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PIRACICABA - SP
JUNHO/ 2011
ALINE GRELLA DE CAMPOS
MARIA MARTINS DA SILVA
MARLENE APARECIDA DA SILVA
PIRACICABA - SP
JUNHO/ 2011
ii
PIRACICABA-SP
17 /JUNHO/ 2011
iii
Nizan Guanaes
iv
AGRADECIMENTOS
Banca examinadora
Profª. Drª. Eliana Mª G. Rodrigues de Siqueira (Orientadora)
Faculdade de Tecnologia de Piracicaba (FATEC)
RESUMO
ABSTRACT
Recently there is great interest in using lignocellulosic materials for production of clean fuels and
renewable, in Brazil for being the second largest producer of cane sugar is the main
lignocellulosic bagasse coming from the process of extracting the broth of cane sugar waste
produced in large amounts by plants that produce sugar and alcohol. The crushed cane sugar, as
well as other plant wastes has cell walls composed of cellulose, hemicellulose and lignin in
combination are called lignocellulosic that contains stored energy that are often discarded or
burned to generate steam. For better utilization of energy contained largely in the cellulose is
necessary to deconstruct its structure, so the production of ethanol from cellulosic biomass
requires pretreatment to remove the lignin and cellulose breakdown by acid hydrolysis or
enzymatic. In order to evaluate which processes pre-treatment has greater influence on the yield
of hydrolyzed after hydrolysis the purpose of this study was to use bagasse-cane pre-treated with
acid, water and lignocellulolytic fungi: Phanerochaete chrysosporium, Trichoderma reesei Rut-
30, 3844 Trichoderma harzianum, Aspergillus niger IZ-9 and Agaricus bisporus (G4), capable of
hydrolyzing bagasse potentially fermentable sugars by yeasts and analyze industrial ethanol
obtained. Performing experiments on laboratory scale the best results observed in the residue
levels were pre-treated with H2SO4 (2%), AR with 13.75mg/mL, determined by the DNS method
by hydrolysis and total waste of chromatographic analysis performed hydrolyzate and observe the
release of 1.18% and 91.38% of its potential for glucose and xylose, respectively, this resulted in
lower production of ethanol, due to the presence of toxic waste to the yeasts, such as furfur. In the
control treatment fungi were 3.0 g/L of reducing sugars released. The fungus P. chrysosporium
developed very well when incubated in the bagasse treatment control (CT) and acidic (TA). In
treating bagasse pretreated with acid fungi P.chrysosporium and T. reesei Rut-30 benefited from
releasing approximately 35g carbohydrate AR/ L at baseline, but subsequently decrease in the
concentration of RA, because the growth of fungi that consumed most of the sugars.
LISTA DE FIGURAS
RESUMO ...................................................................................................................... v
ABSTRACT .................................................................................................................. vi
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................... vii
LISTA DE GRÁFICOS E TABELAS .......................................................................... viii
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 11
2. OBJETIVO ................................................................................................................... 12
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA..................................................................................... 13
3.1. Bagaço de cana-de-açúcar no Brasil ................................................................. 13
3.2. Bagaço de cana-de-açúcar como matéria-prima para produção de etanol ........ 14
3.3. Parede celular da cana-de-açúcar ..................................................................... 16
3.4. Hidrólise de material lignocelulósico............................................................... 18
3.5. .Hidrólise ácida................................................................................................. 19
3.6. Hidrólise enzimática......................................................................................... 21
3.7. Fungos lignocelulósicos.................................................................................... 23
3.8. . Fermentação do hidrolisado para obtenção do bioetanol............................... 24
4. MATERIAIS E MÉTODOS..................................................................................... 26
4.1 Bagaço de cana-de-açúcar ................................................................................. 26
4.2 Microrganismos ................................................................................................. 26
4.3 Hidrólise do bagaço de cana-de-açúcar .......................................................... 26
4.4 Fermentação do hidrolisado ............................................................................... 27
4.5 Análises físico-químicas e microbiológicas ...................................................... 28
4.6 Análise dos Açúcares por HPAEC-PAC ........................................................... 29
4.7 Concentração de açucares redutores totais (ART) ............................................. 29
4.8 Biomassa ............................................................................................................ 30
4.9 Viabilidade das células de levedura ................................................................... 30
4.10 Umidade de bagaço ........................................................................................ 31
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................. 32
1. INTRODUÇÃO
2. OBJETIVO
O presente trabalho visa testar a obtenção do etanol via hidrólise ácida e via fungos
lignocelulolíticos: Phanerochaete chrysosporium, Trichoderma reesei Rut-30 e Trichoderma
harzianum 3844, Aspergillus niger IZ-9, Agaricus bisporus (G4).
