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decisões.
Com amor.
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RESUMO
ÍNDICE
AGRADECIMENTOS ...............................................................................5
APRESENTAÇÃO ...................................................................................6
CAPÍTULO 1
BREVE HISTÓRICO SOBRE OS MUSEUS DE ARTE NO MUNDO E NO
BRASIL E SUAS ATIVIDADES EDUCACIONAIS .................................................10
1.1. Os museus de arte – um panorama mundial ............................................................................12
1.2. Museus de arte e atividades educativas no Brasil ...................................................................22
1.2.1. A criação de museus de arte no Brasil .................................................................................23
1.2.2. A criação dos museus de arte na cidade de São Paulo e suas atividades educativas ........25
1.3. Atividades educativas em museus paulistanos e metodologias para a apreciação estética .27
1.3.1. Algumas atividades educativas sistematizadas nos museus paulistanos .............................27
1.3.2. Considerações sobre metodologias de arte-educação em museus ......................................30
CAPÍTULO 2
ATENDIMENTO A PÚBLICO ESPONTÂNEO – UM ESTUDO DE CASO............39
2.1. A ação educativa na XXIV Bienal de São Paulo ......................................................................41
2.2. A ação educativa da Mostra do Redescobrimento ...................................................................53
2.3. A ação educativa na exposição “A Arte Egípcia no Tempo dos Faraós” ................................68
2.4. Proposições para atendimento de público espontâneo em museus e exposições de arte .....77
CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................84
BIBLIOGRAFIA .....................................................................................................87
ANEXOS ...............................................................................................................90
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AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, Luiz e Beatriz, pela dedicação e paciência nos momentos de
Marcelo Carvalho, Anaí dos Anjos, Cristiane Muniz, colegas e amigos, que
Rosa Maria dos Santos, pelo apoio dado nos momentos de dúvida sobre o
tema da monografia.
de São Paulo.
Pinacoteca do Estado.
Bianca Corazza.
Meu orientador Marcelo Mattos Araújo, por sua paciência e bom humor.
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APRESENTAÇÃO
eventos por museus e instituições culturais da área de artes visuais. Não foram
apoios, e também por meio de leis de incentivo cultural, como por exemplo, a
público, devido à dificuldade de fruição por parte deste, que não tem o hábito
de ir a museus.
Numa sociedade cada vez mais dominada pela imagem, como o cinema,
visual.
que está inserida e cada visitante, com seu vocabulário e referências culturais e
público, para que as interpretações das imagens não apenas no museu, como
está sendo visto aqui e agora e em relação ao passado” (Barbosa, 1998 : 34-5).
denominado de ‘monitor’2.
1
Define-se como público espontâneo, aquele que visita uma exposição museológica sem
agendamento prévio, podendo ou não requerer o atendimento do monitor, oferecido pela ação
educativa da instituição.
2
O termo monitoria é muito utilizado no Brasil, porém existem outros vocábulos que definem a
ação deste profissional, refletindo não apenas uma questão terminológica, mas problemas
conceituais. Estas questões serão tratadas no decorrer do capítulo 1.
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ações educativas.
os anos 1998 e 2001, na cidade de São Paulo. A “XXIV Bienal de São Paulo”,
São Paulo, desde o período colonial brasileiro até os dias atuais. A terceira e
segundo capítulo.
estarão incluídos.
museu, além de atender escolas das redes públicas e particulares, tem como
desenvolvido.
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CAPÍTULO 1
os dias atuais. Para esta primeira parte, serão utilizadas como referências
1991; Grinspum,1991.
com enfoque na cidade de São Paulo, e finalizando, numa terceira parte, serão
Lavratti,2001.
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riqueza dos fiéis, eram feitos de materiais variados como ouro, prata e bronze,
refinadas que doou ao templo de Vênus Genitrix; Pompeu possuía uma coleção
superior a duas mil peças; Adriano, com o desejo de manter diante de sua
(Bazin, 1969:18-23).
imperador Han, organizou uma galeria de retratos dos seus ministros, chamada
1969:26-7).
