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PRIMEIRO DOCUMENTO
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O objeto é o real
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1- Tipos de conhecimento.
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Fatuais: objetos de estudo que se referem a fatos, entes efetivamente existentes, reais
e que, portanto, são dimensionados no tempo e no espaço – logo, de exatidão variável
de acordo com a sua complexidade. Estas ciências se classificam em:
Exatas: mecânica, engenharia, química – objetos de estudo simples, logo, muito
exatos.
Biológicas: biologia, medicina – objetos de estudo mais complexos do que as exatas e,
portanto, menos exatas que as anteriores.
Humanas e Sociais: psicologia, sociologia, pedagogia, história, direito – que têm por
objetos de estudo o homem, sua história, suas relações, etc, sendo portanto de
grande complexidade e de grau menor de exatidão.
Não significa que as ciências humanas e sociais sejam ciências menores em relação às
outras, apenas, por serem mais complexas, exigem cuidados muito especiais para o enfrentamento do grande
número de variáveis que intervêm nos seus estudos.
Tomemos por exemplo a Sociologia.
A Sociologia tem um objeto de estudo observável fatualmente, que, para ser
cientificamente conhecido, depende de pesquisa experimental e envolve tentativas de
formular teorias e generalizações que darão sentido aos fatos. Como o seu objeto de
estudo é altamente complexo dificilmente se criará uma teoria que o possa explicar sob
todos os seus aspectos.
Assim, como nos ensina Edgar Morin, ao sociólogo cabe saber juntar o que
deve estar junto num determinado espaço e num determinado tempo, para explicar o que
se deseja.
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Para a compreensão da dinâmica social (âmbito da Sociologia) temos de ter uma atenção
especial para enfrentar o seu extremo grau de complexidade, pois não há fatos sociais simples - todos são
extremamente complexos.
Desta forma, é praticamente impossível criar-se um referencial
teórico global, que abarque a totalidade dos fenômenos sociais. Alguns enfocam os
aspectos mensuráveis ou verificáveis experimentalmente como o positivismo, outros o
conflito inerente a eles como o marxismo, outros a estrutura e o funcionamento social,
como o estruturo-funcionalismo, e outros ainda, como o referencial weberiano, tentam
captar a motivação que têm as pessoas participantes do fenômeno social, tentando
captar-lhes o sentido de sua ação.
Em vista disso, a proposta de explicar a sociedade e sua dinâmica é apenas
a de tentar elaborar uma das explicações possíveis, aquela em que o autor acredita, mas
certamente não a única.
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SEGUNDO DOCUMENTO
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Segundo Edgar Morin a complexidade da natureza humana, que leva o homem a fazer, desde as coisas mais
edificantes até as mais repugnantes, deveria fazer com que a sua desigmação como espécie não fosse a de
homo sapiens, mas de homo saoiens demens (sábio e louco simultaneamente).
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Não se deve confundir socialização com educação. Esta vai além as socialização, abrangendo todas as
etapas da vida humana, transcendendo, assim, ao simples processo de aprendizagem dos elementos mínimos
para a convivência social.
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JUSPOSITIVISMO JUSNATURALISMO
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TERCEIRO DOCUMENTO
I. Considerações iniciais.
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Expressão criada por Darcy Ribeiro
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Como os que se originaram em países como EUA, Canadá, Austrália e Nova Zelândia.
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1ª fase
Na primeira fase, os reis portugueses consolidaram a
monarquia através da promulgação de leis excepcionais, que se
impunham de maneira geral sobre uma imensa variedade de usos e
costumes - leis gerais - e de forais concedidos aos burgos que se
libertavam do domínio árabe.
2ª fase
Numa fase seguinte, quando essas leis se tornaram bastante
numerosas, foi necessária a sua sistematização através da sua reunião em
ordenações. O caráter dessas ordenações era o de compilação de leis
enunciadas na primeira pessoa do plural, com caráter sagrado, onde se
dava grande importância ao Direito Eclesiástico e se refletiam os
privilégios de uma sociedade estamental (de privilégios de determinados
grupos).
