You are on page 1of 6

Manobras em Sistemas de Distribuição:

Impacto em Consumidores Residenciais


Washington L. A. Neves, Damásio Fernandes Jr., Karcius M. C. Dantas
Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) – Av. Aprígio Veloso, 882 – Bodocongó - 58.109-970, Campina Grande – PB

José Antônio C. B. da Silva


Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB) – Av. Tranquilino Coelho Lemos, 671 –
Jardim Dinamérica I – 58.107-000, Campina Grande – PB

Resumo  Neste trabalho apresenta-se estudos de a) abertura em SE-1 e fechamento de chave conectando o
transitórios eletromagnéticos através de simulações digitais alimentador 01L5/2 ao 01L5/1;
via programas do tipo EMTP (Electromagnetic Transients b) abertura no ponto de manobra entre os 01L5/2 e
Program) com objetivo de fazer previsões dos níveis de 01L5/1.
sobretensões ao longo de alimentadores de 13,8 kV devido a Nas simulações foram adotados cinco patamares de carga:
manobras de desligamento e energização destes 0%, 10%, 50%, 80% e 100% da demanda máxima dos
alimentadores e de bancos de capacitores situados em alimentadores 01L5/1 e 01L5/2 no período de ocorrência das
subestações de 13,8 kV conectadas aos alimentadores em manobras. Para cada patamar de carga foi encontrada a
questão. condição de sobretensão mais severa.

II. SIMULAÇÕES DIGITAIS: MODELAGEM


Palavras-chaves  Sobretensões de Manobra, Alimentadores
de 13,8 kV, Simulações Digitais via EMTP As simulações digitais foram realizadas considerando a
representação do alimentador 01L5/1 e a interligação do
I. INTRODUÇÃO alimentador 01L5/2 com o 01L5/1 pertencentes a uma
regional da Companhia de acordo com as Figs. 1 e 2.
Em julho de 2005 foram realizadas manobras de A modelagem do setor de 69 kV da regional e o equivalente
desligamento e energização em alimentadores de 13,8 kV de de Thévenin no barramento de 230 kV foram forncecidos
duas subestações (denominadas SE1 e SE2) de uma pela própria Companhia.
Companhia Distribuidora de Energia Elétrica da região, com Os diversos elementos que compõem o diagrama mostrado
o objetivo de repor a malha de aterramento que havia sido na Fig. 2 foram modelados no ATP [1] e elencados a seguir:
roubada de um transformador da SE1. Basicamente, as • Alimentadores de 13,8 kV;
manobras consistiram em:
• Cargas dos alimentadores;
• Desenergização de todos os alimentadores da SE1;
• Transformadores de 13,8 kV/380 V;
• Energização do alimentador 01L5/1 pela SE2
• Pára-raios;
através da conexão entre os alimentadores 01L5/2 e
• Religadores;
01L5/1;
• Bancos de capacitores de 13,8 kV.
• Abertura da conexão entre os alimentadores 01L5/2
e 01L5/1, após a reposição do aterramento do
transformador da SE1;
• Energização dos alimentadores da SE1 a fim de
restabelecer o suprimento normal de cargas pela
SE1.
Com isto, a Companhia se dispôs a realizar estudos
envolvendo simulações computacionais em parte do seu
sistema de 13,8 kV de modo a se obter previsões do perfil de
sobretensão nos alimentadores 01L5/1 e 01L5/2 durante a
referida ocorrência.
Para tanto, foram modelados todos os trechos dos
alimentadores 01L5/1 e 01L5/2, os religadores, bancos de
capacitores instalados no barramento de 13,8 kV, Fig. 1. Diagrama esquemático da parte do sistema em que
transformadores de 13,8 kV/380 V, pára-raios dos ocorreram as manobras.
transformadores e cargas dos dois alimentadores. Os estudos
realizados envolveram simulações das seguintes manobras:
Fig. 2. Diagrama esquemático dos alimentadores 01L5/1 e 01L5/2 da regional.