Paixão de Cristo, dos apóstolos, dos santos, da Virgem, tudo o que estava em
século VII pela rainha Teodolina, esposa do rei dos lombardos, Agilulfo.
seda e de ouro. Antes de sua morte, Carlos Magno decide dividir sua fortuna,
cidades de seu império (Bazin, 1969: 29-31; Rojas, Crespan, Trallero, 1979: 24-
tesouros documentais (Bazin, 1969: 32; Rojas, Crespan, Trallero, 1979: 24-5;
presente, de seu irmão Carlos V, rei da França, de seu sobrinho, Carlos VI, dos
curiosidade pela história, tanto que num de seus castelos possuía uma coleção
história (Bazin, 1969: 37,39; Rojas, Crespan, Trallero, 1979: 24-5; Arruda,
esculturas adquiridas em viagens pela Grécia e Itália como modelos para seus
Visconti. O termo museu aparece nesta época, por volta de 1492, denominando
Em Roma, durante o século XV, primeiro papa colecionista foi Paulo II,
de Metz, por volta de 1430, na França, relata que no pátio central havia pavões
entre outros objetos. São coleções como estas que deram origem aos
dos reis Filipe III e Filipe IV, enriqueceu suas coleções por meio de compras de
encarregados para esta tarefa, inclusive Velásquez, que foi enviado à Itália de
1649 a 1651. Estas obras são hoje componentes da coleção do atual Museu do
aproximadamente mil pinturas, uma biblioteca com mais de quatro mil títulos e
que teve como conservador o pintor flamengo David Teniers. Esta coleção foi
1979: 26-7).
Foram durante os séculos XVI e XVII que surgiram dois termos para
grandes dimensões, onde ocorriam festas e eventos luxuosos que tinham como
decoração das salas, obras de arte. Este termo prevaleceu nos museus de arte
no final do século XVII e início do século XVIII. Ainda hoje, em países de língua
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tinham perdido sua existência legal, como reis e nobres, era necessário dar um
novo destino a essas coleções. Muitas foram postas à venda, como por
dias, os cinco primeiros dias eram dedicados aos artistas, os dois seguintes à
que surgiu como um novo local de prostituição na cidade, com intensidade nos
tornando Paris uma metrópole das artes (Bazin, 1969:172,174; Rojas, Crespan,
1838 para seu prédio definitivo em ‘Trafalgar Square’. A ‘Tate Gallery’, também
1979: 27-9).
por ele, com o objetivo de aproximar as classes mais baixas dos universos da
Para uma exposição que pretendia ser a mais perfeita a ser realizada até
edições que ocorreram em Londres (1851; 1862). São assim, dentre outras,
(http://jbonline.terra.com.br/).
nome mudado no ano seguinte para ‘Department of Science and Art’. Em 1852,
Istambul e de Sidney.
européia, são fruto de compras de obras com capital privado (Bazin, 1969:257;
Moderna de Nova Yorque (1929), fundado por Nelson Rockfeller com objetivo
instituição, que tinha por objetivo aproximar a estética do museu de arte com a
veneziana, o ‘Palazzo Vernier’, e sua colação de obras de arte, após sua morte
Hermitage Museum’.
aceitar somente aquilo que era institucionalmente consagrado como ‘boa arte’
BRASIL
histórico das criações dos museus de arte no Brasil, desde a vinda da família
público visitante destes museus. Com finalidades didáticas, será feita uma
Paulo.
uma nova capital e para tanto foram convidados artistas franceses, liderados
por Joaquim Lebreton, com objetivo de criar uma instituição de ensino de arte,
era composto pelo arquiteto Grandjean de Montigny, pelo pintor histórico Jean-
Taunay. “A criação dos museus artísticos está identificada com esse quadro
Belas Artes’ . A coleção real anteriormente citada e outras obras adquiridas por
história natural do Brasil. Desde 1892 até hoje, tem sua sede no antigo Palácio
de Janeiro (Lourenço,1999:133,229).
