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Universidade Estadual de Campinas

FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA


ES333 (Laboratório de Ensaio de Materiais)

Turma: B

André Luís de Araújo Marques Leão RA: 084272

Diego Alcazar Carneiro Leão RA: 081138

FIBRAS ÓPTICAS – ENLACES E


SISTEMAS DE SENSORIAMENTO

Campinas, 22/11/2012
Introdução
Esse experimento tem como objetivo o aprendizado dos conceitos básicos de fibras
ópticas e dispositivos optoeletrônicos, a caracterização de perdas em fibras ópticas,
além da aplicação de fibras ópticas em sistemas de sensoriamento.

É sabida a importância da fibra-óptica, assim como a fabricação e estrutura da mesma,


pelo estudo realizado no experimento anterior a esse, experimento n° 5, fabricação de
fibras ópticas por processo de nanotecnologia. Portanto poder aplicar tal conhecimento
adquirido, ajudará a fixar os fundamentos e aplicações das fibras ópticas.

Assim, sabendo que hoje em dia, os sistemas de comunicação óptica figuram como a
única alternativa viável para transmissão de dados com alta capacidade, da ordem de
Terabits/s, através de longas distâncias dentre as inúmeras aplicações desse
componente, veremos a aplicação de enlaces em um circuito óptico, a atenuação do
sinal transmitido devido a perdas na estrutura de transmissão, a abertura numérica do
feixe de luz, e uma aplicação prática na análise sensorial de misturas líquidas.

Portanto, para que se possa compreender cada passo dessas análises e aplicações da
fibra óptica, é necessário entender como funciona estruturalmente a transmissão de
dados através das fibras ópticas.Para entender por exemplo como um feixe de luz é
difratado precisa-se entender o básico, que é o enlace óptico. Logo, para entender
também a difração, é necessário também compreender a diferença entre multimodo e
monomodo bem como quais os índices de refração dos materiais que compões uma
fibra óptica e como se caracterizam.

As atenuações do sinal transmitido por perdas na estrutura de transmissão, acontecem


por quais motivos? Quais são também os componentes responsáveis? Para entender
melhor esse assunto veremos a importância e a diferenciação de cada componente para
uma determinada aplicação e a relação pureza do material com a atenuação do sinal.
Materiais e Métodos
Para os experimentos realizados, os seguintes instrumentos, materiais e equipamentos
foram empregados:

 Cabos conectorizados de fibra óptica monomodo;


 Cabos conectorizados de fibra óptica multimodo;
 Carretel de fibra óptica;
 Fonte laser portátil (1310/1550 nm);
 Medidor de potência;
 Acopladores ópticos;
 Conectores de fibras;
 Fonte laser (633 nm);
 Mesa posicionadora.
 Reflectômetro de fibra óptica;

Tais elementos foram usados para as simulações e testes realizados, nos circuitos de
transmissões, os enlaces, as conexões e atenuações e o sensoriamento dos cabos
conectorizados com fibra óptica monomodo e multímodo. Utilizando as fontes
luminosas, de 1310/1550 nm e de 633nm, para geração de sinais e estudo do mesmo. E
o medidor de potência para quantificar os valores de luz transmitidos, junto a um
reflectômetro de fibra óptica. Segue abaixo as fotos de tais elementos.

Figura 1 - Reflectômetro de fibra óptica e amostras Figura 2 - Splitter 2x1


Figura 3 - Laser portátil e medidor de potencia óptico

Figura 4 - Fibras e conectores

Figura 5 - Fonte laser 633nm

Abaixo, descrevemos os métodos e conceitos utilizados para compreender este


experimento:

Enlace óptico: A partir dos dados na forma de um sinal elétrico no qual são inseridos
no sistemas por um transmissor, como mostra a Figura 6, temos a transdução deste sinal
no domínio elétrico para um sinal no dominiio óptico através da modulaçao da fonte.
Assim o sinal óptico, luz, é lançado no inteior da fibra, propagando-se até a terminação
do enlace, ou seja ,onde o sinal óptico encontra o recpetor para transformar o sinal no
domínio óptico no domínio elétrico novamente. O sinal ao longo da fibra óptica pode
sofrer atenuações, ou seja perda na potencia do sinal. Assim um amplificador ou
componentes para controle de dispersão podem ser colocados na fibra óptica com o
intuíto de restabelecerem a força do sinal.

