Comentário à análise critica do Modelo de auto avaliação da
Biblioteca Escolar realizada pelo António Santos
Parabéns António pela análise muito clara ao documento.
Relativamente ao primeiro ponto, o modelo enquanto instrumento pedagógico e de melhoria. Conceitos implicados, concordo, e reforço a ideia que este documento é um excelente guião de trabalho. Permito-nos, depois de reunidas as evidências, analisar de forma responsável e traçar um conjunto de acções promotoras de sucessos individuais e colectivos.
Sobre o segundo ponto, pertinência da existência de um
Modelo de Avaliação para as Bibliotecas Escolares, sublinho a tua opinião de que este poderá ser o instrumento necessário à mudança de algumas atitudes/mentalidades face à importância da Biblioteca nas nossas escolas.
Sobre o ponto três, Organização estrutural e funcional.
Adequação e constrangimentos, acho importante a esperança que depositas no sucesso do modelo justificando que este surge de modelos já testado e com sucesso noutros países. Tal como tu, penso que este modelo soma uma importante variedade de recolha de dados, que permitirão uma análise mais alargada e coerente da nossa realidade. Penso também, que envolve na sua implementação grandes constrangimentos “A ausência de hábitos de recolha sistemática de evidências, irá, numa primeira fase, dificultar o processo (….) ,(…) a sobrecarga de trabalho que se verifica actualmente nas escolas, dificulta imenso a tarefa de envolvimento de toda a comunidade escolar no processo de auto-avaliação da BE” (António Santos, 2009).
No domínio , Integração/Aplicação à realidade da escola,
considero também que é um documento aberto e que permite o ajuste a cada realidade de BE.
Por fim, e relativamente às Competências do professor
bibliotecário e estratégias implicadas na sua aplicação, penso, e também se verifica na tua análise, que o sucesso da implementação do modelo depende forçosamente do perfil do professor bibliotecário.
15 de Novembro A formanda Manuela Feiteira Comentário de Eugénia Dias
Comentário à análise de António Santos
A análise que fez ao Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares (BE) refere os pontos fundamentais do documento em apreço. - Entende a aplicação do modelo não só numa perspectiva de melhoria da qualidade do serviço prestado mas também como estratégia de recolha de evidências para a afirmação da BE. - Refere a mobilização de todas as estruturas da escola, não esquecer as parcerias para que a BE também seja reconhecida no meio em que a escola se insere. Em muitas situações existem elementos da comunidade educativa que podem ser uma mais- valia. - Refere o processo de auto-avaliação como formativo e regulador, na procura da melhoria do serviço prestado, de promoção da aprendizagem e no contributo para a escola ir ao encontro da sua missão e objectivos definidos. - Entende a relevância do MAABE na recolha de evidências que propicia um trabalho de reflexão/acção elevando assim o grau de eficiência e de eficácia dos serviços prestados e de satisfação dos utilizadores da BE. - Refere a necessidade da uma avaliação como ponto de referência do trabalho desenvolvido da BE, face à necessidade de também ela ser competitiva e produtiva adquirindo um valor estratégico importantíssimo de afirmação. - Refere a importância do modelo a aplicar ser o resultado de outros já aplicados e testados garantindo assim a adequação da estrutura do modelo e uma utilização flexível, com adaptação à realidade de cada escola e de cada BE. - Refere os domínios nos quais se estrutura (apoio ao desenvolvimento curricular; leitura e literacia; projectos, parcerias e actividades livres de abertura à comunidade; gestão da BE), como cruciais para o desenvolvimento e qualidade da BE. Como o modelo se organiza em quatro domínios, correspondentes às áreas nucleares do trabalho da BE, se em cada ano se escolher um destes domínios não será tão cansativa a aplicação do MAABE. O António é professor bibliotecário numa BE de uma Escola Secundária e eu, em três BE’s de 1º Ciclo. Que realidades diferentes pois nem equipa nem uma técnica operacional para assegurar os tempos em que não estou na BE. As BE’s do 1º Ciclo são da responsabilidade das autarquias que assumem responsabilidades a nível dos encargos com a criação ou renovação de espaços, cabendo à Biblioteca Pública Municipal o acompanhamento técnico do processo de aquisições, com vista ao apetrechamento da BE. O SABE - Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares – começa agora um trabalho colaborativo alargado a outros domínios, para além do meramente técnico. Hoje, mais do que um espaço, a BE assume-se como um conjunto de recursos organizados, como uma estrutura formativa de aprendizagem e de construção do conhecimento, assente em novas abordagens pedagógicas, baseadas na pesquisa e processamento da informação e no uso intensivo dos novos recursos e media digitais. A BE constitui uma estrutura transversal à escola e ao