A. Modelagem dos Alimentadores de 13,8 kV C. Modelagem dos Transformadores de 13,8 kV/380 V

Os alimentadores 01L5/1 e 01L5/2 de 13,8 kV foram Levou-se em consideração a existência de 154


modelados como linhas de transmissão trifásicas a transformadores de 13,8 kV/380 V no diagrama da Fig. 2 (17
parâmetros distribuídos e constantes na freqüência. A transformadores conectados em paralelo em cada ponto da
representação levou em consideração a geometria dos figura mais o transformador do cliente, modelado
condutores, o tipo do condutor, a resistividade do solo, a isoladamente). As características fornecidas pela Companhia
seqüência de fases e os comprimentos dos trechos entre para o transformador do cliente são as seguintes:
pontos estratégicos. • Potência nominal: 112,5 kVA;
O alimentador 01L5/1 foi representado por 8 trechos até o • Relação de transformação: 13,8 kV/380 V;
ponto 7 (ponto ao qual está conectado um determinado • Ligação: ∆ − Y aterrado;
cliente), perfazendo um total de 5706 m, como também um • Impedância de curto-circuito: 3,52 %.
caminho alternativo (caso a chave entre os pontos 3 e 4 esteja
fechada) de 5272 m; e finalmente um outro trecho de 483 m O transformador foi representado através do modelo do
entre o cliente e o ponto 8, conforme mostrado na Fig. 2. ATP, “saturable transformer component”, que permite a
O alimentador 01L5/2 foi representado por 2 trechos: um inclusão das impedâncias de cada um dos enrolamentos,
deles entre a SE 2 e a chave de conexão entre os assim como dos pontos que pertencem à sua curva de
alimentadores 01L5/2 e 01L5/1 (comprimento de 5566 m) e o saturação (característica fluxo versus corrente).
outro trecho entre a mesma chave de conexão e o alimentador Os dados calculados da reatância de dispersão dos
01L5/1, com comprimento de 610 m. enrolamentos, a partir dos dados de placa do transformador
Os outros alimentadores das subestações 1 (01L1 a 01L4) e do cliente, são mostrados na Tabela 1.
2 (01L1 a 01L4 e 01L6) foram modelados como cargas RL
paralelo, e conectados às respectivas barras de 13,8 kV por TABELA I. REATÂNCIAS DE DISPERSÃO UTILIZADAS NA MODELAGEM DO
intermédio de chaves controladas por tempo. TRANSFORMADOR DO CLIENTE.
Ligação em Y
B. Modelagem das Cargas Ligação em ∆
aterrado
Reatância Tensão Reatância Tensão
As cargas foram representadas por circuitos RL paralelo 3 unidades
para cada fase, tomando-se como base os valores de potência 89,38 Ω 13,8 kV 0,0226 Ω 219,4 V
monofásicas
ativa e reativa dos alimentadores. Elas foram distribuídas nos
pontos estratégicos identificados na Fig. 2. As cargas do
Além da representação do efeito indutivo dos
alimentador 01L5/1 foram conectadas no lado de 380 V dos
transformadores, foi levado em conta o efeito capacitivo de
transformadores de 13,8 kV/380 V e as dos demais
suas buchas e enrolamentos. Para isso, foram conectadas
alimentadores da SE 1 e SE 2 foram conectadas no lado de
capacitâncias entre os terminais de cada uma das unidades
13,8 kV.
monofásicas e a terra, com os seguintes valores: 3200 pF para
∆ − 13,8 kV e 1600 pF para Y − 380 V [2]-[4]. Além disso,
foram consideradas duas capacitâncias de 1600 pF entre os TABELA 5. CARACTERÍSTICA DE CADA PÁRA-RAIOS CONECTADO AO
enrolamentos ∆ − Y do transformador. A resistência de TERMINAL DE 13,8 KV DO TRANSFORMADOR DO CLIENTE.

magnetização utilizada foi de 2 kΩ conectada entre fase e Corrente (A) Tensão fase-terra (kV)
neutro no secundário. Também no secundário, foi conectada 0,0008 6,780
uma resistência do neutro para a terra da ordem de 5 a 30 Ω. 0,0030 11,95
A curva de saturação do transformador, conectada em um 0,0700 14,37
ponto interno do modelo do transformador, no lado de 13,8 1,0000 15,24
kV é mostrada na Tabela 2. Ela foi obtida a partir de dados 10,000 20,80
típicos encontrados na literatura [5]. 100,00 24,49
1000,0 25,07
TABELA II. CURVA DE SATURAÇÃO DO TRANSFORMADOR DO CLIENTE. 2000,0 26,49
Corrente (A) Fluxo (V.s) 3000,0 27,20
0,0199 62,727 4000,0 28,09
15,942 70,255 10000,0 32,00