Figura 6 - Enlace óptico simplificado

Fibra óptica: A fibra óptica nada mais é que um guiador de onda, cuja forma é
clindrica. A fibra óptica é composta de um núcleo de sílica dopada, com um índice de
refração de n1, circundada por uma casca de sílica pura e essa é circundada ainda por
uma camada de plásticos que proporciona proteção mecânica à fibra, como mostra a
Figura 7. Essa casca de sílica pura possuí índice de refração de n 2, tal que n1>n2. Assim
o deslocamento do sinal óptico ao longo da fibra é realizado por reflexão total da luz.
Isso acontece devido à diferencça entre os índices de refração do núcleo e da casca, no
qual se o índice de refração do primeiro meio for maior que o segundo, o sinal incidirá
no segundo meio e sofrerá reflexão.

Figura 7 - Seção de uma fibra óptica e perfil do índice de refração (Agrawal, 2002)

Para haver reflexão total interna, como mostra a Figura 8, o ângulo de incidência
do feixe luminoso  i no interior da fibra necessita ser maior do que o ângulo crítico

  sin 1 n2 n1  . Assim, a abertura numérica da fibra é definida como:


NA  sin  i  n12  n2 2 .

A abertura numérica NA, é utilizada para definir a capacidade de confinamento de luz


em uma fibra óptica. Fator esse essencial no dimensionamento de acoplamentos entre
componentes ópticos.

Figura 8 - Condição de reflexão total (Agrawal, 2002)

Os modos de propagação da luz estão relacionados com a geometria da fibra, como


mostra a Figura 9. Por exemplo se o diâmetro do núcleo e da casca são 9 μm e 125 μm,
respectivamente, dizemos que a fibra é monomodo, pois permite somente um modo de
propagação da luz. Por outro lado, para uma fibra multimodo o diâmetros do nucleo e
da casca são de 50 μm e 125 μm. Existem também as fibras especiais que variam as
configurações geométricas e indices de refração, afim de obter propriedades específicas
pra o controle de dispersão e am´lificação do sinal.

Figura 9 - Fibra monomodo e multimodo (Keiser, 1991)


Fontes ópticas: São os emissores da luz, ou sinal óptico, como mostra a Figura 10. As
fontes ópticas são dispositivos formados por uma heterojunção p-n de dois materiais
semicondutores com diferentes níveis de energia. Atualmente, esses componentes
empregados em telecomunicações possuem emissão de 1300 e 1550 nm, e a potência
óptica é da ordem de mW.

Figura 10 - Esquema do emissor de luz

As principais fontes de luz nos sistemas de comunicação óptica são:

LED: Na tradução diodo emissor de luz, é um compontente que emiti luz de maneira
espontânea. Os saltam espontaneamente da banda de condução para a camada de
valencia, emitindo um fóton no lugar. Assim a radiação emitida é incoerente, pois os
fótons não possuem mesma frequência, direção e fase. A largura do espectro é na ordem
de 30 a 60 nm.

Lasers Semicondutores: diferente do LED esses compontens operam com estímulos, ou


seja, elétrons saltam da banda de condução para a banda de valencia induzidos por
fótons, gerando nesta transição fótons de mesma frequência, direção e fase. A largura
espectral do Laser varia, por exemplo o Laser de Farby-Perrot é de 2nm e o DFB
(Distributed Feedback) é de 0.01 nm em monomodo.

Entre o LED e o Laser, tem-se vantagens e desvantagens na utilização específica de


cada um. Por exemplo o Lase oferece uma maior potência óptica 1dBm contra -7 a -14
dBm do LED.

Como podemos observar a largura espectral do Laser é menor assim, proporciona


menos dispersão que o LED.
Os Lasers são muito mais caros e complexos de fabricar do que o LED.

Fotodetectores: Com uma junção p-n e com uma determinada energia de gap, o
fotodetector absorve fótons, propiciando um salto de elétrons da banda de valência para
a condução sempre que a energia do fóton for maior do que a energia do gap. A corrente
elétrica gerada é proporcional à potência óptica incidente, mas devido aos baixos níveis
de corrente em que operam os fotodetectores (da ordem de µA), há necessidade de
implementação de circuitos para amplificação e redução de ruído.

Acoplador : São componentes utilizados para combinar e dividir sinais passivamente


provenientes de diferentes fibras. Por exemplo, a Figura 11 mostra um acoplador 2x2:
Uma fração X% da potência óptica que é inserida pelo terminal Input 1 é direcionada ao
terminal Output 1, enquanto que a fração remanescente (100-X)% é transmitida pelo
canal Output 2. Da mesma forma, uma fração X% inserida por Input 2 é direcionada a
Output 2, e a parcela remanescente é transmitida por Output 1.

