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O MODELO DE AUTO-AVALIAÇÃO DAS

BIBLIOTECAS ESCOLARES:

Metodologias de Operacionalização (Conclusão)


tarefa 2

A Formanda: Ana Paula Sião Martins

Data: 04-12-09 (6ª Sessão)

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SESSÃO 6: O MODELO DE AUTO-AVALIAÇÃO DAS BIBLIOTECAS
ESCOLARES: Metodologias de Operacionalização (Conclusão)

ANÁLISE E COMENTÁRIO CRÍTICO  AMOSTRA DE RELATÓRIOS DE AVALIAÇÃO


EXTERNA

Neste meu trabalho seleccionei uma escola de anos lectivos diferentes e de


zonas do país, também diferentes, de modo a fazer uma abordagem da evolução que
sofreram algumas das, assim como do modo como as mesmas são
analisadas/reflectidas pelos relatórios elaborados pela inspecção.

Assim, após uma análise aos relatórios da IGE, verifiquei as seguintes referências, que
para simplificar e visualizar melhor registei na seguinte tabela:

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IGE REFERÊNCIAS À BIBLIOTECA ESCOLAR
Anos Junho de 2006 Abril de 2007 Janeiro de 2008 Março de 2009
Lectivos
Escola Básica Escola Agrupamento de Agrupamento de
Escolas Integrada da Secundária/3 de Escolas Mª Alberta Escolas de Mafra
Charneca da Alberto Sampaio Menéres
Caparica (Braga) (Mem Martins)

Caracteriza Não há referências à «… uma «…nove salas de aula, Não há


ção do BE. biblioteca/centro de uma biblioteca referências à BE.
Agrupamen recursos educativos escolar/centro de
com um vasto acervo recursos
to
documental em educativos…»
diferentes suportes e
equipada com vários
computadores
ligados à Internet».

1.Resulta Não há referências à «Os clubes, o 1.1. Sucesso Não há


dos BE. desporto escolar, as académico: «Para referências à BE.
oficinas, a melhorar o sucesso
dinamização da escolar dos alunos são
biblioteca escolar, a realizadas actividades
inserção em no âmbito do PNL».
projectos de
valorização dos 1.2. Participação
espaços verdes, a e
aposta firme nas desenvolvimento
tecnologias de cívico: «Cartão
informação e escolar identificativo,
comunicação (TIC), de uma cartão de
contam-se entre os biblioteca
múltiplos dispositivos personalizado».
de que a escola
dispõe para o
desenvolvimento de
oportunidades de
aprendizagem e
valorização das
actividades de
enriquecimento
curricular».

1.2. Participação
e
desenvolvimento
cívico: «Em muitas
das actividades que
desenvolve, a escola
está aberta à
comunidade.
Destacam-se alguns
projectos de grande
tradição que
transportam a escola
para lá da fronteira
da sala de aula, tais
como as actividades
da biblioteca Manuel
Monteiro».
1
2.Prestaç Não há referências à 2.4. Abrangência 2.4. Abrangência 2.4.
ão do BE. do currículo e do currículo e Abrangência do
ANÁLISE e COMENTÁRIO CRÍTICO:

Verifica-se, pela leitura do quadro, que os campos de análise e os domínios de


referência da IGE, em que as bibliotecas são mencionadas, variam de escola para
escola, apesar de estas quatro escolas que eu mencionei/destaquei no quadro terem
todas dado importância à BE, no domínio 4. – Liderança, mais concretamente nos
subdomínios 4.4- Parcerias, protocolos e projectos.
Assim, nos relatórios analisados apenas duas escolas são referenciadas na
caracterização do agrupamento, mas só na escola secundária/3 de Alberto Sampaio
de Braga é que é ressalvado a existência de um espaço «com um vasto acervo
documental em diferentes suportes e equipada com vários computadores ligados à
Internet».
Relativamente ao domínio 1. Resultados, apenas as escolas secundária/3 e
Agrupamento de Escolas Mª Alberta Menéres de Mem Martins, em Sintra referiram
algum valor que as BEs possam ter na escola, mas é colocada ao mesmo nível de
importância dos clubes, oficinas, desporto escolar e até da valorização dos espaços
verdes, todos eles vistos «como múltiplos dispositivos de que a escola dispõe para o
desenvolvimento de oportunidades de aprendizagem e valorização das actividades de
enriquecimento curricular», na escola secundária/3 de Braga e é supostamente
referida na escola de Mem Martins, se considerarmos que as actividades elaboradas
no âmbito do PNL, estão em consonância com as actividades da biblioteca (referência
indirecta).