desenvolvidas.
de Pietro Maria Bardi. O acervo inicial do museu foi constituído de obras de arte
(Lourenço,1999:46-7,100, 138).
monitores para a I Bienal de São Paulo. Essas atividades educativas tanto para
os Museus de Arte Moderna do Rio e São Paulo quanto para o Museu de Arte
Plásticas de São Paulo, realizada pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo,
uma resposta para a escala massiva dos novos tempos. Competente, consagra
(Lourenço,1999:23).
visitante não mais como um ser passivo, mas sim capaz de interagir com a
arte no Brasil e uma maior estruturação dos setores educativos dos museus. O
Center for Education in the Arts‘, dos Estados Unidos, que incluía o estudo de
EDUCAÇÃO EM MUSEUS
tipos de visitas que podem ser utilizados dentro de uma atividade educativa em
primordial, não apenas para ‘informar’ o espectador quanto aos estilos, história
sobre si. Porém, visitas a museus tornam essas imagens ‘reais’ no sentido de
sua materialidade. A proximidade física com o objeto de arte, seja ele pintura,
juízos de valores como ‘bonito’ ou ‘feio’, ou ‘gosto’ ou ‘não gosto’, sem se ater
cada uma delas, especialmente por seu background cultural; e que, portanto,
bons motivos existem para que haja mais de uma interpretação (...)
uma alfabetização cultural sem a qual a letra pouco significa. A leitura social,
uma obra de arte pode ser constituída por dois tipos de coisas: por suas
Além disso, esses dois tipos de fatores não são independentes, mas trabalham
em íntima interação entre eles. Uma obra de arte, sob o ponto de vista
este amplie seu repertório visual, visando compreender melhor o mundo à sua
humano”(Barbosa,2001:4).
orientação aos alunos durante o ensino de crítica nos museus (...) O museu,
pelo ensino da crítica de arte, é um dos melhores lugares para ensinar crítica
tesouros. As obras de arte nos museus são geralmente de valor estético tão
alto, e contêm tantos princípios estéticos que o ensino da crítica nos museus
pode ser feito imediatamente, e a arte torna-se uma das maiores fontes de
importantes coisas que as pessoas fazem com a arte. Elas a produzem, elas a
vêem, elas procuram entender seu lugar na cultura através do tempo, elas
ver e a história da arte faz com que se compreenda o lugar e tempo em que as
está sendo visto, através de perguntas feitas pelo monitor, as respostas dos
obra de arte; analisando, etapa seguinte que também pode estar intrincado à
habilidades na produção de artes visuais” (Barbosa, 2001: 114). Pode ser que a
compreensão preceda a técnica, por isso que estas duas etapas podem estar
utilizados, como visitas orientadas ou guiadas, que são realizadas por esse
‘professor’.
‘monitor’, não que este seja o termo mais adequado, porém o termo ‘orientador’
alunos, seja numa seja no ensino formal ou não formal. O contato do ‘monitor’
com o público é breve, portanto uma característica deste trabalho. Quem sabe
utilizados individualmente.
monitor deve dirigir suas questões, controlando a discussão para não perder os
seus objetivos.
vontade. Estes três tipos de visitas podem ser aplicados em uma única visita,
desde que esteja claro o objetivo do que o monitor pretende com o grupo.
que, por suas atitudes, demonstram que nunca conseguiram ver, ou melhor, ler
enfoque e de percepção, desde que estas pareçam ser aceitas pelo grupo.
forma por vontade própria e, portanto, por interesses em comum” ; ‘grupos com
CAPÍTULO 2
CASO
realização da exposição.
do Brasil até os dias atuais, passando inclusive pela arte popular. A terceira
escultura e relevo.
