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Claudine de France CINEMA E | ANTROPOLOGIA ICH EATALOGRAFICA ELABORADA PELA ‘iuLiorrea CENTRAL Da UNICAM esc "Cinema e anitopologia / Clansise de France; vader Micon Pre = Comps, PBs "Gots Rept) “rue de: Cink anbpsoge 1. cine Arps opie. 2. Ange log un Goma na ctoga 1 Tis 2oc00 - 85 Ties ar Cates Sel ZAatopiors es 7768 [Chom anemone "3012 Catto sepenas coprlt ©y Caine de France (Con ets Las dat Er Freda Outen punt nn nan de lope Mased ‘oa at De sa ana PC anal Prefici de segunda od Inout. Primeira Pate Dominates (Téenias materi: 1 Teewics isis 1 Teena expan Segunda Pare SUMARIO Aiculagbsespciis eremporais 1 Contgbdadesinteraos V Consecutexe pst. ‘erosra Parte RestrgGes instruments e pes meodologias Vi Acxpenigo ‘VI Acxpioracto Cconclusto lossino Obras ads 58 8 93 as Fimegrafs, Ledice de fies Indice de ores PREFACIO DA SEGUNDA EDICAO Quando Cinema e aniropolope fi pubicado pels primers vez (1982) ado exis nenhum tabalo intesamente dedicado 0 Cinema etnogritice que forse obr de urn Unico autor, se excetua thos oestudo do Kart Heider Eshnographic film (1975), essenci mente bateado na sus experidncia de anropSlogo cinessta junto Uos Dani da Nova-Guing, de ond ele tra propostas metodoligicas felativas&enquete filmic, dispeasando uma atengo prvilegiads ‘aproensio global deuma soiedade(wkollste approach), Mant- nha sus alordade sm diva, tanto a obraclsses, mas éan- Tipu de Lac de Heurch Cinéma et sonces sociales (1982) como, nels recentemente, Principles of visual anthropology (1975). © faniraa por Paul Hockings, expe deceto de mascimeto desta hove daciptina que és anteopoogis visual, saiéa da proliferagao fe experiénciae do filme etnogrifieo. Mas, como indicava seu sub titulo (Panorama du film etographigue ef socilegique, 0 esto td Lus de House erecta antes de ado ura roviso das diversas ttiizagSes do cinema na eéneas do horem, dntre as quis figu- fava a cinema etnografic. No que Ihe concerne, a obra de Pas! “Hockings,consitindo numa compilago de comunicages apreses- fadas por dversos mropSlogos, elaeastas ou documentarstas no 1 Congress Internacional das CiniasAntropogcase EtnolS- ‘ices realizado er Chicago em 1973, ropunha uma vast amostr- fem de porto de vita sobre a ilme etaogriea ela de par como ‘quad das experiénclasapresentadas onze anos antes por Lic de Housch, Isso signifies que a versidade de posig&es prevelesia ‘laramente om slags qualquer onidade de opinit, Cinéma et amhropologie apresentvecse asim come o primeizo estado siste- fnsticg de um autor sobre o cinema ctogrifico, tntandoexpor os Tundaments de uma nova dicislina, a airopoogia filmic ‘Desde que essa abr oi concebida,algumas mudanges re pro- duiram no domino do file staogr ation, Ox antopélogos utilizar cada ver mats a imagem anita; agusls que ates detinham a referencia pata se filmades, os poves outtoracolonzados,quan- Eb se tmaram independents, pegarem por sa verachmes ederlo- ‘Garam em parte os centos de interest do ile ewogrico: as ts- nieas de registro e de leituravideogeficas, miniaturizadas, esto fo elcence de todos, eneorajando os menos ourados, disspando as “luana atieéncne om raleho a esse nove metodo investiga © apreseniagdo, Tab a producto de filmes ou de simples docu rants fimados desenvolvnss e dversficousse easidervelmen- {tA prolifergio dar produeSes,algumas constitvindo pesquses scahadas, autonome, quese sempre “mulimidi,outas sab for tna de complementonusiovinul uma pesquisa clsses, combat Inepwveliente pate 0 desenvolvimento ds nova septa. Alguns fchamam, seguindo Margaret Mead. antropologia visu; outros, 1 coma Adraan Gerbrands, emocinematografa. De minha pate, prefiracham-laantopologa mica, porgve»uslzagio da sine. Iatografia faz nascer métodos e rocedimentos de mise en scene prose levants problemas epstomelogices especifiees. Cursos, Emini © oléquiosintemacionae he io dedicados 3 cada sno nas sniversgades, maseus « utras estugdes de posqusa ou de Aiusdo do conhecimente.O filme, oniresente ma cena cinta, tomou-se com fet, o equivalents do eaderna de ata, doinste smento dengue olssea, ds obra essa, da vitine de exporaio. ‘Os encanttos cada vez mais feqientes etre atropbloges ta ue podem cocrstiiscemento mo filme o gestoe a palave dos ‘eres que foram vistor © ouvidos, »necesidade de um equilbrio tne os dis eps, os quai expeimem iguamenteo homer, cada tim sua manera, se faz sonic [to quer dizer que a atengo dada & timensdo once de stividade humana nao perdeu nada de su le- itimidade, muito pelo contr ‘Sob tito aspector a palavra pode ser considerada um com portamento téonicae ser objeto de uma investigagio filmica da sna maneirs que as ours forbs de itulidae cotiiens ou c= Ionia. Aderai,gragas& steno dada aos dveros registro da xpresiio verbal ulizndos pelo filme etogratio (logos, tuevista, comentirios interiors ou exteriores& cone mostads) seflexto sobre ogestoealocado om forma de imagem pode se ent- {uecer, doravante, de una refiexto sobre ak elas entre ogesto © {pala suas fungbesrespectvs, sua coordenagzono sto de fil she. Ora, fang prpris de mie on robe exercida pla palavra~ {mais ariclarmente poo comentiro sobre a ala imaca (ges for, aos rituis« materi) Fin tanto mas esclrecida quando se ‘am, por outro lado algum conhecimento & mize en acdne operas pal imagem sobre eta meses ao. Eo que ve pareeeu quando, fm 1984 ancebme, em colaboracdo com Philippe Lourdoue outs membros Ga Formation de recherchercinématographigues da Un ‘otsidade de Pris X, nos rabalhos sobre as clades entre imagem # coments em antipatogiafmica, trabalhos esse que ‘ompletaragiles de Cinema et anthropologie, essen onsagradon4smagem. Expus 05 prteitos resultados dessestraka- ths et dos arigor: “image et commentaire: du mone 3 evoqu™ (1985) e "Le destinataee du ite et sa mise en sone dns fe film sthnegraphiqus” (1987) ‘Quanto ao segundo ema abordaso nest liv adescrigto, pax recesm Sera do que nunca digna de intrese, pest de ele estar Tonge de vonsttulro Gnioo modo ée invetigagio filmica.Atul- monte alguns trabalhossio-the inclusive dedicads no quadro de Deaquiss sobre a cinematograa das iiciagbes (Amnie Comolli) € cincin docurentirio (Jane Gueronne!). A descrgdo permanece ina, no mg entender, o caminho mas ail da mie en scene no Cinema ethapefic.Lniste no forma “mise en scone” viriasvezeh uillaado nests paginas, visto que descrovero eal consist em se darcomo obetive ou por atiude metodolégice — 0 descobrimento progtesive dos minimosaspctos do sensivelsabendo sempre que bs procedimentos de registra aclonados para este fim s5 desoobrem Covtos anpsctosgeagas& oeultag de obtre, Dito de ours forms, ‘entra descriglo, mesmo a mais rigoross poderia eseapae 4 les [eras da mise en scene (los doexcluso, de satragio ete) em r= His das quae a imagem deve se contenat em sugevi 9 mostivel ‘ou de inded-oa parr de indice vsiis e sonore, como mostaram ‘strablhos ge Xavier de France (Elomens de sednograpive de clne- ‘a, 1982) ede Frangoise Hautoux Indices t cinéma documentzire, 988) 0 rigor desentivo coniste ent em tenaeatenuar na suce so, através de procedimentos de mise en scene compensadores,o5 cfeitos mis incdmodes do esfumamento* ou da oeutagto do real fngendredos poo sites fato de far. "A preacupaedo em descrever,prinipio primeira enografia, do qul o cinema um dos nstramenos as eficazesenconea sun pleeajustifiasio quando ns perguntamos sabre odestnatiro 80 Fite. interessante imaginar esse destoatco diversamente iu lone espace eno tetapo tentando descobi as mancias de viver© fe pens de tos pono de otto individs, de outros tempos, om base somente nas paréncas. Aguilo que is veestemos ten ‘nein a consider 7 ‘iabiidade decifdas de uma vez por tas, poss pra ele uns ‘rofundidadeinesgotdvel, pois The serve de matéra — ou de tam polis = para inerpretagSesconstantemente renovads. Dames Forma, convatnconceber ese destinairio come provine dos sees filmados, uma vez qu petence ao mesme