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O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas

Escolares

Metodologias de Operacionalização (Parte I)

Formando: José Navarro


“A biblioteca escolar desenvolve nos alunos competências para a aprendizagem ao longo da
vida e estimula a imaginação, permitindo-lhes tornarem-se cidadãos responsáveis”
Manifesto da Biblioteca escolar – UNESCO/IFLA

a) Escolha de um Domínio/Subdomínio

B. Leitura e Literacia

De acordo com a proposta de trabalho apresentada para esta sessão e perante os


Domínios/Subdomínios seleccionados pelas formadoras para a realização desta tarefa,
seleccionei o Domínio B (Leitura e Literacia), por considerar que a melhoria dos serviços
da BE, da Escola Secundária C./3.º Ciclo Poeta Joaquim Serra de Montijo, nesta área, não só
ajudará os alunos a melhorar os seus resultados escolares, como permitirá aferir os pontos
fortes e os pontos fracos desta BE, nas aprendizagens e no sucesso desses mesmos alunos.

b) Escolha e análise de dois indicadores no Domínio/Subdomínio seleccionado

B.1 Trabalho da BE ao serviço da promoção da leitura na escola/agrupamento

B.3 Impacto do trabalho da BE nas atitudes e competências dos alunos, no âmbito


da leitura e da literacia
O primeiro indicador, B1 (Trabalho da BE ao serviço da promoção da leitura na
escola/agrupamento), é o indicador relacionado com os inputs (instalações,
equipamentos, financiamento, staff, colecções, etc.), com os processos (actividades e
serviços) e outputs (visitas à biblioteca, empréstimos, consultas do catálogo, pesquisas
bibliográficas, etc.).

O segundo indicador, B.3 (Impacto do trabalho da BE nas atitudes e


competências dos alunos, no âmbito da leitura e da literacia), como o seu nome
indica, será o indicador utilizado para medir os outcomes (impactos), isto é, avaliar o
contributo dos serviços e das actividades da BE nas aprendizagens e no sucesso educativo
dos alunos.

Os indicadores, segundo o texto da sessão, apontam zonas nucleares de intervenção


que permitem a aplicação de elementos de medição. Neste sentido, o indicador B.1 será a
área considerada nuclear para esta primeira intervenção na biblioteca escolar desta Escola
Secundária C./3.º Ciclo, relacionada com o actual modelo de auto-avaliação. Na verdade, um
dos objectivos da biblioteca escolar será o de criar e manter nas crianças o hábito e o prazer
da leitura, da aprendizagem e da utilização das bibliotecas escolares ao longo da vida
(Manifesto da Biblioteca Escolar). Deste modo, a avaliação destes Domínios/Subdomínios
permitirá objectivar o contributo da BE na concretização deste objectivo e aferir os
outcomes nos seus utilizadores.
- Identificação do problema

A biblioteca escolar tem vindo a desenvolver, nos últimos dois anos, iniciativas que visam
a promoção da leitura recreativa, nomeadamente através da participação do CNL, tendo-se
verificado um número de inscrições pouco satisfatório, para uma escola com cerca de
novecentos alunos.

Verificou-se também, ao longo destes anos, que a utilização dos recursos da biblioteca
escolar nem sempre é a mais proveitosa para o desenvolvimento dos seus utilizadores, o que
implicou alterações substanciais no regulamento deste serviço.

Neste sentido, a avaliação deste Domínio será uma mais-valia para medir os outcomes
(impactos) destas acções nos utilizadores da Be, permitindo objectivar o trabalho e “dar a
conhecer o impacto que as actividades realizadas pela e com a BE vão tendo no processo de
ensino e na aprendizagem, bem como o grau de eficiência e de eficácia dos serviços
prestados” (Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares).
c) Plano de Avaliação

Factores críticos de Instrumentos de Intervenientes


Indicadores
Sucesso recolha de evidências
B.1 Trabalho da • A BE disponibiliza uma • Questionário aos
BE ao serviço da colecção variada e alunos
• Equipa da BE
promoção da adequada aos gostos,
leitura na • Questionário aos
interesses e • Alunos( 3.º
escola/agrupame docentes
necessidades dos Ciclo/
nto utilizadores. Secundário) e
Professores
• A BE identifica novos • Questionário aos
públicos e adequa a formandos do CNO • Equipa da BE
colecção e as práticas às
• Coordenador do
necessidades desses
CNO
públicos (CEF’s, EFA,
CNO, outros).
• A BE promove acções • PAA da BE
formativas que ajudem a
desenvolver as
competências na área da • Equipa da BE
leitura.
• Professores

• Documentos de
• A BE incentiva o registo de
• Equipa da BE
empréstimo domiciliário. empréstimo
• Técnicos
• A BE está informada • Registo de
relativamente às linhas Operacionais
inscrições nas
de orientação e actividades do PNL • Professores
actividades propostas
pelo PNL e desenvolve as • Professor
acções implicadas na • Actas do Conselho Bibliotecário
sua implementação. Pedagógico

• A BE incentiva a leitura • Actas dos


informativa, articulando Departamentos
com os departamentos Curriculares
curriculares no
desenvolvimento de • Registo de
actividades de ensino e actividades/project
• Turmas
aprendizagem ou em os
projectos e acções que • Professores
incentivem a leitura.

