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AI DE NÓS SE POR NOSSA CULPA A SEMENTE MORRER SEMENTE

O tema escolhido para o estudo desta noite é muito rico e permite que
façamos várias análises, várias interpretações.

Antes de qualquer outra consideração mais elaborada, podemos


começar pensando nas sementes, sementes mesmo, de plantas.

Quando depositamos uma semente na terra, no exato momento em que


isto acontece, estabelecemos imediatamente uma relação de responsabilidade
com todo o grandioso processo que está para se desencadear.

Temos um objetivo final, que é o do nascimento da planta.

Mas até atingirmos esse ponto, é necessário que desempenhemos


adequadamente nossa função.

Função essa que poderíamos denominar de guardião, zelador,


jardineiro.

Não importa o nome que damos ao papel que temos de desempenhar


nesse momento.

A verdade é que ao plantarmos uma semente nos tornamos


responsáveis pelo seu destino. Então precisamos tomar conta dela. Nosso
papel é o de zelar pela continuidade4 do processo natural que fará com que a
semente germine, a planta nasça e se desenvolva.

Para que isso aconteça, precisamos observar e cuidar... adubar a terra,


regar, podar, eliminar as ervas daninhas, cuidar, enfim, para esta semente se
desenvolva de forma integral.

Nossa atitude diante de uma semente que plantamos e pela qual somos
responsáveis não se limita a um mero “observar”.

O “observar” é uma atividade intensa. Que exige a conjugação de vários


conhecimentos, exige a análise de vários elementos. É uma atividade
importante, mas é uma atividade inerte.

Não basta que eu observe... eu preciso transformar essas informações


obtidas através do “observar” e transformar tudo isso em atitude.

Na verdade, é um compromisso com o destino daquela plantinha.

Temos que agir e reagir para criarmos e mantermos as condições


necessárias para seu desenvolvimento.

Vamos ao ciclo da vida para comprovar:


A planta, para se desenvolver, precisa de cuidados especiais e isto
qualquer criança sabe. Quem ainda não realizou ou acompanhou o filho na
experiência dos feijõezinhos no algodão??

# Falar sobre os cuidados necessários para realizar a experiência.

Mas o estudo de hoje não é sobre jardinagem.

Se pararmos para pensar, vamos ficar surpresos com o número de


sementes que passam pelas nossas mãos.

Somos uma comunidade de jardineiros...

Jardineiros de:

• Planos
• Projetos
• Esperanças
• E tantas outras coisas que nos são confiadas enquanto ainda são
apenas uma promessa do que poderão vir a ser.

E na maioria das vezes não conseguimos desempenhar nosso papel de


jardineiros.

Não conseguimos sequer perceber que este é o papel que nos cabe.

E por que será que isso acontece??

Porque somos imperfeitos e, na maioria das vezes nosso egoísmo e


nosso orgulho nos impedem de agir, nos impedem de identificar a situação.

E assim, deixamos para trás tanta coisa, tantos projetos, tantas


iniciativas, tantas novas possibilidades.

Quantas transformações teriam ocorrido se tivéssemos levado um


determinado projeto até o fim, se tivéssemos criado as situações necessárias
para que um plano nosso fosse concretizado.

Como espíritas, sabemos que nada é por acaso.

Todas as situações que enfrentamos exigem de nós um comportamento


específico.

E isto acontece relativamente a qualquer semente.

De todas as sementes que recebemos, há uma em especial que exige


de nós de uma maneira muito especial.
A CRIANÇA

E o que é a criança?

• Um anjinho!
• Tão inocente!
• Que gracinha!
• Um amor!!

São as respostas que ouviremos mais frequentemente. Mas não


podemos nos esquecer que a criança é um :

• ESPÍRITO ADULTO
• INTELIGENTE E
• EXPERIMENTADO

Espírito que se encontra limitado em um corpo físico que ainda não lhe
permite as condições mínimas de que precisa para expressar todo seu
potencial

Trata-se de teoria defendida não apenas nos meios espíritas, mas


comprovada no meio científico por várias pesquisas.