grupo éaice ou social, {considers filme a meméra de seu grupo. Nos dos casos filme nogdfic, quainguor que ssjam seus objetivosimedistos ean Torque procura exprimit da sociedade que aprosenta (valores, pro- betas funeSes,estruuras,signifieagBes ele.) & um documento precouo ei que serBoarerstados como air interest, 08m Ios dtahessuscetves de retin que sea apenas oarbie- {G:deutna epoca ou de um grapo social, Uma des dos fats ¢ gestorofeeceentdo um suport insubsticuyel independentements do valor dramitica do filme. [Aigunsantopélogos-cncastas me censuara erado apenas dute gre opeSes matodnlgicas,2exposigfo e# txploragio,¢ por iss ler gnoredovirasoutras orietages post ves Em reopens sea cts, acho mpstante precisa que a explo- Taplo ea exposito constitu nio dots métodespropriamente dios, inns das grandes tednciarcontextos, a pare das quis se desen- Nolvem opsdes metodoldgicns peculors exeemamonte vatadss sees diversos método,associndos 45 mises en scones por vezes posts, fazem aparece uma grande variedade de filmes etnogri- ‘os ou documentiros cuja pelogi € aberta, mas com os gua > deena enrampr, paler pred v wee Tomes oom sami er ro me preocupe no present liv (filmes-retrates,engutescompa- ‘atlas cine-problemticss, monografian ete). Sao aqui exportos pena iterogagdes os resultados da primeia etapa deur pes. ‘usa deflego. Mas, pode-s objets, ses tats apenas de una intro duedo ds guestbes de tendéneias metodol6pess, porque dar uma engtopevilepiada wo método dos esbogos no qadro da crentasto taploratria, corendo 0 ritco de deseqilbrar 3 aruittura da Adermonseacto?Aatengdo paraculr dada apresenta;z0 do metodo ‘dos esbogs tem por naicae exsencia ~ para slim dh expos do proprio método ~ colocar em evidénsi 8 mportinci da noes fle exratepia, que se situa no centro de win logis de vestiges e de apse mode de en, rade dy ents De dca im, no fe ala do oferecer um manual colocando& disposi do antopstogo um conjunco de regras~ou mesmo de recitas~ par bem conduzi areslizasio de um filme etogrifico. Tatas antes Ae tado, fora de qualquer proocupasio nonmativs, deavaliars ese. tarclagdo que exist ene instrumentagae audiovisual, 05 procec- ‘enton do mise on scone ea oienagbes motodopcis. OméIo89 os esbogosagerece eno come 2 prfoits stata dss legis trie, uma wer que ele o revlago de uma escola mtodolegics (primacia da observasiotepetida edferide) spoiandossenaexplo- ‘acto de procedimentos demise en scdne(ongosplanoe sequtnciss ombinads uma montage medi), 0 to se tomando possivel ‘raves de uma inovagdo instrumental (eioe ports de grvasio {de leitars videogrificer). Recolocaso assim no contexte uh ‘sensivel observapdo cit, enguete orl, obseragHo fics “Alguns se surpreenderam igualmente com + importincia que cu dava a repetigdo~ uma das nogSes-chave do trabalho ~ 20 con- {exto da explanagio dedicada ao procedimentoexplortirio, De- ‘monstrando as vantagens da repetiio Go eshogs, eu privilege das eet nue pela presenga da cher, ‘mais reveladoras, parece, da especifiidade da apreentSocinemato. frifiea, Ora, x repetigio tal gual eva coneebi na perspective desta pede metodalogica que #0 fle deo tendide como uma te orag8o, nfo deve ser en wa de restitigto filmic reiterada de 4 ‘manciridétia, de um mesmo prosesso que peisfamos ds pessoss Timed que repredusiism de mane gualenteiéntca ou sni- Toga pra a neces de rps. Seria absurd. Ela deve ser com- prechdide como um nova apreensfe flimica, com a mise en scene Fenovadh a cade ver, dem momento qualquer da vida cotdtana [gue pacialinete se rpete, em se tratando dorascumo de seu "0- teia”, ese transforma pacialmente 2 longo dos dias, das stages, tos anos, em tratando dos deservalvimentos de sua aufoomise ot seine As vezes tl staneforma, Oflme exploratirie, consruido im unedo da dorado, € eno conatitaid do conjunto dessasexpe- ‘encts, Mistra de permanéncia ede madangs, de coatole ede im provisngoso todo frm uma trams de onde podem surgi qulqust Iomenio expressio espontnea das emogoes e dos sentiments, {ssi como todas as formas do interpretacio nse perso fimadas, 'Do procedimentoexploratéria impportate guardar est 3 pectoessencial: «ivestigato se consti parti do filme, da ex erigeci ds gravaydes ede seu exame rapetia, fora de qualquer preparaio exracinemstografies, ou Kmstando est itima as indis- pensivels lagi de inser. Ora, justamente devido a auséncia ‘d preparagioclisis, nuo-filmica,& que se torna necessiri, ‘compensa, un aprofundamento da pesquisa propriamente finies {por consent, aroptio parcial éasexpertncas. Quisguet {que sejamos inconvenintes do metodo ds esbogos~ «todo matodo tectum os tom ele grou, os limos dee sno, numerosos {tats de antropolgia flmica na Frangae no excrio. Els se ‘compsem,sja defies, sja de filmes de textos associdos, bor ‘dno aspectos da stvidade homane th varndos quanto avi do snistics (ous trabalho, seu ambiente, orabalho agricole ou arte- Senalsasprofisties do transporte os cei mona eligiosos eas e- nics do oepo de nossa propria sociedado(cida eran, gesor {eto educapao,aprendizagenseiniciagSes)-Alguns se apiam na ‘escrgdo nto-comentada dos gests, das ag2es;cutos nos reiratos {de individucs que olocam a fala em rlevo (Grace as exame incessanterenternovado dos mitiplos rei rose ao questonamento das pessoas iimadasbaseao num obser ‘ado fico reversveleconstantemente verficivel; gaps, enim, I confrontagio das interpretagSes sobre as ages ilmadas, puderm fer assentadas as bases de uma praxeologia noncebivel sem 0 si- ported investgago filmic. A pranoolgis dove sr aqui entendida Soma dsepina que estuda as diversas formas de desenvelvimento {da agio no espaco eno tempo assim como a elagdes que = estabe- Tecementt as yparcias desta ago ~ sun auto-mie en scdnee Tile deseufensonamento mei ou ul. Unde iteresses mai 128 d ands raxcolégiea& demonstra no somente a necessidade douma ees unitocntre oflado ec ect, na reforgarigale mento as Fung do esto gracas ao filmado, O presente tadalho fees os prmeiroselemeios de andlivepraxeolsie,sobama forms Sindando-sistomatizada, nas us primeira partes dedicads, ume ap xame das fangs priticas da ae (eapials I eM), woutra 408 modos de artielagao ent as apes (capitules IV eV). Tete, Aopots,conceber um sistem de anise praxealogica mais forma ‘ao, o qual expus em linha gras no artigo "analyse proxéol: sigue, Composition, ordre et articulation d'un proces” (1983), ‘Seo eto, no seu canjunto, permanece o meno nesta segunda tig, parseu-meinispensivel, em compensa, tazer aguas tmadifiagSes um corto numero de rfertaciasbibliogrificas, de ‘mancira torr mais acsaveis consult os textos aoe quai clas terofrim, No que diz eepeito aos eseritoralorcitdoe net ive, anteriores ou posteriores a 1982, envio oletor ébibliografie de Paolo Chiozsi, mencionadeanteriormente, Para conclu est longo preimbula, diva queo veo se diige antes de tudo aos antropélogoshabituados aos métodoselssicos Ae pesquisa, mas intecessados pela cinematogratia e plo desenvol- vimento as vezesinesperado que pode ter sus dscplina quando ela thre suas ports a enter novos birbaroe que aio os fazedores de Imagens. Mas talvez el ej una letra igualment proveito todes agueles qu, fazendo um so eaisa da imager enimada, sthendo quit ox cuidados que devem ser dspensadoe i sparen 1s das cosas, verham ae interrogar sobre a seanee de seu instrs- mente derabalbo. Eafim eu desejaria que cle pudesse ser conside- ‘da wna contibuigio i teria de coer, uma ve que ena langat uma Iu sobre a especiticidade do ginere documontro, para ode- stavolvimente do quale fime etnogrfico contribu forrement Claudine de France Abril de 1989 OBRAS CITADAS CCHIOZZ1, P. Antropotoga viewale,Rflesion ul fim emografico ‘con bibliografia generale. Fleenze, La casa Usher, 1988, 199 FRANCE, C. de, Lanalyse praxéologiqus. Composition, ordee et aicaltion d'un pres In: Tekrlgues ecu 1, 1983, pp. 47-170, —— age ot commenttir: dt montré'4vequd ln: Hors cadre 13,1985, pp. 133-83. Le destinatatte dt