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O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares:

metodologias de operacionalização (Parte I)

• Domínio B. Leitura e Literacia

A escolha deste domínio foi motivada pela necessidade de desenvolver as


competências de leitura e literacia dos alunos da minha escola. Pelo que pude
observar até agora são alunos que revelam poucos hábitos de leitura e para os quais a
leitura não é uma prioridade.

• Indicadores

Indicador de Processo

B1. Trabalho da BE ao serviço da promoção da leitura na escola/ agrupamento

Indicador de Impacto/ Outcome

B3. Impacto do trabalho da BE nas atitudes e competências dos alunos, no


âmbito da leitura e literacia.

No que diz respeito ao indicador de processo a BE da minha escola disponibiliza uma


colecção variada e adequada aos gostos, interesses e necessidades dos seus
utilizadores. Sempre que possível os livros adquiridos são aqueles que constam das
listas entregues na BE, por professores alunos e auxiliares da acção educativa. A BE
também disponibiliza as novidades literárias e apoia as escolhas feitas pelos
utilizadores.
Relativamente aos cursos CEF e Cursos Profissionais existentes na escola estão
agora a ser adquiridos recursos para estes novos públicos.
No sentido de promover a leitura estão a ser desenvolvidas várias actividades que
ajudam os alunos a adquirir esta competência: a actividade “Pequeno-Almoço da
Leitura”, realizada todas as sextas-feiras no intervalo da manhã que envolve a
participação de toda a comunidade escolar. Cada elemento que participa nesta
actividade lê em voz alta um poema ou texto que mais lhe agrada e assim partilha-o
com os restantes. Esta actividade está a ser realizada apenas há três semanas, mas
tem tido participantes. Foi também criado o blogue da biblioteca, no qual são
colocadas semanalmente as actividades ali realizadas. Este blogue está a ser
realizado pela turma do 8ºA em Área de Projecto, na qual os alunos têm a ajuda do
professor de TIC. Foi também criado o Jornal Escolar Partilhar, que envolve toda a
comunidade escolar e que além de ser a imagem da escola, pretende que os alunos
desenvolvam as suas competências de escrita.
No dia das Bibliotecas Escolares, 26 de Outubro foi feita uma visita guiada de algumas
turmas à BE, para que os alunos pudessem ter contacto com os livros e com o espaço
da BE/CRE. Durante esta visita foi-lhes entregue o guia do utilizador da BE/CRE,
marcadores e alguns alunos leram os textos intitulados “Para mim a Biblioteca é…”,
realizados nas aulas de Língua Portuguesa.
Estão também previstas sessões de leitura e encontros com escritores no sentido de
incentivar o gosto pela leitura. Em Janeiro está prevista uma actividade em que vão
ser declamados poemas por um habitante da cidade do Sabugal. Esta actividade terá
lugar no auditório da escola e estão envolvidas três turmas, do ensino regular e dos
cursos profissionais.
Relativamente ao indicador de impacto, os alunos utilizam a BE para realizar trabalhos
escolares, para estudar e para realizarem pesquisas através de livros e dos suportes
informáticos que têm ao seu dispor. Participam também activamente nas diferentes
actividades associadas à promoção da leitura. Nem sempre utilizam correctamente os
meios de pesquisa que têm ao seu dispor, por isso é necessário investir nesta área.
Os alunos devem ser orientados pelos professores na realização de trabalhos de
pesquisa.
Em suma, podemos concluir que os nossos alunos têm poucos hábitos de leitura e
que requisitam poucos livros, no entanto, sempre que solicitados participam nas
actividades propostas no âmbito da promoção dos hábitos de leitura e literacia.
Um dos pontos fracos é que tantos alunos como professores envolvidos nas
actividades são sempre os mesmos. Outro factor que dificulta o trabalho é que a
equipa apenas ser constituída por dois professores, o professor bibliotecário e outro
professor que raramente participa nas actividades da BE.
Escola Secundária de Sabugal
Biblioteca escolar /Centro de Recursos Educativos D.Dinis

