $uando no inteiramente mutiladas. 9m exerc%cio muito proveitoso para vocs seria o da leitura bem lenta e em vo alta, registrada de modo preciso por um metrFnomo; durante essa leitura, vocs devem ter o cuidado de manter o fluxo suave das palavras em compassos r%tmicos, e tamb&m criar, para si pr-prios, a base interior ade$uada para a realiao de seus exerc%cios." 0erdade artstica *ele!a natural: 2 verdade cnica no & a pe$uena verdade exterior $ue leva ao naturalismo. (...) : a$uilo em $ue vocs podem acreditar com sinceridade. (...) 'ara $ue se+a art%stica aos ol!os do ator e do espectador, at& mesmo uma inverdade deve transformar3se em verdade. (...) O segredo da arte converter uma fico numa bela verdade artstica. (...) 2 partir do momento em $ue o ator e o espectador passam a duvidar da realidade /da vida do ator na pea0, a verdade se esvai, e com ela a emoo e a arte. Elas so substitu%das ento, pela simulao, pela falsidade teatral, pela imitao e pela atuao rotineira. ,aturea e arte so (...) indivis%veis." O BOM TEATRO EXISTIR SEMPRE, E SER O OBJETIVO FUNDAMENTAL DA ARTE DO ATOR. 1112desvendandoteatro2com Desvendando Teatro (www.desvendandoteatro.com)