rite ot so mise en seéne dans fe (ila thnographique. Cinéma, mythes et rites contemporain. Bulletin de recherches Laboratoire audioviswel de "PH, 8.6, 1987, pp. 3862. HAUTREUX,F. indies et cinéma documenta Neate, Université Paris X-PRC, 1988, 161 p. Filme cit Pour ta suite du monde, Ditegto de Miche Bratt Picre Perrault ‘Acerva ONE, 1966. Coerid, 16 mm, Pars INTRODUGAO Dente os tags qu cracterizam a evolu da emsloga, um dos mais aperentes 6 inrodugdo progressiva da imagem anima, pnimeiramente mada, depos sonorizada, no aperato de posqu '\aprepriaedo de um novo instrumento de investigagdo por paste de una disciplina que jé mostou sus qualidade com = ju {is de outoe meios nia ge faz sem colocar aumeroses problemas & Scuyespcialists. assim que quase nt anos pos essa certo ‘denascimento do filme emogrifico qe fos oarigo de Andee Leroi Gourhan (1948), “Le film etmologigue existe, os enblogos, uulizadores ou azo da imagem anima continuam ase questionar sobre o lugar que se deve atrbuir ao filme na pesquisa etnogrdfice ns exposigdo dos resultado. ‘Tentar responder a esta questo de uma outa mancira que nfo ssjnatraver da exposed de um conjunto de tecelas metoclogicas perque supe purcialmenteresolvdos alguns problemas fundamentis,Deres, of mais complexos dizem repel fois fungbescopntivas da imager animade, aos aspects da vide seclal eculturl aos quis cinema tem acess ea mancia como st processn esse acess Da mesma mancira que aio surpeende que fstos fundamentos metodologices do file emogeiico ainda pe tanegain obscuros, apert dos importantes etlareimentos tae dos poragueles que tentaram fazer por vias vezes um balange do uso do filme etnogfico ede censidear seus noves horizons ‘Noss propdstenio¢ fazer um novobalango, mas presenta coselementor dou intodasio ts quests de metodo ede mize en ‘scone Levantadas plo Flue etnografco e, de forma mais gral, por 19 saul que chararemos de antropsloga filma, Para levara cabo fste trabalho, procedemeos a mumerosos exams de filmes conserve {os e/ow projetado pelo come do filme einogritico co Musou do Horner, tstm ome agules que tiverns oeaste de reliar desde 1969. Estes iltimos ofereciam uma vantagem particular: nos pe. rutiam apoiar a anilises sobre un confecimento precisa dae rela (bes ante aa testis instruments (ou resttgbs do dispositive om oa onde alignedo Ac~ Ac indica & cooperaeio entre os agentes Estes dois esquemastomedosconjustamente so apenas uma mira relagio mae goal rubjaente ato cniea Imateril e atraves da qual as rlagdesento 0s homens aparacomt como meas a sevigo da relagdo entre ohomiem ea naturez. Como ‘evemos em seguda, ees relag €invorsa no caro das tGenicas corprts, flmando as téenicas matriais que tomos toda a medida da oposigio entre as manifetagbesdiretas «indict da mividade humana, itt, ene aatividade seu produ, ou seu resultado. Da ‘mesma mancia vem luz subordinagfo da atvidade & obensso do resultado, Limita-nos-omes ao exempla do cetezo gue nos & familiar, © que, para o cineasta, resume em si mesme todos os outros ass, Gestos¢posturas se desemvvem nto por si mesos, ns nos limites relavamenteestctos de son efledea dtee(nao-iste ‘entalizada) ou increta (instramentalizada) sobre v objeto, no ‘qundroigualmenteestreito de um programa de aqusito, der porte, depos de fabricagfo retomando a clssficacio des tecnicas roposta por A. Loeo-Courhan (1949, 1950}. ‘Nefimagem, a autormise on sede desta subosdinaglo do agen- te no objeto da ago se manifesta nas sus relagdes de proximidade na sua orienta reciproce. Assim poder or dstinguidos vrios espages da ago no conjuntoeficent, segundo o grau de proxi. sae dos elementos deste conjunto com @ objeto, e segundo » or ‘ntagdo de uns em relago aos outros. Sto els, por ordem +0 expago postural, dslimitando «posta dopent, sua orients 0 em diteeto a0 instramento: * ocspayo instrumenal delimitando o instrument da ago, gesto instrumentalizado ou nf, intermedirio ene o agente © 0 objet + enfm, oespag operatéro, pont de enconto dos dis preeeten. tes delimtando, nem sempre descobrindsplenament, 4 interapao, (9 0 contato, entre o instrumento(gestoltcnalia) +o objeto, Em muitos casos, esses diferentes expagos oe confundem mt imagem. Assim, cm La Charpaigne, ocestero em ps x olentagao fem jd ciads tert seu acess & case dos homens definitivamente protbide durante certs faesdorito de iniciagdo dosjovens Baroy Ets compenaeto, Jean Rouch ser apenas provisoamence repaid sds choupana das mulheres iniciadas nas danjas do possess, do- ante a filmager de Hovend ele serhadmitido no sno segunt, porque sua camera supostamente Ie confere um status pivilegiede, ‘quivalente a do iniindo. ‘Yemos assim que o cinesta 6 submetdo a regtasandlogas quelas qu os membros do grupo fimado obedecem, Regrsflxi- ‘is, adaptadasconforme 0 caso, como parece tude dos Songlay em atengdo a Jean Rouch Pr veze Bary ~ Ihe ofsrecem ste mermo smlacos.Penetamos, ent, rnouniversopeturbadr de uma sobreitalidade, a qulabordate- ‘mos repetiasvezes ao longo dest taba: o univers da profimia (Gf Sepunds Par), Em sums ring de observato que seinstaursenreo cin «asta. pessons filmadas torea-e um components natural ~ ands tgs aut generit~ do conjnta do ita. © espaso timicn do rite Astécnicas tai prope a cineasta uma auto-mise en scene ‘que 0 guia na spaente desordem das atvidages humanas, Mas 0 fe acontece quando einasta decide confrmar através J sou prs rio subliahamentoo que he ofreceo processo observado? © papel preponderante que representam nas tenieas tis, 0 observador eo conza-obsevador, ral ou Tetcos, 20 qual fentregam os agentes destindores tem, entre outasconsequencas, 8 de orientara escolha de fnguloseenguaéramentos de uma manei- ‘atm pouce diferente daquelaadotadapsas Ucnics materi oo significa que o espaco fllmico dos ntos se distingue do espaeo ‘ico das tenices maton ‘No wanscorrer da observagto ds tenices materi, predomi sm os enquasramentos ¢ os angus "desencorporados” nos ‘eremos tentados a ver a marea de um procedimento objtivista CCéino ji dessemos,ocnsata no tem que se proocupar de mancira ‘nenhuma com quuluer out espectaderani serelemesme, a quer ‘eri destinado oprocesso materia ou ao contro, om um contr ‘epectador, os oltos do qu temar-so- dissimular ese processo Isto ndo€ esencial A determinagio de nguloseenquadramentos {us Ihe sie sesciados&relativamente indepentente dos evenuais poates de vista que outros observadres,além do inet, poderam [dota sobre o proceso. Da osegunfeparadoxo:preteadendo-se desincorporade, objetivo, o cineasa dena subsste apenas see ponto de vnta revel assim sn ttude metodalgica. Ao esto fompoacharsesublinhadaantalidade espectfice a qual cet i= prepnada «rlagdo de observagdo que se estabelece enire ele as posto ila. TLembremes, de quelguer modo, que numa tenia materia, por cexemplo a fabricagde de um esto, existe um observador a prépria person do agente da apo, Nio eat ele contolando seu trabalho « fda instante em que olka, desempenhando asim em relacio asi ‘ptdprio‘o papel de um etiade superior ou de um examiagde ex tents? Ads osvango de seu teabelho depende do contol exer por seu lhar st se ¢ verdade at certo posto pois grande prt da "bvidade do agente escapade seu eontrole visual edepende de um controle puramente ttl Por outro lado, mais que atividade, © {gente verfen com oolharo resultado desta. Or, por mals que es {oj atento aos efeitos das manipulages do abet (polo operate), © elncarts lo poderia se cotentac tom um ponte de vista que des prove nspectosdestas manpages. Outor fonts de vets que no ‘auele do agente sto eatdoindspensiveis pra a aproensio do d fale de son aividade E asim que para lm a fabricago da cest foi necersiri, em vias orasibes, adacar um Angulo ligiramente perpendicular em relagdoaquele do artes. Basta lembraro plano ‘Em conte-plongée ds foe e ecedura que torava nteligivel ape aso trabalho iaterdigitl de cedure rela ("g.8). completamente diferente quando se uata da observagde