Os demais transformadores foram distribuídos nos 9 pontos Os demais pára-raios foram distribuídos nos 9 pontos da
da Fig. 2, deixando o ponto 7 apenas com o transformador do Figura 2, deixando o ponto 7 apenas com os pára-raios
cliente. Portanto, em cada ponto, foram considerados 17 conectados ao transformador do cliente. Portanto, em cada
transformadores em paralelo (com as mesmas características fase de cada ponto, foi considerado um pára-raios equivalente
do transformador do cliente). Dessa forma, as reatâncias de a 17 pára-raios em paralelo (com as mesmas características
dispersão, assim como as inclinações das curvas de saturação daqueles conectados ao transformador do cliente).
dos transformadores equivalentes em cada ponto foram
divididas por 17, e apresentadas nas Tabelas 3 e 4. As E. Modelagem dos Religadores
capacitâncias das buchas e enrolamentos e entre
enrolamentos dos transformadores equivalentes foram as Os religadores de 13,8 kV foram representados no ATP
obtidas do transformador do cliente multiplicadas por 17. através do modelo de chaves controladas por tempo.
Basicamente, foram modeladas chaves nos alimentadores e
TABELA III. REATÂNCIAS DE DISPERSÃO DOS TRANSFORMADORES bancos de capacitores das subestações 1 e 2; além da chave
CONECTADOS A CADA PONTO DA FIG. 2. de conexão entre os alimentadores 01L5/1 e 01L5/2.
Ligação em Y
Ligação em ∆
aterrado F. Modelagem dos Bancos de Capacitores
Reatância Tensão Reatância Tensão
3 unidades Os bancos de capacitores conectados ao barramento de 13,8
5,2576 Ω 13,8 kV 0,00133 Ω 219,4 V
monofásicas kV das subestações 1 e 2 foram representados como três
capacitores (75,21 µF para 1 e 71,04 µF para 2) conectados
TABELA IV. CURVA DE SATURAÇÃO DOS TRANSFORMADORES em Y isolado e conectado à terra através de uma capacitância
CONECTADOS A CADA PONTO DA FIG. 2. de 250 pF. Para limitar a corrente transitória durante
Corrente (A) Fluxo (V.s) chaveamentos do banco, foi colocado um reator limitador de
0,3383 62,727 100,0 µH em série com cada um dos capacitores. Na Fig. 3 é
271,01 70,255 mostrada a configuração utilizada para modelar os bancos de
capacitores.
D. Modelagem dos Pára-raios

Os pára-raios de óxido de zinco (ZnO) conectados nos 5,4 Mvar para BSA e
5,1 Mvar para CBD 100, 0 µH
terminais de 13,8 kV dos transformadores foram
75,21 µF para BSA
representados através de sua característica V − I, utilizando o e 71,04 µF para CBD
modelo de resistência não linear “Tipo 99”, encontrado no
ATP. Os pára-raios foram modelados sem centelhador série,
com máxima sobretensão sustentada de 12 kV e corrente Fig. 3. Modelo dos bancos de capacitores conectados ao barramento
nominal de descarga de 10 kA. de 13,8 kV das SE 1 e SE 2.
Um pára-raios de ZnO com as características supracitadas,
apresenta uma tensão residual associada à corrente de 10 kA III. SEQÜÊNCIA DE MANOBRAS
e 8/20 µs igual a 32 kV. A partir do valor de tensão residual é
Para tentar reproduzir as ocorrências no sistema, as
determinada a característica não linear de tensão e corrente
manobras foram simuladas no ATP. Os componentes foram
dos pára-raios, corrigindo-a para impulso de manobra com a
modelados de acordo com as descrições anteriores. As
forma de onda 30/60 µs, conforme apresentado na Tabela 5
simulações foram divididas em três conjuntos de arquivos:
[6]-[7].

Um conjunto referente à abertura em SE 1 e do religador, decaindo rapidamente a zero. A tensão máxima
fechamento de chave conectando o alimentador na energização é de aproximadamente 940 V em uma das
01L5/2 ao 01L5/1. fases, com duração inferior a 1,0 ms.
• Um conjunto referente à abertura no ponto de 600
[V]
400
manobra entre o 01L5/2 e 01L5/1 e a posterior
200
reenergização pela SE 1.
• Um conjunto referente à energização do banco de
0