No domínio 2. Prestação de serviço educativo, a BE é destacada nos relatórios


em três escolas, não sendo referenciada na escola da Charneca da Caparica. Nas
restantes três escolas, a BE é mencionada como sendo um centro de valorização das
aprendizagens, do envolvimento da mesma em actividades várias, mas não referindo
quais, apenas comparada mais uma vez e como repetição, às actividades
desenvolvidas pelos clubes, oficinas, etc, na escola secundária/3 de Braga e no
envolvimento das actividades no âmbito do PNL, ou como actividades extra-
curriculares, na escola de Mafra, no ponto 2.4. Abrangência do currículo e valorização
dos saberes e da aprendizagem

No domínio 3. Organização e gestão escolar, três escolas, com excepção da


escola secundária/3 de Braga, que não faz referência à BE, centraram-se no
subdomínio, 3.3.Gestão de recursos humanos, destacando aqui uma escola que refere
que a BE «constitui o espaço por excelência da acessibilidade dos recursos
educativos existentes,… funcionando como biblioteca, ludoteca ou estudo teca, ou
1
como centro para apoios a necessidades específicas, para estudo acompanhado, ou
para realização de projectos de pesquisa ou de trabalhos de aula. Funcionando como
um eixo fundamental da actividade educativa para todos os níveis de ensino,
articulando actividades específicas, ligadas ao desenvolvimento das competências de
leitura e de expressão oral e escrita, com outras áreas artísticas e culturais, a sua
acessibilidade decorre de uma criteriosa e criativa gestão do espaço e do tempo de
utilização, bem como dos recursos humanos que apoiam esta área de serviços aberta
a toda a comunidade educativa», da escola da Charneca da Caparica, em que eu
considero que foi dado o devido valor à BE, reconhecida pela avaliação feita pela IGE
e, por ventura, pela importância que o órgão de gestão dá a este espaço, assim como
dos demais actores educativos (professores e alunos).
As outras duas escolas focalizam apenas a BE como um «espaço bem
apetrechado e organizado» (escola de Mem Martins) ou que «a assistente operacional
que exerce funções na BE/CRE tem formação em arquivo e documentação» (escola
de Mafra). Referências muito breves e pouco consistentes. No subdomínio 3.4. Gestão
de recursos materiais e financeiros é referido pela escola de Mafra, que a BE «…uma
biblioteca integrada na Rede Nacional de Bibliotecas Escolares… os recursos, espaços
e equipamentos estão bem organizados e acessíveis na BE/CRE».

No domínio 4. Liderança, já mencionado no início da minha análise, faço mais


uma vez destaque para o facto de todos os relatórios terem focado o ponto 4.4-
Parcerias, protocolos e projectos, onde a BE mais se distingue, pelas parcerias que
mantém com o Projecto Comenius, na Escola da Charneca da Caparica, com as
Bibliotecas Municipais, nas Escolas de Mem Martins e de Braga e com as Bibliotecas
Públicas, o caso da escola de Braga ou simplesmente pela adesão ao projecto do PNL,
na escola de Mafra, que em conjunto com outros projectos da escola, aferem «com
resultados conducentes ao desenvolvimento do sucesso educativo».
No domínio 5. Capacidade de auto-regulação e melhoria da escola, os relatórios
da IGE não mencionam as bibliotecas. Talvez, este ano, com a aplicação do modelo de
auto-avaliação da BE, seja referenciado neste domínio a importância e a validade de
acções para a melhoria que as bibliotecas preconizam na promoção do sucesso
educativo.
Numa apreciação global a todo o processo dos relatórios seleccionados e
analisados devo acrescentar que, no que concerne às referências das BEs, os
relatórios reportam-se pela falta de menções precisas, no que diz respeito às funções
educativas, ao papel crucial e dinamizador que as mesmas já conferem em muitas

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das escolas do país, apesar de considerar que pautam-se pela positiva os relatórios
das escolas da Charneca da Caparica e da Escola Secundária/3 de Braga, por já terem
vivamente referenciadas como núcleos geradores de saberes, nos seus relatórios.
Mas ainda um longo caminho há a percorrer. Talvez os relatórios dos próximos anos
lectivos façam justiça ao trabalho realizado por estes centros de recursos e reflictam
na importância e no destaque da BE nas Escolas/Agrupamentos.

A formanda, Ana Paula Sião Martins

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