13
3.REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
uma hidrólise, quebrando as ligações nos polímeros e liberando os monômeros (glicose, xilose,
etc).
O processo de hidrólise pode causar degradação dos açúcares formados originando
compostos tóxicos ao metabolismo microbiano, como furfural, hidroximetilfurfural e compostos
fenólicos (CANETTIERE, 2004). A hidrólise alcalina proporciona baixos rendimentos na
liberação de açúcares e gera um maior volume de efluentes quando comparada com outros
processos.
A hidrólise pode ser feita com catálise ácida ou enzimática; em alguns processos a
hidrólise (sacarificação) e a fermentação são feitas simultaneamente (“Simultaneous Scarification
Fermentation”) (MACEDO e NOGUEIRA, 2005).
conectados por um átomo de oxigênio que faz ponte entre dois átomos de carbono, sendo difícil à
quebra dessa cadeia.
Segundo Buckeridge e colaboradores (2000), no caso da parede celular de cana, os
glucuronoarabinoxilanos possuem ramificações de ácido glucurônico e arabinose cujas ligações
são do tipo α, e estas são as primeiras a serem quebradas. Posteriormente, são quebradas as
ligações β (como as β-1,4 dos xilanos). A celulose, por sua vez, é a última a ser hidrolisada
devido à sua forte interação intermolecular, à completa ausência de água na estrutura da
microfibrila e também ao fato das fibrilas estarem cobertas pelas hemiceluloses. O problema em
um processo de hidrólise de polissacarídeos contendo ligações α e β é que o tempo necessário
para hidrólise é diferente, os monossacarídeos liberados antes tendem a se degradar. Este
processo é chamado de caramelização. Se a degradação é muito intensa ocorre formação de
furfurais, compostos tóxicos para as leveduras na etapa de fermentação. Assim, ao hidrolisar uma
mistura de celulose e hemiceluloses, a desconexão temporal das quebras das ligações glicosídicas
de cada tipo de polissacarídeo torna-se um entrave para a produção de monossacarídeos
fermentáveis. Nos processos industriais, a hidrólise ácida tem sido realizada com ácido sulfúrico
(H2SO4).
Segundo Martín e colaboradores (2007) a explosão a vapor pode ser realizada utilizando
diferentes temperaturas e tempos. Observa-se que quanto maior o tempo e temperatura aplicados
ao bagaço maior o rendimento em açúcares redutores, no entanto, maior será também a formação
de compostos como furfural e 5-hidroximetilfurfural (HMF) que são inibidores da fermentação.
A hidrólise ácida, por outro lado, pode produzir subprodutos tóxicos à fermentação, o qual reduz
a eficiência do processo fermentativo. Ao contrário deste, a hidrólise enzimática utiliza as
enzimas xilanases, que “limpam” a fibra, e permitem que as celulases atuem diretamente na
celulose; tornando o processo mais eficiente.