Figura 11 - Acoplador 2x2

Atenuação: A atenuação ou a perda de potência do sinal ao longo da fibra,


pode ser calcuada pela seguinte expressão:

10  Pin [mW ]  Pin [dBm]  Pout[dBm]


 log   ,
L  Pout[mW ]  L

onde  é a atenuação em dB/km, L é o comprimento de fibra, e Pin e Pout são as


potências ópticas de entrada e saída no enlace, respectivamente. A potência pode ser
expressa em mW ou dBm, de forma que:

P[
mW]
P
[ 
dBm
] 10
log .
1
mW
A atenuação do sinal ocorre, principalmente, devido a três fatores:

(i) Espalhamento de luz em decorrência do posicionamento das


moléculas do vidro, chamado de Espalhamento Rayleigh;
(ii) Absorção de luz causada por impurezas no material, em grande parte
os íons hidroxila;
(iii) Absorção de luz devido à própria molécula de sílica, com bandas de
absorção nas regiões do ultravioleta e infravermelho.

Na Figura 12, vemos a atenuação em relação ao comprimento de onda, sendo


interligados. Adicionalmente, perdas podem ocorrer ao longo do enlace, em
virtude do acoplamento entre fibras e componentes, macro e micro curvaturas na
fibra, e efeitos não-lineares.

Figura 12 - Interligação entre atenuação e comprimento de onda (Agrawal, 2002)

Dispersão: A dispersão corresponde ao atraso na propagação de um pulso através da


fibra. Este efeito pode ocorrer devido a diversos fatores:

(i) Atraso entre modos (somente em fibra multimodo);


(ii) Dependência do índice de refração do material (vidro) em relação ao
comprimento de onda;
(iii) Dispersão devido ao guia de onda;
(iv) Dispersão de modo de polarização ;
(v) Efeitos não-lineares;
Sensores à fibra óptica: São sistemas que utilizam a fibra para monitoramento de
variáveis físicas e químicas e/ou transmissão de informações adquiridas por um sensor.
As vantagens para o uso desta tecnologia são:

i. Tamanho compacto;
ii. Liberdade de distribuição geométrica;
iii. Imunidade à interferência eletromagnética;
iv. Alta sensibilidade;
v. Possibilidade de medições pontuais e distribuídas e capacidade para
multiplexação de sinais.

Essa tecnologia pode ser empregada em diversas soluções, como: calculo de pressão,
deslocamento linear, rotação, temperatura, corrente elétrica, umidade, viscosidade,
composição química e identificação de agentes biológicos.

Para o presente experimento, utilizaremos o sensoriamento para a identificação de


misturas líquidas, mostrado na Figura 13. Este esquema consiste de um refletômetro, no
qual o princípio operacional baseia-se na medição indireta do índice de refração da
amostra através da intensidade luminosa refletida na interface entre a extremidade
exposta da fibra e a amostra analisada. Como indicam as setas na Figura 13.

Assim, o índice de refração é determinado em função do comprimento de onda do sinal


óptico emitido, da temperatura e da composição química da amostra, o que permite
identificar o líquido analisado. O sistema de sensoriamento é provido de um circuito
optoeletrônico, com fonte laser em 1550 nm, fibras ópticas que atuam como ponta
sensora e meio de propagação de luz, e fotodetector para aquisição da intensidade
luminosa refletida.
Fibra óptica

Laser
Circuito de
controle

Circuito de
Acoplador
recepção
Fotodetector

Sinal óptico emitido


Sinal óptico refletido Amostra

Figura 13 - Esquema de um sensoriamento por fibra óptica

Procedimento Experimental
1. Componentes de um enlace óptico
Conectou-se um enlace de fibra óptica, monomodo, a uma fonte portátil capaz de emitir
sinais de comprimento de onda de 1310nm e de 1550nm. Para um estudo mais eficaz,
definiu-se apenas um comprimento para ser avaliado, o de 1310nm.

Assim pode-se definir a potência medida na outra extremidade da fibra através do


medidor de potência óptico. E para fins estatísticos foi feita uma série de cinco medidas
para o enlace. Podemos ver o resultado na tabela 1 a seguir.
Tabela 1 - Potência em enlace de fibra óptica monomodo

Medida 1 2 3 4 5
Potência (µW) 0,8 0,9 1 0,8 0,9

Portanto observa-se um valor de potência para o um enlace simples de fibra óptica


monomodo de 0,88±0,0837µW.

