Professional Documents
Culture Documents
CICLO C
A caridade não é interesseira. Não pede nada para a própria pessoa; dá sem
calcular o que pode receber de volta. Sabe que ama a Jesus nos outros e isso
lhe basta. Não só não é interesseira, mas nem sequer anda à busca do que lhe
é devido: busca Jesus.
A caridade não guarda rancor, não conserva listas de agravos pessoais;
tudo desculpa. Não somente nos leva a pedir ajuda ao Senhor para desculpar a
palha que possa haver no olho alheio, mas nos faz sentir o peso da trave no
nosso, as nossas muitas infidelidades.
A caridade tudo crê, tudo espera, tudo tolera. Tudo, sem nenhuma exceção.
Podemos dar muito aos outros: fé, alegria, um pequeno elogio, carinho...
Nunca esperemos nada em troca, nem sequer um olhar de agradecimento.
Não nos incomodemos se não somos correspondidos: a caridade não busca o
seu, aquilo que, considerado humanamente, poderia parecer que lhe é devido.
Não busquemos nada e teremos encontrado Jesus.
Estas três virtudes são as mais importantes da vida cristã porque têm o
próprio Deus por objecto e fim. Mas a fé e a esperança não subsistem no Céu:
a fé é substituída pela visão beatífica; a esperança, pela posse de Deus. A
caridade, no entanto, perdura eternamente; é, já aqui na terra, um começo do
Céu, e a vida eterna consistirá num ato ininterrupto de caridade12.
Porque a qualquer hora podemos prestar ajuda numa necessidade, ter uma
palavra amável, evitar uma murmuração, dirigir uma palavra de alento, fechar
os olhos a uma desconsideração, interceder junto de Deus por alguém, dar um
bom conselho, sorrir, ajudar a criar um clima mais descontraído e risonho na
família ou no trabalho... Podemos fazer o bem ou omiti-lo; ou então, além das
omissões, causar um mal directo aos outros, magoá-los e talvez, em casos
extremos, contribuir para a sua destruição. E a caridade insta-nos
continuamente a ser activos no amor, com obras de serviço, com oração e
também com penitência.