A Figura 3 mostra o processo de forma simples. Os ácidos mais indicados para o processo
de hidrólise em laboratório são ácido sulfúrico, ácido clorídrico e o ácido trifluoroacético. Cada
um deles apresenta resultados diferentes, enquanto ácido sulfúrico e clorídrico discriminam
pouco as ligações glicosídicas de diferentes tipos, atacando celulose e hemicelulose de forma
similar, o ácido trifluoroacético quebra preferencialmente as ligações mais fracas, que são as
ligações do tipo alfa (α) presente nas ramificações das hemiceluloses.
O processo via ácido concentrado emprega o ácido sulfúrico como agente de pré-
tratamento desfazendo a estrutura cristalina da celulose. Os carboidratos solubilizados são
finalmente hidrolisados com ácido diluído e com isso a estrutura da celulose passa para o estado
amorfo, possibilitando sua transformação completa e rápida em açúcares redutores,
(RODRIGUES e CAMARGO, 2008).
A hidrólise ácida, com ácido concentrado ou diluído ocorre em dois estágios para
aproveitar as diferenças entre a hemicelulose e celulose. O primeiro envolve a hidrólise da
hemicelulose, conduzida nas condições do pré-tratamento, em temperaturas altas, otimizando a
hidrólise da fração celulósica.
21
O processo com ácido diluído utiliza altas temperaturas e pressões, com tempos de reação
de segundos a alguns minutos, o que facilita o uso de processos contínuos, o processo de ácidos
mais concentrado é conduzido em condições mais brandas e com a reação num longo tempo
(BNDES, 2008).
O ácido utilizado para a conversão da celulose em açúcar tem na etapa de hidrólise um
processo crítico, pois o tipo de ácido e sua concentração têm um significado muito importante no
custo da usina. Os processos que utilizam ácido clorídrico e sulfúrico concentrado podem atacar
os equipamentos da usina corroendo-os, então, estes devem ser resistente ao ácido, o que tende a
elevar o custo.
Outra dificuldade advém da necessidade de neutralização da solução contendo os açúcares
para que se possa proceder à fermentação. Em geral, para a neutralização, utiliza-se hidróxido de
cálcio (cal hidratada). No entanto, ao se proceder desse modo, o ácido sulfúrico é convertido em
sulfato de cálcio e não pode ser reaproveitado. Esse é o principal fator que contribui para o alto
custo da técnica.
Para se obterem níveis aceitáveis de comercialização (US$ 0,36/kg) será necessária a
redução dos custos associados principalmente ao consumo e reutilização do ácido e ainda a
melhora na produtividade e eficiência na conversão da biomassa (GOLDENBERG, 2007).
Segundo Rodrigues (2008), os furfurais que se formam naturalmente durante a hidrólise
ácida, poderiam ser aproveitados como matéria-prima na produção de solventes e resinas para
fabricação de fibra de vidro e outros materiais plásticos. Sua comercialização pelas usinas
poderia se tornar rentável e contribuir para reduzir o custo do etanol celulósico.
Furfural é exclusivamente produzido a partir de material lignocelulósico por desidratação
com ácido sulfúrico ou clorídrico das pentoses (principalmente a xilose) que está presente em
quantidades significativas na hemicelulose (RODRIGUES, 2007).
O hidrolisado sofre a ação das leveduras, com a transformação dos açúcares em etanol,
CO2 e outros sub-produtos em menores quantidades; duas opções básicas de processo são
consideradas para a fermentação do hidrolisado da celulose contida no material lignocelulósico; a
primeira alternativa considera a fermentação realizada após o término da etapa de hidrólise,
permitindo que o processo de produção de álcool a partir do material lignocelulósico seja
acoplado completamente à planta convencional, com o hidrolisado sendo misturado ao caldo de
cana alimentado à dorna de fermentação; a segunda alternativa para a conversão de celulose a
etanol é a realização do processo de sacarificação e fermentação de forma simultânea (SSF), num
único reator, levando teoricamente, a maiores velocidades, maiores rendimentos e mais elevadas
concentrações de produto, principalmente devido à redução do efeito de inibidores no processo,
com a desvantagem de se trabalhar com um controle rígido de temperatura, pH, entre outros
fatores durante as operações de hidrólise e fermentação (APTA, 2011).
