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O DÍZIMO
1 - Prólogo.

Criar uma nova doutrina apartir da bíblia utilizando seus textos


isoladamente é muito fácil.

O Apóstolo Paulo disse? Crê no Senhor Jesus Cristo, e serás salvo, tu e a


tua casa (Atos 16:30 e 31).

Baseado apenas nesse versiculo poderemos afirmar que basta um dos


membros de uma família se converter para que os demais sejam salvos.

Segundo o versiculo, para uma mãe que há muitos anos ora pela
conversão de seus filhos desviados, basta que ela, creia e aceite a Jesus, e
automaticamente todos os seus filhos estarão igualmente salvos.

Erros grosseiros foram praticados através dos tempos como no exemplo


acima. A doutrina de salvação não pode ser ensinada tendo por base um
só versículo bíblico, deve-se conhecer todo o contexto antes de se criar
um pretexto para avalizar uma doutrina.

Fruto dessas distorções, fudam-se seitas e dógmas de todas as matizes,


gerando tantas denominações, que se rivalizam entre si, contestando-se
mutuamente, muitas vezes de maneira conflituosa.

A minha convicção, com base noutros textos e após o exame nas


escrituras, escrevi hoje sobre o tema Dízimo - E. Mucheroni

2 - O Dízimo

Um questão interessante é que cada passagem bíblica sobre dízimo


sempre contêm instruções cerimoniais. Agregados aos dízimos lá estão as
ofertas alçadas, os bodes, os sacerdotes, os levitas, o templo, etc.

O dízimo não éra dinheiro, em coerência com todos os textos bíblicos


sobre o assunto, o dízimo era alimento.

O povo trazia animais perfeitos para a casa do tesouro com três


utilidades básicas: ser consumido pelo próprio dizimista perante o
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Senhor (Deut. 14:23), sustentar o clero (Num. 18:24) e socorrer os


necessitados (Deut. 14:28,29).

Advertências ao clero sobre o dízimo aparecem em muitos trechos da


Bíblia: "Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel... Ai dos
pastores de Israel que se apascentam a si mesmos. Não apascentarão os
pastores as ovelhas? Comeis a gordura e vestis-vos de lã. Degolais o
cevado, mas não apascentais as ovelhas. A fraca não fortalecestes, a
doente não curastes... a desgarrada não tornastes a trazer e a perdida
não buscastes, mas dominais sobre elas com rigor e dureza... As minhas
ovelhas andam desgarradas por todos os montes... Portanto, ó pastores,
ouvi a palavra do Senhor..."

3 - Um garfo de tres pontas

Os defensores da doutrina do dízimo interpretam muito mal o texto das


escrituras, afirmando que Casa do Tesouro corresponde à Igreja e que
os dízimos são dez por cento das rendas pessoais.

Pode o homem comprar uma benção? É triste a situação daqueles que


dão dez por cento de sua renda para uma igreja e fica aguardando por
uma benção, geralmente de abastança.

A superstição é uma ferramenta perfeita nas mãos de líderes religiosos.


Sempre foi assim. Na idade média as pessoas acreditavam que
comprando indulgências iriam diretamente para o céu. Quanto dinheiro
o clero medieval amealhou explorando a crendice supersticiosa de
milhões de sinceros. Hoje líderes religiosos árabes enganam jovens
humildes com a Doutrina da Guerra Santa. Eles criaram a superstição
que garante o Céu aos que morrerem em combate. Ser um homem
bomba suicida é passaporte garantido para o paraíso eterno.

Hoje, cristãos sinceros, deixam de comprar gêneros de primeira


necessidade, dexam seu filhos sem leite e voltam à pé para casa, para
pagar dízimos às suas igrejas. Põe dez por cento de seus salários num
envelope, participam de correntes disso e daquilo, lançam-no na salva de
ofertas e saem aliviados. "Agora Deus vai me abençoar. Já cumpri
minha parte". A superstição é tão forte que alguns chegam a pagar
dízimos com cheques pré-datados afim de se livrarem da maldição.
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A superstição é a contramão da graça. A superstição manda cumprir


exigências a fim de se livrar das conseqüências. A graça já nos fez
conseqüências do amor de Deus. Ele tomou a iniciativa na cruz
declarando que somos livres.