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Foral: carta de lei que regulava a administração de uma localidade ou concedia privilégios a
indivíduos ou corporações
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São Paulo era a capital da Capitania de São Vicente
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- O donatário podia:
- exercer a justiça,
- escravizar o indígena,
- dar terras (sesmarias6) aos cristãos,
- fundar vilas,
- receber a redízima sobre a produção da terra (1%),
- receber o décimo do quinto sobre metais preciosos.
- A Coroa podia:
- reter a propriedade das minas, pau-brasil e pescado,
- cunhar moedas,
- cobrar o dízimo sobre a produção da terra ( 10%).
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Sesmaria: lote de terra inculta e abandonada que os reis de Portugal cediam aos que se dispusessem a
cultivá-la.
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Nota 1:
O Feudalismo
Em regiões dominadas pela aristocracia, servos trabalhavam a
terra dentro de uma estrutura estamental (de privilégios explícitos).
No fim da Idade Média, os mercadores adquiriram força
comercial e econômica, provocando a decadência da estrutura feudal,
favorecendo o poder real e gerando novas hierarquias sustentadas pelos
capitalistas da fase mercantil.
Segundo Darcy Ribeiro, Os brasileiros, o feudalismo foi uma
estrutura de regressão do capitalismo mercantil, que não conseguiu se
estabelecer, mas não pode retroagir ao escravismo.
Em Portugal, a luta contra os árabes facilitou a formação da
monarquia, pela união com os capitalistas mercantis e possibilitou as
conquistas ultramarinas.
Nota 2:
Ordenações
1823 – Decretação das ordenações provisoriamente para a
ordenação jurídica da nação recém independente.
1824 – Constituição outorgada por D. Pedro I
1917 – Fim das ordenações no Brasil – Código Civil
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Nota 3:
Constituições Brasileiras
1824 – Outorgada
1891 – Republicana
1934 – Social democrata/ Revolução de 30
1937 – Estado Novo (fascistoide)
1946 – Redemocratização
1967 – Imposta pela Junta Militar
1988 – Constituição atual
Bibliografia:
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QUARTO DOCUMENTO
TEORIAS SOBRE A GÊNESE DO DIREITO
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contrato verdadeiro e legítimo, pelo qual o povo esteja reunido sob uma
só vontade.
O contrato social, para ser legítimo, deve se originar no
consentimento necessariamente unânime. Cada associado se aliena
totalmente, ou seja, abdica sem reserva de todos os seus direitos em favor
da comunidade. Mas, como todos abdicam igualmente, na verdade cada
um nada perde pela sua inserção no que se pode considerar um corpo
moral coletivo, composto por tantos membros quantos são os votos da
assembléia. Pelo pacto o homem abdica de sua liberdade, mas, sendo ele
próprio, parte integrante e ativa do todo social, ao obedecer a lei obedece a
si mesmo, e portanto é livre. Para Rousseau o contrato não faz o homem
perder sua soberania, pois este não cria um Estado separado de si
mesmo. O próprio soberano é o povo incorporado. !?
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7 Note-se que o Direito Brasileiro não foi produto de evolução histórica mas de
transplante político e cultural.
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Dentro da concepção marxista, na Antiguidade e na Idade Média não havia Estado, mas sim uma
organização política e de poder, mas não o Estado, como nós o concebemos. O Estado é uma expressão do
sistema econômico de mercado, onde se separam as relações econômicas das relações políticas.
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QUINTO DOCUMENTO
O Direito Divino, baseado nas Escrituras e nas decisões dos Papas e dos Concílios,
O Direito Natural, captado pelos seres humanos por intuição, mas semelhante à
concepção jusnaturalista e
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O Direito Humano, produzido pela humanidade e que deveria ter por fundamento os
dois anteriores.
Pôr volta dos séculos XVI e XVII surge uma concepção racionalista do
Direito Natural. Segundo essa concepção, existiriam duas categorias de Direito:
Direito Natural, originado na natureza racional dos seres humanos, estável por toda
parte e imutável diante de qualquer vontade divina ou humana.
continuidade e
transformação.
