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Da qualificação legal e doutrinária dos crimes

Qualificação é o nome dado ao fato ou à infração pela doutrina ou pela


lei. Há a qualificação legal ou a doutrinária.
A qualificação legal se refere ao fato ou à infração (José Frederico
Marques).
Qualificação do fato é o nomen juris da infração. Assim, "ofender a
integridade corporal ou à saúde de outrem" recebe o nome de "lesão corporal"
(art.129, caput).
Qualificação da infração é o nome que recebe a modalidade a que
pertence o fato: crime ou contravenção. A "lesão corporal" é qualificada como
crime.
Conforme José Frederico Marques além das qualificações legais, a
doutrina apresenta outras, tiradas do trabalho construtivo de sistematização
científica da teoria do crime.

A lei e a doutrina distinguem diversas espécies de crimes, a saber:

1) Crimes Comuns e Especiais: crimes comuns são os descritos no Direito Penal


Comum; especiais, os definidos no Direito Penal Especial.

2) Crimes Comuns e Próprios: crime comum é o que pode ser praticado por qualquer
pessoa. Crime próprio é o que só pode ser cometido por determinada categoria de
pessoas. O crime próprio pode exigir do sujeito uma particular condição jurídica
(acionista, funcionário público); profissional (médico, advogado); parentesco (pai, filho);
natural (gestante, homem).

3) Crimes da Mão Própria ou de Atuação Pessoal: são os que só podem ser


cometidos pelo sujeito em pessoa. Ex.: falso testemunho, incesto e prevaricação.

4) Crimes de Dano e de Perigo: crimes de dano são os que só se consumam com a


efetiva lesão do bem jurídico. Ex.: homicídio, lesões corporais. Crime de perigo são os
que se consumam apenas com a possibilidade do dano. Ex.: perigo de contágio venéreo
(art.130, caput); rixa (art.137); incêndio (art.250). O perigo pode ser: a) presumido ou
concreto; b) individual ou comum (coletivo). Presumido é o considerado pela lei que o
presume juris et de jure. Não precisa ser provado, resulta da omissão ou da própria
ação. Ex.: omissão de socorro (art.135); concreto é o que precisa ser provado; individual
é o que expõe ao risco de dano o interesse de uma só pessoa ou de um limitado número
de pessoas, como perigo de contágio venéreo (art.130); comum ou coletivo é o que
expõe ao risco de dano interesses jurídicos de um número indeterminado de pessoas.
Ex.: incêndio (art.250).

5) Crimes Materiais, Formais e de Mera Conduta: no crime material o tipo menciona a


conduta e o evento, exigindo a sua produção para a consumação, como no homicídio; no
crime formal o tipo menciona o comportamento e o resultado, mas não exige a sua
produção para a consumação, como na ameaça; e no crime de mera conduta o
legislador só descreve o comportamento do agente, como na violação do domicílio
(art.150).

6) Crimes Comissivos e Omissivos: crimes comissivos são os praticados mediante


ação, o sujeito faz alguma coisa; já, nos crimes omissivos são praticados mediante
inação, o sujeito deixa de fazer alguma coisa. Os crimes comissivos podem ser:
propriamente ditos ou por omissão. Ex.: a mãe pode suprimir a vida do filho com
instrumento ou mediante privação de alimentos. No primeiro caso há um crime
comissivo; no segundo, comissivo por omissão. Os crimes omissivos podem ser:
próprios, impróprios ou de conduta mista. Próprios ocorre quando o resultado é imputado
ao sujeito pela simples omissão normativa, como omissão de socorro. Impróprios são
aqueles em que o sujeito, mediante omissão, permite a produção de um resultado
posterior, que os condiciona, como ex.: mãe que deixa de alimentar o filho, matando-o .
De conduta mista são os omissivos que possuem fase inicial positiva. Há uma ação
inicial e uma omissão final. Ex.: apropriação indébita de coisa achada (art.169, parágrafo
único, III, do CP).

7) Crimes Instantâneos, Permanentes e Instantâneos de efeitos permanentes:


crimes instantâneos são os que se completam num só momento. A consumação se dá
num determinado instante, sem continuidade temporal. Ex.: homicídio. Permanentes são
os que causam uma situação danosa ou perigosa que se prolonga no tempo. Ex.:
seqüestro. Crimes Instantâneos de efeitos permanentes são os crimes em que a
permanência dos efeitos não depende do agente, do sujeito ativo. Ex.: homicídio,
bigamia.