relatados os casos que mais chamaram atenção, bem como as situações mais
que verá um recorte da exposição feito pelo monitor, e não serão vistos todos
não, se são um grupo familiar ou de amigos, bem como a idade dos visitantes,
30.000 m2 . Com 24 edições realizadas até então, a XXIV Bienal de São Paulo
Para a XXIV Bienal de São Paulo realizada em 1998, sob gestão de Júlio
da cultura brasileira. Neste andar, havia obras das mais variadas desde Albert
Eckhout, Rodin, Géricault , Magrite, Hélio Oiticica, Anita Malfatti até Adriana
Europa, África, Oriente Médio, Ásia e Oceania. Ele convidou ao todo dez
críticos para curadorias, dentro dos dois conceitos propostos e citados acima,
como foi citado em capítulo anterior, foi instituída em 1997 uma Diretoria de
educação e reflexão.
Ana Helena Curti e o Projeto Monitorias por Milene Chiovatto, tendo Tânia
monitores .
aprofundamento e transformação.
MONITORIAS
poéticas.
para a XXIV Bienal de São Paulo. Havia uma grande tolerância de faltas, no
auditórios para que esses encontros pudessem ser realizados: Museu de Arte
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AGENDAMENTO
manhã, tarde e noite, com duração de 4:30 horas, com folga apenas na
segunda-feira.
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FIXAS
vista do visitante.
A partir desta jornada dupla, nos finais de semana meu horário em geral
a exposição e quando se lhes afirmava que não tinha como responder à sua
sentia seguro, pois o uniforme lhe dava a certeza de que estava falando com as
a partir das quintas feiras e durante os finais de semana. Nos outros dias, o
avulsos’.
Monitores reforçou a importância das leituras das obras por meio da tipologia
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que eram eles mesmos que estavam realizando a leitura e chegando às suas
três obras e este esperava uma resposta rápida, sem exigir nenhum esforço
Oceania), ocasião em que iniciamos leituras por meio de perguntas que por ele
porém, depois de algum tempo, à medida que foi adquirindo confiança em si,
William Kentridge, ‘Il ritorno d’Ulisse’ , foi muito satisfatório perceber a emoção
estampada em sua face, por ter interpretado a obra de arte a partir da sua
experiência de vida.
pelo espaço expositivo, passou a realizar sua visita junto a estes, desde o
expostas obras do Grupo CoBrA, Gerhard Richter e Sigmar Polke, quando uma
abordar os aspectos das pinturas do Grupo CoBrA, realizei uma breve ‘visita-
exercícios de leitura das obras ali presentes. Essa senhora fez uma
destoava do restante dos atendimentos que ela havia recebido por outros
A MOSTRA DO REDESCOBRIMENTO
idealizada pela Associação Brasil 500 Anos de Artes Visuais, atual Brasil
Connects, que tem como presidente desde então o banqueiro Edemar Cid
Matarazzo e Lucas Garcez. Um quarto espaço foi criado no local das quadras
de tênis do parque, onde foi instalada uma grande tenda que recebeu o nome
durante o evento.
fruição e por fim causaram uma grande celeuma na opinião pública. Esses
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O projeto da Mostra se desenvolveu adotando a palavra cenografia para o conjunto de
atividades relacionadas às exposições. A utilização deste termo é equivocada na perspectiva
do pensamento museológico, foi utilizada se referindo ao conceito de expografia. A adoção
deste vocábulo vai ser mantida neste sub-capítulo, por referir-se ao projeto original da Mostra.
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pavilhão.
traçava um panorama da cultura indígena desde o século XVI aos dias atuais,
vitrines.
curadorias.
exposição foi composta por cores primárias e secundárias sem meios tons.