Daremos aqui maior destaque à pesquisa da Dra. Helen Wambach,


psicóloga americana, que através do processo de regressão da memória
conseguiu reunir o mais importante acervo de dados científicos acerca dos
antecedentes espirituais do ser humano até agora.

Através das pesquisas da Dra. Wambach, confirmamos vários


argumentos da doutrina espírita.

Só para ilustrar citamos que:

NASCIMENTO

81% decisão própria


19% não lembram de nenhuma decisão

VIVER NOVA EXISTÊNCIA

65% relutantes, tensos ou resignados


26% certo otimismo (conquista evolutiva)
90% MORTE = experiência agradável
NASCIMENTO = momento de desventura e tensão

100% aprender a relacionar-se com os outros


amar sem ser exigente e possessivo

87% conhecimento prévio de pais, amantes, parentes e amigos de uma


vida anterior

NASCER – CONSTITUI UMA ESPÉCIE DE PROVAÇÃO

MORRER – PROCESSO DE LIBERTAÇÃO

Conforme o espiritismo insiste em nos ensinar há mais de um século e


como o próprio Cristo nos ensinou há mais de 2 mil anos atrás:

A criança é um ser espiritual adulto, experiente, consciente, dono de


inquestionável acervo de conhecimento, envolvido em deliberado projeto de
vida, com metas, objetivos e propostas nitidamente concebidos e programados.

É, portanto, um espírito preexistente e sobrevivente.

As crianças não são folhas em branco, não são almas novas zeradas.

Já trazem uma história, já trazem uma bagagem.

Essas crianças-sementes que nos são enviadas são seres em evolução,


como nós mesmos também somos, e com os quais temos compromissos.

O nascimento de uma criança envolve muito mais dos céus e da terra


do que poderímos imaginar.

Na verdade, a criança é um espírito que nos é confiado por algum


tempo.

Com quem, muitas das vezes, temos pendências, com quem


combinamos o reencontro.
“Os que encarnam numa família, sobretudo como parentes próximos,
são, as mais das vezes, Espíritos simpáticos, ligados por anteriores relações,
que se expressam por uma afeição recíproca na vida terrena. Mas, também
pode acontecer sejam completamente estranhos entre si por antipatias
igualmente anteriores, que se traduzem na Terra por um mútuo antagonismo,
que aí lhes serve de provação. Não são os da consangüinidade os verdadeiros
laços de família e sim os da simpatia e da comunhão de idéias, os quais
prendem os Espíritos antes, durante e depois de suas encarnações. Segue-se
que dois seres nascidos de pais diferentes podem ser mais irmãos pelo
Espírito, do que se o fossem pelo sangue. Podem então atrair-se, buscar-se,
sentir prazer quando juntos, ao passo que dois irmãos consanguíneos podem
repelir-se, conforme se observa todos os dias: problema moral que só o
Espiritismo pode resolver pela pluralidade das existências.

Há, pois, duas espécies de famílias: as famílias pelos laços espirituais e


as famílias pelos laços corporais. Duráveis, as primeiras se fortalecem pela
purificação e se perpetuam no mundo dos espíritos, através de várias
migrações das almas; as segundas, frágeis como a matéria, se extinguem com
o tempo e muitas vezes se dissolvem moralmente, já na existência atual. Foi o
que Jesus quis tornar compreensível, dizendo de seus discípulos: Aqui estão
minha mãe e meus irmãos, isto é a minha família pelos laços do Espírito, pois
todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus é meu irmão,
minha irmã e minha mãe. (...)” Evangelho Segundo o Espiritismo - pág.264 e
seguintes.

A família, independente do tipo - de laços espirituais ou laços corporais


– é desejável uma preparação – até antes dos 9 meses porque muitas vezes o
período da gestação não é suficiente para nosso preparo.

Não se trata aqui do preparo material.

Importante mesmo é que a criança seja desejada e, mesmo que não


tenha sido planejada, seja bem-vinda.

Importante mesmo é preparar o coração e o espírito para receber essa


criança.