8) Crime Continuado: nos termos do art.71, é o constituído por duas ou mais violações
jurídicas da mesma espécie, praticadas por uma ou pelas mesmas pessoas,
sucessivamente e sem ocorrência de punição em qualquer delas, as quais constituem
um todo unitário, em virtude da homogeneidade objetiva. Quando se trata de bens
jurídicos ou objetividades jurídicas, eminentemente pessoais, com pluralidade de vítimas,
não se configura crime continuado.

9) Crimes Principais e Acessórios: Principais onde há crime independentemente de


outros. Acessórios são os que pressupõem outros. Ex.: receptação e favorecimento.

10) Crimes Condicionados e Incondicionados: crimes condicionados são os que têm


a punibilidade condicionada a um fato exterior e posterior à consumação (condição
objetiva de punibilidade). Incondicionados os que não subordinam a punibilidade a tais
fatos.

11) Crimes Simples e Complexos: crime simples é o que apresenta tipo penal único.
Ex.: delito de homicídio (CP, art.121, caput). Complexo, em sentido amplo, é não só o
que encerra em si outro. Em sentido estrito, é o mais vulgarmente empregado, é aquele
cujo tipo é constituído pela fusão de dois ou mais tipos, como o latrocínio (furto e morte).

12) Crime Progressivo: quando o sujeito, para alcançar a produção de um resultado


mais grave, passa por outro menos grave. Assim, no caso de homicídio, o crime de lesão
corporal é absorvido pelo homicídio.

13) Delito Putativo: ocorre o delito putativo quando o agente considera erroneamente
que a conduta realizada por ele constitui crime, quando na verdade é um fato atípico. O
delito putativo não é uma espécie de crime, mas uma maneira de expressão para
designar esses casos de "não-crime". Há três hipóteses de crime putativo em sentido
amplo: 1) Delito putativo por erro de proibição: quando o agente supõe violar uma norma
penal que na verdade não existe; 2) Delito putativo por erro de tipo: quando a errônea
suposição do agente não recai sobre a norma, mas sobre os elementos do crime; 3)
Delito putativo por obra de agente provocador (crime de flagrante provocado): ocorre
quando, de forma insidiosa, provoca o agente à prática de um crime, ao mesmo tempo
em que toma providências para que ele não se consuma.

14) Crime de Flagrante Esperado: ocorre quando o indivíduo sabe que vai ser vítima
de um delito e avisa a Polícia, que põe seus agentes de plantão, os quais apanham o
autor no momento da prática ilícita.

15) Crime Impossível: é também chamado de quase-crime, tentativa inadequada ou


inidônea.

16) Crime Consumado e Tentado: crime consumado quando nele se reúnem todos os
elementos de sua definição legal. Crime Tentado quando, iniciada a execução, não se
consuma por circunstâncias alheias a vontade do agente.

17) Crime Falho: quando o sujeito faz tudo que está a seu alcance, mas o resultado não
ocorre por circunstâncias alheias à sua vontade.

18) Crimes Unissubsistentes e Plurissubsistentes: crime unissubsistentes é o que se


realiza com um só ato. Crime Plurissubsistentes é o que se perfaz com vários atos.
Assim, enquanto injúria verbal é crime unissubsistente, a injúria por escrito é
plurissubsistentes, uma vez que a atividade pode ser dividida em fases. O crime
unissubsistente não admite tentativa, ao contrário do plurissubsistente.

19) Crime de Dupla Subjetividade Passiva: “São crimes que têm, em razão do tipo,
dois sujeitos passivos”. (Damásio E. de Jesus) Podemos citar como exemplo a violação
de correspondência; os dois sujeitos passivos são o destinatário e o remetente. A
classificação dada por Júlio Mirabete diverge da conceituada por Damásio de Jesus. O
exemplo citado acima, Mirabete classifica como crime plurissubjetivo passivo. Segundo
ele, este tipo de crime “demanda mais de um sujeito passivo na infração”. (Mirabete fala
ainda de crimes unissubjetivos, “aquele que pode ser praticado por uma só pessoa”) e
crimes plurissubjetivos (“aquele que, por sua conceituação típica, exige dois ou mais
agentes para a prática da conduta criminosa”). Magalhães Noronha classifica os
chamados crimes unissubjetivos de Mirabete como crimes unilaterais (“pode ser
praticado por uma única pessoa”).

20) Crime Exaurido: é aquele que depois de consumado (moeda falsa em circulação)
atinge suas últimas conseqüências.

21) Crime de Concurso Necessário: são os quais exigem mais de um sujeito.

