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PUBLICO.

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Avaliação docente
Deputada Ana Drago acusa Ministério de querer
"domesticar" professores

11.04.2008 - 10h03 Lusa

A deputada do Bloco de Esquerda Ana Drago afirmou ontem, em Coimbra, que o


Ministério da Educação pretende "domesticar a classe docente na escola pública" e que
os novos diplomas "não resolvem nada" dos problemas do sistema educativo. Ana Drago
falava no debate sobre a "Crise social/crise escolar: que saídas?" promovida pelo
Movimento Escola Pública, onde participou também Maria do Rosário Gama, da Escola
Secundária Infanta D. Maria de Coimbra.

"Creio que os professores da escola pública têm sobre si uma enorme responsabilidade,
pois o que está a ser lançado é um modelo que monta uma cadeia de comando que
permite anular a sua autonomia", frisou a parlamentar bloquista. Considerando que não é
possível aplicar o actual modelo de avaliação, Ana Drago acusou o Ministério da
Educação de fazer "chantagem no caso da avaliação dos professores contratados" ao
ameaçar não renovar contratos se não houver avaliação.

Na sua intervenção, Ana Drago incentivou os professores a fazer um debate nacional


sobre a Educação e as "condições em que as escolas estão a trabalhar", incentivando-os
a "continuar a luta e a não dar vitória ao Ministério da Educação".

A professora Maria do Rosário Gama, presidente do Conselho Executivo da Escola


Secundária Infanta D. Maria, considerou que os docentes estão a ser "alvo de um ataque
desenfreado a vários níveis" e criticou as tentativas de reforma do Ministério. "As
tentativas de reforma baralham todos os agentes nas escolas, pois são mal preparadas e
implementadas e sobrepostas", criticou a docente, acrescentando que a situação "conduz
a fracassos que se traduzem em mais iliteracia e maiores índices de abandono".

Administração mais importante que aprendizagem


Maria do Rosário Gama salientou que o Ministério da Educação "já tinha tido tempo para
pensar num novo modelo de escola e de organização" mas que prefere apostar no
"sucesso administrativo em vez de valorizar a aprendizagem". "É como uma fábrica de
produtos chineses. Interessa ter o produto e que seja vendável mas o conhecimento não
está lá", frisou a docente.

Para a responsável da Escola Infanta D. Maria, os professores vivem no meio de "dois


ódios - o do legislador e de alguma sociedade não educativa". A docente considera que o
Estatuto da Carreira Docente é "a vergonha do sistema educativo", penalizando e criando
injustiças entre professores, e afirma que o Estatuto do Aluno "perturba o funcionamento
das escolas". O novo modelo de gestão das escolas é, segundo Maria do Rosário gama,
um "ataque desenfreado à democratização das escolas, que possibilita também a
intromissão das autarquias na sua gestão".

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