-200
capacitores na SE 1. -400
Adotaram-se cinco patamares de carga: 0%, 10%, 50%, -600
80% e 100% das potências ativas e reativas dos -800
alimentadores 01L5/1 e 01L5/2 no período de ocorrência das -1000
manobras. Para cada patamar de carga foi encontrada a 0.0 0.1
(file bsa_cbd_tc_pr_0.pl4; x-var t) v:PT7BXA
0.2 0.3
v:PT7BXB v:PT7BXC
0.4 0.5 [s] 0.6

condição de sobretensão mais severa. Fig. 5. Tensão no ponto 7 quando a energização é feita pela
Para a avaliação do instante de energização das subestações SE 2 com cliente isolado e sem carga.
no ATP, foi implementada uma chave sistemática, permitindo
As formas de onda da Fig. 6 correspondem às tensões nos
a variação do seu ângulo de fechamento de 5 em 5°
pontos 1 e 7, com o alimentador 01L5/1 conectado a todos os
(tomando-se como referência o seno da tensão na fase A). Os
transformadores em vazio. Imediatamente após a abertura dos
piores casos de sobretensão estão apresentados no artigo.
pólos do religador, as tensões em todas as fases caem
Utilizou-se um passo de tempo de 0,2 µs em todas as
rapidamente a zero. No ponto 7, a tensão máxima na
simulações. Os gráficos mostrados nas próximas seções se
energização é de aproximadamente 560 V (1,8 p.u.) em uma
referem às tensões fase-neutro, obtidas no lado de baixa
das fases, com duração inferior a 1,0 ms.
tensão dos transformadores. 500 500
[V] [V]

280 280

IV. PRIMEIRO CONJUNTO DE SIMULAÇÕES 60 60

-160
Nesta seção são apresentados os resultados de simulações -160

referentes à abertura em SE 1 e fechamento de chave -380 -380

conectando o alimentador 01L5/2 ao 01L5/1. Considerou-se: -600


0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 [s ] 0.6
-600
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 [s] 0.6

• Regime permanente na SE 1 no período anterior às


(f ile bsa_cbd_tc_te_pr_0.pl4; x-var t) v:PT1BXA v:PT1BXB v:PT1BXC (file bsa_cbd_tc_te_pr_0.pl4; x-var t) v:PT7BXA v:PT7BXB v:PT7BXC

(a) (b)
manobras; Fig. 4. Tensões quando a energização é feita pela SE 2 considerando todos os
• Alimentador 01L5/1 sem carga conectado a apenas transformadores em vazio: (a) ponto 1; (b) ponto 7.
um transformador em vazio no ponto 7;
As formas de onda mostradas na Fig. 5 correspondem às
• Alimentador 01L5/1 sem carga com todos os tensões nos pontos 1 e 7, considerando a demanda máxima
transformadores em vazio; dos alimentadores 01L5/1 e 01L5/2 no intervalo da
• Carga de 0%, 10%, 50%, 80% e 100% da demanda ocorrência.
máxima dos alimentadores 01L5/1 e 01L5/2 no 400
[V]
intervalo da ocorrência. 300

As formas de onda mostradas na Fig. 4 correspondem ao 200

regime permanente nos pontos 1 e 7, respectivamente, 100

considerando 100% da demanda máxima no período da 0

-100
ocorrência. As tensões nos pontos 1 e 7 apresentaram valores
-200
de pico de aproximadamente 302 V e 298 V,
-300
respectivamente. -400
400 400
0.00 0.05 0.10 0.15 0.20 0.25 0.30 0.35 [s] 0.40
[V] [V]
300 300 (file bsa_cbd_tc_te_pr_100.pl4; x-var t) v:PT1BXA v:PT1BXB v:PT1BXC v:PT7BXA v:PT7BXB
v:PT7BXC
200 200

100
Fig. 5. Tensão no ponto 7 quando a energização é feita pela SE 2,
100

0 0
com 100% da carga.
-100 -100

-200 -200 Para o caso da Fig. 5, a duração da sobretensão foi inferior


-300

-400
-300

-400
a 1,0 ms. Para as cargas com 10%, 50% e 80% da demanda
0 5 10
(file bsa_cbd_tc_te_pr_100.pl4; x-var t) v:PT1BXA
15
v:PT1BXB
20
v:PT1BXC
25 [ms] 30 0 5 10
(file bsa_cbd_tc_te_pr_100.pl4; x-var t) v:PT7BXA
15
v:PT7BXB
20
v:PT7BXC
25 [m s] 30
máxima, as durações das sobretensões em cada fase foram
(a) (b) ainda menores (inferiores a 0,5 ms). As tensões máximas no
Fig. 4. Tensões em regime permanente: (a) ponto 1; (b) ponto 7.
ponto 7, decorrentes da energização foram de
aproximadamente 517 V (1,66 p.u.), 430 V (1,38 p.u.), 365 V
As formas de onda da Fig. 5 correspondem às tensões no
(1,17 p.u.) e 330 V (1,06 p.u.) para 10%, 50%, 80% e 100%
ponto 7, considerando o alimentador 01L5/1 sem carga
da carga, respectivamente.
conectado a apenas um transformador em vazio no ponto.
Essa é a situação geralmente mais adversa que pode ocorrer
com um cliente isolado. Uma elevação da tensão é observada
durante os instantes imediatamente após a abertura dos pólos
400 400
V. SEGUNDO CONJUNTO DE SIMULAÇÕES [V] [V]

