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2.3.

REGRAS DE DERIVAÇÃO 71

Calcule os limites abaixo:


sen(x) x2 + 3x − 5000
14. lim 20. lim
x→0 x − 8 x→+∞ 4x2 − 3
x−7
15. lim 2 x2 + 8x3
x→7 x − 49 21. lim
x→+∞ x3 + 20
x2 − 1
16. lim 4x2 + 15000
x→1 x − 1
22. lim
5x x→+∞ x3 − 1
17. lim
x→3 x − 3
x5
−7x 23. lim
x→+∞ 400x2 + 3x4 + 700
18. lim
x→3 (x − 3)2

x2 − 2x + 2
19. lim x3 − x4 ) 24. lim
x→+∞ x→+∞ x+1

25. Determine as equações das assı́ntotas verticais e horizontais do gráfico da


3x2
função f (x) = 2 e faça um esboço do gráfico de f .
x −4
26. Considere a função f (x) = (x + 2)2 − 4 e responda as questões abaixo:

(a) Qual o domı́nio e a imagem de f ?


(b) Esboce o gráfico de f .
(c) Em quais pontos f é contı́nua?
(d) Calcule f ′ (x) .
(e) Encontre a equação da reta tangente ao gráfico de f no ponto (1,5).
(f) Existe uma outra reta que seja tangente ao gráfico de f e que seja per-
pendicular a reta do item anterior ? Caso exista dê sua equação e o seu
ponto de tangência.

2.3.13 Derivadas de Ordem Superior


O que acontece se derivarmos a função derivada?

A função derivada f ′ (x) fornece informações valiosas sobre a função f (x), sendo
assim sabendo mais sobre a função f ′ (x) saberemos mais tambem sobre a função
f (x). A derivada f ′ (x) da função f (x) é chamada de derivada primeira de f (x), A
derivada f ′′ (x) da função f ′ (x) é chamada de derivada de segunda de f (x) e assim
por diante.

Se f (x) descreve o movimento retilı́neo de um objeto a derivada primeira f ′ (x),


fornece a taxa de variação instantânea de f (x) (velocidade instantânea do objeto), a
72 CAPÍTULO 2. DERIVADAS

derivada segunda f ′′ (x) fornece a taxa de variação instantânea de f ′ (x) (aceleração


instantânea do objeto)

A Ordem da derivada é a quantidade de vezes que a função original foi derivada.


Se derivarmos uma função 3 vezes a função resultante será uma derivada de terceira
ordem.

Vejamos os sı́mbolos para as derivadas de ordens superiores


y, y , y ′′ , y ′′′ , y (4) , ..., y (27) , ...

f (x), f ′ (x), f ′′ (x), f ′′′ (x), f IV (x), f V (x), ...


dy d2 y d3 y dn y
y, dx , dx2 , dx3 , ..., dx n , ...

Exemplo 2.21. Encontre a derivada de ordem 5 de cada função abaixo:


a) f (x) = sen(x)
b) g(x) = x2 − 2x4 + x5
c) h(x) = e2x

Solução:
(a) f (x) = sen(x)
f ′ (x) = cos(x)
f ′′ (x) = −sen(x)
f ′′′ (x) = −cos(x)
f IV (x) = sen(x)
f V (x) = cos(x)

(b) g(x) = x2 − 2x4 + x5


g (x) = 2x − 8x3 + 5x4

g ′′ (x) = 2 − 24x2 + 20x3


g ′′′ (x) = −48x + 60x2
g IV (x) = −48 + 120x
g V (x) = 120

(c) h(x) = e2x


h′ (x) = 2e2x
h′′ (x) = 4e2x
h′′′ (x) = 8e2x
hIV (x) = 16e2x
hV (x) = 32e2x
Capı́tulo 3

Aplicação de Derivadas

3.1 Máximos e Mı́nimos


Uma das aplicações mais usadas do Cálculo Diferencial é a otimização de pro-
cessos. Para isso, observa-se pontos de máximo e mı́nimo da função que descreve o
processo.
Teorema 3.1. Seja f uma função contı́nua em um intervalo fechado [a, b] e dife-
renciável no intervalo aberto (a, b).
(i) Se f ′ (x) > 0 para todo x em (a, b), então f é crescente em [a, b].
(ii) Se f ′ (x) < 0 para todo x em (a, b), então f é decrescente em [a, b].
(iii) Se f ′ (x) = 0 para todo x em (a, b), então f é constante em [a, b].

