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O vento arrastou as nuvens, a chuva cessou e sob o cu novamente limpo crianas comea
ram a brincar. As aves de criao saram dos seus refgios e voltara a ciscar no capim
molhado. Um cheiro de terra, poderoso, invadia tudo, entrava pelas casas, subia
pelo ar. Pingos de gua brilhavam sobre as folhas verdes das rvores e dos mandiocai
s. E uma silenciosa tranqilidade se estendeu sobre a fazenda, as rvores, os animai
s e os homens.
Apenas as vozes lacres das crianas, pelos terreiros, cortavam a calma daquele mome
nto:
Chove, chuva chuverando
Lava a rua do meu bem...
Vestidas de trapos sujos, algumas nuas, barrigudas e magras, as crianas brincavam
de roda.
Farrapos de nuvens perdiam-se no cu de um azul claro onde primeiras e leves sombr
as anunciavam o crepsculo.
NOITE DOS
CAPITES DA AREIA