O hidrolisado da hemicelulose contida no material lignocelulósico, rico em pentoses,
também pode ser convertido a etanol empregando microrganismos capazes de realizar esta
transformação, ou manipulados geneticamente para esta finalidade (APTA, 2011). Ele passa por
um processo de sacarificação por meio de enzimas e é fermentado pela levedura Sacharomyces
cerevisiae. Na etapa final, ambos os líquidos provenientes das diferentes fermentações são
destilados. O produto desta destilação é o etanol, que possui as mesmas características daquele
fabricado a partir da cana em processo industrial (BIODIESELBR, 2010).
A Petrobras ainda estuda enzimas mais eficazes para este processo de fabricação, testando
enzimas disponíveis no mercado e pesquisando novos preparados enzimáticos (BIODIESELBR,
2010). Para Baudel (2007) o grande desafio da produção economicamente viável de bioetanol a
partir de uma biomassa lignocelulósica consiste em determinar a melhor opção de disponibilizar a
glicose a partir da hidrólise da celulose em termos de custo global, rendimento glicosídico e
fermentabilidade do hidrolisado.
26
4. MATERIAIS E MÉTODOS
4.2 Microrganismos
Tratamento controle (TC): Cinco gramas de bagaço de cana peneirado e umedecido com
25 mL H2O foram autoclavados a 121ºC, 1 atm por 20 min. Após resfriamento à temperatura
ambiente, foi adicionado 25 mL de H2O em cada frasco e realizada a filtração em papel de filtro,
para a remoção dos compostos hidrolisados. A concentração de açúcares redutores (AR) e o pH
foram determinados.
Tratamento ácido (TA). Cinco gramas de bagaço de cana peneirado foram submetidos à
pré-tratamento ácido, utilizando 25 mL de ácido sulfúrico (H2SO4 2%, v/v) e autoclavados a
121ºC, 1 atm por 20 min. Após o resfriamento o material foi neutralizado com adição de 8 mL de
solução aquosa de hidróxido de sódio (NaOH, 2N, M= 40g). Para a remoção dos compostos
27
início e final da fermentação, enquanto a concentração células de levedura foi obtida apenas no
vinho (final da fermentação).
O terceiro ensaio de fermentação foi realizado transferindo 80 mL de mosto resfriado para
Erlenmeyer (250 mL) e adicionando 1,6 g de fermento, S. cerevisiae Y-904. As amostras, em
triplicata, foram incubadas a 32ºC em estufa por 24 horas. Os erlenmeyers foram pesados no
início e no final do experimento. Análises de ART e AR foram realizados no início e final da
fermentação, enquanto a concentração células de levedura foi obtida apenas no vinho (final da
fermentação). A viabilidade celular foi acompanhada durante o período.
A concentração de açúcares redutores totais (ART) foi obtida após inversão ácida da
sacarose. Para isto, 5 mL da amostra foi transferida para balão volumétrico de 100 mL,
adicionando-se 25 mL de ácido clorídrico HCl 1,3N. Após 30 minutos em banho a 60-65 ºC, os
balões foram resfriados em água corrente, até atingir a temperatura ambiente. As amostras foram
30
neutralizadas com solução de NaOH 4N, utilizando como indicador papel Tornassol. Depois de
completar o volume do balão com água destilada e homogeneização do mesmo, as amostras
foram convenientemente diluídas de modo a situar a concentração de redutores totais no intervalo
linear da curva padrão do método adotado.
A curva padrão foi obtida toda vez que o regente de DNS foi preparado, uma das curvas
utilizadas está apresentada no Gráfico 1.
4.8 Biomassa
A biomassa foi determinada por turbidimetria pela relação da absorbância da massa seca
de levedura presente em solução, em 610 nm. Para medir a concentração de células, uma alíquota
do mosto inoculado foi diluída e efetuada a leitura de absorbância a 610 nm. A curva padrão foi
obtida correlacionando uma concentração conhecida de células e a absorbância a 610nm.