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Direito Antigo:
Código de Hamurabi (Babilônia). Hamurabi (1792 a 1750 a.C) passou à história
sobretudo como legislador original. Consolidou a tradição jurídica, harmonizou os
costumes e estendeu o direito e a lei a todos os súditos. O código não é uma
coletânea sistemática de leis, mas um agrupamento de disposições casuísticas, de
ordem civil, penal e administrativa. É um corpo de leis dividido em 282 artigos,
escrito em língua e estilo oficial e preciso: suas disposições concernem à família,
ao cultivo dos campos, ao comércio, ao trabalho e à compra de escravos. A base de
seu direito penal é a lei de talião9, enraizada nas civilizações antigas, que consiste
em infligir ao criminoso o mesmo dano causado por ele.
Código de Manu (Índia). Conjunto de leis da época clássica hindu que trata da
prática do bem ou do mal e suas conseqüências na vida futura. Redigido em
sânscrito em forma de versos. Sua autoria é atribuída a Manu, herói mitológico e
exemplar legislador.
Lei Mosáica. O Deuteronômio (capítulo do Velho Testamento) significa "segunda
lei", por ser uma recapitulação da lei de Moisés. Foi elaborado por sacerdotes e
profetas que se consideravam continuadores da obra de Moisés. É o quinto e
último livro do Pentateuco sendo uma constituição político-religiosa do Velho
Testamento. Aborda questões variadas como justiça, educação, cultura, descanso
semanal, direito, etc.
Lei das Doze Tábuas (450 aC). É o mais importante legado jurídico da
antigüidade -- o direito romano -- constituiu-se progressivamente, de acordo com
as diferentes formas de governo que se sucederam em Roma. No período da
república, deu-se a mais antiga codificação do direito romano, a Lei das Doze
Tábuas, que a tradição situa entre 451 e 450 a.C. As Doze Tábuas foram escritas
sob a pressão dos plebeus - todos os cidadãos, ricos ou pobres, não pertencentes à
classe dos patrícios - que se sentiam injustiçados com o controle exercido pelos
patrícios sobre as leis. Estes, efetivamente, fixavam normas legais de acordo com
uma praxe consuetudinária em que só era iniciado um reduzido grupo de
notáveis. As Doze Tábuas, porém, não representaram uma liberalização dos
antigos costumes. Assim, reconheciam as prerrogativas dos patrícios e da família
patriarcal, admitiam a escravidão pelo não pagamento de dívidas e a aplicação de
leis religiosas aos casos civis. Os romanos reverenciaram as Doze Tábuas como
sua fonte primordial do direito. Elas nunca chegaram a ser formalmente abolidas,
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lei de Talião : Norma jurídica de antigas civilizações, que consistia em vingar o delito impondo ao
delinqüente uma pena ou dano igual ao causado por ele. Expressa até hoje no dito popular "olho por olho,
dente por dente.
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Nominalismo: Doutrina segundo a qual as idéias gerais não passam de simples nomes, sem realidade fora
do espírito ou da mente. Uma das principais tendências vigentes durante a Idade Média.
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Direito Moderno:
1215 – Carta Magna. Elaborada inicialmente como salvaguarda dos barões
ingleses ante o absolutismo real, a Magna Carta mais tarde passou a
paradigma das liberdades britânicas. Documento assinado pelo rei inglês João
sem Terra, a Magna Carta resultou de um movimento liderado pelo arcebispo
de Canterbury, para opor ao despotismo real os direitos dos nobres e de todos
os demais súditos ingleses. Durante os primeiros anos do século XIII, João
sem Terra procurou superar dificuldades econômicas por meio de pesados
tributos sobre a igreja e a nobreza, que reagiram com indignação. O
documento incorporou os direitos mais importantes para a época. Três deles
mantêm-se ainda vigentes entre os preceitos constitucionais contemporâneos.
O primeiro determina que o homem livre não pode ser privado da vida ou da
propriedade, a não ser em virtude de sentença judicial e de acordo com a lei.
Daí resulta que todo acusado tem o direito de ser julgado por um juiz, e assim
garantir-se contra as prisões arbitrárias. Nesse princípio baseia-se a
instituição do habeas-corpus, que existe em todos os sistemas jurídicos
democráticos. Outro princípio dispõe que a justiça não pode ser vendida,
denegada ou retardada. Em conseqüência, o poder judiciário deve ser
independente. O terceiro princípio proíbe a criação de novos impostos sem o
consentimento dos nobres. Esse postulado lançou as bases do futuro
Parlamento inglês e revive na competência privativa das câmaras para legislar
sobre matéria financeira e votar o orçamento. As legislações britânicas
posteriores e também a constituição dos Estados Unidos inspiraram-se nesse
documento.