Obseve os gráficos abaixo:

No primeiro gráfico a função é crescente em [a1 , b1 ] e a sua reta tangente pos-


sui inclinação positiva em todo o intervalo (a1 , b1 ). No segundo gráfico a função
é decrescente em [a2 , b2 ] e sua reta tangente possui inclinação negativa em todo o
intervalo (a2 , b2 ). No terceiro gráfico a função possui duas partes crescentes, nos
intervalos [a, b] e [c, d], e uma parte decrescente, no intervalo[b, c], as inclinações das
retas tangentes nesses intervalos possuem o mesmo comportamento nos respectivos
intervalos abertos.

Exemplo 3.1. Encontre os intervalos onde a função f (x) = 4x2 − 32x + 5 é cres-
cente ou decrescente.

73
74 CAPÍTULO 3. APLICAÇÃO DE DERIVADAS

A função f é polinomial, logo contı́nua e diferenciável em todo R, como a


derivada f ′ (x) = 8x − 32 de f é positiva para x > 4 e negativa para x < 4, podemos
concluir:
f é crescente em [4, ∞) pois f ′ (x) > 0 para todo x em (4, +∞).
f é decrescente em (−∞, 4] pois f ′ (x) < 0 para todo x em (−∞, 4)

Definição 3.1. Uma função f tem máximo absoluto em um número c de seu


domı́nio se f (c) ≥ f (x) para todo x no domı́nio de f . f (c) é dito valor máximo
de f . Analogamente, a função f tem mı́nimo absoluto em um número c de seu
domı́nio se f (c) ≤ f (x) para todo x no domı́nio de f . f (c) é dito valor mı́nimo
de f .
Definição 3.2. Uma função f tem máximo local em um número c de seu domı́nio
se f (c) ≥ f (x) para todo x em algum intervalo aberto contendo c (nas proximidades
de c). Analogamente, a função f tem mı́nimo local em um número c de seu
domı́nio se f (c) ≤ f (x) para todo x em algum intervalo aberto contendo c (nas
proximidades de c).
A figura abaixo mostra uma função f com seus valores máximo absoluto (d),
mı́nimo absoluto (c), máximo local (b) e mı́nimo local (a). O valor f (d) é também
considerado um máximo local, sendo ele o maior dos máximos locais e f (c) também
é considerado um mı́nimo local.

ƒ
c x
a b d

Teorema 3.2. Teorema do Valor Extremo


Se f for contı́nua em um intervalo fechado [a, b] então f possuiu um valor máximo
absoluto e um valor mı́nimo absoluto em [a, b].
Teorema 3.3. Teorema de Fermat
Se f tiver um mı́nimo ou máximo local em c, e f ′ (c) existir, então f ′ (c) = 0.
3.1. MÁXIMOS E MÍNIMOS 75

ƒ
c1 x
c2

A figura acima ilustra o Teorema de Fermat, onde c1 e c2 são pontos de mı́nimo


e máximo, respectivamente, da função f e ambos apresentam derivadas nulas, ou
seja, f ′ (c1 ) = f ′ (c2 ) = 0.
O cuidado que deve ser tomado quanto ao Teorema de Fermat é que a reciproca é
geralmente falsa, ou seja, em uma função f onde f ′ (c) = 0 nem sempre indicará um
ponto de máximo ou mı́nimo local. Observe no caso de f (x) = x5 + 2, f ′ (x) = 5x4
e f ′ (0) = 0, e em x = 0 a função f não possui nem máximo nem mı́nimo, apenas
uma tangente horizontal, como pode-se observar na figura abaixo.

