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O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares: metodologias de

operacionalização (Parte I)

Começo por introduzir um extracto de texto que coloca em perspectiva a afirmação e evolução do papel
pedagógico da biblioteca concebida enquanto um centro de recursos para uso dos alunos e dos professores, texto este
que apoia particularmente o subdomínio C.1. (Apoio a Actividades Livres, Extra-Curriculares e de Enriquecimento
Curricular) e os dois indicadores escolhidos.
“No contexto do presente documento, a biblioteca dispõe não só de documentação impressa, mas igualmente não-
impressa, relativa a numerosos assuntos.
Funções:
1. Colocar à disposição dos utilizadores documentação geral e especializada:
2. Favorecer a pesquisa multidisciplinar.
3. Facilitar o ensino-aprendizagem através da tecnologia.
4. Centralizar os recursos de produção, conservação e distribuição.
5. Oferecer ao longo de todo o dia, um local aprazível e hospitaleiro aos alunos que desejem ali trabalhar durante os
períodos sem aulas.”

(Québec 1974, L'école milieu de vie, no 2, école secondaire polyvalente, guide d'organisation physique d'une école
polyvalente secondaire, Ministère de l'Éducation, Direction générale de l'enseignement élémentaire et secondaire.)

Como base na auto-avaliação retirei do Texto da Sessão, que direccionam todos os passos que envolvem este
processo de forma simplificada.
O Quê?
É cada vez mais importante que as bibliotecas escolares demonstrem o seu contributo para a aprendizagem e o
sucesso educativo das crianças e jovens que servem.
Porquê?
O propósito da auto-avaliação é apoiar o desenvolvimento das bibliotecas escolares e demonstrar a sua
contribuição e impacto no ensino e aprendizagem, de modo a que ela responda cada vez mais às necessidades
da escola no atingir da sua missão e objectivos.
Que constrangimentos?
A avaliação de impactos das BE no sucesso educativo é particularmente complexa, por não ser possível isolar, numa
miríade de variáveis possíveis, a contribuição da biblioteca, separando-a de outras influências, pelo menos de uma
forma directa.
Esta dificuldade aconselha a que não se avaliem os resultados da acção da biblioteca de uma forma global, mas
aplicada a determinadas actividades, serviços ou programas, e a que se faça um estudo tanto quanto possível
longitudinal, de modo a que seja dado tempo para que determinados resultados se possam tornar claros.
Com quem?
O modelo deve adaptar-se a diferentes realidades, permitindo avaliar bibliotecas de escolas de diferentes níveis de
ensino e bibliotecas servindo quer uma única escola, quer um conjunto de escolas ou agrupamento.
As bibliotecas em causa podem, por outro lado, servir exclusivamente a população escolar ou estar abertas à
comunidade, podendo nesta situação, a sua avaliação envolver outras entidades e públicos.
Que Etapas?
A implementação da auto-avaliação implica o cumprimento de alguns passos que esquematicamente se apresentam:

y Motivação e compromisso institucional dos órgãos de gestão pedagógica e executiva da escola com o
processo de auto-avaliação da BE;

y Constituição, sob a responsabilidade do Professor Bibliotecário, de um grupo responsável ao nível da


escola/agrupamento pela condução do processo de auto-avaliação da BE;

y Elaboração do Plano de Avaliação: Problema/Diagnóstico; Identificação do objecto da avaliação; Tipo de


avaliação de medida a empreender; Métodos e instrumentos a utilizar;

y Desenvolvimento do processo de avaliação: recolha e tratamento de informação.


Como se Estrutura o Modelo?
O Modelo é constituído por quatro Domínios, divididos em Subdomínios.