1764 - Dos delitos e das penas – Beccaria , Cesare (1738-1794). As idéias
do jurista e economista Beccaria influenciaram o direito penal moderno,
contribuindo para a suavização das penas e a abolição da pena capital em
numerosos países. Começou a escrever Dos delitos e das penas influenciado
pelas idéias de Montesquieu, Diderot, Rousseau e Buffon. Beccaria atacava
nesse livro o uso abusivo da tortura e outras deficiências do sistema penal da
época, exprimindo os protestos da consciência pública contra a violência e a
arbitrariedade da justiça, típica da Idade Média e dos séculos subseqüentes.
Beccaria foi o primeiro adversário da pena de morte, defendendo a
proporcionalidade entre a punição e o crime. Afirmava que o critério para
medir a responsabilidade penal do agente era não a intenção, mas o dano que
seu crime causava à sociedade. Sua argumentação baseava-se no conceito
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SEXTO DOCUMENTO
BIOÉTICA e DIREITO
Pôr outro lado, de longa data a humanidade vem refletindo sobre a vida,
nas suas mais diversas dimensões, e encontrado uma série de direitos fundamentais, que
deveriam fazer o contraponto dessa busca incessante de estratégias de plenivivência.
1. Considerações iniciais.
Ética é a parte da filosofia responsável pela investigação dos princípios que motivam,
distorcem, disciplinam ou orientam o comportamento humano, refletindo
principalmente a respeito da essência das normas, valores, prescrições e exortações,
presentes em qualquer realidade social. Pode também ser considerada como o estudo
das finalidades últimas, ideais e, em alguns casos, transcendentes, que orientam a
ação humana para o máximo de harmonia, universalidade, excelência ou
perfectibilidade, o que neste texto se denomina pôr plenivivência.
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Embora no cotidiano um termo costume ser usado pelo outro, até como
sinônimo, a ética diferencia-se da moral.
eutanásia,
direito à saúde,
e muitos outros.
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2. O Biodireito:
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Constituição Federal, artigo 10 : todos são iguais perante a lei, sem distinção
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança
e à propriedade.
Constituição Federal, artigo 10, inciso III: ninguém será submetido a nem a
tratamento desumano ou degradante.
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Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
Excesso punível
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo
excesso doloso ou culposo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o
perigo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
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3. Considerações finais
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moral, ela implica numa responsabilização radical, delineada pelo paradigma bioético e
embasada, talvez, num tipo de solidariedade global, que seja ao mesmo tempo:
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SÉTIMO DOCUMENTO
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1. Ecologia e Ambientalismo.
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14-A circulação energética entre os níveis mineral, vegetal e animal respeita essa
proporção - é quando se pode falar em equilíbrio ecológico e ambiente preservado.
15-Quando, no ambiente, há a interferência dos humanos, essa proporção sofre as
influências da ação das estruturas de poder e tende a ser apenas um elemento a mais
no jogo pelo poder que se desenvolve, e que vai muito além dos limites sobrevivenciais
que imperam nos níveis não-humanos. É quando quebra-se o equilíbrio ambiental,
retirando-se dos níveis mineral, vegetal e animal, desmedidamente, e sem a
proporcional reposição, a energia que é utilizada no nível humano. É quando a
Ecologia começa a se ligar ao Ambientalismo, pois já há variáveis de natureza política
na equação ecológica.
16-Da mesma forma que nas relações com os níveis mineral, vegetal e animal, os seres
humanos quebraram desproporcionalmente esse equilíbrio, também as romperam
nas relações entre si, através da exploração desmesurada das camadas mais pobres e
menos organizadas da população (menos complexas), pelos níveis mais poderosos,
ricos e organizados da sociedade (mais complexos). Como se trata também de
circulação de energia entre sistemas não há razão alguma para que se mude o
referencial para examiná-lo. Apenas há que tratá-lo com a especificidade que o seu
grau de complexificação exige. É um processo de natureza social e com conotações
fundamentalmente políticas, pois nele se manifesta o jogo do poder, mas faz parte de
um mesmo sistema de circulação energética que também degrada o ambiente. E
produz a pior das degradações: a degradação humana.