das Lcnicas situais O cineasta no pote, neste cso, abstaia presen real ou imaginiria do destinatino habitual do vite. Com eft, 2 posigo dete timo no espazo, mesmo imaginria, mio €estranha $imapeta como se desdobram comportaments edspostvescrien- 103 aslo c amplitude dos gests, pottacia ou aleance da vo, disposi- (Ho dos abjtos ete. Leva em considerasio feu ponte de vista & [preender um dos tagosespectficos ds eeieasrituis. O cineanta tend asim s ocupar no minima tule proviso, ugar do Servador,arespoita sus oresagio (Engelo); a delmitar a relag8o Ao agente com este destnataro de patica ritual (enquadramento), Na evidenciago dos termos desta relagio © nsergfo no Amag> deste process de apresentagio— que pode ir até idetitiengio do ‘inasta como destnatirio reside, respectivaments, enguade- Imonio © dngule de base de toda observagio das tcnicns nits Explictemos mais uma ver que a enqusdramenta co ingle de bse no dover de manera alpsma ser consderados delimitagBes ex: ‘sivas So, quando muito estagdesprvisviss, mas obrgatéras, no percursodeseriivo do eineasta. Quaisqur que sjam a5 distin= Clase ovientaces sucssivas adtadasemrelagio 48 ene filme os, uma dens, a9 menos, deveri eorresponder ao enquadramento fu 20 Sngulo do bee Essencalmente destinado«valerizara compose do proces so, 0 enguadramento de base de uma Ieeiea ritual, dentre todos (of engutdramentos possives, guste que tende a inlbi na dei: mtagdo o destinador, spreseatador do rio, seu dispositive itl ‘instruments, objetosimediatos manipulados) « o destintiio, ‘obsersador real ou iaginisi, Por agule que coloce em rlardo, © lenquadramento de base do rite aparece como uma dlimitapto das Imanifestacdes do social. Compreende-se asim questa ampiiae vara em fanjdo da distancia que separa 9 agenteapretenador de Seuobseriador que ea depend de preciso com «qual pode estar Situado no espaco este observador, 0 qual sabemnos qu. com fe= inca, € um produte da imaginacko do agente Também observa: ‘mos, a despite da eonstantseiferenes no enquscramente de bse, conforme a presenca do observador sea visiv! ox paramente ims ainriaeconforme a mebilidade,o numeto ea disposigso dos ob- eevadores visives, ‘Quando a presenga do observador é manifest, o enquadra- ‘mento de base ¢o de uma relagdo que inclu oagete, 0 dspostivo "ul (corpo, instramenos «objeto matrnsiniopensives ago) fo cbservador. Iso significa qu ele aleanes, por definiglo um Conjunto de relagdes mais extenso e mais complexo da que 9 108 cnjuadeament das cnias materi, limita, como vies, i= amente so polo operatiesorinho (nstrumento-objet), Pos ele fecolhe ado 0 que sta sobre ocixo ds relagio de aprevenagso (que vt do agentes seu observador 'Nio€ de estranar gue, nesta condgbes, ele psa investise de uma amplitude varivel, wma forma fina ou mavel. Comps: Seremosiguslente, sem muita esforgo, que soa preferivel neste tito, 9 mado unificado a0 modo Iragmentad. Poisa ragmentacso do enquadramente em uma pluraligede de planes fixas isolando Spretentadoresecbservadores uns dor outon mascara sua disposi ‘lo resiproa no espaze nual ‘Asi, quando uma anf japonesaoferece chia seus con “dos durante a ceriminia do cha, oenguadramentodebase sees ting §delimitaedo do grup acecorado na esti, compost pela ‘afi (destnadorc,dant dela suas convidadas(destnatras) ‘Ques observa em slenco enquanio els oficia. Cercando conte mente todos os participates, © enguaéramento inet igualmente ro tervalo que o separa todos os clementos do dispositive ritual ‘tapete, bul de chi sina de chi gel clher de bambu (fe. (7) ‘Quande os observadores so mimerosos, méveis ou disperses no eso, os enos de apresentagso lgando © agente ao observae or se diversficam at formar, por vezes uma vasa rede de eixos ‘entrecruzados,O cinessa pode eno dar so seu enguscramento de base uma grande ampliude ou una maliplicidade de aspectos. Ele ‘isp, paca osublinhameano de cada relago, de um leque de pos "bli mae extent, Ors, 9 engusdramento assuri forme fixa eunifisad de um vasto plano de comuntocbareando a toa fade desastelaptesassociado aur Angulo cuj eo &porpendi- bila Aqueles das interagder; ora, a0 condo, a pofertacias do nasa io ao enguadramentofraentado numa racesio de la fos fixes, separados por altos no expaco ecercanéo cada um una felaglo entre 0 destinador eum ou vstos observadores. ASS, 05 ‘lois process so utilizades altrnadaments por Guy Le Mos qv: do cle tema dar conta a complenidade cenogrifica dos ritos el {oto oF liizos dos Bobo do Burkina Faso (Masques de fuiles, 196i, e mais sinda Yele Dang, 1966). Em lle Dange, por exer pla, ss miscaras sto feqientementeenguadradas a0 mesmo tempo ‘us seus observadoresdhspostos em odor, ou apresentados sume os relag particular de face a face coma mitcara. Ou, ands engu ‘ramenlo de base operas um vaivém continuo etre uns « urs, ‘ou ent os acompankart em conjunto em seus deslocamentos. ‘0 uso do uma ou de outa desta variates nlo eto apenas por live escolhs do etnélogo-cineasia. Depende iualmente dos igo dos partiipantes no expago rita edas ofeecides pelos aparsiho de registro. 0 [be astra 9 enquadramento de base mével a0 qual Joan Rouch ‘corte par ima a danga da Goumbé qu ¢exevtada 208 sbados por ovens imigantes nos subirbioe de Abigjen (La Goumby des Jeunes noceurs, 1965) A parculridade deste enquadramento & ‘seguir num movimento continuo os deslocamentos dos danas, tenquadrados da cabega aos pés no cento da imagem e separados “am do outro por um interval, revlanda simaltanesmente 9 gripo dos paricipantes-observadores que os sadsiam e com os guais cada lr delos se enconrsconrtantemente num relag face a fue (fg. 18), Deste grupo se destacs, de tempos em tempos, um novo dans sino, que penetra por sua vez na pista etaliza ua bhante de- ‘monstagdo. Or, sesso do cineasta em favor deste ip de enaua- Aramentonio ¢alheia & dsposigho quase circular dos pariipan- tes-observadores em volta dos dangrins; nem a possblidae ns- ‘eumental de uilizarconjuntamente uma objetive grande angular permitindo obter uma grande profundidade de campo, bem como Fegistros continuos de Tonga duragio, A mobilidade do enqus~ ramen revela, com efito,alirnadament, cada um So ito de Interac ene dangarinos ¢observadaes.Podemor encontat uh outro exemplo dests eset liana entre instrumenaps0.e mise on seine no regisro dedicado por este mesmo cineasalinicapto de ‘mulheres Songhay ans dangae de poressie (Horend), Obtio om ‘ondigdes instramentasidemceseaplcsndo-sea um proesso cao Aesdobramento #anslego, este documento faz uso do mesmo eh- ‘quadeamenca que La Goumbs. Com efeito, a imagem scompanhs, no centro, deslocament do grupo formado pela iniciadors, a inic cada "mulher trangia" que a segura pela cintura; edescabre Simultaneamente, por todo eteajoto, os divertos paricipantes- ‘btervaderes (ig. 19) evo permite inclusive que ines elite ‘multe zpropiadamenteo instante em que uma dss “mulheres iilas" 8 aqui observador,destaca-se da periferia para vi 106 ae ‘gu 177 agendas de baeTaal de va ooo tea reparade che obtevad por tae conde ego (eae, ir 107 agundran de are dt Wogan da CORTE wor tentar ao cone, niiadaacometida de uma crite de possessto,¢ {ornatse sem, e-apresetadors do rio, © qu ocore com oenquarsmento debate gutndoo obs valor do nto &invisial por ser imagine? Ene enquadementa ‘limita rondo omens o primero dao fo ape, nt ‘oo comportmento eo apetiv sa por mas vse gue sea {compos istramestoe objeto raped) astm ist Sinque sopars agente dem sterador eal eval Assim pro: Sedendo, eines nde ao apetaor cai visel faa. Imagvice do dextalst cae anti anifesta a mage ols tienda ocipe opto de sbrenagio gue ne perm spect nasielre cones o gest posts, plas en sum, Sint tld ida Sino epee oe {mn dts pars gu lp shor cojuntements sire des doit, emtniv, are 10s ‘© enguadramento de base, 20 contri, sublinhanio sa pre- senga inisivel do abservador criada pelo agente do Sua evelin-, mas também conjnto do dispo ‘bservadar erie sibuigdo de cntole- Est