O texto discute o movimento futurista no Brasil iniciado pelos modernistas brasileiros na década de 1920. Apesar de proporem a modernização estética e da cidade de São Paulo, os futuristas brasileiros na verdade defendiam uma modernidade moderada e conservadora, criticando movimentos europeus mais radicais como o dadaísmo e o cubismo. Seu movimento tinha um caráter elitista e aristocrático, distante da população, e propunha uma modernização apenas para uma pequena parcela da sociedade.
Original Description:
Foi um ensaio escrito no período de graduação em Crítica e Curadoria pela PUC-SP. Nele se disserta sobre as questões Futuristas que envolve o Modernismo Paulista.
O texto discute o movimento futurista no Brasil iniciado pelos modernistas brasileiros na década de 1920. Apesar de proporem a modernização estética e da cidade de São Paulo, os futuristas brasileiros na verdade defendiam uma modernidade moderada e conservadora, criticando movimentos europeus mais radicais como o dadaísmo e o cubismo. Seu movimento tinha um caráter elitista e aristocrático, distante da população, e propunha uma modernização apenas para uma pequena parcela da sociedade.
O texto discute o movimento futurista no Brasil iniciado pelos modernistas brasileiros na década de 1920. Apesar de proporem a modernização estética e da cidade de São Paulo, os futuristas brasileiros na verdade defendiam uma modernidade moderada e conservadora, criticando movimentos europeus mais radicais como o dadaísmo e o cubismo. Seu movimento tinha um caráter elitista e aristocrático, distante da população, e propunha uma modernização apenas para uma pequena parcela da sociedade.
Ser Futurista para a Vanguarda Brasileira era renovar a esttica, propor
uma constante pesquisa esttica, ele, os futurista tambm questionam e criticavam o passadismo e mais prope a modernizao da cidade de So Paulo, a cidade eleita pelos modernistas, Oswald de Andrade, afirma a equao So Paulo igual Futurismo. Um Futurismo que resenhado pelos escritores Srgio Buarque de Holanda, Guilherme de Almeida como exaltao da originalidade e sendo como seu ncleo a expresso da vida moderna, txis, telefone, fox-trots, jazz-band.. Porm como podemos notar no texto de Annatereza Fabris e pelos artigos escritos da poca que essa renovao e modernidade proposta pelos vanguardistas ainda possua um tom conservador e marca uma presena forte em todo o grupo, notamos nos artigos que h uma luta entre a modernidade verso conservadorismo, chegando a ser ambguo at mesmo no discurso dos prprios. O escritor Mrio de Andrade prope e prega por uma arte moderna, porm que essa modernidade seja moderada, onde se mantenha a forma e linha, nada de formas exageradas, podemos notar isso tambm no escrito de Flexa Ribeiro para o Correio Paulistano onde defende as reverncias criadoras, os surtos impetuosos e fecundos, pois acredita que criar aniquilar. Mas seu credo moderno tem limites precisos, marcados pela supremacia da forma humana e pelo respeito s linhas eternas das expresses da vida. Ou seja querem a preservao da forma, base da tradio acadmica e mesmo que no esteja escrito temos a negao de toda a linguagem que fuja deste caracterstica e eles, os vanguardistas nacionais, considerando os movimentos Cubismo e o Dada os anarquistas das formas. Os Modernistas brasileiros se opem a essa Arte Nova, porm querem a renovao da arte chegando Menotti Del Picchia a dizer que os museus so tmulos e a histria epitfio, uma ntida ligao com o texto de Adorno e aos manifesto Futurista, mas em oposio temos excessivas criticas a arte modernas chamando-as de exageradas e absurdas, comparando a arte moderna com delrios e uma arte doentia. Podemos fazer uma paralelo desta critica com a crtica feita por Monteiro Lobato a exposio de Anita Malfatti em 1917, no texto
Paranoia ou Mistificao, Lobato chama no s a arte de Anita Malfatti,