E mesmo quando nos preparamos, quando a criança chega,


experimentamos uma sensação de impotência absoluta. Muitas vezes não
sabemos o que fazer e ficamos inertes aproveitando a “magia” do momento.

São tantos planos... tantos projetos... tantas expectativas que se


misturam em nossa mente que ficamos atordoados.

Mas que MAGIA é essa?

Normalmente a maternidade e a paternidade3 despertam impulsos


afetivos muito fortes em relação aos filhos.

Sentimentos que são consolidados pela convivência.


Por isso, não são raros os casos onde grandes desafetos reencarnam
nesta condição de pai/filho para superarem aversões, diferenças e
consolidarem as afeições mútuas.

O Evangelho Segundo o Espiritismo prossegue e nos diz que:

“Ó espíritas! Compreendei agora o grande papel da Humanidade:


compreendei que, quando produzis um corpo, a alma que nele encarna vem do
espaço para progredir; interai-vos dos vossos deveres e ponde todo o vosso
amor em aproximar de Deus essa alma; tal a missão que vos está confiada e
cuja recompensa recebereis, se fielmente a cumprirdes. Os vossos cuidados e
a educação que lhe dareis auxiliarão o seu aperfeiçoamento e o seu bem-estar
futuro. Lembrai-vos de que a cada pai e a cada mãe perguntará Deus: Que
fizeste do filho confiado à vossa guarda? Se por culpa vossa ele se conservou
atrasado, tereis como castigo vê-lo entre os Espíritos sofredores, quando de
vós dependia que fosse ditoso. Então, vós mesmos, assediados de remorsos
pedireis vos seja concedido reparar a vossa falta; solicitareis para vós e para
ele, outra encarnação em que o cerqueis de melhores cuidados e em que ele,
cheio de reconhecimento, vos retribuirá com seu amor.

Não escorraceis, pois, a criancinha que repele sua mãe, nem a que vos
paga com a ingratidão: não foi o acaso que a fez assim e que vo-la deu.
Imperfeita intuição do passado se revela, do qual podeis deduzir que um outro
já odiou muito, ou foi muito ofendido; que um ou outro veio para perdoar ou
para expiar. Mães! Abraçai o filho que vos dá desgostos e dizei convosco
mesmas: Um de nós dois é culpado. Fazei-vos merecedoras dos gozos divinos
que Deus conjugou à maternidade, ensinando vossos filhos que eles estão na
Terra para se aperfeiçoar, amar e bendizer. Mas oh! Muitas dentre vós, em vez
de eliminar por meio da educação os maus princípios inatos de existências
anteriores, entreteem e desenvolvem esses princípios, por uma culposa
fraqueza, ou por descuido e, mais tarde, o vosso coração, ulcerado pela
ingratidão dos vossos filhos, será para vós, já nesta vida, um começo de
expiação.

A tarefa não é tão difícil quanto vos possa parecer. Não exige o saber do
mundo. Podem desempenhá-la assim o ignorante como o sábio, e o
Espiritismo lhe facilita o desempenho, dando a conhecer das imperfeições da
alma humana. (...)” ESSE – pág. 267/268

Desde pequenina, a criança manifesta os instintos bons ou maus que


traz de suas existência anterior.

Os pais devem se esforçar para detectar esses problemas.

Todos os males se originam do egoísmo e do orgulho.

Os pais devem observar os menores indícios reveladores do gérmen de


tais vícios e devem cuidar de combatê-los, sem dar tempo que eles lancem
raízes profundas.
“Façam como o bom jardineiro, que corta os rebentos defeituosos à
medida que os vê apontar na árvore.”

Quando os pais tiverem feito tudo o que devem pelo adiantamento moral
de seus filhos, se não alcançam êxito, não têm de que se culpar e podem
conservar a consciência tranqüila.

Deus não dá prova superior às forças daquele que a pede: só permite as


que podem ser cumpridas. Se tal não sucede, não é que falte possibilidade:
falta vontade.

Na qualidade de pais, assumimos um desafio de grandes proporções


com a nossa semente.

