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http://jn.sapo.pt/2008/04/10/economia_e_trabalho/nivel_vida_portugueses_longe_europeu.html
Nível de vida dos portugueses
longe do europeu por mais um
ano

Alexandra Figueira

Ainda não será este ano que Portugal se aproximará


do nível de vida dos países da Zona Euro, se a
previsão de crescimento económico do Fundo
Monetário Internacional (FMI) se concretizar. O FMI
reviu ontem em baixa a estimativa para o país,
admitindo que voltará a crescer menos do que os
restantes países da moeda única, no que o ministro
das Finanças, Teixeira dos Santos, apelidou de
previsões "demasiado pessimistas" e contrariadas
pela "robustez" dos principais indicadores
económicos. Em 2009, e depois de sete anos de
afastamento, Portugal voltará a convergir com a
Europa, mas só porque esta terá um desempenho
fraco.

A previsão do FMI foi mais pessimista do que a do


Banco de Portugal, conhecida anteontem. Vítor
Constâncio também reviu em baixa as anteriores
estimativas, mas manteve a economia a crescer
acima da Zona Euro.

Em sintonia com a desaceleração da riqueza, também


o desemprego continuará alto. Diz o Fundo que 7,6%
da população activa não terá trabalho, este ano, valor
que descerá para 7,4% em 2009. Também a
estimativa de inflação piora, à semelhança do que
sucede nas restantes economias desenvolvidas,
devido ao alto preço do petróleo, metais e alimentos.

À medida que os meses passam, instituições como o


FMI dão conta de impactos sucessivamente maiores
do que o antecipado da crise do mercado imobiliário
de alto risco dos EUA. Agora, diz o relatório de
Primavera, "a economia mundial entrou num território
novo e precário". Em tom bem mais pessimista do que
o adoptado na última previsão, o economista chefe do
Fundo, Simon Johnson, deu como certa uma
"recessão moderada" nos EUA, muito por causa do
facto de os mercados financeiros estarem "longe de
estabilizar".

As ondas de choque da recessão americana


estendem-se a todo o Mundo. Este ano, a economia
mundial deverá crescer 3,7%, abaixo dos 4,9%
registados em 2007 e menos do que a anterior
estimativa do Fundo, de 4,1%. O impacto na Zona
Euro também será apreciável, com a previsão a cair
mais de um ponto percentual, para apenas 1,4%.

BCE pode baixar juros

O FMI reconhece que a inflação europeia está


demasiado alta, mas defende que a possível redução
para 2% em 2009 permite ao Banco Central Europeu
para baixar os juros. Assim ajudaria a sustentar a
economia e reduziria o risco de a banca apertar ainda
mais a concessão de crédito.

O risco é real porque os bancos receiam que os


clientes não consigam pagar as prestações e eles
próprios têm dificuldade em financiar-se junto de

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outros bancos. O problema vai manter-se enquanto a


banca não admitir a real extensão das perdas sofridas
com a compra de produtos financeiros estruturados
em cima do "subprime" americano, diz o FMI.

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