Plano de Avaliação

Problema/ Diagnóstico

Identificação do Objecto de Avaliação

O domínio escolhido para auto-avaliação este ano na BE da minha escola foi o


domínio B. Leitura e Literacia. A razão desta escolha prende-se com o facto de ter
percebido através da análise de dados estatísticos, que os alunos desta escola
revelam baixos níveis de leitura e que pouco requisitam livros para empréstimo
domiciliário. Esta análise foi feita com base nos dados recolhidos no ano anterior pelos
questionários realizados a alguns alunos da escola. Além de considerar este domínio o
mais relevante, a escolha também foi motivada por ter percebido que esta é uma área
de trabalho a necessitar de maior desenvolvimento.
Outro factor relevante para a decisão da escolha deste domínio foi o facto de já ter
sido avaliado no ano anterior, no processo de testagem do modelo. Pretende-se
assim, verificar possíveis evoluções e melhoria dos pontos fracos.
Para a decisão desta escolha foi também consultado o Órgão de Gestão que
concordou com a análise dos dados e que já participou na actividade “O Pequeno-
Almoço da Leitura”.
Os alunos necessitam que lhes proporcionem actividades de leitura e literacia para
desenvolverem estas competências. Já pude constatar através de algumas
actividades realizadas, que embora estes alunos não estejam muitos motivados para a
leitura, quando são convidados a participar nestas actividades fazem-no com algum
gosto e envolvimento. Claro que não são todos os alunos que se empenham nestas as
actividades, mas a pouco e pouco penso que vamos conseguir a participação de mais.
Tipo de Avaliação de medida a empreender

Este modelo de auto-avaliação que vai ser aplicado nas nossas bibliotecas escolares,
tem por base uma filosofia de avaliação baseada nos impactos e de natureza
essencialmente qualitativa.
A avaliação da Biblioteca Escolar deve ser uma parte essencial da avaliação interna
da escola e deve ser uma base para a avaliação externa. Desta forma, a avaliação da
BE deve entrosar-se o mais possível com o modelo de auto-avaliação utilizado pela
escola e com a avaliação externa da escola.
É cada vez mais importante que as bibliotecas escolares demonstrem o seu contributo
para a aprendizagem e o sucesso educativo das crianças e jovens que servem, por
isso é necessária uma avaliação do impacto que esta tem no sucesso dos nossos
alunos no processo de ensino/aprendizagem. É através da identificação dos pontos
fortes e dos pontos fracos e que conseguimos uma melhoria das nossas bibliotecas
escolares, com uma mudança do papel da Biblioteca Escolar que a coloca no centro
de aprendizagens e da construção do conhecimento.
A avaliação que tem sido feita até agora tem sido em termos de inputs (instalações,
equipamentos e colecções), processos (actividades e serviços) e outputs (visitas á
biblioteca, empréstimos, pesquisas bibliográficas, materiais produzidos, entre outros),
desenvolvendo formas de avaliação dos serviços de carácter quantitativo. Este novo
modelo de auto-avaliação pretende medir os impactos de uma forma qualitativa,
pretende conhecer o benefício para os utilizadores da sua interacção com a biblioteca
escolar.
Desta forma, sendo a biblioteca escolar um núcleo de trabalho e aprendizagem ao
serviço da escola, é importante avaliar de forma qualitativa o impacto que esta tem no
sucesso do processo ensino / aprendizagem dos nossos alunos. A avaliação não deve
ser encarada como uma imposição, mas como uma mais-valia para a melhoria da
escola.

Métodos e instrumentos a utilizar

Para a aplicação deste processo é necessária a definição dos instrumentos de recolha


e sua produção para além dos fornecidos pelo modelo de auto-avaliação.
Para a observação das actividades que estão e que vão ser realizadas no âmbito das
competências de leitura dos nossos alunos, vão ser aplicadas Grelhas de Observação,
para sabermos se os alunos demonstram interesse e motivação pela actividade, se
participam de forma activa e se compreendem aquilo que lhes é proposto. Estas
grelhas constituem um poderoso método de recolha de evidências que os outros
instrumentos não permitem obter.
Um outro instrumento será os questionários a aplicar aos professores e alunos da
escola.
A análise de planificações bem como de actas servirá também como instrumento de
avaliação.
Os dados estatísticos que o sistema de gestão bibliográfica e de rede permite, são
também instrumentos importantes neste processo de avaliação das bibliotecas
escolares.
Um outro instrumento passível de ser utilizado será a entrevista, que por ser mais
exigente de tempo é mais difícil de ser aplicada, mas vamos tentar entrevistar alguns
alunos para obtermos um feedback mais directo.
O informal feedback, penso que pode ser aplicado na minha escola, uma vez que, é
uma escola pequena. O contacto regular e informal entre docentes é uma prática
desta escola.