Após essa medição estudamos o caso do enlace de mais de uma fibra monomodo, se
haveria perdas, e caso sim, quanto seria tal atenuação da potência medida ao fim do
sistema.

De forma análoga, para uma conexão de duas fibras monomodos através de um conector
de fibras, figura 4, foram feitas cinco medidas para esse enlace, como obervado na
tabela 2 abaixo, e obteve-se uma medição da potência de 0,78±0,0447µW.
Tabela 2 - Potência em enlace de duas fibras ópticas monomodo concatenadas

Medida 1 2 3 4 5
Potência (µm) 0,8 0,8 0,7 0,8 0,8

Para calcular a perda de potência devido ao conector aplicado no circuito, faremos uma
estimativa numérica, lançando mão da condição em que não haveria perdas
significativas devido ao comprimento da fibra óptica, e aplicando a função de atenuação
em dB, vista abaixo, com a escolha de L=1m, estimamos a perda.

Logo, com Pin sendo o valor antes medido no primeiro enlace sem conector, e Pout a
saída após a aplicação de tal elemento, obtemos um valor de atenuação de 0,524dB.

Em seguida, aplicou-se o splitter 2x1, figura 14, ao enlace e mediram-se as possíveis


combinações para suas entradas e saídas e as porcentagens de medição de potência para
cada terminal do splitter. Vemos esse resultado, a seguir, pela tabela 3, dado
denominações de terminais segundo esquema representado na figura 14 abaixo.
Adotando E01, como entrada 1, S01, como saída 1 e S02 como saída 2.

Para cada combinação foram tomadas cinco medidas, semelhante aos casos de enlace
acima, e são descritas na tabela 3 apenas o valor da média e desvio de cada caso.

Figura 14 - Esquema entradas e saída Splitter

Tabela 3 - Potencia de saída e porcentagem emitida

Entrada Saída Potência (µm) Desvio X%


Caso 01 E01 S01 4,72 0,13 8,41
Caso 02 E01 S02 51,38 0,62 91,59
Caso 03 S01 E01 9,66 0,11 100,00
Caso 04 S01 S02 0,00 0,00 0,00
Caso 05 S02 E01 0,84 0,11 100,00
Caso 06 S02 S01 0,00 0,00 0,00

3. Abertura numérica
A fim de calcular a abertura numérica dos feixes de luz transmitidos pelas fibras
monomodo e multímodo, realizou-se um simples procedimento de medição do diâmetro
observado sobre a projeção de uma emissão conhecida sob um papel em branco,
fazendo uma relação pitagórica entre a altura em que o feixe é projetado e o diâmetro
observado na projeção.

Inicialmente foi projetado o feixe luminoso, nessa superfície plana, através de um


circuito de fibra-óptica monomodo. Pode-se ver pela figura15 a seguir a imagem
projetada sob o papel e por medição de régua métrica o valor do diâmetro projetado,
igual a 5mm.

Figura 15 - feixe luminoso através de fibra monomodo

De maneira semelhante, porém com o objetivo de encontrar a abertura numérica da fibra


multímodo, bem como o ângulo de aceitação da fibra θi, repetiu-se o procedimento, que
visto pela figura 16 abaixo é possível determinar tais parâmetros.

Figura 16 - Feixe luminoso projetado através de fibra multimodo


Portanto a uma altura de projeção fixada em 77mm, com relação ao plano de projeção, e
um diâmetro da imagem gerada de 45mm, encontramos através da função abaixo o
ângulo de aceitação e também a abertura numérica do feixe.

Assim os valores encontrados são de e NA = 0,2100.

Em seguida é plausível a confirmação dos valores experimentais com os valores


teóricos típicos do índice de refração da sílica pura e dopada com germânio, os quais
são respectivamente 1,45 e 1,465. Vemos através da equação abaixo que o valor da
abertura numérica encontrado condiz de fato com a teoria, diferenciando por um erro
mínimo proveniente do método experimental.

4. Sensor óptico para identificação de misturas líquidas


Através de um sensor óptico podemos também determinar a concentração de misturas
de um determinado elemento amostrado. Para isso a análise é baseada em referências
conhecidas pelo instrumento e logo em seguida comparando com a amostra de
concentração de mistura desconhecidas pelos experimentalistas.

Tal procedimento pode ser aplicado em situações críticas, como a análise de um


combustível automotivo para saber se o mesmo está adulterado, ou seja, com maior
concentração de um elemento secundário que não o especificado pelos órgãos
reguladores do setor.