currículo, sendo cada vez mais frequente relacionar-se a existência de boas bibliotecas com a melhoria da aprendizagem e a qualidade da educação. A BE constitui uma estrutura privilegiada na escola para o desenvolvimento de competências, contribuindo para que os alunos não só acedam à informação, agora disponível local ou remotamente, mas sejam também capazes de, criticamente, transformar essa informação em conhecimento. Assegura ainda um importante papel na formação de leitores e na promoção de hábitos de leitura, ferramenta básica e comum ao domínio dos diferentes saberes culturais e científicos. Por tudo o que é esperado do professor bibliotecário ele terá de ser líder incontestado e apoiado por todos. A capacidade de relação e de liderança é decisiva na aplicação do modelo, na mobilização de toda a escola, parcerias e demais comunidade educativa. Estou de acordo quando diz que o professor bibliotecário terá de ser capaz de “planear/realizar uma boa campanha de marketing, que mobilize a escola para uma BE diferente, a BE do séc.XXI, é fundamental para lhe dar a projecção necessária para o desempenho, e aceitação da sua dinâmica” já que referiu no início da sua análise “o modelo actual de sociedade, assente na competitividade e na produtividade”. Para divulgarmos “o nosso produto” temos de planear/realizar uma boa campanha de marketing. Durante o percurso há planeamento estratégico, acção, observação, avaliação, reflexão crítica e autocrítica sobre os resultados dos pontos anteriores. Só assim as adequações, se necessárias, surgem rumo ao sucesso.
Eugénia Dias Comentário de Clara Barreto
Comentário à análise crítica ao Modelo de Auto-Avaliação das
Bibliotecas Escolares feita pelo colega António Santos
A razão pela qual decidi comentar a análise feita pelo colega
António Santos tem a ver com o grau de conhecimento que revela sobre estas matérias e, simultaneamente, com a capacidade de síntese que evidencia ao tratar as questões. O modelo enquanto instrumento pedagógico e de melhoria. Conceitos implicados A análise do colega começa por associar o MAABE ao desejo de afirmação da BE e a uma necessidade intrínseca de obter feed-back sobre a qualidade do serviço que presta. Partindo, seguidamente, da recolha e tratamento de evidências, faz-se a recensão dos pontos fortes e fracos, e parte-se para a acção continuando com as práticas que se revelaram ajustadas e corrigindo as contraproducentes. Refere - e muito bem – o compromisso que toda a escola deve assumir no sentido de participar neste trabalho, pois ela será a sua principal beneficiária. Quanto aos conceitos que subjazem a este modelo, refere, por exemplo, o de valor, introduzindo as noções de input e output: mais importante do que as condições oferecidas pela BE, é “o impacto qualitativo do seu trabalho junto dos utilizadores”; a recolha e o tratamento das evidências são igualmente referidas, mas o enfoque é colocado na passagem à acção, isto é, a revisão de políticas e práticas.
Pertinência da existência de um Modelo de Avaliação
para as Bibliotecas Escolares O colega António Santos justifica – e muito bem – a pertinência do MAABE aludindo ao contexto em que (sobre)vivemos: dado o grau de competitividade que caracteriza as sociedades actuais, a avaliação é tida como uma forma de melhorar a prestação. Por outro lado, é uma estratégia de afirmação da BE.
Organização estrutural e funcional. Adequação e
constrangimentos Concordo com o colega quando defende que o modelo apresenta alguma garantia em termos de adequação pelo facto de se estruturar em torno de domínios internacional e consensualmente definidos como “deveres” da BE: apoio ao desenvolvimento curricular; leitura e literacia; projectos, parcerias e actividades livres de abertura à comunidade; gestão e organização. Por outro lado, a divisão do MAABE em quatro domínios facilita o trabalho: seria catastrófico – impossível, até! - tratar todos os domínios em simultâneo! A flexibilidade do modelo e a possibilidade de o adaptar à realidade de cada escola representam igualmente uma vantagem. Tal como o António, receio a falta de disponibilidade da comunidade escolar em colaborar: o tempo escasseia e exige-se cada vez mais dos professores.
Integração/aplicação à realidade da escola
Concordo inteiramente com o colega quando defende que a flexibilidade do modelo – respeitando a sua estrutura, claro! – agiliza todo o processo. Por outro lado, a avaliação da BE não surge descontextualizada; antes pelo contrário, encaixa numa perspectiva mais ampla: a da avaliação da própria escola.
Competências do professor bibliotecário e estratégias
implicadas na sua aplicação Tal como refere o colega António Santos, compete ao professor bibliotecário liderar todo o processo de auto-avaliação da BE, destacando as vantagens que daí advêm para a escola. Neste âmbito, nas campanhas de marketing referidas pelo meu colega poderiam, a título de exemplo, incluir-se acções de sensibilização sobre a importância de processo.