Intervenientes

Para que este processo seja possível ser implementado é necessário o envolvimento
de todos. Assim é necessário o envolvimento do Conselho Executivo, Professor
Bibliotecário, Equipa da Biblioteca Escolar, professores, alunos, encarregados de
educação e Conselho Pedagógico.
O modelo deve ser trabalhado pelo Professor Bibliotecário com o apoio da respectiva
equipa e do Conselho Executivo.
O envolvimento e mobilização dos utilizadores é estritamente necessário, uma vez
que, esta avaliação centra-se não apenas na própria biblioteca mas nos seus
utilizadores.

Calendarização

A aplicação do modelo faz-se numa base anual, em cada ano é escolhido um domínio
e no final dos quatro anos devem ter sido auto-avaliados os quatro domínios. Embora
seja desejável avaliar um domínio de cada vez e na sua totalidade, a sua avaliação
deve ser encarada de forma flexível, sempre que tal se justifique.
A avaliação deve ser entendida como uma actividade regular que faz parte do dia-a-
dia da biblioteca escolar, no entanto, é necessária uma calendarização para a
aplicação de alguns instrumentos de avaliação. A primeira avaliação deve ser uma
avaliação diagnóstica breve.
A tabela que se segue apresenta a calendarização prevista para a aplicação da auto-
avaliação do domínio B ao longo deste ano lectivo.

Aplicação

Questionários Fim do 2ºperíodo


Grelhas de Observação Ao longo do ano lectivo
Análise Documental Ao longo do ano lectivo
Dados Estatísticos 3º Período
Entrevista 2º e 3º Períodos
Informal Feedback Ao longo do ano lectivo

Planificação da Recolha e Tratamento de Dados


Análise e Comunicação da Informação

A recolha de dados feita através da utilização dos instrumentos deve ser realizada no
início do 3º período, para os dados poderem ser posteriormente analisados e tratados.
Após esta análise é necessário decidir em qual dos níveis de desempenho se situa a
biblioteca escolar no domínio ou subdomínio que escolhemos, de acordo com os perfis
de desempenho descritos na seguinte tabela.

Nível Descrição
4 A BE é bastante forte neste domínio. O trabalho desenvolvido é de grande
qualidade e com um impacto bastante positivo.
3 A BE desenvolve um trabalho de qualidade neste domínio mas ainda é
possível melhorar em alguns aspectos.
2 A BE começou a desenvolver trabalho neste domínio, sendo necessário
melhorar o seu desempenho para que o seu impacto seja mais efectivo.
1 A BE desenvolve pouco ou nenhum trabalho neste domínio, o seu impacto é
bastante reduzido, sendo necessário intervir com urgência.
Depois de registado no Quadro - Síntese (Secção A do relatório) o nível atingido é
necessário analisar que acções devem ser implementadas com vista à melhoria dos
pontos fracos identificados.
Por fim, os resultados devem ser registados no Relatório Anual da Biblioteca Escolar,
para poder ser utilizado internamente, na auto-avaliação da escola e como fonte de
informação para a avaliação externa. Apesar de termos escolhido o domínio B para
ser avaliado este ano lectivo, deve também ser feita referência aos outros domínios no
relatório anual da Biblioteca Escolar. Não é por ter sido avaliado o domínio B, que a
Biblioteca Escolar deixou de desenvolver outras actividades no âmbito dos domínios
A, C ou D. O Relatório proposto pela RBE encontra-se, por isso, estruturado em três
Secções: A, B e C. Secção A: Apresentação da avaliação do domínio B; Secção B:
Informação simplificada acerca do perfil de desempenho da BE nos restantes
domínios e Secção C: síntese dos resultados obtidos e das acções a implementar.
A apresentação, discussão e aprovação do relatório deve ser feita em Conselho
Pedagógico, bem como do plano de melhoria que vier a ser delineado.
A divulgação dos resultados a toda a comunidade escolar, através dos coordenadores
dos departamentos, é muito importante, pois permite a reflexão em conjunto e o apoio
de todos na melhoria dos pontos fracos.
Em suma, a aplicação do modelo de auto-avaliação permite identificar os pontos
fracos, priorizar necessidades, estabelecer alvos e informar o plano de actividades
seguinte, pode ajudar a encorajar uma melhor utilização da Biblioteca Escolar e ajudar
a tomar consciência da importância da Biblioteca Escolar no processo de ensino/
aprendizagem dos nossos alunos.

Carla Tavares

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