A viabilidade das células de levedura foi determinada através da coloração diferencial das
células pela solução de azul de metileno (10µL de caldo fermentado e 90 µL de solução de azul
31
de metileno). A contagem das células foi realizada por microscopia ótica utilizando câmara de
Neubauer espelhada em microscópio OLYMPUS, modelo BH, em aumento de 400x, de acordo
com a metodologia descrita por Oliveira et al. (1996). Foram consideradas células viáveis aquelas
que se apresentavam incolores, enquanto que as não viáveis apresentavam cor azulada.
Os resultados foram expressos em porcentagem, sendo que a viabilidade representa a
relação entre células viáveis e o total de células de levedura, seguindo a relação:
Para a análise de umidade o bagaço de cana-de-açúcar foi umedecido com água destilada,
na proporção 1:5, foi autoclavado a 121ºC e 1 atm por 20 minutos. Após resfriamento do
material, uma amostra foi transferida para os cestos da estufa Spencer e submetido a aquecimento
a 105ºC por 60 min. Após resfriamento os cestos foram pesados novamente até peso constante.
As análises foram realizadas em duplicata, para os tempos iniciais, 5 e 10 dias. A diferença de
peso foi transformada em umidade pela fórmula:
U = (Pi – Pf) x 2
32
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
20
18
16
14
[AR] (mg/mL)
12
10
0
H2O H2SO4
2,0
A
1,5
1,0
0,5
0,0
Açúcar redutor (g/L)
2,0 B
1,5
1,0
0,5
0,0
2,0 C
1,5
1,0
0,5
0,0
0 5 10
tempo de incubação (dias)
FIGURA 6. Açucares redutores liberado após cultivo dos fungos (A); T. reseei Rut 30 (B); T.
harzianum 3844 e C) P. chrysosporium cultivados em bagaço de cana pré-tratado com H2O ( ) ou
H2SO4 0,5% ().
da fonte acima mostra uma quantidade favorável para hidrolisar e obter o etanol da biomassa,
mas este fungo P. chrysosporium ajuda a degradar a lignina favorecendo um meio adequado para
conseguir a celulose.
13,75
12,13
5
10,50
8,875
7,250
4
5,625
4,000
pH
3 2,375
0,7500
0,0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0
[H2SO4] (%)
FIGURA 7. Açúcares redutores liberados durante pré-tratamento do bagaço de cana pelo método DNS.
xilose/L como apresentado na Figura 8. Estes resultados mostram ainda que as perdas de glicose
durante o pré-tratamento ácido são muito pequenas.
12
Xilose
Glicose
10
0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0
[H2SO4] (%)
70
60
40 Glicose
Xilose
30
20
10
0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0
[H2SO4] (%)
FIGURA 9. Concentração de açúcares, obtido por HPAEC-PAC, do bagaço de cana submetido à hidrólise
total.
A hidrólise total da amostra controle (sem pré-tratamento), obtidos por HPAEC-PAC,
apresentou 52,30 mg de glicose/g e 26,71 mg de xilose/g. A amostra com melhor desempenho,
comparada ao tratamento controle, foi de pré-tratamento com H2SO4 2%, com 68,90 mg de
glicose/g e 10,31mg de xilose/g. No entanto, a hidrólise parcial, com concentrações de ácido
variando de 0 – 2 % liberou uma quantidade muito pequena de glicose comparado ao potencial
que o bagaço possuía. Houve maior variação na liberação de xilose comparada à glicose liberada.
O pré-tratamento com H2SO4 2% liberou 91,38% de xilose e apenas 1,18% de glicose.
O resultado da análise dos hidrolisados totais e parciais está apresentado na Tabela 1.