ƒ(x)=x5 +2

Definição 3.3. Um número crı́tico de função f é um número c no domı́nio de f


onde f ′ (c) = 0 ou f ′ (c) não existe.

Exemplo 3.2. Encontre o número crı́tico da função f (x) = 5x2 − 4


76 CAPÍTULO 3. APLICAÇÃO DE DERIVADAS

SOLUÇÃO:
Se f (x) = 5x2 − 4 então f ′ (x) = 10x. Avaliando a função f ′ (x), temos que está é
uma reta que só assume valor nulo quando x = 0, ou seja, f ′ (0) = 0 e pela definição
3.3, x = 0 é um número crı́tico da função f .
x
Exemplo 3.3. Encontre o valor máximo e mı́nimo absoluto da g(x) = 2 no
x +1
intervalo [0, 2]

SOLUÇÃO:
Primeiro, vamos avaliar o valor da função g(x) para os extremos do intervalo [0, 2];
2
g(0) = 0 e
g(2) = .
5
Agora, vamos verificar se g possui números crı́ticos no intervalo (0, 2);
Para isso, vamos determinar g ′ (x) aplicando a Regra do Quociente.
d d
(x2 + 1) · x − x · (x2 + 1) (x2 + 1)(1) − x · (2x) ′ 1 − x2
g ′ (x) = dx dx ⇒ g ′
(x) = g (x) =
(x2 + 1)2 (x2 + 1)2 (x2 + 1)2
A função g ′ possui como domı́nio o conjunto dos números Reais (R) e só se anulará
quando 1 − x2 = 0, ou seja, para x = 1 ou x = −1. O número x = 1 é o único
1
número crı́tico de g em (0, 2), e terá imagem g(1) = .
2
Analisando o sinal da derivada nos intervalos (0, 1) e (1, 2) temos:

g é crescente em [0, 1] pois g ′ (x) > 0 para todo x em (0, 1)


g é decrescente em [1, 2] pois g ′ (x) < 0 para todo x em (1, 2)

Assim pelos passos anteriores, podemos concluir que o valor mı́nimo absoluto é
1
g(0) = 0 e o valor máximo absoluto é g(1) = para o intervalo [0, 2].
2

3.2 O Teorema do Valor Médio


Teorema 3.4. Teorema de Rolle
Seja f uma função contı́nua no intervalo fechado [a, b] e diferenciável no intervalo
aberto (a, b). Se f (a) = f (b) então existe pelo menos um número c em (a, b) tal que
f ′ (c) = 0.
Teorema 3.5. Teorema do Valor Médio
Seja f uma função que satisfaça as seguintes condições:
(a) f é contı́nua no intervalo fechado [a, b];
(b) f é diferenciável no intervalo aberto (a, b);
Então existe um número c em (a, b) tal que
f (b) − f (a)
f ′ (c) = .
b−a
3.2. O TEOREMA DO VALOR MÉDIO 77

As figuras abaixo ilustram o Teorema do Valor Médio.


y y

x d x
a c b a c b

Exemplo 3.4. Verifique que a função f (x) = 3x2 + 2x + 5 satisfaz as hipóteses do


Teorema do Valor Médio sobre o intervalo [−1, 1]. Então encontre todos os números
que satisfaçam a conclusão do Teorema do Valor Médio nesse intervalo

SOLUÇÃO:
A função f é um polinômio e por isso, é contı́nua e diferenciável para todos x ∈ R,
logo será contı́nua no intervalo [−1, 1] e diferenciável no intervalo (−1, 1). Então
pelo Teorema do Valor Médio existe um número c em (−1, 1) tal que

f (1) − f (−1) = f ′ (c)(1 − (−1)))

e então
10 − 6 = (6c + 2)(2) ⇒ 12c + 4 − 4 = 0 ⇒ 6c = 0 ⇒ c = 0
e 0 ∈ (−1, 1). Logo existe um único número c = 0 que satisfaz o Teorema do Valor
Médio.

