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http://www.uem.br/acta
ISSN printed: 2178-5198
ISSN on-line: 2178-5201
Doi: 10.4025/actascieduc.v35i1.17282
RESUMO. Encontramos o ser humano, normalmente, absorvido pelo poder da massa, do impessoal, em
fuga de si mesmo. Segundo o diagnstico de Martin Heidegger, ele oculta de si sua finitude, sua
temporalidade atravs de uma constante ocupao favorecida pelo falatrio, pela curiosidade e pela
ambiguidade. Um retorno a si mesmo pressupe a coragem de assumir a solido radical, a condio finita e
insupervel que caracteriza a existncia humana. A capacidade de solido cria as condies para que cada
um assuma a prpria vida como projeto, com responsabilidade. Sugerimos que a educao deva tornar-se
elemento que contribua para que cada um tenha condies de singularizar-se e de libertar-se dos
imperativos massificadores da lgica do mercado.
Palavras-chave: finitude, solido, singularizao, educao.
Introduo
Em uma sociedade de mercado, em que os
critrios nas relaes humanas e com a natureza so
estabelecidos a partir do horizonte da mercadoria, a
solido parece no ser muito estimada. Diversas
alternativas de trabalho, de lazer, de relaes, de
domnio da natureza, so produzidas para manter o
ser humano bem ocupado, com sensao constante
de utilidade, de identidade segura. O silncio, a
solido, o afastamento da multido, so vistos como
desvios da normalidade. Em nossa sociedade,
[...] precisamos estar sempre provando que somos
um xito social pelo fato de nos procurarem, de
nunca andarmos ss (MAY, 2010, p. 26).
O modelo de pessoa aquela bem sucedida nos
negcios (no trabalho) e nas relaes. A psicanlise
enfatiza esses dois aspectos como os critrios para a
sade. Storr (1996), em um estudo sobre a solido,
revisando algumas ideias da psicanlise, sustenta a
necessidade de se desenvolver a capacidade de ficar
sozinho, analisa a nfase dada ao sucesso nos
relacionamentos ntimos como medida da sade e da
felicidade. Segundo Storr (1996), muito recente
essa tendncia a considerar o sucesso nos
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Referncias
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