17-Em todas as sociedades os direitos fundamentais das pessoas são respeitados na
razão direta da sua capacidade de organização para defendê-los. Quanto mais
organizado for um grupo social mais possibilidades terá de fazer valer os direitos dos
seus componentes. Isso nos leva à uma concepção de democracia onde o componente
organização da sociedade civil é literalmente fundamental.
18-Tanto os problemas ambientais como a maioria dos problemas sociais podem ser
vistos unitariamente através de um mesmo referencial, pois quase sempre há um
processo de predação de um sistema energético pelo outro. Uma exploração que se
pode resumir através da palavra desproporção.
Como já foi visto, todo o real, bem como o real todo, são
constituídos por sistemas energéticos formando cadeias onde há um permanente
intercâmbio de energia, e onde os de menor complexificação acabam, quase sempre se
tornando suporte para os de maior complexificação.
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Essa cadeia poderia ser assim esquematizada, com a singeleza com que se
apresentam os esquemas, sempre mais comprometidos com a proposição de uma idéia do
que com a exatidão dela.
No esquema que se segue, a energia flui "de baixo para cima", dos
sistemas de menor complexidade para os de maior. Esse fluxo é regulado por um critério
de proporcionalidade, nos sistemas não-humanos e pelo jogo do poder nos sistemas
humanos, sempre na luta pelo controle dos meios para sobrevivência.
Até o nível dos sistemas humanos há uma regulagem natural e
proporcional do ambiente, feita pela própria natureza. A partir desse nível a
proporcionalidade é perdida, ou seja, excedem-se os limites de captação de energia dos
níveis mais simples, não se repondo em quantidades e em tempo razoáveis a energia que
foi retirada. Daí o desequilíbrio que vai desde a poluição, atinge a fauna e a flora, até
chegar aos próprios sistemas humanos, refletindo-se em exploração, miséria,
subdesenvolvimento e injustiça social.
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alguns bens ou serviços fundamentais para a vida humana e social? Algum governante
ofereceu, espontaneamente e sem pressão, mais salário ou mais liberdade? Alguém se
lembra de algum governo que tenha realizado ou incentivado um trabalho de organização
dos estratos mais pobres da sociedade? Por que os "segredos de Estado" são tão secretos
que só podem ser revelados para as gerações futuras?
Toda essa desproporcional drenagem de energia dos níveis menos
complexos pelas estruturas de poder dos níveis mais complexos, passa pelo processo de
justificação ideológica, de conceituação formal pelas ideologias adequadas ao momento,
que os detentores do poder se encarregam de elaborar e fazer inserir no espírito das leis e
das instituições sociais, sempre resguardadas pelo poder judiciário, pela polícia e pelas
forças armadas. E implantar também a resignação no seio das consciências, através de
crenças, normas, valores e praxes, geralmente com a colaboração do poder religioso,
exercido por lideranças que se prestam a utilizar as igrejas, centros e seitas, para tal
finalidade.
5- A hipótese do proporcionalismo.
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NONO DOCUMENTO
O BRASIL NO SÉCULO XX E NO INÍCIO DO XXI
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Obs. Os gráficos demonstrativos têm os dados corretos mas não são precisos na
sua elaboração pois foram feitos a partir do “Word” e não do “Excel”.
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CARGA TRIBUTÁRIA
BRASIL 1900 - 2004
DADOS IBGE
Hab % % do PIB
PIB Renda Impostos
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140 40,01
planos econômicos
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120 10 38
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100 8.5 36
43 choque do petróleo
80 7 34
41
60 5.5 32
39 crise do café
40 4 30
37
20 28
2.0 35
1ª guerra mundial
0 26.87
1900 /5 /10 /15 /20 /25 /30 /35 /40 /50 /55 /60 /65 /70 /75 /80 /85 /90 /95 2000 2002 2004
Fonte: IBGE
Estatísticas do Século XX
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1. O PIB brasileiro
Entre 1901 e 2000, o Produto Interno Bruto brasileiro cresceu 110 vezes
(mantendo-se, ao longo do século XX, numa taxa média de 4,8% ao ano), feito
que poucas economias conseguiram superar, destacando-se Japão, Taiwan,
Finlândia, Noruega e Coréia.
o PIB per capita (índice obtido através da divisão do PIB pela população
total),foi de quase 12%, com crescimento geométrico médio de 2,5% ao ano.