22) Crimes Dolosos, Culposos e Preterdolosos ou Preterintencionais: crime doloso


quando o sujeito quer ou assume o risco de produzir o resultado (art.18, I, CP). Crime
culposo quando o sujeito dá causa ao resultado por imprudência, negligência ou
imperícia (art.18, II, CP). Crime preterdoloso ou preterintencional é aquele em que a
ação causa um resultado mais grave que o pretendido pelo agente. Dolo no crime
primeiro (antecedente) e culpa no crime conseqüente. Prática de um resultado maior do
que o pretendido pelo agente (autor, réu, acusado, etc.). Art. 129 § 3º C.P. Porque o
resultado é um "majus" acontecido. O agente ou sujeito ativo não pretende o resultado
fruto de sua ação. É um misto de dolo e culpa. O crime preterdoloso só se pune a título
de culpa Art. 129 § 3º C.P.
Em outras palavras: Preterdolosa é a intenção de praticar uma ação criminosa cujo
resultado vem a ser mais grave do que o desejado. É também chamado "preterintenção".
Exemplo típico é o da agressão física com o intuito de lesionar, mas da qual resulta
morte. Não há unanimidade quanto a natureza do preterdolo; para alguns, nele ocorre
uma mescla de dolo e acaso; para outros, apenas dolo e, finalmente, para uma terceira
posição, ocorrem dolo e culpa simultaneamente. Ocorrem dois ilícitos na figura
preterdolosa: o "minus delictum" (aquele que o agente quis praticar), atribuível a título de
"dolo", e o "majus delictum" (aquele que realmente se verifica), imputado a título de
culpa. No crime preterdoloso há "dolo" no antecedente ("minus delictum") e "culpa" no
conseqüente ("majus delictum").
O Código Penal disciplina a matéria no Art. 19 - Agravação do resultado - assim: "Pelo
resultado que agrava especialmente a pena só responde o agente que o houver
causado, ao menos culposamente".
Para que se configure a hipótese do dispositivo "supra", devem concorrer três elementos:
a) uma ação dolosa ("minus delictum"); b) um resultado não desejado ("majus delictum");
c) um nexo causal entre a ação dolosa e o resultado não pretendido (nexo de
preterintencionalidade). CP: arts. 129 § 3º; 133, §§ 1º e 2º, 134, §§ 1º e 2º, 135,
parágrafo único, 136, §§ 1º e 2º, 137, parágrafo único.

23) Crimes Simples, Privilegiados e Qualificados: crime simples é o descrito em sua


forma fundamental, é a figura típica simples, que contém os elementos específicos do
delito. Crime Privilegiado é quando o legislador, após a descrição fundamental do crime,
acrescenta ao tipo determinadas circunstâncias de natureza objetiva ou subjetiva, com
função de diminuição de pena. Crime Qualificado: quando o legislador, depois de
descrever a figura típica fundamental, agrega circunstâncias que aumentam a pena.

24) Crimes Subsidiários: a subsidiariedade pode ser implícita ou explícita. A explícita


existe quando a lei, após descrever um crime, diz que só tem aplicação se o fato não
configura delito mais grave (art.132). Há a subsidiariedade implícita (ou tácita) quando a
aplicação de uma norma não resulta da comparação abstrata com outra, mas do juízo de
valor sobre o fato concreto em face delas. Ex.: as normas que definem os crimes de
perigo individual são subsidiárias perante as que descrevem os crimes contra a vida.

25) Crimes vagos: são os que têm por sujeito passivo entidades sem personalidade
jurídica, como a família, o público ou a sociedade, ou seja, cujo resultado atinge uma
coletividade (sujeito passivo), e não uma pessoa considerada isoladamente. São
exemplos de crimes vagos: o ato obsceno (art.233, CP), a perturbação de cerimônia
funerária (CP, Art. 209) e a violação de sepultura (CP, Art. 210).- que não tem
personalidade jurídica. Cometido contra a coletividade.

26) Crimes Comuns e Políticos: são crimes comuns os que lesam bens jurídicos do
cidadão, da família ou da sociedade, enquanto os políticos atacam à segurança interna
ou externa do Estado, ou a sua própria personalidade. O crime político pode ser próprio
ou impróprio.
O crime próprio objetiva subverter apenas a ordem política instituída, sem atingir outros
bens do Estado ou bens individuais; o crime impróprio visa a lesar, também, bens
jurídicos individuais e outros que não a segurança do Estado. A CF considera
inafiançáveis e imprescritíveis os crimes políticos, anotados no Art. 5º, XLII (racismo),
XLIII (tortura e terrorismo) e XLIV (ação de grupos armados, civis ou militares, contra a
ordem institucional e o Estado democrático).