A. Apoio ao Desenvolvimento Curricular


A.1 Articulação Curricular da BE com as Estruturas de Coordenação Educativa e Supervisão Pedagógica e os
Docentes
A. 2 Promoção das Literacias da Informação, Tecnológica e Digital
B. Leitura e Literacia

C. Projectos, Parcerias e Actividades Livres e de Abertura à Comunidade


C.1 Apoio a actividades livres, extra-curriculares e de enriquecimento curricular
C.2 Projectos e parcerias

D. Gestão da Biblioteca Escolar


D.1 Articulação da BE com a Escola/ Agrupamento. Acesso e serviços prestados pela BE
D.2 Condições humanas e materiais para a prestação dos serviços
D.3 Gestão da colecção/da informação
Dentro de cada Subdomínio identificam-se conjuntos de Indicadores ou critérios, os quais apontam para os aspectos
nucleares de intervenção da BE inerentes a esse Subdomínio (v. Modelo).
Como?
O modelo faz uso de um conjunto de métodos quantitativos e qualitativos, e de técnicas de recolha de informação
variada, envolvendo:

• A recolha documental de registos de planeamento e das actividades da BE;


• A observação de actividades de aprendizagem demonstrativas da aquisição ou desenvolvimento de conhecimentos,
competências e atitudes (Grelhas de Observação);
• a auto-avaliação e inquérito aos utilizadores (ChecKlists; Questionários);
• O levantamento de dados estatísticos de utilização da biblioteca;
• A análise de trabalhos de alunos;
• O levantamento de dados relativos à gestão de recursos (financeiros, materiais, humanos e de informação) da
BE.
Quando?
A aplicação do modelo faz-se numa base anual, escolhendo em cada ano um domínio onde concentrar o trabalho da
auto-avaliação. Pretende-se que ao fim de quatro anos todos os domínios tenham sido auto-avaliados, correspondendo
este período ao ciclo de gestão e avaliação global da BE.
Como aplicar o modelo?
Passos a dar na aplicação do modelo:

1) Escolher entre os quatro domínios um que pretenda avaliar.


2) Identificar o tipo de evidências.
3) Analisar os Dados.
4) Decidir em qual dos níveis de desempenho se situa a biblioteca nesse domínio ou subdomínio.
5) Registar na Tabela respectiva (secção A do relatório) as Evidências recolhidas em cada Subdomínio, pontos fortes
e fracos detectados.
6) Registar no Quadro ‐ Síntese (secção A do relatório) o nível atingido e as formas como pensa que pode
melhorar o nível de desempenho – acções para a melhoria.

Seguindo esta linha na escolha do domínio/subdomínio C.1. (Apoio a Actividades Livres, Extra-
Curriculares e de Enriquecimento Curricular), seleccionei os seguintes indicadores C.1.1 (Apoio à aquisição e
desenvolvimento de métodos de trabalho e de estudo autónomos) e C.1.3 (Apoio à utilização autónoma e voluntária
da BE como espaço de lazer e livre fruição dos recursos).
Os indicadores seleccionados foram escolhidos com base no problema/diagnóstico verificado na escola
sede do Agrupamento de Lagares. Como referenciei na sessão anterior e referido no documento da escola o Projecto
Educativo, o aspecto socioeconómico da maioria dos alunos é oriunda de um estrato social médio/baixo o que leva a
criar pontos a serem mais trabalhados. Como principal um grande número de alunos ainda não terem feito uma visita
a Biblioteca Municipal e desconhecer todo o ambiente de uma BE. Para além de pontos que afectam também outras
bibliotecas, que é o saber estar.
Assim o indicador C.1.3 (Apoio à utilização autónoma e voluntária da BE como espaço de lazer e livre
fruição dos recursos) será considerado de processo, pois os alunos têm oportunidades de se adaptar as estruturas e
normas da BE, utilizando de forma ordenada, num clima de liberdade e respeito todo o espaço disponível. E também
com a utilização de todos os recursos que dispõe a BE, em condições favoráveis ao trabalho individual ou em grupo,
desfrutando de momentos de uma boa leitura, jogos educativos, de música e de um filme de ficção.
Será considerado um indicador de impacto/outcome o C.1.1 (Apoio à aquisição e desenvolvimento de
métodos de trabalho e de estudo autónomos) pois o objectivo será a verificação nos alunos se desenvolveram hábitos
de trabalho e aprendem a organizar a sua própria aprendizagem, revelando uma progressiva autonomia na execução
das tarefas escolares. No texto da 2.ª sessão, temos:
“Conceitos relacionados com a missão da biblioteca escolar no contexto da escola/ agrupamento e que a
relacionam com as aprendizagens, com o desenvolvimento curricular e com o sucesso educativo. (Perspectiva
do conceito de biblioteca escolar subjacente à construção do Modelo)

- Novos contextos e conceitos de aprendizagem em que o sujeito/aluno se apresenta como actor activo, construtor do
próprio conhecimento (Construtivismo).”
Desta forma mediante o problema/diagnóstico, elaborei o esboço de um processo de auto-avaliação deste
domínio/subdomínio, abaixo o plano de acção.