Nas duas primeiras décadas, quando o café ainda era a atividade econômica
predominante, o PIB per capita permaneceu estagnado.
PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL
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177
160
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120
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80
60
40
20
0
1900 1910 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2004
68
69
3.5
3.0
2.5
2.0
1.5
1.0
0.5
0.0
1900/1920 20/1940 40/1950 50/1960 60/1970 70/1980 80/1991 1991/2000 2004 2009
Fonte: IBGE – Estatísticas do Século XX
14
12
10
95 96 97 98 99 00 01 02 03
Fonte: IBGE e Banco Central
PIB
Desemprego – antiga metodologia
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70
70
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3. A carga tributária
Evolução da Carga Tributária Brasileira em % do PIB
44
42
40,01%
°
40 governo LULA
38 final FHC
36
34
32
30 início FHC
28
período Itamar/FHC
26 ° 26,87%
1993 94 95 96 97 98 99 00 01 02 03 04
71
72
8º Dólar a R$ 4,00,
72
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5. Caminhos propostos
6. Fontes de consulta
8. Considerações complementares
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“milagre brasileiro”:
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Desta vez, porém, dez anos não bastaram para uma retomada
convincente. Uma boa oportunidade foi perdida em 1986, quando o
presidente Sarney jogou pela janela o sucesso inicial do Plano Cruzado
para garantir resultados eleitorais de curto prazo. O comprometimento da
credibilidade da política monetária fez o País continuar a rolar ladeira
abaixo por anos e anos.
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Como o IBGE não tem dados para calcular índices Gini antes
de 1960, a análise do que se passou nas décadas anteriores é mais difícil.
Pode-se, porém, recorrer aos dados sobre a participação dos salários na
renda nacional, que contam uma história não muito diferente. De 1947 ao
início dos anos 50, cerca de 42% do PIB eram destinados aos assalariados.
Nos anos JK, cerca de 46%, ainda bem abaixo do que se vê nos EUA, onde
os salários giram em torno de 60% da renda nacional desde os anos 30.
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Em 15 de Julho de 2004 foi publicado o último Índice Gini, onde o Brasil, com 0,775 encontra-se em 72°
lugar entre os 177 países pesquisados pela ONU.
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DÉCIMO DOCUMENTO
DESENVOLVIMENTO E SUBDESENVOLVIMENTO
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2. Critérios econômicos
1º - Renda per capta associada ao grau de concentração de renda. A renda per capta
mínima para que um país seja caracterizado como desenvolvido deve estar acima de 400
dólares. Ocorre que países de elevada renda per capita média, freqüentemente,
apresentam concentração de capital em mãos de pequenos grupos de pessoas ou famílias,
o que faz tal critério perder o seu significado revelador.
2º - Análise da poupança: o desenvolvimento exige capital e condições reais de poupança
no plano interno voltados para setores básicos da economia nacional. Países que não
possuem tais condições, voltam-se para capital estrangeiro, o que acaba por criar uma
dependência desses países em relação às fontes externas de capital.
3º - Análise da balança comercial: a balança de pagamento dos países subdesenvolvidos
está em desequilíbrio, uma vez que a importação de produtos industrializados é feita a
preços elevados e a exportação de matéria prima é feita, a baixo custo no mercado
internacional. Tal fenômeno torna-se um dos elementos provocadores de inflação nos
países subdesenvolvidos, uma vez que esses países compram sempre menos, com
quantidade cada vez maior de matéria-prima e produtos agrícolas exportados.
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É bom que nos lembremos de Max Weber e sua teoria sobre a singularidade dos fatos sociais e de
Maslow, com a sua teoria das necessidades humanas.
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comunidade tradicional pode não ser de consumo de massa, mas de consumo essencial,
diversificado e controlado em função de interesses maiores da sociedade.
