O documento discute o alcoolismo como uma doença crônica e complexa, influenciada por fatores genéticos, psicológicos e culturais. Apesar de seus impactos negativos na saúde, o álcool é amplamente promovido e consumido. Campanhas de conscientização enfrentam desafios diante da forte influência da indústria do álcool.
O documento discute o alcoolismo como uma doença crônica e complexa, influenciada por fatores genéticos, psicológicos e culturais. Apesar de seus impactos negativos na saúde, o álcool é amplamente promovido e consumido. Campanhas de conscientização enfrentam desafios diante da forte influência da indústria do álcool.
O documento discute o alcoolismo como uma doença crônica e complexa, influenciada por fatores genéticos, psicológicos e culturais. Apesar de seus impactos negativos na saúde, o álcool é amplamente promovido e consumido. Campanhas de conscientização enfrentam desafios diante da forte influência da indústria do álcool.
EMBORA VISTO POR MUITOS COMO UM VICO, O ALCOOLISMO UMA
DOENA, NO ENTANTO DEVERIA SER TRATADO COMO TAL.
Desde 1967, a OMS (Organizao Mundial da Sade) considera o
alcoolismo uma doena e recomenda que as autoridades encarem o assunto como questo de sade pblica. Apenas nos ltimos trinta anos a dependncia passou a ser vista como uma doena, com sintomas e sinais bem definidos. Ela uma condio patolgica que tira a liberdade do indivduo de optar pelo consumo ou no de bebida alcolica, explica o psiquiatra do Einstein, Dr Srgio Nicastri. Do ponto de vista mdico, o alcoolismo uma doena crnica, com aspectos comportamentais e socioeconmicos, caracterizada pelo consumo compulsivo de lcool, na qual o usurio se torna progressivamente tolerante intoxicao produzida pela droga e desenvolve sinais e sintomas de abstinncia, quando a mesma retirada. H uma grande variedade de bebidas alcolicas espalhadas pelo mundo, fazendo do lcool a substncia psicoativa mais popular do planeta. Obtido por fermentao ou destilao da glicose presente em cereais, razes e frutas, o etanol (ou lcool etlico) consumido exclusivamente por via oral. O lcool uma droga como a herona, a cocana, o crack e outras, porque vicia, e altera o estado mental da pessoa que o utiliza, o alcolatra tambm tem grande dificuldade de parar de beber, como no consegue abandonar a bebida, apresenta muitas vezes uma deteriorao na sade, na famlia, no trabalho e no crculo de amizades. Vale dizer que o alcoolismo apenas uma das doenas causadas pelo lcool. Uma pessoa pode no desenvolver dependncia e ter uma srie de outros problemas de sade, como a cirrose. Sem desprezar a importncia do ambiente no alcoolismo, h evidncias claras de que alguns fatores genticos aumentam o risco de contrair a doena. O Histrico familiar de alcoolismo um fator importante. Nesse caso a pessoa herda geneticamente a predisposio dependncia e pode apresentar maiores chances de aderir ao vcio de bebidas alcolicas. Entretanto, outros fatores devem ser observados: ansiedade, angstia e insegurana tambm deixam as pessoas mais vulnerveis bebida. Alm disso, condies culturais, O fcil acesso ao lcool e os valores que cercam seu consumo tambm influenciam na dependncia. Beber sempre um risco. Cerca de 30% da humanidade, tem problemas provocados pelo lcool, contudo, uma em cada dez pessoas, jovens e velhos, brancos e negros, ateus
e religiosos, intelectuais e analfabetos, pobres e ricos, homens ou mulheres
desenvolvem plenamente a doena, causando, pelo seu comportamento imprevisvel, desajustes, angstias, privaes e sofrimentos a todos aqueles que os cercam. As indstrias de cervejas ao redor do mundo faturam em torno de R$ 20 bilhes por ano e gastam em publicidade mais de R$ 700 milhes. Sendo que o Brasil detm o primeiro lugar do mundo no consumo de destilados de cachaa e o quinto maior produtor de cerveja da qual, s a AmBev, produz 35 milhes de garrafas por dia. Enquanto as indstrias lucram bilhes em todo o mundo, mais de um milho de pessoas morrem no mundo em decorrncia de doenas e acidentes, causados pelo uso abusivo de bebidas alcolicas, Continuamos a assistir passivamente as propagandas na televiso, na rua e no rdio, mostrando que vinho e whisky so mais adequados a pessoas de fino trato e, pior, que beber cerveja pr-requisito para um bom convvio social. Algumas propagandas chegam ao cmulo de dizer claramente que o homem que no bebe cerveja no consegue mulheres. Sem contar os outros milhes de jovens que ficam dependentes do lcool, achando que esto consumindo um produto que faz bem sade, tornando suas vidas mais felizes. Uma pesquisa feita em 2006, chegou a comparar a propaganda na televiso Brasileira sobre o consumo de bebidas alcolicas com a propaganda sobre o consumo de bebidas no alcolicas. Gravaram-se ento 420 horas de programas humorsticos, esportivos e novelas nos quatro canais de televiso aberta de maior audincia durante os cinco primeiros meses do ano. Todos os programas selecionados apresentaram audincia de no mnimo 10% de jovens de acordo com a medio do Ibope (Instituto Brasileiro de Opinio e Estatstica). Foram identificadas nesta pesquisa 7.359 propagandas diversas, veiculadas nas 420 horas gravadas, tanto nos intervalos dos programas como inseres dentro dos programas gravados (merchandising). Sendo 444, as propagandas de bebidas alcolicas, ficando em 7 lugar do total encontrado. Mais do que as propagandas de bebidas no alcolicas, que tiveram 197 propagandas identificadas, ficando em 11 lugar. Constatou-se ainda que em todos os horrios do dia h mais propaganda de bebida alcolica do que de bebida no alcolica. As consequncias sociais dessa propaganda abusiva do lcool na TV so graves. Segundo levantamento feito pelo Centro Brasileiro de Informao sobre Drogas (Cebrid), encomendado pela Secretaria Nacional Antidrogas, o consumo de bebidas alcolicas aumentou, em cinco anos, 30% entre jovens de 12 a 17 anos e 25% entre jovens de 18 a 24 anos.