Para o módulo ‘Carta de Pero Vaz de Caminha’, foi exposta uma página
sociedade brasileira.
exposição.
dividida nos séculos XVI, XVII e XVIII e estes subdivididos pelas corporações
assepsia visual.
uma grande cortina separava o centro da periferia da sala, que continha obras
público especial, como também cursos para professores que eram realizados,
primeira etapa para a seleção dos candidatos a monitores foi uma análise de
monitoria. E por último, dar sua interpretação por escrito a respeito do título da
receberam uma ajuda de custo referente a meio salário mínimo por mês, que
com horários distintos: manhã, das 09:00 às 12:00 e noite, das 19:00 às 22:00.
monografia.
agendados nessas instituições, mas sim relatos sobre as monitorias que elas
debates. Para essas mesas, foram convidados Nelson Aguilar, Rodrigo Naves
e José Resende (Mesa 1), e Nuno Ramos, Rosana Paulino e Glória Ferreira
(Mesa 2).
informativo.
exposição.
AGENDAMENTO
expositivo por mais 30 minutos, o que não foi possível devido ao excesso de
fluxo.
em geral.
ROTEIRO EXPOSIÇÕES/CURADORIAS
R1 Arte popular, Negro de Corpo e
Alma e Carta de Pero Vaz de
Caminha.
R2 Arqueologia, artes Indígenas e
Arte: evolução ou Revolução.
R3 Barroco, Séculos XIX e XX.
R4 Séculos XIX, XX e Arte Afro-
brasileira.
R5 Séculos XIX, XX, Imagens do
Inconsciente.
R6 Séculos XIX, XX e Olhar Distante.
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A mostra teve início dia 24 de abril de 2000 com término previsto para
dia 07 de setembro do mesmo ano, porém esta data foi estendida para dia 10
para cada pavilhão. A partir do mês de julho houve uma redução na cobrança
havia como agendar visitas nos finais de semana, que eram iniciadas às
10:00h. Porém o fluxo era menor e o atendimento era realizado aos visitantes
13:00h e outro das 9:00h às 14:00h; havia outro turno integral das 9:00h às
17:00 às 22:00. Nos finais de semana os turnos de trabalho eram três: das
09:30 às 14:30; das 13:00h às 18:00 e das 16:00 às 21:00.O trabalho era
dias úteis da semana, período em que quase não havia atendimento de público
Além deste ser o pavilhão menos visitado, era também o último a ser
visualidades das exposições eram dadas pelas cores muito bem escolhidas
pavilhão, pude perceber que o tempo médio de visitação de uma pessoa, sem
exposição.
do monitor.
aplicar as tipologias das visitas dentro desta conversa. Porém, com este tipo de
ritmo da visita se tornasse truncada, pois cada casal, cada pessoa do grupo se
dispersava para ver outras obras que não estavam dentro do roteiro, mesmo
sendo avisado que não era possível abordar todas as obras. A ansiedade por
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sempre ocorriam entre conhecidos e dificilmente em voz alta para todo o grupo
exemplo.
apenas uma folha original exposta. Esses tipos de grupos - “amigos” e “família”
falecimento em 1947, foi fundada neste mesmo ano por sua esposa Annie
arte e música foram criados em 1957. Em 1963, foi reconhecido, pelo Conselho
para a época. Desde 1994, está sob a direção de Maria Izabel Branco Ribeiro.
MUSEU DO LOUVRE
Faraós,2001: 33, v.1), considerando-se que não há olhar virgem mas sim um
mas estava ligada à crenças relativas aos mortos e deuses, sua religião, que
inclui não somente os deuses e os mortos, mas os vivos, como o reis e altos
relevo está no ambiente em que a peça vai ser destinada, interna ou externa
palestras com outros dois profissionais: Cyro del Nero, sobre indumentária e
com as obras colocadas nos seus lugares, o que permite uma maior
proximidade com elas. O preparo deste roteiro foi importante, fazendo com que
remunerados para tal. Essa segurança fez com que a coordenação pudesse
AGENDAMENTO
museu, por uma estagiária, e posteriormente foi contratada uma pessoa para
estipulados em função dos três turnos dos monitores. Atendia tanto escolas da
de 60 minutos.