segundo ponta merece ftenelo. Com elit, quando se dirige a eses observadares oculios fu ado, por exemplo, a divindades onipresentes ow nteriorizadss, S pratictnte do rite hes ofeece coma expticul, e submete a sot fuame um dispositive de ago pluridimensional composto si {ancamente de palavrs, manipulagbes, produtes da aividade, ton adornos edangas ee. Nesta perepeciva nada distingue. por txemplo, a Bingo do vinhoe do ple, pele pa de Familia no iicio {Se uma reeiedo do SabatUniavion au rites domestigues jus ‘Annie Comolli 1975) ea pratcay, jk etadss, quale se enteys ‘na savina 9 exeador Gow, Tabiou, por ocsize da fabricag dove reno em La Chasse au lion dare (Jean Roush) A precede pi, 8 postrarecolhide dos outros membros da familia, mesa 05 talhe- Fone ascomidas faze nesessariamente parte do enquadramento de brseno primeira caso, coro fazem parte, pe outa, ocagado, sus soniye eneregador so expt da savanna cabap ¢ sua mists, is brases, as cineas es parts do solo que ele deimita num crculo magico, A daicadiferenga que se pode verfiaroote esas duas ‘Shuapdes é sem divide a teguine: no caso da prece judi, tudo pure indica que o ostnetira dino eit prfundarente ite FReado,dados os olhosbanos, a palavessimplesmente murmurae is, a frdgit amplitede dos gestos dos destinsdores; no cxs0 das pritias mégico-eligisus do cagnor, em contrapartid,o gest ‘ola drigidos & savan, as palavras promunciadas em voz Sugerem a onipeesenga dase eirouniziha, do desGnatrio vie five Tambo engundramento de base da efeigdosabitiea pode Serliitad a0 conjunto ficient escrito, para 0 qual convergem tados os 08 (fig. 20); 0 da cacador € um poco mais estencido pra ald do dspostivo ritual, para sublinhar a psigioexcéntrica {i ebeervador maging (Fi 21) ‘Compreendemos, deste modo, que o enquadramento de base poss se concentar sobre um ageate individual c seu dispositive Tnteno (compa) ou estnna(inetumentos objets materiis) quan- doo abservadorestver totalmente inteviorizado neste agente ou sus este ultimo for seu pri espctador. Assim s expla que os 109 Tijwa 10 Unlaa de mgatonana We fr ws te at Bons pee 8 vs b's ps "Bina do rqiattnn Tet pare Ti Te mento icine thf as eajodores Gow ve dope ph 110 rin dion” ds rings gue zepetem ncasavemente gests {orn desu context cet possum ter iimador com » aun anos aproxmados~ at msm em prime ou pists Ino Pan robre o resto eo polegr que cuparh ovo oto. mo “em objeto alia qu agian. © enguaramento do tua ads, coined com os tnicas materi remo fpo agente es desobraent seu dapstve nah 9 enguarumento debe porsus apie permite ocspevade ome iin tncan ele propee pent stn tu corcrndrinvsvel © grou de roxiidae dese Astana plead, qu poderaosqulifear de "des cen grate” nose de slguna manera evel, ndvtamente,srages Tprjedo ne epago ieadante da ead 80 tual Jos ag tee Bequest superido am Pte sosontenaire Sil ches les ‘Dogon Gesn Rouch¢ Germaine Dicterle, 1967-973) quando Jnmger evel, po exompl, gages um vat plan deco plongée. ense dene do dangarnos de Togou gue spe {Shaan da stan (Sit 9 (ip 22), Dascobradsoconjuno {icon eum pouco mato expetador dine ests om cones {eaiscemira compenigo forma sepertente desta ganas miseen soon ede srecian com eerteca su propria, Uintaia em que dove ear stds ura ivindade emptor pare telearo mesmo cxare ‘Quer observer desist sj uno vise oengundias ment de base de tenon itl incu nto ecesaiamente 9 Conjunto ficients dscns materi ous comporarens Se hapostive de sao do agents Parmite ainda a expetador do Fine aprender lag do spresentagiodesinadordestintto. ‘Apis qucum ito ferece Seervagio do cineat como vero, {a mal acentada do quo agelaproposta porta tenia mas ‘ena ‘sm via esta um deste els quis a msioria dot fimeseinogriicoscontagradoea08 ror ao espectaor me impressed grand complexe, até meso de const. Est resto, bastante econte nfo Se eve apenas a0 exptiala don [ander dsdobrments clever deslgue(Sig peesinn 3), um indiviuo, um grupo restrito ou ume multi, Dest panto de sta, os grandes cerimeniais lo fazer sendoacenuar et endo cin que aparece desde que se compara obrervago des ies coma (as tenieas mates (© enguadramento de base doit &inconcebivel sem seusimé nico, ongulo de base, quedo deve ser eonfundido com o ingulo sisociado a todo enguadramento debate (ow dngulo dengue. inento de base, Com esta, 0 papel atibuido 40 ponto de vista do destinairia sobre 0 desdobramesto do ritual confere ama grande importincia escola do Anglo, Este dino permite indica orien tapio do cinessts em relagdo aos paricipantese precisa 0 gteu de inserefo do espectador do filme no procerso mosrado E asim que ‘Angulo de base tende a sitar espectador no ino de obsevagi do destinatrio dort, ofercende 4 rua contemplag os mesos sspeetos do processo que ext timo, O dngule de base exprime assim tendenis, do cincass, de fazer coineidr su pont de vst © do espectador com o ponto de vista do abservaorassumide pelos agentes do rit cincataexerce em rela aces oar {go ser animado, harpano, ou divine, com sual inciram 6 did logo, peto qual se sabem examinados, ou sobre qual tata even ‘ualmgnte exercer uma arto mediasada ds ordem migicerligioss Ed fatoacssaesatégie que Griule fer lus ni plata ante rlormente ida (g. 16) vines emélogos si eapacs de osu taneamente sete postos de observagse para deseevercorctamente os fnerais Dogoh.Releiamos ous escreve sobre isso obser 1a posi 3: "0 3 ser misturado ao grupo tumultuad de porado. res detochas, incessanementeserescid plas entradas ds enlute- dos vindos da casa mora, Ele ters um concemente preciso dat stuagdes levadas a cabo pels dof combatants silencisos, cont. tantementerenovados.." Enguanto os observadores 2, 4¢5 tens dem a teatar cada grupo como um elemento independent, a pastit. ‘umn posigdo externa aos participants visves do eeiional (2 | domina do alto de asia,» 5, do alte de um traga; a 20 04 se situam entre dos grupos) abservadorposicionad no posto 3 em ‘ompensago, asume plenarnets sua ngerso na grup dos copec™ ‘adores pancipantes ao gual ele "se misturs”e ejo poo de vista ‘ota ilmagem. Tambér podo-esupor que sl ate aquses que na tain (conte) cmo um dos temas Suma aso cre SEEic spo o, do gel le, por mae, terms epost ‘No nun o pono vata Go desinatn soo desta once tpn umn pate do angele bus Ele preps mt nage. ng do aprerenagi Cro o amen io sate ‘ros dunes e nono bomen) Or, eta fang, como = BEng Gee de Va aaa Ten eel ot Sonar ge og. Set os pues fo compen steno (Come, ere, Crises osbonen cera my sion trem doc) Epo este io goo ingle de taco © Sos peace emo en ses Shonda dodetandor doo sobre seo se west angat sem nt penenes Seto, coneapondes ‘Sup eng de asst s Se caenass exes plo Svinay det, deni deouta lec com. fico aaleratnca dvd poston devisees opt ua ron non qu ede pina ae ns amenteo ines. Quer dizer que se trata mais de um pr de fngulos do que de um ngulo nico, Desa clagdodessimeirica, 0 etndlogo- ‘insta inclinado a prvilegiar o plo ocupado pelo destinador ‘agente do ito, sus atividade, seu disporiiv, O ponto de vista do ostinato, cbviamene, primordial: Mas. evocag da presence isivel ou ivisivel do destnatirio, al como pode ser apreendido por um observadorsituado a0 cite de aprerentagio do agente do ‘to, éigulment indispensivel. As exgencis, a reagdes efetivas ‘ou imaginadss deste destination infuentam indiretamente © comporamento do agente? Gristle evoraigualmente esta estatgia complementt, un ver qu ele escreve, 4 propésito do obtervador. "ums de sae tare Fasseelreconhecer gua mulheres slander qual portedor de toch, ‘que mimica a prefers do pico” O exame steno da plana pre posts por Griaule revel, com feito que este observador se situa, frente modo, sobre exo que liga as mulheres eas moyas studs ero da orquesta ao conjuntoformado pelos combstentesrituais © 5s portaores de toca, porém um pouco recuado em relacSo a es ies (fg. 16 ‘Uma das primeieasimplicagdes desta dupla insersfo do cineasta na relapio ene destinadoredestinatri 8 que a varlagde do