C. Projectos, parcerias e actividades livres e de abertura à comunidade


C.1 Apoio a actividades livres, extra-curriculares e de enriquecimento curricular

Indicador: C.1.1 (Apoio à aquisição e desenvolvimento de métodos de trabalho e de estudo autónomos)

Factores críticos de sucesso

- A BE apoia as actividades livres de leitura, pesquisa, estudo e execução de trabalhos escolares, realizadas pelos alunos fora do
horário lectivo e dos contextos formais de aprendizagem.
- Os alunos praticam técnicas de estudo variadas: exploram informação de diferentes tipos de documentos, tomam notas, elaboram
fichas de leitura ou resumos, identificam palavras-chave, sublinham, executam esquemas, produzem e editam trabalhos escritos
recorrendo sempre que necessário ao uso do computador e da Internet.
- Os alunos desenvolvem hábitos de trabalho e aprendem a organizar a sua própria aprendizagem, revelando uma progressiva
autonomia na execução das tarefas escolares.

Métodos e instrumentos de recolha de evidências

Horário da BE.

Grelha de observação da utilização da biblioteca pelos alunos em contexto livre – O5.

Questionário aos alunos – QA3.

Guias/desdobráveis.

Fichas ou grelhas de avaliação/comentários (orais ou escritos) sobre actividades realizadas pelos alunos.

Caixa de sugestões/reclamações.

Observação e análise de recursos e de actividades pela equipa da BE.

Intervenientes e público-alvo

Professor bibliotecário

Equipa da BE

Professores colaboradores

Alunos da Escola Sede e professores.

Calendarização

Ao longo do ano lectivo, principalmente na ultima quinzena de cada período, sendo com os mesmos grupos seleccionados em cada
período.

Análise dos dados e comunicação dos resultados

Análise dos questionários.

Análise dos dados referentes a taxa de utilização da BE.

Análise dos dados referentes a taxa de requisições de fundo documental e equipamentos da BE.

Evidências de material produzido pela BE.

Apresentação de relatório final ao Conselho Pedagógico informando os pontos fortes actuais e os pontos fracos a desenvolver.

__________________________________________________________________

Indicador: C.1.3 (Apoio à utilização autónoma e voluntária da BE como espaço de lazer e livre fruição
dos recursos).
Factores críticos de sucesso

- Os alunos beneficiam de acesso livre e permanente à BE.


- Os alunos adquirem hábitos de utilização livre da BE, cultivando um clima de liberdade, respeito e descontracção.
-Os alunos dispõem de condições favoráveis à utilização individual e em pequenos grupos.
-Os alunos desfrutam de uma boa colecção na área da literatura infantil/juvenil, dos jogos educativos, da música e dos filmes de
ficção.

Métodos e instrumentos de recolha de evidências

Grelha de observação da utilização da biblioteca pelos alunos em contexto livre – O5.

Questionário aos alunos – QA3.

Taxa de utilização dos equipamentos.

Percentagem de alunos que recorrem ao empréstimo domiciliário.

Frequência com que determinados recursos são utilizados.

Caixa de sugestões/reclamações.

Intervenientes e público-alvo

Professor bibliotecário

Equipa da BE

Professores colaboradores

Alunos da Escola Sede e professores.

Calendarização

Ao longo do ano lectivo, principalmente na ultima quinzena de cada período, procurar utilizar com os mesmos grupos seleccionados
em cada período.

Analise dos dados e comunicação dos resultados

Análise dos questionários.

Análise dos dados referentes a taxa de utilização da BE.

Análise dos dados referentes a taxa de requisições de fundo documental, equipamentos e serviços da BE.

Apresentação de relatório final ao Conselho Pedagógico informando os pontos fortes actuais e os pontos fracos a desenvolver.

Bibliografia:

Texto das sessões da acção de formação disponíveis na Plataforma.

Gabinete da Rede de bibliotecas Escolares. Modelo de Auto-avaliação das Bibliotecas Escolares (12 de Novembro de
2009)

A FORMANDA: Aurora Viana.

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