Teorema 3.6. (Teste da Derivada Primeira): Suponha que c seja um número crı́tico
de uma função contı́nua f :
(a) Se o sinal de f ′ mudar de positivo para negativo em c, então f tem um máximo
local e c;
(b) Se o sinal de f ′ mudar de negativo para positivo em c, então f tem um mı́nimo
local em c;
(c) Se f ′ não mudar de sinal em c, então f não tem extremo local em c.

Definição 3.4. Se f for diferenciável em um intervalo aberto I , o gráfico de f é


(i) côncavo para cima em I se f ′ é crescente em I.
(ii) côncavo para baixo em I se f ′ é decrescente em I.

Teorema 3.7. Teste de concavidade


Se a derivada segunda f ′′ de f existe em um intervalo aberto I, então o gráfico de
78 CAPÍTULO 3. APLICAÇÃO DE DERIVADAS

f é
(i) côncavo para cima em I se f ′ (x) > 0 em I.
(ii) côncavo para baixo em I se f ′ (x) < 0 em I.

Definição 3.5. Um ponto (c, f (c)) do gráfico de f é um ponto de inflexão se são


verificadas as duas condições:
(i) f é contı́nua em c.
(ii) f muda de concavidade em c.

3.3 Regra de L’Hôpital


No capı́tulo 1 resolvemos alguns limites que possuiam a forma indeterminada 00 ,
uma fatoração, racionalização ou simplificação foi suficiente para resolve-los. Esse
processo nem sempre é possı́vel e as vezes muito trabalhoso. Para resolver esse tipo
de limite, apresentamos nessa seção a Regra de L’Hôpital cujo objetivo é ajudar a
resolver limites que possuem as formas indeterminadas 00 ou ∞ ∞
.

Teorema 3.8. Regra de L’Hôpital


Suponha que f e g são diferenciáveis e g ′ (x) 6= 0 em um intervalo aberto contendo
a (exceto possivelmente em a). Suponha que

lim f (x) = 0 e lim g(x) = 0


x→a x→a

ou que
lim f (x) = ±∞ e lim g(x) = ±∞.
x→a x→a

Então
f (x) f ′ (x)
lim = lim ′
x→a g(x) x→a g (x)

se o limite da direita existir.

Exemplo 3.5. Encontre o valor dos limites abaixo usando a Regra de L’Hôpital:
x9 − 1
(a) limx→1 5
xx − 1
e −1
(b) limx→0
senx
ln x
(c) limx→∞
x
SOLUÇÃO:
Aplicando a Regra de L’Hôpital, temos:
3.4. PROBLEMAS DE OTIMIZAÇÃO 79

(a)

x9 − 1 9x8
lim = lim
x→1 x5 − 1 x→1 5x4
9x4
= lim
x→1 5
9(1)4
=
5
9
x −1 9
lim 5 =
x→1 x − 1 5
(b)
ex − 1 ex
lim = lim
x→0 senx x→1 cos x
e0
=
cos 0
ex − 1
lim =1
x→0 senx

(c)
1
ln x x
lim = lim
x→∞ x x→1 1
1
= lim
x→1 x
ln x
lim =∞
x→∞ x

Outras formas indeterminadas são:

0 · ∞ , 00 , ∞0 , 1∞ e ∞−∞

Todas as formas indeterminadas acima podem ser reduzidas as do tipo 00 ou ∞



usando operações elementares e depois resolvidas usando a Regra de L’Hôpital.