pom Avista se acha natualmente gscrita om oda extrait do obec ‘vaso dos its. Composto de planos tes suestvos fazende alte ra, segundo » proceso de campo contecampo, o ponte de vista (uso agente e Seu destizateiotem um sobre ooo, obi 25a um contorno continue desses mesmes purtcipantes,o Sng 8s base nf € Sendo um vaivém entre ae manifestagies vieuts doe terms de uma relapte social ou de uma prajeio imainiria. Assim ‘2 que a planta de Griaulereprosentava apenas unt posh entre ‘ouirs, por exemple s pasigdes 3 ou 7, orn, paso eines, ‘repr gral Bo que cvidencin o exame de Horendl Notas sua roqlent inverso dos posigSes do cinenats sobre o six que ligt ‘of especadores a duple formads pels iniciads © a “mulher All”. disosiefoquase cireular dos participates co uso de una bjctiva grande angular ~ eame vimos antnirmente 8 propésito dos enguadraments de base ~favorecem, por cues lado, 4380930 «de um ingulo de base que engobasimultaneamentesebreo met fee de inteasio, dois pontos de vst: aquele de um espectadar na oto em elgho aos dangarnos situados no primsiro plano da mar tem (ublinhamento do executats), assim com en apo 30s pectedores situados em segundo plano, defeat pera cle; eaquele Gos exscutanter em relagdo a estes meimos especadores, gras lnverrio da porspectiva (fig. 19). Segundo os dslocamntos dos tnccutntesdevido sis moblidade, ocincastapodeentio observar prosressivament todas a interagBes porsveis etre exceutants © ipectedore, cujoscixor compdem juntos urna estratura radial {Ch Enguto siaando no primeto plano da imagem os exccutantes no segundo plano, no prolongamente do eixo de sbservago, una porte dav expoctadres,privileia assim os éestnadores do ito © Sua atvidade corporal ‘A dissionata cenogificaengendrada pela primazia do exe- ‘utente sabre o observadertende a desparecer quando uma verds+ Sia reciprocidade se instaura enze eles, porque cada um 30 tnesmo tempo a destinador eo destinatisie do out. Tal parece ser ‘cata dosjovens dangarins de Abijan um rapaz eum moe que {Le Goumbd nos most primeiamente nprovisande) na rama uma nova dang, depois, na noite ds Goumbé, dangando face a face, to- {eados pelo pablo « pelos misicor, Ao execuar seus passos de ‘digs, cada Um dees, com efeito, aprecia as inovages do our. [Nao € de estranhar que, em ti eeunstincias,ocineast tena es {oIhido, mesma insonscientemente,apresentar a= dangatines em ontnuidade,Desta maneira, elagiofeelproce que os une se acha ‘onstantementeoferecid, sea pees contoros do cineast, sla por suas propiasrtapdes no espaco, estando os momentos de france inseegiorobreo exo de tera (angulo de base) igads por pla hos de igual disincla umn do outro (@ngulo do enquadramenta de tae), como 60 caso m vegdénea Final do filme. "antes de continua eta expos, exlaresmos mais uma vez aque a adogto, pelo cineasta, do ponto de vista do destiacrio sobre ‘agente, ov do agente sobre odostintri, deve ser enendida no ‘ome uma idetficasZo pur simples com ets protagonists, mas ‘como una tendéncin aor situar no exo que os liga. Além disso, fst tendncin do sineasta de se colocar no ei de interagio dst ‘nndordesinatiria ¢ aqui consideada independentomeste das va- FiagSes de psigho nest eno, Esiastltimas dizer respeto, como ‘ino, so eoquedramenta (so significa que ocimeasia so benefcia us eum teraco. ‘Asim, 0 fegisto da crimini do ch no Japto pode se austae sum Angulo de base que pode assumitmiltple formas: ej sobre ‘prépso eixo de inaracdo anfitns-convidad,enguadsanco «cone ‘dada, no rs do cho de mancialigeiramentenclsiva ee costs (@), 04 deinandoss, ao conto, fora do campo por um enguadre ‘onto efetuado, sje a parse de wa pripria paige (bse dian: te desta posido (e), que reduzassimo intervalo gue a separa da snfitrif;sja em leve defasagem obligus em relagio 40 ei de Interago (imervale comprecndido ene O°¢ 45%), de manera 8 Aslimitar a convidada lgeiarente em plone ou ene perfil © cosas, eo mesmo tempo em que mantém aad, seu edn feampo de delimitasio (ig. 23) ude de psigSesem tomo de ~ «sobre —0sixa deine gu 23 tind gated are, Uw exept: a rer esd iets oe fe sf yos sat en ‘A astociagio permanente entre © kngulo eo enguadraments efine com exatida a posto eo grade insergdo espacial do (© enquadramento de base, como vimos, tende 2 delimi simaltancament, destinador destinatirio do rit, reapeitando » extenso de seu exo de interago, pois est & gralmente perpendi- car ao eixo de observaglo definido pelo dagul simulancamnes- 16 te dasociado ao enquadramento de base. Por sua vez, Angulo de ‘ase permite no expectador do filme, antes demas nada, examinar © comportamento do agente-destinador, colocando-o Se passive! Sobre oeixa de observagio do destinativio. AS rela ene eins (Gus estatgia so exrenamente vardvee, Ors uma delat dom ri absolutamente, ofa clas e-dominar, see por co-presenea, no Fnesmo campo visual, de um dngulo dem enquadramento de base pucialmenteindependentes, sea por compromisso eat o ingulo Gz ise eo angulo do enguadramento de base “Assim, observamos uma co-presenga do Angulo e do enqu mento debate quando, em Horendh um meso posto de obserag80 pete a0 cneast situa-se simullancamente no exo de interagto Figendo as exscutentes én dangas de possessto a certs observa~ doves do ritual de insiago (gale de bas) e a perpedicalr 20 to de interagio lgundo ets mesmas exectantsa outros obser ‘adores Cingulo do enquadramento de base) (i. 19) 80 se deve 1 disposi radia dred de ntoragbes, com os atres dito ceea- ds de maneiacteular por seus expectadores,Deste mode, ocieas- ts se benefice odo nstante ss vantagens conjugadas de uma dupa ‘ituagde: da inseredo, por sua posgtoscbre um dos aos de inte tapfo sorespectadores!a de reve, pela pecpendicularidade de sua ‘sto em rlagdo a ui outa ro de ntragdoatr-espectado, Pot definiet, Angulo w enquadramento de base no podom coined perfetamente, em nz da incompatibilidace cenogratica nits primeira e 0 Angulo do enquadramente de base. Assen, 0 tnquedramento de base da ctimni japoness do hi tende a SGgatee restr descend otis dum ogo etal Se. ao: a veins, vexpeadoossftentemerte ead ate ‘alo pense Feo ena no sero? Ist ,contudo esses delimitades espaciisextranhas 2s pons evista dos destintrios princpais, or espectadors,indietomen te iuminam os proprios meranismos da mise en sene, come os sa. in sina 8 observagio peliminar do trabalho de maquingot que pe. fede a extrade do comedante om cena NOTAS "outa a rtf por gue épermitde consid ‘trpelog erate 1 999, 132 | | fo na Mr TECNICAS CORPORAIS (0 que wsods ciematografi ns ensina sbreo corpo, sabre seu papel de flo sondutor? A resposta a esta pergun exigita um inimere consierdvel de obras ede filmes. ABs, nos contenare= fos em apresentar uma problematicae indica algumas grandes tendencas da owo-mice en sedne do corpo, de su incidncia sobre 2 estatégin do anteopslogo cine A cacatha do protagonista da asi ‘Uma das primeira coisas que o uso da imagem animada nos cosina a ultpiidade de pontos de vista possives sabre a atv ‘dade corporal, O corp se esquva de toda apreensto unilateral, porque ele ¢ a0 mesmo tempo o local de uma insirumentalizasio © {ums stuallzagto permanent; una unidadeorginia indstom~ ponivel eum objeto eenogeticofragmentivel; a erigem de ume ‘Tivigade continas sob um cero aspect ntermitente, sob out ‘esto mostra a diiculdade de sua observagt, Th esse respito deve-s, mais do que nunea, tomar ao pé dt tetra reflec sobre a afirmagdo de Mauss: "O primeir eo mais tata ebjeto tenieo,e a0 mesmo tempo meio téenco, do homer, ‘Soseu compo” (1968). Com efit, conforme se dedique tividade ‘fetunda com 0 ear (carp como meio téenico) ou aquelaexer- tid robre 0 corpo ( corpo como objet téenica),ocineastatende, iferontes, até mesmo opoe- ‘outa esfuma, Chega-se até reso 20 patsdoxs segundo o qual mostrar uma técnica corporal 6 escondet Eimltanesmente 0 aspect cosporal ds atvidage do agente! ‘Considerar o corp como meio ou como objeto significa, mals uma vez, alicar