O filhote de homem é o único que, abandonado, não sobrevive e que


depende de assistência para praticamente todos os procedimentos e
movimentos básicos e indispensáveis para sua sobrevivência.

Vejamos:

- quando nasce identifica apenas vultos


- descobre mãos e pés aos 4 meses
- senta aos 7 meses
- anda e fala aos 12 meses

Nesta fase a exigência é de força bruta, disposição física para suprir as


necessidades da nossa sementinha.

É trabalho mecânico.

Nossa responsabilidade beira os limites de uma MISSÂ IMPOSSÌVEL e ,


justamente por isso, não nos damos conta de tudo que será exigido de nós.

Se o corpo da criança é imaturo e exige cuidados, o que dizer do espírito


que sabemos ser um espírito IMORTAL, DOTADO DE PERSONALIDADE,
MATURIDADE? O que dizer do espírito que habita aquele corpinho frágil, que
mesmo antes de nascer já estabelecia comunicação com sua família?

Com o crescimento de nossas sementes, verificamos que as


necessidades vitais se modificam e temos que corresponder.

A maioria dos pais pressente essa relação de responsabilidade que o


liga a seu filho.

E percebemos de forma clara muitas famílias que se unem em torno de


um objetivo maior – que é o de criar sólidos alicerces para essa criança.
Apesar de todas as dificuldades que são geradas por essa tarefa, não
podemos desistir, não podemos simplesmente virar as costas aos
compromissos que assumimos, por mais difíceis que eles pareçam.
Nosso dever é dar à criança as condições necessárias para que ela
possa se desenvolver de uma forma integral.

Partir do próprio exemplo de vida é sempre, sem dúvida,a melhor opção.

Sabemos q a regra do “faça o que eu mando, não faça o que eu faço”


não funciona.

É necessário estabelecer uma rotina: exercitar dentro de casa as regras


básicas de respeito e amor ao próximo.

Praticar a caridade, praticar a verdade como norma inafastável são


atitudes fundamentais para que possamos edificar um caráter reto e digno.

Nesta caminhada, é indispensável aliar-se ao bom sensno, à boa


vontade, ao devotamento, à persistência porque, realmente, as coisas não são
fáceis.

Jardineiros de espíritos que também somos não podemos nos distrair e


desperdiçar as sementes.

PARÁBOLA DO SEMEADOR

Essa parábola nos revela e nos alerta para os riscos de uma semeadura
feita inadequadamente.

Se sabemos que há uma motivação especial para que um determinado


espírito venha na condição de filho e outro na condição de pai, melhor nos
esforçarmos apenas uma vez para que as pendências e as intolerâncias não
sejam agravadas.

Ou ainda, para que não surjam rachaduras num relacionam,ento


programado para ser essencialmente pacífico.

Teremos que dar conta das sementes que recebemos e, por isso,
melhor errar tentando do que o arrependimento de não ter tentado.

Nossa responsabilidade não se resume à formação psicológica, física e


social de nossas crianças.

Cabe-nos também a tarefa de orientação religiosa.

O que longe de acirrar nossas dificuldades, é um instrumento de grande


valia para os pais jardineiros.
A orientação religiosa é tão importante quanto a formação profissional.

Se com a formação profissional adquirimos os recursos necessários à


subsistência, com a orientação religiosa aprendemos a viver.

Podemos notar a tendência do homem atual de buscar, cada vez mais o


respeito ás leis divinas.

Através da orientação religiosa, tomamos contato com os ensinamentos


de Jesus, sendo isso de fundamental importância para a edificação da
sociedade cristianizada do terceiro milênio.

Mas manter a orientação religiosa também não é fácil.

Arrumamos mil desculpas para não iniciarmos ou , depois de inciada,


inventamos outras mil desculpas para interrompê-la

A desculpa principal entre nós espíritas é a de “violentar o livre arbítrio”.

Mas isto é omissão.

Nenhum pai pergunta ao filho se deseja tomar banho, ir à escola ou


tomar remédios..

Os responsáveis pela criação e educação de uma criança responderão


por essa omissão.

Temos que fazer a diferença na vida dessas crianças.

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