3.4 Problemas de Otimização


Os problemas de determinação de valores máximos e mı́nimos se encontram en-
tre as aplicações mais comuns do Cálculo. De fato, lembre-se com que frequência
escutam-se ou lêem-se termos como lucro máximo, custo mı́nimo, tempo mı́nimo,
diferença de potencial máximo, tamanho ótimo, potência máxima ou distância mı́nima.
A teoria que desenvolvemos para determinação de extremos de funções pode ser
aplicada na resolução de tais problemas. Estes, podem ser descritos verbalmente
ou enunciados por escrito. Para resolvê-los, é necessário converter as afirmações em
linguagem matemática, mediante a introdução de fórmulas, funções ou equações.
80 CAPÍTULO 3. APLICAÇÃO DE DERIVADAS

Os tipos de aplicação são ilimitados, tornando-se, assim, difı́cil enunciar regras es-
pecı́ficas para a determinação de soluções. É possı́vel, entretanto, desenvolver uma
estratégia geral para abordar tais problemas. De modo geral, vale a orientação
seguinte:

1. Leia o problema cuidadosamente, várias vezes, meditando sobre os fatos e as


quantidades não conhecidas que devem ser determinadas;
2. Se possı́vel, esboce um diagrama, rotulando-o convenientemente, introduzindo
variáveis para representar estas quantidades.
3. Faça uma lista dos fatos conhecidos juntamente com quaisquer relações que
envolvam as variáveis. Uma relação, em geral, pode ser descrita por uma
equação de algum tipo;
4. Após analisar a lista em 3, determine a variável que deve ser extremada e
exprima esta variável em função de uma das outras variáveis;
5. Determine os números crı́ticos da função obtida em 4 e teste-os quanto a
máximos e mı́nimos;
6. Verifique se ocorrem máximos ou mı́nimos nos pontos extremos do intervalo
de domı́nio da função obtida em 4;
7. Não se desencoraje se não conseguir resolver determinado problema. A proficiência
na resolução de problemas aplicados exige considerável esforço e prática.

Exemplo 3.6. Deve-se construir uma caixa com base retangular, usando um retângulo
de cartolina com 16cm de largura e 21cm de comprimento, cortando-se um quadrado
em cada canto. Determine as dimensões desse quadrado para que a caixa tenha o
volume máximo possı́vel.

SOLUÇÃO:
Comecemos por fazer um desenho da peça de cartolina, onde introduziremos a
variável x para denotar o comprimento do quadrado a ser cortado em cada canto.
Nosso objetivo é maximizar o volume V da caixa a ser construı́da, dobrando-se a
cartolina após retirar, em cada canto, um quadrado de lado x.

16 cm

21 cm
3.4. PROBLEMAS DE OTIMIZAÇÃO 81

É importante perceber que existe, no contexto do problema, uma infinidade de caixas


que podem ser fabricadas com a peça de cartolina, em questão. Você deve se pergun-
tar que forma a caixa deve ter para que isto seja possı́vel. Ela deve ser alta, baixa,
ou quase cúbica? Você pode até calcular alguns volumes bastando, para isto, lembrar
que suas dimensões são x, 21 − 2x e 16 − 2x , para conseguir desenvolver uma visão
intuitiva de quais são as dimensões procuradas. Por exemplo:
Se x = 2 teremos V = 2 × 17 × 12 = 408cm3
Se x = 0, 7 teremos V = 0, 7 × 19, 6 × 14, 6 = 200, 312cm3
Se x = 2, 8 teremos V = 2, 8 × 15, 4 × 10, 4 = 448, 448cm3 .

Então, generalizando, o volume V da caixa da figura é dado por:

V = x(16 − 2x)(21 − 2x) = 2(168x − 37x2 + 2x3 ),

lembrando que x pode variar de 0 até no máximo 8.