oesquema de fungBes pritices a uma atvidade ‘humana cuja compatibiicade a esta decupager em fungto aomi- ada poderiamos questionar. Come, per exemple, itegrato fuk gestal nuin esquers que, 4 primeira vist, no parece dstngir © ividade corporal de uma avidade material qualquer na aul ne teumentoe objeto so claramenteseparaveis? sso no seri, afi, suerer reduzira relagdesespaiais um conjanto de manifests ‘ques exprminam melhor em ferme de elas temporas? ‘A todas esas quesies € Heil espander gue o esquema pit co exprime tanto a dimensto temporal de uma tcnice de corpo ‘quanto sue dimensto espacial, Nao perctnes de visa, eom {ue oespac flmico do compo & antes de tudo um expaco da a¢30, ‘presentido pelo commportamente do gente, Ete espace preg 0 Gent, serdotetalmente, pelo menos em grande pare, nserito no desenolar do gesto, ou se, subordinaga ao tmp da spo, Por ‘outro lado, ver num mesmo corp fungbes ditnts de agente, de instrument, de objeto, no tiplea entetato coro veremos om seguide~ sus separagfo na itmagem. Vamos abordar te isto rals detalbadaente Desde o momento em quest examina «corpo como wm mio tenico, &colocadaem eviddaca scontnuidade de toda aividade insepardveis do corpo na imagem que conven asim fos eta Sima, Aas, pods falar de ispostivo interno «respi do cone Junto formado pelo comp ees spasibagen incorporad. Lagar ereunito de ungbes do agente, do insirumento cdo chet, ocorpo 4o gins, do danarno ou do homens epouso aul kes protagonsia da cdo eo gui inconese da ooservcto. A sustnc de ume aparclbagem sparivel do coro fc este aparcees como o Abvige de uma avidedeexerndo-s to mesmo temp por ses. mae sobre siesta, Snteseperfeita das orcas efetundas como Seb o corpo, aatividae do agente se apreenta com ante de "imyoluine Feo (postua) ou move (gest), oferecendo wo cineants to especiador uma pss relives fai seule, No seria surprondente eno vera enguadamcno ou of ilo de base confirma e sublinkar esta autovmise en scone” ‘snquadramento de base, englobanda todos ox termosoperatoros, Aarelagtoefeiva confundids na espago; ngs de bas, sit ando-se sobre o exo de dslocamento de roapto ou de psi do comp quando este age iteiramente sores mesmo, come durante ® repouso, ou studs sobre o exo de ago refcnva ponte uando o corpo age sobre ume Gica parte desi mesmo, como na Igiene pesoa 'A amplitude do enguadramest de base vasa consideravel tent segundo o pono de eplicagio a selagiorefesva, cw plo ‘operatéi,e segundo tamanbo do superte ou do dispostiva, sje ‘nconporado, sje em curso de incorporagto. Asi, seus sora ‘onteldo do enguadramento de base oespago correspondent #0 iva pods levarocineasa a exconder do expectador orto, em ro ‘ete do resto do corpo. £ assim que nurs ta de vdeo ddicada 35 formas dese movirentr da mesma modelo, esboso do filme defi risivo, uh enguadremento do tronco da jvem, deixando Tora do ‘campo a sabecs, revela nim dade momento o mecanismo da postue "a profssonsl ds modelo, projeto da baci para frente, bust pare tes fig 153 sa ecpagem do corp om deine da cbs india so ‘sri on pone oes Je pons, stencil fe a eas oie us prado one, Fragnenindo em cur aso coro, o enqueue de base doa and fess spon 9 dae eee ‘otynis dgul dus oct ater Mas rnin tai [aig cautonen dee seal rfn she {itm cenogeic parce etude ual lea oe “rmneahun eat, abun wne fron apenas ise see ss fressameme conto qu exis ecg ee 9c, 9 Instumenta eo objets lho A rgmentriopomine Sco povdoagent conepondesrpentayso peel anes do fone om 9 aoe, Naariomiveon sce de ma ene flexi, tl cma lt spurte ao cna «dapoaiv ncporsa setae lev ‘ety, as adoro non gifigus ee papain de inser queda magnus nda sepa neces dsdobe, ‘onto videds eral Dio ents om nessa oso Isa de delimit, Com efit, sds que de origer extern, 0 dispo- ‘tivo inoeporade mat com 9 corp, come vimos, eagBes de Indiseotivelcosprerenca. Assim, oenquadramento de base inclut tural, no rio da relagforeflexiva,oespago evertualmente ‘oupade pelo dispositive ineorporado, qualquer qu sj inclusive Seu tamanho ou sus exteroridade neil. Entenda-se com ss0 gue ‘enguadrament, por ses amplitude, permite ae espeoudor verifcar fs proseng efatva do dispostivo, Por euro lao, ele eapicaindi- ferenfemente sum adorn intgrando-se ao compe, 2 Um supa avo tstorvante como os bastéesentrecruzados protegendo os pés do Indio lapomimi dos enomesespiahos do Rasha quando ele desce 5 longo do tronco (Climbing the peachpalm ee) Fig. 30) 08 Binds am suporte passive al como chio, Ora, esta inclusto no nquadrament de base de wma aparlhagers que, ainda que sold {Seto corpo, prolonga consideravelmente seu volume, ao € ei- ‘entepreeia vist Pate sm de uma simples veificagto d presenga do disposi tivo ineoporado, 9 enquadramonto de base assim conceid pet ite pualmente ao espectador, quando ese dispositivo prolonganéo ‘copa eat iguolmente present, ealisar de que forma so propia. ateeza exerce alguna influtocia sobre as odalidndes da atvi- tle corporal. Eo que nos ensna uns seabancie do video prep tatoo de Maguillage,dedieada& demonsiragio das diversas tee- ‘isu de andr da modelo, Com efit, a aprendtzage do andar da ‘nodelo difere completamente se ele usat salts alts (escola t+ Aicional de modelo) ou, a0 contiio, se usr salto bina (eseola ‘moderns). Ora, ak concluso re apdia num enguadeament incl Indo corp nero (a modelo andando)ointrumentoincorprado (ce sapatos de diferentes alturas), a que verse junta ete ins tuumeno extemo que ¢ 9 ruporte (0 eho), de mode sublinhar a ‘eeita dependércia entre of divers elementos da elo ref Como vera,» enguadeamento de base da regio refleniva de dispositive incorporada est ange de se imitar a simples apae relho corporal. Fle o ultrapassa completamente. Pois uma ténisa, ‘nest aplicads 20 propre corp, 4 zedazida v sua mais simple txprerszo~ como & agu oc4S0~,define-se apenas em fungi0 de feu suporte. Por mas itidos que possi se seus contonos na ima- Iss _gem, os mesmos so composos de aspectos snsiveisexterores a0 {coepoo todavia necessrios ao exetesio da atividade refleniva, “Antes de aborar os problemas de observa colocados peas téenica reflexivas de dispositive exter, convétn dizer algumas pilavas Sobre as diversas incdéncins de autonnise en scene de uma tenicsretloxivasobrea esoTha do ingulo Une tenic reflexiva, «quer faga ou ndo aploa um diepositivo externa par se reali, so desdobra no espace como um volume, Fregustrement, todos os sspectos deste volume sio pesos em ago simultancamente, Tal € notadamenteo caso em quo relagio afeta © conjanto do corpo de um ginasa, deur nadador, de um caminkant. Ito sighifice que deve se observada sultnes ou sucesivamentee pa de una rulipliidade de pontos de vst. Esta nogdo de volume corporal {oy claramentepereebi por Paul Hoist em seus tabalos so- be oestudo dos gestos (1973). O aut, depos de te eto un a> lango dos maétodoswilizados até aqui polar pesquisadores de to- 4s as disciplinas para a aalise ea medida dos gests, prope um iéiodo baseado numa coneepedo geomttrca do corpo definido ‘oma "um volume ariulado eujoe movimintee engendram no et ago volumes tericamente mensurveis"(1975- 77) Medi os ge tos, partir do produto absrato dos tagas deleades por sun inser. 