Na maioria das vezes o dizimista que mal alimenta seus filhos, instigado
pela pregação tendenciosa que toma textos do Velho Testamento e
através de um seqüestro cerebral cria uma base supersticiosa, é levado a
contribuir para o alto salário do "Pastor" e com o luxo das igrejas. Não é
ensinado que o dízimo biblico eram os dízimos aceitos somente em forma
de animais e grãos como nos textos biblicos abaixo:

"Certamente darás os dízimos de todo o fruto das tuas sementes, que


cada ano se recolher no campo. Perante o Senhor teu Deus, no lugar que
ele escolher para ali fazer habitar o seu nome, comereis os dízimos do teu
cereal, do teu vinho e do teu azeite, e os primogênitos das tuas vacas e
das tuas ovelhas, para que aprendas a temer ao Senhor teu Deus todos os
dias. Mas se o caminho for longo demais, de modo que não os possas
levar, por estar longe de ti o lugar que o Senhor teu Deus escolher para
ali pôr o seu nome, quando o Senhor teu Deus te tiver abençoado, então
vende-os e leva o dinheiro na tua mão e vai ao lugar que o Senhor teu
Deus escolher. Com esse dinheiro comprarás tudo o que deseja a tua
alma, por vacas, ou ovelhas, ou vinho, ou bebida forte, ou qualquer outra
coisa que te pedir a tua alma. Come-o ali perante o Senhor teu Deus, e
alegra-te tu e a tua familia" Deuteronômio 14:22:29

"Trareis a este lugar os vossos holocaustos e os vossos sacrifícios, os


vossos dízimos e as vossas ofertas especiais, os vossos votos e as vossas
ofertas voluntárias, e os primogênitos das vossas vacas e das vossas
ovelhas. Ali comereis na presença do Senhor vosso Deus e vos alegrareis
com as vossas familias por todo o bem que vos abençoar o Senhor vosso
Deus. Então, ao lugar que escolher o Senhor vosso Deus... para ali
trareis.... vossos dízimos" Deuteronômio 12:6,7,11

Os dízimos deviam ser comidos pelos dizimistas na presença do Senhor,


no local que Ele ordenasse. Na dificuldade de explicar este e outros
textos onde Deus manda o próprio dizimista consumir seus dízimos,
alguns pastores ignoram o texto, e de acordo com sua conveniencia,
colocam outras doutrinas, numa atitude muito difícil de se sustentar, pois
a Bíblia não as declara no contexto geral.
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Em Números 18:23, 24, 31 lemos: "Mas os levitas farão o serviço da


tenda da congregação, e levarão sobre si a sua iniquidade. Este será
estatuto perpétuo pelas vossas gerações. No meio dos filhos de Israel
nenhuma herança terão. Porque os dízimos dos filhos de Israel, que
oferecerem ao Senhor em oferta alçada, dei-os por herança aos levitas,
pois eu lhes disse: No meio dos filhos de Israel nenhuma herança terão.
Vós e a vossa casa o comereis em todo o lugar, pois é vosso galardão pelo
vosso serviço na tenda da congregação"

A primeira coisa a se observar neste texto tão utilizado pelos teólogos


dizimistas hoje, é que os dízimos, destinados a sustentar os levitas, eram
dados ao Senhor como oferta alçada. Porque a Bíblia condena a coerção
nos destinos dos dízimos. (I Samuel 8:16 e 17; Isa 1:11-17; Amós 5:21-25;
8:10,11). Não havia nenhuma obrigatoriedade sistemática. A Bíblia não
afirma que os dízimos eram exclusivamente para o sustentar o clero, mas
também contribuíar para um maior equilíbrio social, pois todos os
pobres comiam com o dizimista..

A Bíblia fala de três aplicações ao dízimo: O dízimo podia ser comido


pelo dizimista. O dízimo deveria socorrer órfãos, viúvas e necessitados.
O dízimo deveria alimentar os levitas. As opções do uso do dízimo
autorizava o dizimista a comer seus próprios dízimos ou dá-los aos
necessitados, nesta época os levitas representantes do clero (que não
podiam erdar propriedades), estavam em igualdade social com os
excluídos. Os órfãos, as viúvas e os pobres. Havia uma identificação do
clero com as pessoas humildes. Pertenciam ao mesmo padrão social.