Ta1 perspectiva foi profundamente reforçada pelo desrespeito à
consciência ecológica, pela má distribuição social dos produtos do desenvolvimento, pela
distorção das prioridades, pelo endividamento externo e pela restrição à soberania
nacional, mostrando que a questão do desenvolvimento não é apenas econômica: antes é
política.
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A posição geopolítica do Brasil na América do Sul quase que lhe impõe uma
posição de liderança, a qual tem sido relegada a plano secundário pelos últimos governos
brasileiros que, como Collor e Fernando Henrique, o atrelaram ao projeto nacional norte-
americano, pela adesão ao modelo neoliberal entronizado pelo Consenso de Washington14
Espírito público e desenvolvimento são as palavras de ordem em todos
setores mais avançados do povo brasileiro, dos trabalhadores da cidade e do campo, da
classe média, do empresariado nacional da indústria, do comércio e da agricultura, das
forças armadas e classes estudantis.
Desenvolvimento Econômico, neste ciclo histórico e neste momento da vida
nacional, é a tarefa que surge para possibilitar vias efetivas para elevação do nosso povo.
De transformar o homem brasileiro, de mero instrumento alienado de economias
estrangeiras, sofrendo reflexamente seus embates e oscilações, fisicamente incapaz de
qualquer reação, em sujeito de seus próprios atos, que decide seu próprio destino, pela
força da riqueza e cultura próprias.
O desenvolvimento econômico é buscado através da industrialização
progressiva do país, com a criação de uma indústria de base, com o aumento da
produtividade e pela busca do pleno emprego das forças produtivas disponíveis, pela
integração ao sistema das áreas de economia não-monetária, com a resolução dos
pontos de estrangulamento e desequilíbrios no dinamismo do processo.
Para a realização destes objetivos, busca a realização de um planejamento
racional de investimento de recursos, estímulo às atividades particulares de cunho
desenvolvimentista, política cambial de proteção à indústria nacional para o exterior,
assim a submissão das empresas estrangeiras ao projeto nacional, quando participarem
de atividades de base como a eletricidade, os combustíveis, a mineração.
Como contribuição para um aprofundamento da integração nacional é
fundamental a reforma agrária, fundada no princípio do aproveitamento das terras
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Sobre o Consenso de Washington, consultar o texto de Paulo Nogueira Batista na coletânea "Em
defesa do Interesse Nacional - Desinformação e Alienação do Patrimônio Público", ed. Paz e Terra,1994.
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reboque do modelo ditado pelos USA para os países periféricos, denominado “O Consenso
de Washington”, cujas regras foram fielmente seguidas pelo Brasil nos últimos 12 anos.
Hoje, entretanto, não só por estarmos no Brasil com um governo novo e
que se propõe a discutir a questão, mas também pelas condições externas, que se
manifestam em todo o planeta:
inevitabilidade da globalização e dos seus efeitos;
explicitação dos limites do capitalismo, que gera riquezas mas desenvolve pobreza e
aumenta desigualdades e
busca universal por uma Terceira Via – que diante da inevitabilidade do capitalismo e
da globalização consiga minorar os efeitos perversos de ambos.
Parece que cabe ao Brasil neste momento a oportunidade de ser
um campo de prova para a construção de um modelo de Terceira Via – mas
ele passa pela construção de um projeto nacional – pois não pode ser
eventual ou circunstancial.
Esse PROJETO NACIONAL tem de ser para médio e longo
prazos e, principalmente, produto da construção de toda a sociedade civil
organizada e não só dos políticos do atual governo. Eles têm de ser os
executores e nós (sociedade civil organizada) os mentores.
E é aí, a meu ver, que entra o processo educacional – A ESCOLA - o nosso
papel como educadores e educandos, principalmente dos cursos superiores.
Precisamos:
refletir sobre o que somos e o que queremos em cada uma de nossas áreas de estudo
ou de trabalho;
tomar consciência de que somos uma parcela pequena da população que tem acesso a
esse nível de estudo e, portanto, altamente significativa;
entender que estamos construindo nossos projetos de vida pessoal, mas que devemos
nos engajar nas organizações que contribuirão para a construção do nosso projeto de
vida nacional;
procurar, dentro de cada área de estudo, o que eu posso fazer de melhor ou até de
novo para me ajudar e para ajudar nessa tarefa nacional.
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