48 no espaco, no necessuriamenteo objetive do einsloge-cine- ‘sa, Seu proposito€ mais o de repodusic a aparéncia do deste bramento prdpri da atvidade gstu. O volume corporal prod tor de tag ineressathe em si mesmo, tal come se apresene 40 tho do outro, no grupo humano estudado. Assim, 0 dngulo do ‘enguadramento de base cujo ino de observagdo & perpendiclat 10 vixe de ao do corpo sobre si mesmo pode asumir forma de um contorno, continua ou descontnua, do corpo. Este contorno poss seu eguivalente na ocupagse de um post de abservarao fixe {quanto orientagd, quando o corp do agente ele mesmo anima do de um movimento de rota. asst que cm Techniques de ‘musculation (8. Comolie C. de France, 1973), 04 dois cases 5 present durante o registro da fase de aquecimento dos pias tas. clmeracontorna-os quando cotreta sem si do lage, pula sora, sagucham ese levantam sem otal sobre si mesmos. Fate sontorno € ora continuo, ore artificalmente descoatinu, gracas& 156 pesinga de eplios que permite obser, simitaneament, 9 Ms dis dee ganas i 31). Emcoraprt, ape om “Fearn sic a om cage eres tow ano Fxo substi ocomtorne quando os mesmo insasproce- Some mp encore manna Ente ges ie todo de vegitre encntese de pefetncia no ies con {Lasts dear venvnnente sens na tate db corpo Puss encrinos por seus prorionmoviments, oferecem no seeder ‘Touldads de pontos de vista sobre seu corpo sejuem stoner tro lngulo do coqudsumente debe 3) 0 de fervacd perpendicular seu ea de react, tej om plongée os onrerplngee verte a pasir do Anguto Se bse cajo ete de Stereo se cnfunde eit com seu e0 de tae. Sei engundrament de una tenica corporal elexiva &ss- cevivel de fngment coro, es agmeniatde poe ser empen- ‘Su plo dngul,puclarmente otngulo de base. A onertasto ist fle daraie's spas de te ® neta om elo wo agente a lefima eal, cert feats do corpo ues dts ene vse oe uct asim gue pare vtomat als ume ves oroeeto e autege os fetes de agen devi sum esas So's da mode qu vemos eapltarabue seseteren ne ‘es disindeadore sobre sted ars siscomeenei ot Acero de um ingle Sse, fae pao at nrg Coindndo com ve eae, un eels epone one ‘sorento dcop ig 23), pst ad pla toi en ce ds ei fl ‘vas de dispositive incorporado , como vemos, rvnsvercte al Scher sede poo cin, Oca an serecom ey ‘esas teapots crane Recndensngie oupen as ‘gente emoutrs pls, sun apecgea, Sr ee te 5 coro es desacn por meena parse ease oe ‘sri gle rps Mangia como seas ccbne een ‘sca teal tmttament eno ero een unpousn aso verte bo dn antopomnce siete 158 Ao agente De sorte que por vers no so sabe se se esther presenga (de Imagen de uma teenies corporal ou daquela de um técnica staterial A pista ¢enberalnada em rzio da ambigidade da avro- 1 Inds en seene do proceso observado. Asim, cabe prineipalmente 1 Tp cineast confirmar~ou mts simplesmenteafiemar-,aaves de ' tim sublishamasteapropriado,« presenge dominant de ua tcni- [h corporal. Isso mostra importania da escalha de um eng lramonto de base. De acordo com a maneira come se efetwaria es oi, o process ter otal aparacia de uma ago centsipets sobre ‘corpo os de uma ago cotrfuga sobre 0 mei. Th teniea corporal nfo pode ser confrmada como al sm Que ‘ej adotado um enqundramento de base centrado na relagio do cor po com sle mesmo, Noseia desta relagioistrumentalzada 0 cor po deve se por sua vez, confirmado a Seu papel de protagonist, om objeto da ago, Parte Integrante do plo operabrio em razdo de bun indspensivel mediagHo e de su eotato com 0 corpo, ons tramento eterna ext present na imagem como o esto 0 sezpete Ad artesto de Lo Charpaign,o ero de pasar da dona de case de “Leveuses ou qualquer inetumentoaumatcnica material nada ais ‘gr isto Busta gue re opere um deslocamento do enquadrament ‘'ctacio do corpo com ele mesmo para a relagho do coro com 0 insturento externa - imperceptivelmente transformado em prot sonia da a¢30~ para que a técnica corporal assuma imedistamen- fos aparéneia de una tesnica materi ro que revelou o exame repetigo do filme Techntques de -nusculation «dos exbogosvideograficos que preeederam su rea ‘Zagio, Os mestnos exerci passim, na imager, concern ork “ma agdo do ginsta sore seu corpo, ora a ums agdo deste agente tore um objeto material. Progrensivament ests vacigBet apare- ‘enum coma relacionadas 4s en sdnee, mais particuarmente, tmancia diferente com que fi sublinkado,conforme o caso, 0 use {he os gnasasfariam Ga Bars, dos pesos, da prancha nclinads de mauinasbaruhentas como pltaformas e prenstsvrtcas ou ‘nelinads. "Fomerns a exemple preciso da prensa nclinada qu o gins ta aciona com um fort implto dos peso corpo alongado sobre um tapete de borracha colocado ditetamente no cho a fim de desen- volver os miscues de peraasecoxes. Essa vidade apaecia como 159 on nsx ex gunn tao in equeinresto de bae conrad no conjuno do como slang, lsndos plo de consto doe ps coms promo, Speen ‘ita tepie ag, o sine ose videni seu pape pur isrumento extern eontbunds pee Srrabalho muscular pena, por eu movment de acs om ute asorado pelo orp (impute da pens pars Tonge er 3), sm parte propre tome mein da pram em stave orp) ig 43). Em conraputid, 3 mes vided peer ‘eam uma tin ater Se impo dum oon neta quando centamos oenqurument ne renh, montane do erpo apons ua parts inferior, consteie pelos pe atamest monty com nage rendement, rate eA imager preci asim engi como v ements de uma tice material adonstumializaa, um pao opr i omstuid pela apd ds pes instrument compra) tress (objeto materia. Potames eto examina vontade meca so dese now protagonist, animador um movment de wk ‘ts, Cad pul ds ps, perms etnias, taste do srpe un platform gue tornave deen quando ss pres, bran. ‘evotavam su poset ial ig 4). aque ocere com todos ox exricasobservdos. De wm onda s ot, protagonist gusta Servet, masaee, eto ows even Ono vor tein sa pop stone mesmo nica corporal com auilago de pon, bras, pres ‘stom se erga ratpotvn ipalsinea pea, ats roa < oltafomas(éenica aera). Quanto nos destocaos Impey ‘ele para enqncaentosmodclado moquces as anet oe teri aotamos de cera forma um pnt desta compari! to de ua pesoa qu vei inspeciona bam finclonement dor epie, Ines de maselasto. Paro eric deat miqias lo pela ‘com efeito, 0 corpo é um simples agente que a poe em movimento. © priprioespectador ato mai press eta inva de peapectva quanto menos imediatamente perceptive oro et besa plo agent sobre sou propio suo. Asm, a cele da prensainctinad, sagem mone segues agen sand una guia on fees desta mesa ming obese 160 culo do agente-pacientepermanecem, por sua vex, invisivels Petcebe-sefacimente, por ete exomplo das pitcas de musclac20, paride que os eineasas podem rar do crater abiguo dav ine en sone de enics tefenivas de apareihagem externa, Ima- finest assim, gue una mesma atividade dae luge ums grande tiversidage de decupazens, de cnstragdes fica ene a8 qusis figurerio formas de sublnbsmento nao-cincidenes com 2 liv dade dominate, Cnapreendeee,igalmente que uma Wcriea cor pera, apresertads na ict como una aividade materi essa, [bm cerios cats, parecer perfeitmentesbrurda,O que de mais incompreensvel, com efoto, do que estes ovens qu, em Techmaues cde musculaion, pasar tempo considerivelelevantt, depois 3 ‘boar bares, ob a empurra incansavelmente com os pés um ob fo que retrms sem centr a sua posic inicial? ra encerar eta delicada questo da ambiguidade de wma téonicnrefleivafnstrumentaliznds, ede sus eventual disipasao, ‘sfaremgs,comparand-s, das Soguéacas de caminhada com tans pore de objeto sobre a eabepa, extrafdas, uma dos esbogosvideo- trafic de Maguillage, otra de Rose ot Landry (Jean Reuch © [segues Godebout, 1962) Esses dois exemplos ilustram perfeta- ‘mente, em rardo de sua aparentesimiitude, a necessidade, do ci- feasa, de confirmar a dominate eorporl ou matsial de um pro- esto ambiguo pela ecolha de wm enquacramesto apropriado, Na Seana videogrific de Maguillgeassstimos 2 um exercicio otiiane de ums modelo, que ¢ eaminhar com um tvro 30 alto da ‘abega. A jovem procure, obviament, transporte espessa vlume fem 9 dear exit Seu comportamento adgite ent alguma ape rlncin de wma téenics material de ansporte ne qual o corpo fara ts veres de instrument suport, Mas isto do nos deve fazer pet~ der de vista que 0 objetivo essencal de sua atividade¢ out con- is om forgar sea propia compo a se desloca de um certo modo: bu sea, eabega roto paseo delizante,Trla-eaqul de ura de~ nic corpora eleva uma marcha instrumentalizads~ na qual 0 Tivo colocado na cabega ooupa o higar de instrament principal (Or, nfo 6 por aaso que ocineasta escolheu anquadear a mo dele, era da cabeps 208 ps, iro inelusve, oa da cabera as coxas, ‘ubliad assim o corpo, e noo livre, no seio da relagko corpo- 161

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