Derivando o volume V em relação a x,

V ′ = 2(168 − 74x + 6x2 ) = 4(3x − 28)(x − 3)

e
28

 3x − 28 = 0 ⇒ x = 3

V =0⇒ ou
x−3=0⇒x=3

Como 28 3
está fora dos limites de variação de x, consideremos apenas x = 3 como
número crı́tico. Aplicando o Teste da Derivada Primeira 1 , temos que, V ′ > 0
se x < 3 e V ′ < 0 se x > 3, ou seja, o sinal de V ′ muda de positivo para negativo em
x = 3, logo f (3) é um máximo local de V . Verificando-se os extremos do domı́nio
de V , V = 0 para x = 0 e x = 8, isto é, o máximo de V não ocorre em nenhum dos
pontos extremos do domı́nio. Consequentemente, deve-se cortar de cada canto um
quadrado de 3cm de lado para se obter a caixa de volume máximo.

Exemplo 3.7. Quando uma pessoa tosse, o raio da traquéia diminui, afetando a
velocidade do ar na traquéia. Se r0 é o raio normal da traquéia, a relação entre a
velocidade v do ar e o raio r da traquéia é dada por uma função da forma v(r) =
ar2 (r0 − r) , onde a é uma constante positiva. Determine o raio para o qual a
velocidade do ar é máxima.

SOLUÇÃO:
O raio r da traquéia contraı́da não pode ser negativo, nem maior que o raio normal,
1
Teste da Derivada Primeira: Suponha que c seja um número crı́tico de uma função contı́nua
f:
(a) Se o sinal de f ′ mudar de positivo para negativo em c, então f tem um máximo local e c;
(b) Se o sinal de f ′ mudar de negativo para positivo em c, então f tem um mı́nimo local em c;
(c) Se f ′ não mudar de sinal em c, então f não tem mı́nimo local em c.
82 CAPÍTULO 3. APLICAÇÃO DE DERIVADAS

r0 . Assim, o objetivo é encontrar o máximo absoluto de v(r) no intervalo [0, r0 ].


Vamos determinar os números crı́ticos de v(r) então:

 ar = 0 ⇒ r = 0

v (r) = ar(2r0 − 3r) = 0 ⇒ ou
2r0 − 3r = 0 ⇒ r = 23 r0

Verificamos que v(0) = v(r0 ) = 0 e que v( 32 r0 ) = 4a r3 > 0, ou seja, pelo Teorema do


27 0
Valor Extremo, temos que quando o raio da traquéia é 32 do raio normal, a velocidade
do ar é máxima.
3.4. PROBLEMAS DE OTIMIZAÇÃO 83

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

Nas questões 1 a 6 abaixo, encontre os valores máximos e mı́nimos absolutos de


f no intervalo dado.

1. f (x) = xe−x , [0, 2]



2. f (x) = 9 − x2 , [−1, 2]
x
3. f (x) = , [0, 2]
x2 +1
ln x
4. f (x) = , [1, 3]
x
5. f (x) = x − 2 cos x, [−π, π]

6. f (x) = x4 − 4x2 + 2, [−3, 2]

Responda as questões de (a) a (j) para cada uma das funções de 7 a 13

(a) Qual o domı́nio da função ?


(b) Quais são os zeros da função?
(c) Calcule a derivada da função.
(d) Quais os números crı́ticos da função ?
(e) Encontre os intervalos onde a função é crescente e onde a função é de-
crescente.
(f) Encontre os extremos locais da função .
(g) Calcule a derivada segunda da função.
(h) Encontre os intervalos onde a função tem concavidade para cima e onde
a função tem concavidade para baixo.
(i) Encontre os pontos de inflexão.
(j) Construa o gráfico da função .
1
7. f (x) = x3 − x 11. f (x) = 6x 3 + 3x 3
4

8. f (x) = x4 + 8x3 + 18x2 2


12. f (x) = 2x + 3x 3
9. f (x) = (x2 − 5)3 x2 −1
13. f (x) = x3
10. f (x) = 3x4 + 4x3
84 CAPÍTULO 3. APLICAÇÃO DE DERIVADAS

Calcule os limites abaixo usando a Regra de L’Hôpital:

xex −ex + 1
14. lim x 18. lim x
x→0 e − 1 x→0 e − 1

cos x − 1 sen2x
15. lim 19. lim
x→0 x x→0 sen5x
ln x
ln(x + 1) 20. lim
16. lim x→∞ x
x→0 x3
ln x
x 21. lim+
17. lim x x→0 sec x
x→0 e − 1

22. Encontre as dimensões de um cilindro circular reto, de área total igual a 50


cm2 , de modo que o volume seja máximo.