Houve uma liberação de açúcar tanto parcial como total, comparado com outras fontes, deu para
verificar que os dados obtidos de 2% conseguiu uma pequena quantidade de glicose e um
aumento de xilose, o que impactou com os valores obtidos acima, onde se pretende obter uma
hidrolise total da matéria seca.
[GLICOSE] [XILOSE]
[H2SO4] (%) Hid. Tot .(mg/g) Hid. Parc. (g/L) Hid. Tot .(mg/g) Hid. Parc. (g/L)
0 52,30 0,002 26,71 0,001
0,1 54,36 0,082 25,17 0,047
0,26 58,16 0,092 18,78 1,477
0,65 64,54 0,197 12,95 6,789
1,04 67,28 0,452 11,97 7,619
1,2 67,69 0,478 9,32 8,271
2 68,90 0,818 10,31 9,421
37
Em estudos usando bagaço pré-tratado com H2SO4 (0,26% a 1,2%) e hidrolisado por
Trichoderma reesei, Machado (2009) obteve concentrações de glicose e xilose variando de
0,0332 – 0,5297g/L e 0,4174 – 9,4259 g/L, respectivamente.
Viégas et al. (2009) obteve 13,97 mg de AR/mL de hidrolisado obtido do bagaço pré-
tratado com ácido a 5%. Uma concentração de ácido alta, como 5%, associada a um tempo longo
pode ter degradado não só a hemicelulose e a lignina, mas também os açúcares resultantes da
degradação desses polímeros.
O bagaço de cana, tratado como controle (TC), foi analisado após 0, 5 e 10 dias de
incubação a 30ºC em incubadora BOD, para verificar se tinha perda de umidade durante o
processo. As análises apresentaram valores de 21,0; 19,8 e 18,6% respectivamente, indicando não
haver diferença de umidade entre as amostras incubadas a 30ºC.
16
14 5
12
4
10
AR (g/L)
3
pH
8
6
2
1
2
0 0
TC TA TC TA
FIGURA 10. Açúcares redutores liberados e valores de pH após pré-tratamento do bagaço de cana
12 pH AR 12
10 10
AR liberado (g/L)
8 8
pH
2 2
0 0
TBC G4 Asp
Figura 11. Açúcares redutores liberados e valores de pH após cultivo do bagaço de cana pré-tratado por
Aspergillus niger IZ-9 (Asp) e Agaricus bisporus (G4) a 28°C.
35
30
25
15
TC1 TC2
10 TA1 TA2
0
7
4
pH
1 TC1 TA1
TC2 TA2
0
0 5 10 15
tempo de incubação (dias)
FIGURA 12. Açúcares redutores liberados e valores de pH após cultivo simultâneo do bagaço de cana,
pré-tratado com ácido, por fungo P. chrysosporium e T. reesei Rut-30.
O pré-tratamento do bagaço por hidrólise com ácido (H2SO4 2%) é um método rápido e
simples, entretanto o processo pode gerar além dos açúcares redutores, outros subprodutos como
furfural, 5-hidroximetilfurfural e ácido acético. Esses compostos são formados a partir da
desidratação da pentose como a xilose e de hexoses como a glicose (BARBOSA et al., 2005).
Com isso são gerados dois tipos de açucares: pentoses e hexoses.
A presença de compostos como o furfural pode interferir negativamente na fermentação
do hidrolisado. Isto pode estar ocorrendo nos ensaios realizados com o hidrolisado concentrado,
pois durante concentração de 5 para 14,8ºBrix, provavelmente ocorreu concentração destes
compostos interferentes
42
6. CONCLUSÃO
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARBOSA, C.R., CANDIDO, E.J. E SILVA, J.B.A. Caracterização dos compostos inibidores do
hidrolisado hemicelulósico de palha de cevada utilizado para produção biotecnológico de xilitol.
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Disponível em: colegioiara.com.br/.../TCC%20James%20Amaral%20Camargo-TAA.doc.
Acesso em: 21/04/2011.