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O Caminho do Milagre

João 2:1-10
A transformação da água em vinho
Jesus e seus discípulos foram convidados para uma festa de casamento e
aceitaram o convite (João 2.1-2).
Cristo não era alienado.
Ele participava dos eventos sociais, procurando estar sempre com o povo.
De outro modo, como poderia cumprir sua missão? Precisava estar perto
das pessoas para abençoá-las e salvá-las.
Os cristãos, da mesma forma, não podem constituir um grupo isolado.
É necessário, contudo, que o cristão, onde estiver, dê um bom
testemunho, sendo sal e luz (Mt.5.13-14), agindo em benefício do próximo.

O vinho acabou
A certa altura das bodas, acabou-se o vinho (2.3). Era comum que as festas de
casamento durassem sete dias, mas, sem vinho, isso não seria possível. Fim do
vinho significava fim da festa.
Estava, portanto, estabelecida uma situação de vergonha e desgosto,
podendo marcar, de forma negativa, o início da vida conjugal.
Maria, mãe de Jesus, também estava presente e percebeu que o vinho
tinha acabado (2.3). Não tendo poder para resolver a situação, ela foi falar
com seu filho.
Afinal, ele já sabia do fato e estava esperando o melhor momento para
agir. A presença de Jesus não evita que determinados problemas ocorram. Aliás,
eles podem ser necessários e úteis, desde que sejam bem conduzidos e
devidamente solucionados.

A necessidade sempre virá


Uma necessidade torna-se oportunidade para o milagre. Não queremos
problemas, mas Deus permite que tenhamos alguns para que também
possamos ter experiências sobrenaturais.
Maria sabia que Jesus ia tomar alguma providência e deu, então, uma
sábia orientação aos servos da casa: “Fazei tudo o que ele vos disser” (João
2.5). Se temos algo a aprender com as palavras de Maria é no sentido de
voltarmos nossa atenção para Cristo, procurando realizar, não apenas
parte, mas tudo o que ele nos mandar.
É preciso que, por algum tempo, sintamos a necessidade, a fim de que a
bênção seja desejada e valorizada.
Se Jesus quisesse, poderia dizer uma palavra e o vinho jorraria de todos os
vasos e copos, mas ele deseja a participação dos servos na realização do
milagre. Em muitos episódios dos evangelhos aconteceu assim: as pessoas
esperavam uma bênção e recebiam uma ordem. É preciso obedecer para
ser abençoado, e não o contrário. Deus quer a participação humana em
suas obras.
Os servos tinham muito trabalho a fazer, mas isso lhes daria a chance de serem
participantes e testemunhas do milagre. Os convidados estavam em posição mais
cômoda. Ficavam apenas se divertindo, enquanto esperavam o garçom passar.
Qual é a nossa postura no reino de Deus. Agimos como convidados ou
como servos? Queremos apenas beber o vinho do milagre ou trabalhar na
sua produção? Aquele que tem a iniciativa de servir, também tem
oportunidades singulares.
Jesus mandou que os serventes enchessem de água seis talhas de pedra (2.7). Em
cada uma delas cabia entre dois e três almudes, ou seja, entre 72 e 108 litros. Era
muita água para ser carregada.
O Senhor nos manda fazer coisas difíceis, mas, se fizermos, ficaremos
satisfeitos com o resultado. Aquele ato de obediência exigia esforço. Jesus
abençoa os que trabalham, mas os preguiçosos continuam passando necessidade.
• As talhas foram cheias até a borda (2.7). A obediência foi imediata e
completa. Quanto mais água, mais vinho. Não podemos fazer apenas
o mínimo, a não ser que queiramos uma bênção pequena. Não
podemos ser “econômicos” na oração, no jejum, na leitura bíblica e
no serviço ao Senhor. Precisamos fazer mais, fazer muito e fazer bem
feito.
Para fazer o milagre, Jesus usou o que estava à sua disposição: os servos,
as talhas e a água. Estamos disponíveis para Cristo operar? Nossos bens,
tempo e talentos estão entregues ao Senhor? Se o dono da casa escondesse os
recipientes, talvez o milagre não tivesse acontecido, ou a quantidade seria menor.
Todos queriam vinho e Jesus manda encher os vasos com água. Queremos o
produto final, pronto e servido. Entretando, a operação divina pode ocorrer em
etapas, conforme seus soberanos propósitos. Aquela ordem parecia não fazer
sentido, mas ninguém lhe fez perguntas. Devemos obedecer sem questionar.
Nem sempre vamos saber o porquê das ordens ou dos atos divinos.
Então, o milagre aconteceu. Jesus transformou a água em vinho. O texto não
traz explicações químicas ou biológicas a respeito do processo. Não podemos nem
precisamos explicar cientificamente os atos de Jesus. Aqueles que dependem de
explicações colocam obstáculos à sua própria fé. Nem sempre vamos saber como
Deus opera. Precisamos crer em seu poder, mesmo sem compreender sua forma de
agir.
Em seguida, os servos levaram o vinho para que o mestre-sala
experimentasse.
O mestre-sala disse ao noivo: “Todo homem põe primeiro o vinho bom...
mas tu guardaste até agora o bom vinho” (2.10). Quando Jesus opera em
nós, saímos do limite dos costumes e das tradições para um nível de
excelência.
As pessoas esperavam que, com o passar do tempo da festa, o vinho fosse
piorando, mas, se Jesus está presente, a tendência é melhorar, de fé em fé
(Rm.1.17) e de glória em glória (IICo.3.18). As tribulações são grandes, mas as
vitórias são maiores. A festa estava salva. A comemoração podia continuar,
com alegria ainda maior. Aquele casamento sempre seria lembrado pela
presença e pelo poder de Jesus. O problema foi transformado em bênção.
Jesus é especialista na transformação de vidas. Ele atua naqueles que já
foram descartados pela sociedade. Cristo recupera o marginal, transformando-o
em cidadão de bem. Acima de tudo, ele nos transforma de tal maneira que
possamos ser agradáveis a Deus (Rm.12.1-2).
Conclusão
Depois que a água foi transformada em vinho, a festa continuou, mas isso
só foi possível porque os noivos convidaram Jesus para aquele casamento.
Todos devem convidá-lo. Nossa vida sem ele é vazia e inútil. Só Cristo
pode nos abençoar, nos dar uma nova motivação para viver. Com ele,
temos um novo começo, pois seu poder age em nós, fazendo transbordar o
nosso cálice.

Wellington Barros Rodrigues


Bacharel em teologia
Obreiro da Igreja do Povo

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