23. Um recipiente cilı́ndrico, aberto em cima, deve ter a capacidade de 375π cm3 .
O custo do material usado para a base do recipiente e de R$ 0,15 por cm2 e
o custo do material usado na lateral e de R$ 0,05 por cm2 . Se não há perda
de material, determine as dimensões que minimizam o custo do material para
construı́-lo.

24. Uma janela deve ter a forma de um retângulo superposto por um triângulo
equilátero. Se o perı́metro da janela é 12 pés, determine as dimensões do
retângulo que proporcionam a área máxima. √
l 3
Obs.: A altura de um triângulo equilátero de lado l é dada por h = .
2
25. O Departamento de Estradas de Rodagens planeja construir uma área de
piquenique para os motoristas ao longo de uma grande auto-estrada. Ela
deve ser retangular, com área de 5000m2 , e deverá ser cercada nos três lados
não-adjacentes à estrada. Qual é a menor quantidade de cerca necessária para
se efetuar trabalho?

26. Quando um resistor de R ohms é ligado aos terminais de uma bateria com
uma força eletromotriz de E volts e uma resistência interna de r ohms, uma
corrente de I ampères atravessa o circuito e dissipa uma potência de P watts,
sendo
E
I= e P = I 2 R.
R+r
Supondo que r = 2 ohms e E = 50 volts, qual o valor de R para o qual a
potência dissipada é máxima?

27. Um recipiente em forma de paralelepı́pedo com base retangular, onde o com-


primento é o dobro da largura, deve ter volume de 2500cm3 . Sabendo que o
3.4. PROBLEMAS DE OTIMIZAÇÃO 85

material para a base custa R$ 5,00/cm2 e o material para as laterais custa


R$3,50/cm2 , determine o menor custo de produção do recipiente.

28. O custo total C para fazer x unidades de um certo artigo é dado por C =
0, 005x3 + 0, 45x2 + 12, 75x + 250. Todas as unidades feitas são vendidas a R$
40,00 por unidade. O lucro P é, então, dado por P = 40x − C. Determine o
número de unidades que devem ser feitas de modo a obter o lucro máximo.

29. Uma folha de papelão quadrada com 50cm de lado é usada para fazer uma
caixa aberta, retirando-se quadrados de mesmo tamanho dos quatro cantos e
dobrando-se os lados. Qual é o tamanho dos quadrados que resulta na caixa
com maior volume possı́vel?

30. Quer-se dividir o número 56 em duas partes x e y, tais que o seu produto seja
máximo. Determine-as.

31. Uma página retangular contém 24 polegadas quadradas de área impressa. As


margens no topo e na parte inferior da página são de 112 polegada cada. As
margens laterais são de 1 polegada cada. Que dimensões a página deve ter
para que o consumo de papel seja mı́nimo?

32. O trabalho realizado por um solenóide ao mover um induzido varia de acordo


com W = 2t3 −3t4 joules. Determine a maior potência desenvolvida. (Potência
dW
p= ).
dt
33. A altura de um projétil, disparado verticalmente para cima, é dada pela
seguinte equação: s = 1200t − 16t2 (a velocidade inicial é 1200 m/s). De-
termine a altura máxima que o projétil alcançará (desprezando a resistência
do ar).

34. A rapidez com que um boato se espalha em uma comunidade é proporcional ao


produto do número de pessoas que já ouviram o boato pelo número de pessoas
que ainda não o ouviram. Mostre que a rapidez é máxima no instante em que
metade das pessoas ainda não ouviu o boato.

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