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Tavira situa-se a 4 léguas da foz do Guadiana. O seu rio Séqua é atravessado por ponte
de 7 arcos com duas torres [hoje incorrectamente chamada ponte romana].
O seu castelo, já antigo e com fortes muros, foi ampliado no tempo de D. Dinis.
Topograficamente, é de fácil subida e circula um espaço de terra menos levantada, na
qual está a maior parte da povoação. É rodeada de campos e terras hortícolas, onde
crescem árvores e hortas. Entre o mar e terra firme corre uma lagoa de água salgada que
fornece parte do peixe consumido na cidade; o resto do pescado vem do mar.
Segundo esta corografia, a 1ª fundação de Tavira deve-se a el-Rey Brigo (o padre
António Carvalho da Costa baseia-se, para este assunto, em João Sedenho; há muitas
referências a outras cidades portuguesas fundadas por este mesmo rei), e é por ele
apelidada Talabriga [outra teoria diz que a antiga Balsa era Tavira; no entanto, isto é
polémico e já tem vindo a ser refutado].
Em 1242, D. Paio Peres Correia conquista-a aos mouros, cujo chefe na altura era Aben
Falula.
Destruída por várias guerras, foi reedificada por D. Afonso III em 1268 e foi elevada ao
estatuto de cidade com D. Manuel. As suas Armas são uma ponte com uma Nau no seu
porto Marítimo.
Tem juiz de fora e voto em Cortes, tendo assento no segundo banco, e a sua feira anual
é a 4 de Outubro.
A uma légua para Nascente, começou-se a edificar um forte, obra de D. Sebastião.
Quanto ao seu alcaide-mor, é Henrique Correia da Silva.
Conta [à altura da impressão da corografia] com 3.200 vizinhos nobres e duas
paróquias, Santa Maria e São Tiago. Santa Maria era a Igreja Matriz e conta com um
Prior, dois beneficiados da ordem de Santiago e quatro do hábito de São Pedro. São
Tiago também conta com um prior e quatro beneficiados do hábito de São Pedro.
Tem ainda com uma Casa da Misericórdia, um Hospital, um hospital para os
passageiros (estrangeiros/visitantes?) 6 ermidas, Convento de S. Francisco (antigo
celeiro dos Mouros e que na altura com 40 frades), Convento de Santo António dos
Piedosos (fundado com esmolas do povo, começado a construir em 1612, sendo
Ministro Provincial Frei João do Porto e Bispo do Algarve D. Fernão Martins