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Guia da Sessão: O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares: metodologias de

operacionalização (Conclusão)

Relatórios de 2008/09 – DREN – Avaliação Externas das Escolas

Relatórios escolhidos para análise:


• Agrupamento de Escolas do Sudeste do Concelho de Baião
• Agrupamento Vertical de Escolas de Cinfães
• Agrupamento de Escolas de Mesão Frio
• Agrupamento de Escolas de Augusto Gil – Porto

A escolha destes relatórios, baseou – se na experiência dos últimos três anos


em que estive colocada na Escola E,B 2,3 de Santa Marinha do Zêzere pertencente ao
Agrupamento de Escolas do Sudeste do Concelho de Baião, e também, porque a
escola onde estou presentemente colocada, ainda não foi objecto de avaliação
externa.
Os três primeiros agrupamentos pertencem a concelhos localizados no interior,
que terão, provavelmente, características semelhantes e o último pertence a um meio
diferente, que, pela sua natureza, apresentará outra visão.
As BE começam a ser uma referência no quotidiano das escolas. As suas
práticas estão a tornar-se um bem imprescindível para a obtenção do sucesso
educativo dos alunos, no entanto, há, ainda, alguma resistência por parte de alguns
intervenientes em todo o processo na actuação e na análise dos resultados, devido a
vários factores extrínsecos e/ou intrínsecos à BE.
Num apanhado geral, a maioria dos relatórios dá indicações de uma BE bem
apetrechada, mencionada na gestão dos recursos materiais e financeiros, deixando
passar a noção de uma BE frágil, pouco sustentada no processo educativo. No
entanto, todos nós temos conhecimento que há muitas acções apontadas nesses
relatórios que são realizadas em cooperação com a BE, mas falta-lhes suporte
identificativo e avaliativo das mesmas.
Há alguns relatórios, no entanto, que já mencionam a BE como parte
integrante de todo o processo, não aparecendo, apenas, como um suporte físico bem
apetrechado. Nestes, a BE é protagonista em algumas acções e identificada nos vários
campos de avaliação. Aponto o exemplo da Escola Álvaro Coutinho onde no ponto
2.4. Abrangência do currículo e valorização dos saberes e da aprendizagem refere que
“Também a Biblioteca Escolar constitui um espaço privilegiado para a valorização do

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conhecimento nas suas dimensões histórico, cultural e artística.” E no ponto 3.3.


Gestão dos recursos materiais e financeiros “(…) A Biblioteca Escolar desenvolve um
trabalho bem estruturado, em articulação com os departamentos curriculares e os
conselhos de docentes, e encontra-se apetrechada com equipamento audiovisual e
informático suficiente.” (AEE_2009_DRN/AEE_09_Ag_Alvaro_ Coutinho_Magriço, pp.
8,10). Além do apetrechamento, há uma alusão ao currículo e à cooperação entre os
vários departamentos.
É preciso, no entanto, esmiuçar alguns relatórios para ver referências à BE.
Nestes, o reforço da BE nas escolas avaliadas, ainda não está consolidado, de forma a
permitir uma cooperação mais efectiva entre os intervenientes do processo
ensino/aprendizagem, mas isso parece também verificar-se noutros contextos “A
análise dos resultados não é mobilizadora do esforço colectivo e articulado da
comunidade educativa. (AEE_09_Ag_Escolas_ Sudeste_ Concelho_ Baião p. 8).
Nota-se que não há um hábito de avaliar o impacto “Os professores
desdobram-se em actividades, como os clubes e os projectos, no entanto não existe
um planeamento intencional, nem uma prática de acompanhamento e avaliação do
impacto dessas iniciativas nos resultados obtidos pelos alunos.” (AEE_09_Ag_Escolas_
Sudeste_ Concelho_ Baião p. 8).

Relativamente aos relatórios analisados das escolas acima


mencionados, passo a indicar as referências à BE neles apontadas.