Observou-se, tambm, que a CERVEJA sozinha compete com grande
margem de vantagem em relao insero de propaganda de bebidas no alcolicas. As propagandas de bebidas alcolicas aparecem nos perodos manh e tarde quase em sua totalidade ligadas a eventos esportivos. Associando-se as bebidas alcolicas com a pratica de esportes, aliados ao prazer e a sexualidade, sendo que as mulheres so sempre acessrios das cervejas nas propagandas exibidas, mas a realidade mostra que o nmero de pessoas viciadas em lcool, os alcolatras, crescem enormemente. Um detalhe que deveria ter sido elencado na pesquisa citada acima, de quantas horas propagandas, alertando sobre os perigos do consumo de lcool e mesmo a combinao lcool/direo, foram inseridas na programao miditica brasileira. Se no pfias, so insipientes, diante do bombardeio miditico por parte da indstria do lcool. De acordo com o Ministrio da Sade, o lcool a droga preferida dos brasileiros (68,7% do total), seguido pelo tabaco, maconha, cola, estimulantes, ansiolticos, cocana, xaropes e estimulantes, nesta ordem. No Pas, 90% das internaes em hospitais psiquitricos por dependncia de drogas, acontecem devido ao lcool. E pior, o nmero de brasileiros mortos devido a doenas provocadas pelo consumo de bebidas alcolicas cresceu 18,3% em seis anos. A pesquisa foi realizada sobre dados fornecidos pelo Sistema de Informaes sobre mortalidade no perodo de 2000 a 2006. De acordo com o levantamento, o nmero de mortes devido ao lcool passou de 10,7 por 100 mil habitantes para 12,64. Alguns mdicos especialistas no assunto dizem-nos que no h dvida de que o alcoolismo vai constantemente piorando medida que envelhecemos, e de que o alcoolismo incurvel, exatamente como algumas outras doenas. Isto porque no podemos mudar a constituio qumica de nosso organismo e voltar a ser normalmente os bebedores sociais que muitos de ns parecamos ser na juventude. De acordo com Dr Srgio Nicastri, psiquiatra do Hospital Israelita Albert Einstein, 10% da populao brasileira sofre com o alcoolismo. Os homens esto frente nessa estatstica com 70% dos casos, enquanto as mulheres correspondem a 30%. "O alcoolismo a doena mental mais comum no mundo. Naturalmente, muitos de ns passamos por fases em que, durante meses ou mesmo anos, acreditamos ser capazes de manter um elevado consumo de lcool com bastante segurana. Ou podamos ficar abstmios, exceto em algumas noites de embriaguez. Nada de horrvel ou dramtico acontecia. Contudo, podemos agora ver que, nesse perodo longo ou curto, nosso problema torna-se inevitavelmente mais grave.
Alm disso, tendo visto milhares e milhares de alcolicos que no
pararam de beber, estamos fortemente convencidos de que o alcoolismo uma doena fatal, e que tambm sabemos que muitas mortes oficialmente no atribudas ao alcoolismo so, na realidade, causadas por ele. Com frequncia, quando h um acidente de automvel, um afogamento, um suicdio, um ataque cardaco, um incndio, uma pneumonia ou um derrame como causa imediata da morte, foi o excessivo consumo de lcool que conduziu quela condio ou quele acontecimento fatal. O lcool responsvel, alm de diversas doenas, por grande parte dos atos de violncia e dos acidentes dos mais variados, desde trnsito at de trabalho. Apesar das suas consequncias desastrosas, o ato de beber considerado parte fundamental do convvio social, dificultando as campanhas (muito aqum do necessrio) de conscientizao. No extremo do ato de beber, encontramos os alcolatras, dependentes do lcool que devem contar com o apoio e compreenso da sociedade para sua recuperao, que deve abandonar o preconceito e trat-los com respeito. (NO CRIMINALIZA-LOS) Para que o tratamento do alcoolismo tenha sucesso fundamental a participao dos Governos, dos familiares, dos amigos prximos e da Sociedade, como declararam, nas entrevistas gravadas para o Canal Universitrio, o jornalista Ricardo Vespucci e o mdico Emanuel Vespucci, autores dos livros O revlver que sempre dispara. As recomendaes atuais para tratamento do alcoolismo, segundo o mdico Druzio Varella, envolvem duas etapas: a) Desintoxicao Geralmente realizada por alguns dias sob superviso mdica, permite combater os efeitos agudos da retirada do lcool. Dados os altssimos ndices de recadas, no entanto, o alcoolismo no doena a ser tratada exclusivamente no mbito da medicina convencional. b) Reabilitao Alcolicos annimos Depois de controlados os sintomas agudos da crise de abstinncia, os pacientes devem ser encaminhados para programas de reabilitao, cujo objetivo ajud-los a viver sem lcool na circulao sangunea.