• A BE desenvolve, de
forma sistemática, • Registo de
actividades no âmbito da actividades
promoção da leitura:
sessões e clubes de • Registo de • Equipa da BE
leitura, fóruns, blogs ou utilização da BE
outras actividades que para actividades de • Professores
associem formas de leitura
leitura, de escrita ou de • Planificações
comunicação em
diferentes ambientes e
suportes.
• A BE promove encontros
com escritores ou outros
• PAA da BE
eventos culturais que
aproximem os alunos • Equipa da BE
dos livros ou de outros
materiais/ambientes e
incentivem o gosto pela
leitura.

• A BE incentiva a leitura
• Registo de
em ambientes digitais
utilizadores
explorando as • Equipa da BE
possibilidades facultadas
pela WEB, como o • Professores das
hipertexto, o e-mail, TIC
blogs, wikis, slideshare,
youtube…

• A BE organiza e difunde
• Registo de
recursos documentais
actividades/project
que, associando-se a
os
diferentes temáticas ou
projectos, suportam a • Registo de
acção educativa e requisição
garantem a
transversalidade e o • Questionários e
desenvolvimento de listas de
verificação • Equipa da BE
competências associadas
à leitura. • PCT

• Planificação
• A BE apoia os alunos nas
suas escolhas e conhece
as novidades literárias e
de divulgação que • Propostas de
melhor se adequam aos aquisição
seus gostos.

• A BE identifica
problemáticas e
dificuldades neste
domínio e delineia
acções e programas que
melhorem as situações
identificadas.

B.3 Impacto do • Os alunos usam o livro e • Questionários aos


trabalho da BE a BE para ler de forma alunos
• Equipa da BE
nas atitudes e recreativa, para se
competências • Observação
informar ou para realizar
dos alunos, no trabalhos escolares. • Questionário aos
âmbito da leitura professores
e da literacia. • Os alunos desenvolvem
trabalhos onde • Registo de
interagem com utilizadores • Equipa da BE
equipamentos e
ambientes • Trabalhos
informacionais variados, realizados pelos
• Professores
manifestando progressos alunos
nas suas competências • Alunos( 3.º
• Observação de
no âmbito da leitura e da Ciclo/
alunos em trabalho
literacia. Secundário)
na BE
• Os alunos participam
activamente em
diferentes actividades
• Registo de
associadas à promoção
actividades/project
da leitura: clubes de
os
leitura, fóruns de
discussão, jornais, blogs,
outros.

Calendarização das acções a desenvolver

1.º Período
• Estudo do Modelo de Auto-Avaliação
• Sensibilização e formação da equipa da BE para a
implementação do Modelo
• Apresentação do Modelo ao Conselho Pedagógico
• Avaliação diagnóstica dos serviços prestados pela BE
• Selecção do Domínio a avaliar
• Elaboração dos elementos de registo

2.º Período • Organização e realização das acções


• Aplicação dos elementos de registo criados
• Acompanhamento do processo de operacionalização
• Recolha dos elementos de registo

3.º Período • Tratamento dos dados recolhidos


• Apresentação dos primeiros resultados
• Elaboração do relatório de auto-avaliação
• Preenchimento do Quadro – Síntese
• Definição do perfil de desempenho da BE
• Elaboração do Relatório Final de Auto-Avaliação
• Divulgação dos resultados no Conselho pedagógico
• Elaborar e implementar o Plano de Acção

Conclusão:

“…a avaliação não constitui um fim em si mesmo mas um meio ao serviço da melhoria.
Por isso, a aplicação do modelo de auto-avaliação só faz sentido na medida em que vai
permitir estabelecer objectivos e metas a serem alcançados em função da concretização de
acções que são definidas e delimitadas no tempo”.

De facto, a elaboração deste Plano de Avaliação não encerra o processo de auto-


avaliação da BE, uma vez que só estará concluído com a reflexão sobre os resultados finais e
a elaboração de um Plano de Acção, que deverá transformar os pontos fracos em pontos
fortes.

Este processo é longo e do seu sucesso dependerá a colaboração de toda a comunidade


educativa, que necessita de ser preparada e sensibilizada para a importância da biblioteca
escolar no processo de ensino-aprendizagem.

Todos sabemos que as novas tecnologias estão a transformar os hábitos de estudo e que
o livro, tal como o conhecemos, tem perdido a atenção de destaque a favor do computador.
Contudo, as novas tecnologias poderão ser um meio promocional do livro, se soubermos
orientar e sensibilizar os nossos jovens para esses recursos.

Esta auto-avaliação das bibliotecas escolares poderá dar um contributo essencial para a
melhoria dos serviços prestados e dar respostas a questões processuais que merecem todo o
nosso empenho. Todavia, não devemos esquecer que o sucesso de qualquer acção só poderá
acontecer quando todas as personagens estiverem em cena.

Não basta termos um professor bibliotecário a tempo inteiro, é preciso formar uma
equipa. Acredito que estamos no bom caminho.

Vamos pugnar pela valorização das nossas bibliotecas escolares, do 1.º Ciclo, do 2.º Ciclo,
do 3.º Ciclo e do Secundário, todas com realidades diferentes e todas com necessidades
distintas.
Bibliografia

- Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares - RBE

- McNamara, Carter. Basic Guide to Program Evaluation

- Texto da Sessão

- Manifesto da Biblioteca Escolar

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