mais a arte moderna de uma arte de manicmio, e a verdadeira arte a da tradio, a acadmica. At Oswald de Andrade, que na minha concepo o mais anarquista todos, crtica os exageros da arte moderna as aberraes, s asnice intrujadas de max Jacob, aos seguidores berrantes de Apollinaire e pssima convico escrita das histricas marcas Arnauld e Saint Point. Todos no passavam de conservadores acadmicos que pretendia a modernizao do pas e da cidade de So Paulo e que prope uma esttica mais livre dos cnones, porm parecem que se assustam com as inovaes das vanguardas europeias, comparando-as com distrbios mentais. Annatereza Fabris fala que esse passado to criticado pelos Modernistas no era negado por um todo, pois o que os Modernistas combatem na verdade o conservadorismo, mas extremamente contraditrio, pois vimos nos trechos desses artigos que Annatereza Fabris mostra exatamente o oposto, so artistas que prope uma liberdade esttica, mas essa liberdade h limites e que seja moderada, pois como mostrei anteriormente podemos notar que existe uma averso aos movimentos como Dada e Cubismo, pelos Vanguardistas Nacionais, chamando-os de exageros e de uma linguagem niilista. Os vanguardistas brasileiros no passam de aristocratas que elegem a cidade de So Paulo como a cidade Futurista do pas, porm So Paulo no passavam de uma cidade de interior, constituda por uma populao aristocrata rural que no sculo XX se viu atrasada em relao a outras, tanto culturas como industrialmente, atrasada at mesmo em relao a capital do pas, e que em inicio do sculo XX se viu na necessidade de se modernizar e de se atualizar. E os artistas encontraram uma grande relao com os Futuristas, apesar de no gostarem dessa comparao, o movimento que surge na Itlia, pas que havia parado no tempo em relao a outros pases europeus, principalmente com a Frana, passando Paris ser a nova capital da moda e da arte, os Paulista encontram uma grande relao entre os dois pases, Frana pela sua modernidade e Itlia por quer se modernizar, e alm que os vanguardistas brasileiro se simpatizaram com algumas ideias proposta pelo futurismo italiano. Diferente das vanguardas europeias os brasileiros no vo se opor a burguesia, mas sim se uni a ela sendo ela a financiadora do movimento.
Esse financiamento talvez seja por que a aristocracia brasileira se sinta
atrasada, em relao a outros pases e tambm em relao capital, e essa nova arte, talvez, possa trazer a modernidade, mas esta modernidade bem diferente de ser um inovador ou progressista, nossa sociedade ainda era muito tradicional, por exemplo foi o impacto que a exposio da artista Anita Malfatti em 1917, causou e podemos notar que suas telas ainda era muito contida se comparada com outros artistas europeus. Notemos que tambm que em nenhum momento h uma dialogo entre a sociedade e a vanguardas, h uma ciso entre a vanguarda e a populao, Mrio de Andrade fala isso e ele tem conscincia desse universo particular, quando traa o perfil isolacionista e aristocrtico do grupo, Annatereza Fabris os chamam de autoisolados, os modernista constituem um grupo de regras prprias, uma espcie de sociedade dentro de sociedade. Seu gosto aristocrtico jogo ariscado, espirito aventureiro, gratuidade antipopular, dogmatismo prepotente.. Est claro que o movimento da vanguarda paulista foi um movimento antipopular, aristocrtico e que visava na verdade um modernidade, porm contida, econmica e social, mas no um social que abrange a todos, mas sim, uma pequena parcela, a letrada. Podemos notar isso na questo primitivismo verso modernidade quando a autora coloca que Gauguin o artista vanguardista, no s ele faz isso, mas toda as vanguardas,vai a busca do primitivismo seu primitivismo no extico ou ingnuo: questiona a tradio ocidental da arte e prope a necessidade de volta s origens para recomear a partir de novas bases, para reativar as fontes da imaginao e debilitada na cultura do momento. E que os nosso vanguardistas parece como Annatereza coloca ter vergonha dessa nossa cultura primitiva, ...So Paulo considerada a cidade futurista por excelncia e se percebemos na polemica contra o periismo e nos vrios artigos sobre a questo racial uma tentativa de camuflagem de uma Brasil no-moderno, uma sentimento de vergonha pela persistncia de traos primitivos que nem mesmo as potica primitivistas europeia eram capazes de fazer superar., mas exatamente esse primitivismo que a sociedade aristocrtica brasileira sente vergonha que est a modernidade.
Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo
Faculdade de Filosofia, Comunicao, Letras e Artes FAFICLA Arte: Histria, Crtica e Curadoria