27) Crime Multitudinário: é o praticado por uma multidão em tumulto, espontaneamente


organizada no sentido de um comportamento comum contra pessoas ou coisas.

28) Crimes de Opinião: consistem em abuso de liberdade do pensamento, seja pela


palavra, seja pela imprensa, ou qualquer meio de transmissão.

29) Crimes de Ação Múltipla ou de Conteúdo Variado: são crimes em que o tipo faz
referência a várias modalidades da ação. Ex.: art.122, em que os verbos são induzir,
instigar ou prestar auxílio ao suicídio.

30) Crimes de Forma Livre e de Forma Vinculada: crimes de forma livre são os que
podem ser cometidos por meio de qualquer comportamento que cause determinado
resultado. São crimes de forma vinculada aqueles em que a lei descreve a atividade de
modo particularizado.

31) Crimes de Ação Penal Pública e Ação Penal Privada: o art.100 do CP diz que "a
ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido".

32) Crime Habitual e Profissional: crime habitual é a reiteração da mesma conduta


reprovável, de forma a constituir um estilo ou hábito de vida. Ex.: curandeirismo (art.284,
CP). Quando o agente pratica as ações com intenção de lucro, fala-se em crime
profissional. Crime Profissional é aquele praticado em função de profissão ou atividade
lícita. Assim, o abortamento praticado por médico, o peculato (CP, Art. 312), a subtração
ou inutilização de livro ou documento (CP, Art. 337) quando praticadas por advogado e o
rufianismo (art.230).

33) Crimes Conexos: nos crimes conexos a extinção da punibilidade de um deles não
impede, quanto aos outros, a agravação da pena resultante da conexão (art.108). Nos
que sejam objeto do mesmo processo, estende-se aos demais a interrupção da
prescrição relativa a qualquer deles (art.117, §1o , 2a parte).

34) Crime de Ímpeto: é aquele em que a vontade delituosa é repentina, sem preceder
deliberação. Ex.: homicídio cometido sob o domínio de violenta emoção, logo seguida a
injusta provocação da vítima.

35) Crimes Funcionais: são os que só podem ser praticados por pessoas que exercem
funções públicas.

36) Crimes a Distância e Plurilocais: ex.: um cidadão, em Santana do Livramento,


desfecha um tiro de fuzil contra outro, que se encontra em Rivera, vindo a vítima a
falecer. Neste caso, fala-se em crime a distância. Plurilocal é aquele que, dentro de um
mesmo país, tem a conduta realizada num local e a produção do resultado noutro.

37) Delito de Referência: é a denominação dada por Maurach ao fato de o sujeito não
denunciar um crime conhecido quando iminente ou em grau de realização, mas ainda
não concluído.

38) Delitos de Tendência: são crimes que condicionam a sua existência à intenção do
sujeito.

39) Delitos de Impressão: são os que causam determinado anímico na vítima


nn) Crimes de Simples Desobediência: são assim chamados os delitos de perigo
abstrato ou presumido. A simples desobediência ao comando geral, advinda da prática
do fato, enseja a presunção do perigo de dano ao bem jurídico.

40) Crimes Pluriofensivos: são os que lesam ou expõem a perigo de dano mais de um
bem jurídico.

41) Crimes Falimentares: os delitos falimentares podem ser: 1) próprios: os que podem
ser cometidos pelo devedor ou falido, ressalvada a hipótese de participação de terceiro;
2) impróprios: os que só podem ser cometidos por pessoa diversa do devedor ou falido,
tendo o fato relação com a falência; ex.: delitos do perito de falência; 3) antefalimentares:
praticados antes da quebra; 4) pós-falimentares: cometidos depois da declaração da
falência. Os delitos antefalimentares são sempre próprios. Os pós-falimentares podem
ser próprios ou impróprios.

42) Crime a Prazo: ocorre nas hipóteses em que a qualificadora depende de


determinado lapso de tempo.

43) Crime Gratuito: é o delito praticado sem motivo.

44) Delito de Circulação: é o crime praticado por intermédio do automóvel.

45) Delito Transeunte e não transeunte: crime transeunte é o que não deixa vestígios;
não transeunte, o que deixa.

46) Crime de Atentado ou de Empreendimento: é o delito em que o legislador prevê à


tentativa a mesma pena do crime consumado, sem atenuação. Ex.: CP, arts.352 e 358.