No caso deste experimento foi proposta a análise da concentração de álcool em uma


bebida muito comum no Brasil, a cachaça, que de acordo como os órgãos reguladores,
deve ter uma concentração de no mínimo. Segundo o INMETRO tal bebida deve ter
entre 38 e 54° GL.

Portanto em primeiro momento fez-se uma análise de calibração em misturas


conhecidas com água destilada e álcool etílico (etanol), variando em 20% a
concentração de cada elemento, iniciando com 100% de água e 0% de etanol e findando
com 100% etanol e 0% de água.

Segue valores encontrados na tabela 4 a seguir, e esquema de medição representado na


figura 13, materiais e métodos.

Tabela 4 - Concentração de Etanol e Água

Porcentagem teórica Medidas


H2O Etanol 1 2 3 4 5 Média Desvio
100% 0% 90 91 92 90 90 90,6 0,894427
80% 20% 87 87 88 87 86 87 0,707107
60% 40% 83 84 84 82 80 82,6 1,67332
40% 60% 79 79 79 80 80 79,4 0,547723
20% 80% 77 78 77 78 77 77,4 0,547723
0% 100% 77 76 76 77 76 76,4 0,547723
Cachaça 81 80 81 80 81 80,6 0,547723

Assim com base nos dados fornecidos pelo sensor, pode-se calcular uma expressão de
correlação entre a intensidade luminosa refletida e o índice de refração da solução,
utilizando métodos de ajuste de curva.

Através da função “adicionar linha de tendência” do Excel, determina-se uma


aproximação linear da curva de resposta do sensor em função da porcentagem da
concentração de etanol, segundo a função abaixo, onde x é a resposta do sensor:

Portanto, testando para o valor encontrado para a cachaça, explicitado na tabela 4 acima,
calcula-se através dessa fórmula o valor da concentração de etanol para ela.
Substituindo na equação encontramos um valor de 49,02% de álcool etílico, o que
sustenta a norma e comprova a qualificação desta cachaça.

E para calcular o índice de refração dessa água ardente, seguimos o mesmo principio de
comparação entre a amostra e um padrão conhecido, que é fornecido pela tabela 5.
Tabela 5 - Indice de refração de mistura

Por interpolação linear podemos também chegar a um valor de índice de refração para a
pinga amostrada, tendo seu valor alcoólico de 49,02° GL seu índice de refração é
1,3613.

QUESTIONÁRIO
1) Dimensionamento de um enlace óptico: Um engenheiro deseja conectar duas
estações (A e B) utilizando um enlace óptico. A distância entre as duas localidade é de
36 km. Para isso, ele dispõe de duas fibras com comprimento de 18 km cada, além de
conectores, laser e detector. Não obstante, com o intuito de fornecer serviço a outras
estações, o enlace necessita de uma derivação em 18 km, utilizando um splitter 21.

O dimensionamento do enlace óptico é calculado por

S 0  P0  L  nkc  mks  M T [dB],

Onde:

 S 0 é a sensibilidade (potência mínima detectada) pelo fotodiodo;

 P0 é a potência do laser;

  é a atenuação da fibra;
 L é o comprimento do enlace;
 n k c é a perda devido aos n conectores;

 m k s é a perda devido aos m splitters;

 M T é a margem de tolerância do sistema.


Dados do problema:

 Potência do laser (FP): 3 dBm (1310 e 1550 nm);


 Sensibilidade do detector (pin, STM-16): -24 dBm (1310 e 1550 nm);
 Perda do conector: 0,25 dB/interface (fibra-fibra);
 Splitter: 21, derivação de 50%;
 Ganho do amplificador óptico (EDFA): 30 dB;
 Margem de tolerância (devido a cabo e equipamentos): 5 dB;
 Atenuação: 0,32 dB/km para λ=1310 nm; 0,22 dB/km para λ=1550 nm.

(a) Faça um esboço do enlace óptico, com o laser na estação A e o detector na


estação B.

Figura 17 - Enlace óptico

(b) Calcule o alcance máximo do enlace, considerando os comprimentos de onda


de 1310 e 1550 nm.
R: A partir da fórmula S 0  P0  L  nkc  mks  M T [dB], temos que:

Para λ=1310nm ->

Logo,

Para λ=1550nm->

Logo,

(c) Com base no dimensionamento por atenuação óptica, os dispositivos


optoeletrônicos disponíveis serão suficientes para conectar as duas estações?
R: As duas estações se distanciam de 36 km, como o alcance calculado para
λ=1310nm é 59,115km e para λ=1550nm é 85,980km, logo os dispositivos serão
suficientes para conectar as duas estações.
(d) Suponha que um amplificador óptico seja instalado. Calcule o novo alcance
máximo dos enlaces. Nesse caso, será possível conectar as duas estações?
R: Calculando o novo alcance:
A partir da fórmula S 0  P0  L  nkc  mks  M T +GanhoAmp [dB], temos que:

Para λ=1310nm ->

Logo,

Para λ=1550nm->

Logo,

Concluímos então que será possível conectar as duas estações.


