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ISO 26000 é o nome de uma nova norma internacional de responsabilidade social que

está sendo construída pela ISO (International Organization for Standardization), através
de um processo que envolve representantes dos mais variados países, organizações da
sociedade civil e grupos sociais. A futura ISO 26000 – previsão de lançamento para
2010 – será uma “norma de diretrizes com todos os predicados para se transformar em
um dos principais guias para as organizações no tocante a práticas de gestão social e
ambientalmente responsável”. O Brasil, através da ABNT – Associação Brasileira de
Normas Técnicas, e a Suécia, representada pelo SIS – Swedish Institute of
Standardization são os países que lideram o grupo de trabalho internacional da
International Organization for Standartization (ISO) responsável pelo desenvolvimento
da norma.

A construção da ISO 26000 pela primeira vez é compartilhada entre um país em


desenvolvimento, o Brasil (coordenada pela ABNT, Associação Brasileira de Normas
Técnicas), e um país desenvolvido, a Suécia (SIS, Swedish Standards Institute) na
liderança de um grupo de trabalho para a elabaroção desta norma internacional no
âmbito da ISO. O Brasil ocupa a presidência do Comitê Mundial da ISO de
Responsabilidade Social – e é destaque no mundo todo quando o assunto é a ISO 26000
– na figura de Jorge Emanuel Cajazeira, engenheiro, Ph.D. em inovação e
sustentabilidade e gerente executivo de Competitividade e Estratégia Operacional da
Suzano Papel e Celulose. A vice-presidência cabe à Suécia, com Staffan Söderberg, do
WWF. Ainda, esse grupo de trabalho tem uma estrutura especial de funcionamento, da
qual participam seis grupos de stakeholders: indústria, trabalhadores, consumidores,
organizações não governamentais, governo e serviços de suporte de normalização,
consultorias e instituições acadêmicas.

Esse processo de desenvolvimento da ISO 26000 começou em 2002 e desde então um


Grupo de Trabalho – o maior formado na ISO até então –, constituído por 91 países-
membro da ISO e 42 organizações que representam mais de um país, vem tentando
vencer as diferenças sociais, culturais, ambientais, legais e econômicas de cada nação
para tornar a norma adaptável à realidade de qualquer organização. Cada país tem
direito a indicar até seis especialistas dos seguintes setores para compor seu Grupo de
Trabalho: governo; indústria; trabalhadores; consumidores; ONGs e outros (serviços,
pesquisas…). Essa equipe procura manter o equilíbrio de gênero e de nacionalidade
entre seus membros. Abaixo segue o cronograma de desenvolvimento da norma:

Set 02 – Conselho da ISO cria Strategic Advisory Group


Jun 04 – ISO decide pela normalização
Jan 05 – Iniciam os trabalhos do GT de RS da ISO
Mar 05 – I Reunião Internacional em Salvador, Brasil (março de 2005)
Set 05 – II Reunião Internacional em Bangkok, Tailândia (setembro de 2005)
Mai 06 – III Reunião Internacional em Lisboa, Portugal (maio de 2006)
Jan 07 – IV Reunião Internacional em Sidney, Austrália (fevereiro de 2007)
Nov 07 – V Reunião Internacional em Viena, Áustria (novembro de 2007)
2010 – Publicação da ISO 26000

O objetivo da norma é estabelecer um entendimento comum sobre o que de fato


significa “RESPONSABILIDADE SOCIAL”, para que as confusões sobre este
assunto possam ser resolvidas de forma clara e, não estar em conflitos com tratados e
convenções internacionais já ratificadas e outras normas da ISO. A norma será um
padrão internacional de diretrizes de responsabilidade social, terá caráter de adesão
voluntária e não se constituirá em sistema de gestão ou padrão normativo certificável.
Ela abordará temas como governança organizacional, direitos humanos, práticas de
trabalho, meio ambiente, questões relativas ao consumidor, práticas leais de operação e
desenvolvimento social. O diferencial desta ISO em relação às outras normas ( das
séries 9000 e 14000) é que não será certificável, isto é, não servirá para conseguir selos
e certificados de Responsabilidade Socioambiental pelas organizações, mas sim como
um “Guia de Diretrizes”de Responsabilidade Social (RS). A norma visa também
orientar as organizações de todos os tipos e tamanhos sobre os cuidados e princípios que
devem ser seguidos por quem deseja ser socialmente responsável.

No Brasil, a sociedade pode contribuir para a elaboração do documento final através do


fórum oficial de discussão, a ABNT , além dos representantes oficias da indústria
(Petrobras); dos trabalhadores (Dieese); dos consumidores (IDEC); da academia
(Fundação Vanzolini – USP); do governo (INMETRO) e das ONGs (Instituto Akatu).
Esses representantes levam a opinião da sociedade brasileira à ISO por meio de
discussões nacionais. A data das reuniões fica disponível no site da ABNT. Existem,
ainda, outros fóruns de debate. O do Instituto Ethos e os fóruns específicos de
discussão, como o que será realizado pela Petrobrás em conjunto com o Planeta
Sustentável. A adoção da Responsabilidade Social pelas empresas e outras organizações
pode ser vista como simples modismo ou estratégia de marketing, mas se ela for
configurada com seriedade e cobrada com firmeza pelos cidadãos de todo o mundo a
realidade será outra e dentro desse contexto a futura ISO 26000 terá um papel de
extrema relevância.

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