Agrupamento de Escolas do Sudeste de Baião (escola onde pertencia a equipa da BE):


Menciona a BE no ponto 3.3 Gestão dos recursos materiais e financeiros “A
biblioteca escolar/centro de recursos educativos foi objecto de obras de remodelação,
de modo a poder integrar a Rede Nacional de Bibliotecas Escolares, e, apesar de
ainda não ter sido inaugurada, tem já definido o seu programa de acção, orientado
para a prevenção do risco de insucesso e abandono escolares.” (p.9) e no ponto 4.3
Abertura à Inovação, “A abertura à inovação manifesta-se na adesão do Agrupamento
a projectos no âmbito nacional, nomeadamente ao Plano Nacional de Leitura”, Plano
de Acção de Matemática e Rede Nacional de Bibliotecas Escolares, (…)”.
A apontar ainda como ponto fraco “A pouca abrangência e participação do
processo de auto-avaliação) (p.13).

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Agrupamento de Escolas de Mesão Frio:


Apesar da avaliação ser considerada boa, as referências directas à BE são
poucas. Há, todavia, referências indirectas como “ “Hora do Conto”; “Conto Redondo”;
“Um livro, um brinquedo”.
Este Relatório menciona a BE no ponto 3.1 Concepção, Planeamento e
Desenvolvimento da Actividade “(…) dinamização da Biblioteca Escolar Projecto
Gulbenkian de Formação de Professores para o Desenvolvimento das Bibliotecas
Escolares – (Simplesmente Ler).
Há ainda referências indirectas à BE no ponto 4.1 Visão e estratégia “à
formação no âmbito da literacia, pesquisa, tratamento e produção de informação; o
desenvolvimento sócio - afectivo; (…) (p.11).

Agrupamento Vertical de Escolas de Cinfães:


Há referências negativas. No ponto 1.3 Comportamento e Disciplina “As
soluções negociadas passam por manter, sempre que possível, o aluno na sala de
aula ou encaminhá-lo para a biblioteca (…)” (p.7)
Outra referência apontada no ponto 3.2 gestão de Recursos Humanos “Há
tarefas que são rotativas para os Auxiliares de Acção Educativa e outras, pela sua
especialidade têm continuidade, nomeadamente na Biblioteca, (…)” (p.9) No ponto
3.3 Gestão dos Recursos Materiais e Financeiros refere que “A Biblioteca da Escola
sede integra a rede nacional, está bem equipada, sendo muito frequentada pelos
alunos.” (p.10)

Agrupamento de Escolas de Augusto Gil – Porto:


Faz referência no ponto 3. Organização e Gestão Escolar, “De realçar, no
entanto, a existência de uma biblioteca/centro de recursos bem equipada” (p.5).
Ao continuarmos a analisar o relatório, verificámos, por exemplo, no ponto 5.
Capacidade de auto-regulação e melhoria do agrupamento, a ausência de uma
avaliação sistemática e rotineira “A falta de uma auto-avaliação integrada e global
poderá estar a condicionar a capacidade do Agrupamento para uma identificação clara
dos seus pontos fortes e fracos das oportunidades e constrangimentos existentes no
meio envolvente.” (p.5/6). Continuámos a esmiuçar o referido relatório e deparámo-
nos com a mesma situação em relação aos recursos, já referida nos relatórios

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anteriores. No ponto 3.3 Gestão dos recursos materiais e financeiros, aponta para a
existência de uma biblioteca bem apetrechada e, neste caso, dão também referências
de que é muito frequentada. “De realçar a existência de uma biblioteca/centro de
recursos bem equipada e bastante frequentada, que faz parte do grupo fundador da
Rede de Bibliotecas Escolares do Porto.” (p.10).

Breve síntese

É no ponto 3.3 Gestão de recursos materiais e financeiros que a Biblioteca


Escolar é mais mencionada. Não existe, ainda, uma política de avaliação capaz de a
tornar um elemento constante do processo de regulação do sistema educativa. Aqui,
presumo, que podemos apontar para a falta de intervenção directa na BE de todos os
intervenientes no processo educativo. As diferenças apontadas entre as 4 escolas
analisadas são mínimas e nem mesmo a quarta que foi escolhida ao acaso, por se
encontrar geograficamente distante das outras, apresenta situações mais
consolidadas.
Felizmente, há já algumas mudanças que se vão fazendo sentir.

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