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finais de semana, a exposição estava aberta das 10:00 às 18:00, sendo que a
última entrada de visitantes era às 16:30. A entrada era franca, como em todas
14:30; 13:30 às 18:00 e 16:30 às 21:00. Aos finais de semana, os turnos eram
aumentar sua carga semanal de trabalho em 8 horas, duas horas por dia a
mensal.
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intenso, inclusive por este tipo de atendimento ser também uma prioridade do
tipologia ‘visitante avulso’, muito presente nas exposições que o museu realiza.
visitantes eram mais jovens, havia uma maior aproximação por parte deles, o
terminava com vinte ou mais. Era muito comum durante a visita, pessoas
visitantes do grupo, ora foi pela resistência em participação nas respostas das
tamanha, que foi possível realizar a tipologia ‘discussão dirigida’ com êxito, de
forma bem didática, o que normalmente o visitante espontâneo não aceita tão
curiosidade dos visitantes. Isso fazia com que eles se envolvessem cada vez
criou ao longo dos tempos em torno dela, porém a frustração era muito grande
por parte dos visitantes, quando estes notavam que não havia múmias na
transporte delas.
apenas numa sala, fazia com que eles permanecessem dentro do espaço
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civilização egípcia.
escolares: seus integrantes não devem se sentir alunos, mas sim fruidores.
claro que estão dispostos a ouvir, não estando ainda acostumados a serem
este continua dentro espaço expositivo, desde que a exposição que não
versa. Uma visita monitorada não pode apenas tornar-se um questionário nem
Ana Mae Barbosa, deixa bem claro que, “em lugar de estarmos preocupados
pretendemos mostrar que a arte não está isolada de nosso cotidiano, de nossa
história pessoal. A arte não está separada da economia, política e dos padrões
isolada” (Barbosa,2001:19).
informativo.
profissional tinha que elaborar este roteiro, tendo em mente o público a ser
egípcia exerce sobre as pessoas. O fato desta civilização ser tão enigmática
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história, sobre tudo era perguntado aos monitores. Havia uma disposição para
êxito. Deve-se ressaltar que grande parte dos visitantes não tinham o hábito de
proporcionam.
Por este motivo, das três exposições relatadas neste capítulo, esta foi a
para o visitante.
vezes as pessoas não se dão conta exatamente das imagens que lhes são
vendidas e que invadem suas casas sem seu consentimento. Segundo Robert
sociedade deve se preparar, para estar cada vez mais apta a decodificar e
de monitoria também têm essa mesma postura com relação aos monitores. Um
vão desistir durante o andamento do curso. E desistem, pois não é crível haver
trabalho. Além disso, exigir presença mínima para o curso sem nenhuma
em questão não fazem parte do quadro fixo de profissionais que atuam nestas
os visitantes apresentam.
até dirigido, orientado, pelo curador, que diz o que deve ser feito ou como deve
artista foi derrogada pela priorização da leitura do objeto estético por ele
(Barbosa, 2001:84).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
ao tempo que tinham disponível para visitar o evento, quanto ao interesse mais
Brasil.
pois este recebia uma visita realizada por um único monitor e, na maioria das
(Bruno,2001).
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BIBLIOGRAFIA
A ARTE Egípcia no Tempo dos Faraós. São Paulo: Museu de Arte Brasileira -
ANEXOS
SEGMENTO CURADORES
Kazuo Yamawaki
Kuutti Lavonen
Lilijana Stepancici
Lorna Ferguson
Louise Néri
Marianne Krogh Jensen
Miguel L. Rojas Sotelo
Mikael Adsenius
Miranda McClintic
Osvaldo Gonzalez Real
Pedro Querejazu
Pierre-André Lienhard
Rita Elder
Sania Papa
Santiago B. Olmo.
Saskia Bos
Sergio Edelsztein
Silvia Pandolfi Elliman
Vasif Kortun
Velaug Bollingmo
Virginia Pérez-Ratton
Young-Ho Kim
Xu Jiang
Mario Guerra
Ronaldo Entler
MOSTRA DO REDESCOBRIMENTO
associado)