Eisenman analisa a crise da arquitetura moderna e aponta três "ficções" que sustentaram a simulação do clássico: a representação, a razão e a história. Ele argumenta que a arquitetura moderna não rompeu com o paradigma clássico e propõe que a arquitetura se liberte de valores externos para significar apenas a si mesma.
Eisenman analisa a crise da arquitetura moderna e aponta três "ficções" que sustentaram a simulação do clássico: a representação, a razão e a história. Ele argumenta que a arquitetura moderna não rompeu com o paradigma clássico e propõe que a arquitetura se liberte de valores externos para significar apenas a si mesma.
Eisenman analisa a crise da arquitetura moderna e aponta três "ficções" que sustentaram a simulação do clássico: a representação, a razão e a história. Ele argumenta que a arquitetura moderna não rompeu com o paradigma clássico e propõe que a arquitetura se liberte de valores externos para significar apenas a si mesma.
Curso de Arquitetura e Urbanismo Teoria e Histria da Arquitetura e das Artes 2 Profa. Dra. Maria Beatriz Camargo Cappello
EISENMAN, Peter. "O fim do clssico: a fim do comeo, o fim do fim
(1983)". In: (org.) Kate Nesbitt. Uma Nova Agenda para a Arquitetura. Antologia Terica (1965-1995). So Paulo: Cosac Naify, 2006, pp. 232-251.
Em seu texto, Piter Eisenman atenta para a crise atual em que se
passava a arquitetura (no caso, a arquitetura moderna). Assim, faz apontamentos crticos, onde denomina de fices, nas reas da arquitetura que corroboram para a simulao do clssico ser sustentado na arquitetura durante tanto tempo na arquitetura at mesmo no perodo moderno onde acreditava ter rompido com esse paradigma sendo elas: a representao, a razo e a histria. Eisenman traa a continuidade dos valores clssicos que a arquitetura tentava resgatar como verdade para seu significado. [...] desde meados do sculo XV, a arquitetura pretendeu ser um paradigma do clssico, ou seja, daquilo que intemporal, significativo e verdadeiro.
Assim, parte da arquitetura renascentista como a primeira simulao,
uma fico involuntria do objeto., pois buscava representar uma arquitetura j dotada de valor (a clssica), era um simulacro das edificaes antigas, usavase uma mensagem do passado para verificar significado do presente.. O significado da forma moderna como resultado da representao/expresso da funo ilusria: a forma no pode seguir a funo antes da funo ( que inclui mas no limita o uso) aparecer como uma possibilidade de forma. Assim, a esttica moderna no passava de uma abstrao da clssica, resultando da retirada dos aparatos exteriores do estilo a fim de representar a realidade. Deu continuidade ao clssico distinguindo apenas de construes tecnolgicas em vez de tipolgicas. Uma coluna sem base e sem capitel era considerada uma abstrao. Assim reduzida, supunha-se que a forma materializasse mais honestamente a funo resultando em uma coluna real, como elemento de sustentao simples possvel. Os objetivos funcionais apenas substituram as ordens da composio clssica como ponto de partida para o projeto arquitetnico
A arquitetura moderna sustentava a iluso de ruptura com a
continuidade do clssico e concretizao de um novo valor, pois, ao tentar reduzir a forma arquitetnica sua essncia, a uma realidade pura, os
modernos imaginavam que estavam transformando o campo da figurao
referencial em objetividade no-referencial. Na realidade, contudo, suas formas objetivas jamais abandonaram a tradio clssica. No diferenciando do valor na arquitetura renascentista, pois seus pontos de referncia so diferentes, mas as consequncias para o objeto so as mesmas. Na razo, enquanto significado arquitetnico, Eisenman traa uma relao dos diferentes valores que esta assume fora da arquitetura, decorrente dos significados de verdade em determinado perodo histrico. A ideia de que o valor da arquitetura tinha origem fora dela
No renascimento as composies harmnicas e mensagens de f na
arquitetura, eram resultado da verdade no divino. J no iluminismo a arquitetura racionalista transmitia, atravs da sua prpria formao, a verdade da cincia, dos mtodos cientficos e da matemtica. A razo dedutiva a mesma que se usava na cincia, na matemtica e na tecnologia era capaz de produzir um objeto arquitetnico verdadeiro (isto , significativo).
Os novos valores modernos (tipo e funo) no haviam mudado, em
essncia, desde o renascimento; s foram, mais uma vez, substitudos os fundamentos de verdade. Assim como no renascimento ou no iluminismo acreditava-se estar materializando/revelando a verdade, na arquitetura moderna o mesmo acontece quando se acredita na iluso da prova da arquitetura manifestar o racionalismo, representar uma poca futura e comunicar a funo. A ltima fico de Eisenman a da histria, onde fala da temporalidade que se mantm na arquitetura na ideia de explicar um processo de mudana histrica. A arquitetura, para os modernos, como expresso do esprito da poca, do homem em harmonia com o seu tempo mantm o uso do clssico da repetio de um tempo passado para invocar o intemporal como expresso de um tempo presente. No h como a arquitetura materializar o tempo como eterno, como ilusria eternidade do presente, Eisenman ento prope a finalidade da arquitetura no ser mais a expresso de seu tempo, como queriam os modernos, mas algo que ela no pode evitar. Por fim, Eisenman prope possveis mudanas para a concretizao de uma arquitetura no-clssica, que deveria por fim com a crise dos valores, mas sem dizer como ela deva ser, sem criar um tipo. Prope a ideia de arquitetura como escrita em oposio arquitetura como imagem, como sendo este o ato de dar forma. E, acima de tudo, prope a arquitetura como um discurso independente, isento de valores externos, clssicos ou quaisquer outros (...), livre de causas, que deveria significar seno a si mesma.
EISENMAN, Peter. "A arquitetura e o problema da figura retrica". In: (org.)
Kate Nesbitt. Uma Nova Agenda para a Arquitetura. Antologia Terica (19651995). So Paulo: Cosac Naify, 2006, pp. 232-251.
Inicialmente, Eisenman parte da reflexo de Sigmund Freud sobre a
memria na cidade, sendo a cidade um repertrio para a memria coletiva. A partir desse pressuposto de que a arquitetura especfica de um lugar, de um tempo e de uma escala, sugere a libertao da arquitetura desses sistemas que a significam. Assim, para reinventar um local, seja ele uma cidade ou uma casa, ela [a arquitetura] precisa se libertar da ideia de lugar de seus lugares, histrias e sistemas significados tradicionais
A ideia da figura retrica de Eisenman modificar a expresso do
pensamento da arquitetura representacional de desconstruo do signo na arquitetura. Para ele, a arquitetura, enquanto figura retrica tem a indeterminao de seu sentido, ou seja, ausncia de significado. No possuir referncias externas (metas e objetos). Assim, representar nada mais do que a si mesma. Exemplifica isso com obras de Robert Venturi: o pato como figura representacional (arquitetura simblica), e o galpo decorado, sendo esta uma figura retrica. Ainda assinala: Ao condenar os patos representacionais, Venturi efetivamente inaugurou o historicismo ps-moderno na arquitetura. Pois, de fato, os galpes decorados usam (ou representam) o vocabulrio tradicional da arquitetura.
Por fim, prope a figura retrica na arquitetura contextual.
A noo do local como palimpsesto, refere-se possibilidade de utilizar figuras retricas para revelar um texto reprimido de significados especficos a um determinado stio. Assim, o stio torna-se anlogo a um manuscrito que contm traos visveis de textos anteriores, o texto reprimido se revela no stio.