(e) Mesmo com a utilização do amplificador, é possível afirmar que a conexão
entre as duas estações será totalmente possível? Justifique.
R: Se analisarmos somente os dados que temos, que levam em conta somente a
distância entre as dua cidades, poderíamos afirmar que seria possível. Porém
sabe-se que há uma série de fatores que não entram no calculo. Pois a distância
poderá ser maior dado a possivéis desvios necessários ao longo do trajeto da
linha.

2) A alta capacidade de transmissão de dados por fibra óptica tornou-se possível


graças ao advento da tecnologia WDM (“Wavelength Division Multiplexing”).
Descreva o que é, e como funciona o WDM.

WDM ‘Wavelength Division Multiplexing’, cuja tradução é Multiplexação por divisão de


comprimento de onda, é um protocolo que permite que em uma rede se utilizem sinais
ópticos com diferentes tipos comprimento de onda no mesmo canal, através da
multiplexagem. Ele separa por comprimento de onda determinadas aplicações, como
mostra a figura abaixo:
Assim em multiplos comprimentos de onda, tem-se uma alta capacidade de trasmissão
de dados e com alta velocidade.

3) Quais são e qual a utilização de alguns dos principais tipos de fibras ópticas
especiais (NZD+/- Nonzero Dispersion Fiber, DS-Dispersion-shifted fiber, PMF-
Polarization Maintaining Fiber, EDF-Erbium Doped Fiber, PCF-Photonic Crystal
Fiber)?

NZD: é um tipo de fibra monomodo, projetada para solucionar as limitações de DS,


possui baixa dispersão, mas não zero. Com um nucleo de fibra reduzido no qual impede
a utilização sistemas de grande quantidade de comprimento de onda.

DS:é um tipo de fibra monomo projetada para ter dispersão zero. Porém pensava-se que
ela suportaria alta capacidade, mas não suporta mais que 4 diferentes tipos de
comprimento de onda.

PMF: A polarização das ondas de luz polarizada linearmente lançada na fibra, é mantida
durante a propagação, com pouco ou nenhum acoplamento cruzado de potência óptica
entre os modos de polarização. Essa fibra é usado em aplicações especiais, onde a
polarização preservação é essencial.

EDF: O Erbio é caracterizado por emitir luz quando excitado, assim quando se emite
uma luz na fibra e emite uma luz mais forte se que se propaga ao longo da fibra. Um dos
problemas existentes neste tipo de fibra são os ruídos existentes nessa emissão de luz.

PCF é uma classe de fibra óptica baseado nas propriedades de cristais fotônicos. Devido
à sua capacidade de confinar luz em núcleos ocos ou com características de
confinamento que não são possíveis em fibras ópticas convencionais.:
Conclusão
Neste experimento foi possível a familiarização com algumas das diversas aplicações
das fibras ópticas. Como o sensoriamento, no qual através da difração foi possível
distinguir concentrações de líquidos. Foi possível também entender como funciona o
sistema de perdas por conexão e transmissão, e também o quanto um amplificador
interfere em uma linha de transmissão de dados em termos da distância. Vemos então
que a fibra óptica é e possuí aplicações importantes e que se relacionam muito bem com
o curso de Engenharia de Controle e Automação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Agrawal G. P. Fiber-optic Communication Systems. New York: John Willey &

Sons, 2002, 546 p.

Izawa T., Sudo S. Optical Fibers: Materials and Fabrications. Tokyo: KTK Scientific

Publishers, 1987, 186 p.

Murata H. Handbook of Optical Fibers and Cables. New York: Marcel Dekker Inc.,

1998.

Varshneya A. K. Fundamentals of Inorganic Glasses. New York: Academic Press,

1994, 570 p.

http://www.linhadetransmissao.com.br/tecnica/fontes_opticas_tipos.htm

Figura 10: http://www.teleco.com.br/tutoriais/tutorialfsoeab1/pagina_4.asp

http://paginas.fe.up.pt/~ee97041/RBL.pdf

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