Nem todos os levitas atuavam em tempo integral ao sacerdócio, por isso


vemos as instruções para os levitas em Número 18 e em Deuteronômio
14, que apenas quando em atuação no Templo estavam aptos a comer
dos dízimos, juntamente com os órfãos e as viúvas.

Com o passar do tempo o uso dos dízimos foram deturpados tomando


destino exclusivo para os levitas e sacerdotes.

Os dízimos entregues nas igrejas cristãs hoje estão anos-luz do ideal


bíblico, sendo portanto espúrio, um verdadeiro estelionato sobre a fé
alheia. Esse falsos mestres que assim procedem são como lobos
devoradores entres as ovelhas, abusavam de sua condição de sacerdotes
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para obter parte das ofertas às custas do sacrificio dos necessitados,


estão incorrendo nos pecados dos filhos de Eli o sumo sacerdote:

28 E eu o escolhi dentre todas as tribos de Israel para ser o meu


sacerdote, para subir ao meu altar, para queimar o incenso, e para
trazer o éfode perante mim; e dei à casa de teu pai todas as ofertas
queimadas dos filhos de Israel.
29 Por que desprezais o meu sacrifício e a minha oferta, que ordenei se
fizessem na minha morada, e por que honras a teus filhos mais de que a
mim, de modo a vos engordardes do principal de todas as ofertas do meu
povo Israel?
34 E te será por sinal o que sobrevirá a teus dois filhos, a Hofni e a
Finéias; ambos morrerão no mesmo dia (I Samuel 2: 28,29,34).

Surge no denominacionalismo a figura do hipócrita social representando


um papel que ele mesmo não crê. Líderes financistas, guardiães de um
institucionalismo ferrenho, criado para perpetuar seus próprios
interesses corporativistas, ludibriam multidões de sinceros.

Nossos dízimos hoje não tem nenhuma correlação com o dízimo bíblico.
Não temos o Templo, nem os sacerdotes levitas (da tribo de Levi). Não
vivemos numa sociedade teocrática. A lei cerimonial acabou. Não existe
mais a "Casa do Tesouro", depósito central para aquela quantidade
enorme de alimentos e animais.

4 - Conclusão

Nós cristãos membros comuns da igreja, estamos livres em Cristo


vivendo sob o novo concerto. A graça de Jesus nos libertou de velhos
dogmas. Os que adoram a Deus hoje o fazem em espírito e em verdade.

O dízimo é a nobreza do sentimento do amor, cabe a cada um contribuir


de acordo com seu coração, com sua benção, daquilo que teve em
abundancia, para que possa comer o próximo carente, para não haver na
congregação o faminto e o necessitado. "Não com tristeza ou por
necessidade, pois Deus ama o que dá com alegria". (II Cor. 9:7)

Onde está a vedadeira classe sacerdotal para dizer à igreja toda a


verdade? "Mas vós desviastes do caminho e a muitos fizestes
tropeçar..." (Mal 2:8).
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A autonomia de ditar regras e percentuais, baseadas em manipulações


tendenciosas de textos bíblicos fora do seu contexto original para
amealhar renda ou riqueza, é uma abominação.

O homem de baixa renda que deveria receber de acordo com suas


necessidades, geralmente nas igrejas ele contribui com dízimos e ofertas
para salários que são muitas vezes maior que o seu. Os diaconos (lobos
devoradores), falsos pastores recebendo muito à custa do sacrificio do
pobre é uma perversão das escrituras.

Você consegue imaginar Pedro, Tiago e João pagando dízimos ao


Templo, a instituição corrompida que matou Jesus? Eles eram homem
livres. Os rebentos do novo concerto. Tinham um ministério de auto-
sustentação descompromissado com o sistema judaico. O único discípulo
de Jesus a ganhar dinheiro da "Obra" (do Templo) foi Judas Iscariotes.
Os sacerdotes pagaram-lhe trinta moedas pela traição. Coincidência ou
não, era ele também um grande ladrão...

Fonte:
http://www.mucheroni.hpg.com.br/religiao/96/reflexoes/dizimo.htm.
Edição - E. Mucheroni - 24/12/2002

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