47) Crime em trânsito: são delitos em que o sujeito desenvolve a atividade em um país
sem atingir qualquer bem jurídico de seus cidadãos. Ex.: uma carta injuriosa que,
enviada de Paris para Buenos Aires, passa pelo nosso país.

48) Crimes Internacionais: são os referidos no art.7o, II, a, do CP, como tráfico de
mulheres, difusão de publicações obscenas, danificação de cabo submarino,
entorpecentes.

49) Quase-crime: ocorre nas hipóteses dos arts. 17 e 31 do CP, respectivamente, crime
impossível e participação impunível.

50) Crimes de Tipo Fechado e de Tipo Aberto: delitos de tipo fechado são aqueles
que apresentam a definição completa, como o homicídio. Neles, a norma de proibição
descumprida pelo sujeito aparece de forma clara. Crimes de tipo aberto são os que não
apresentam a descrição típica completa. Neles, o mandamento proibitivo não observado
pelo sujeito não surge de forma clara, necessitando ser pesquisado pelo julgador no
caso concreto. São exemplos de crimes do tipo aberto: 1) delitos culposos: é preciso
estabelecer qual o cuidado objetivo necessário descumprido pelo sujeito; 2) crimes
omissivos impróprios: dependem do descumprimento do dever jurídico de agir; 3) delitos
cuja descrição apresenta elementos normativos.

51) Tentativa Branca: ocorre quando o objeto material não sofre lesão.

52) Crime Consunto e Consuntivo: é a denominação que recebem os delitos, no


conflito aparente de normas, quando aplicável o princípio da consunção. Crime consunto
é o absorvido, consuntivo, o que absorve.

53) Crimes de Responsabilidade: os crimes de responsabilidade próprios, em sentido


estrito, estão previstos no CP (crimes comuns) e na legislação especial (crimes
especiais). Existe ainda os crimes de responsabilidade impróprios que se refere a crimes
e a infrações político-administrativas não sancionadas com penas de natureza criminal,
apenas com pena política. Crimes de Responsabilidade(sentido amplo) a) próprios
(sentido estrito) são crimes Comuns (CP) - arts.312 a 326- arts.150, §2o; 300; 301 etc.
Especiais (legislação especial) - dec-lei 201, de 27-2-1967- lei 4.898, de 9-12-1965 b)
impróprios (não são crimes; são infrações político-administrativas) - lei 1.079, de 10-4-
1950- lei 7.106, de 28-6-1983.

54) Crimes Hediondos: são delitos repugnantes, sórdidos, decorrentes de condutas


que, pela forma de execução ou pela gravidade objetiva dos resultados, causam intensa
repulsa. A lei 8.072/90 alterada pela lei 8.930/94 dispõe sobre esses crimes, indicando
como tais, em seu art.1o , o homicídio simples, desde que cometido em ação típica de
grupo de extermínio, o homicídio doloso qualificado, o latrocínio, a extorsão qualificada
pela morte, a extorsão mediante seqüestro, o estupro, o atentado violento ao pudor, a
epidemia com resultado de morte e genocídio, tentados e consumados. São
insuscetíveis de clemência soberana, fiança e liberdade provisória (art.2o, I e II),
devendo a pena ser cumprida em regime fechado.

55) Crime Organizado: É aquele praticado por uma organização criminosa. Segundo
Mirabete, organização criminosa “é aquela que, por suas características, demonstre a
existência de estrutura criminal, operando de forma sistematizada, com planejamento
empresarial, divisão de trabalho, pautas de condutas em códigos procedimentais rígidos,
simbiose com o Estado, divisão territorial e, finalmente, atuação, regional, nacional ou
internacional”. Nossa legislação usa este termo ‘crime organizado’, preferindo uma
redação mais simplista, referindo-se a ‘crime organizando’ como ‘bando’ ou ‘quadrilha’.

56) O que é crime de mera suspeita: É praticado por interpretação pessoal precipitada,
podendo levar a acusação fraudulenta, ilegal.

57) O que é crime de simples desobediência: "O arguido que utiliza veículo automóvel
apreendido ao abrigo do DL n. 522/85 - por falta de seguro obrigatório - comete crime de
desobediência simples e não crime de desobediência qualificada, por não ser aqui
aplicável a cominação constante do artigo 22 do DL n. 54/75 de 12/02". Não deixa de ser
ilícita e culposa a conduta do arguido que desobedece à ordem de agente da PSP para
parar, só pelo facto de não ter carta de condução e recear por isso ser preso bem como
por ter praticado roubos.

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