200 200

Nesta seção são apresentados os resultados de simulações 0 0

referentes à abertura da chave que conecta a SE 2 ao -200 -200

alimentador 01L5/1, e posterior reenergização dos -400 -400

alimentadores conectados à SE 1. Foram considerados:


• Regime permanente na SE 2 no período anterior às
-600 -600
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 [s] 0.6 0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 [s] 0.6
(file cbd_bsa_tc_te_pr_0.pl4; x-var t) v:PT1BXA v:PT1BXB v:PT1BXC (file cbd_bsa_tc_te_pr_0.pl4; x-var t) v:PT7BXA v:PT7BXB v:PT7BXC

manobras; (a) (b)


Fig. 8. Tensões quando a energização é feita pela SE 1 considerando todos os
• Alimentador 01L5/1 sem carga conectado a apenas transformadores em vazio: (a) ponto 1; (b) ponto 7.
um transformador em vazio no ponto 7;
• Alimentador 01L5/1 sem carga com todos os As formas de onda da Fig. 9 correspondem às tensões nos
transformadores em vazio; pontos 1 e 7, considerando a demanda máxima dos
• Carga de 0%, 10%, 50%, 80% e 100% da demanda alimentadores 01L5/1 e 01L5/2 no intervalo da ocorrência.
350.0
máxima dos alimentadores 01L5/1 e 01L5/2 no [V]
262.5
intervalo da ocorrência.
175.0
As formas de onda da Fig. 6 correspondem ao regime 87.5
permanente nos pontos 1 e 7, respectivamente, considerando 0.0

100% da demanda máxima no período da ocorrência. As -87.5

tensões nos pontos 1 e 7 apresentaram valores de pico de -175.0

aproximadamente 291 V e 288 V, respectivamente. -262.5


400 400
[V] [V] -350.0
300 300 0.00 0.05 0.10 0.15 0.20 0.25 0.30 0.35 [s] 0.40
(file cbd_bsa_tc_te_pr_100.pl4; x-var t) v:PT1BXA v:PT1BXB v:PT1BXC v:PT7BXA v:PT7BXB
200 200
v:PT7BXC
100 100
Fig. 9. Tensão no ponto 7 quando a energização é feita pela SE 1,
0 0
com 100% da carga.
-100 -100

-200 -200

-300 -300 Para os casos do segundo conjunto de simulações, as


-400
0 5 10
(f ile cbd_bsa_tc_te_pr_100.pl4; x-var t) v:PT1BXA
15
v:PT1BXB
20
v:PT1BXC
25 [ms ] 30
-400
0 5 10
(f ile cbd_bsa_tc_te_pr_100.pl4; x-var t) v:PT7BXA
15
v:PT7BXB
20
v:PT7BXC
25 [ms ] 30 durações das sobretensões foram inferiores a 1,0 ms. No
(a) (b) ponto 7, as tensões máximas na energização foram de
Fig. 6. Tensões em regime permanente: (a) ponto 1; (b) ponto 7. aproximadamente 530 V (1,70 p.u.), 438 V (1,41 p.u.), 370 V
(1,19 p.u.) e 330 V (1,06 p.u.) para 10%, 50%, 80% e 100%
As formas de onda da Fig. 7 correspondem às tensões no da carga, respectivamente.
ponto 7, considerando o alimentador 01L5/1 sem carga
conectado a apenas um transformador em vazio naquele VI. TERCEIRO CONJUNTO DE SIMULAÇÕES
local. Essa é a situação geralmente mais adversa que pode
ocorrer com um cliente isolado. Uma elevação da tensão é Na terceira etapa, foi simulada a energização do banco de
observada imediatamente após a abertura dos pólos do capacitores da SE 1, considerando o sistema em regime
religador, decaindo rapidamente a zero. A tensão máxima na permanente até o fechamento da chave que o energiza. Foram
energização foi de aproximadamente 706 V em uma das simulados os casos para os seguintes patamares de carga: 0%,
fases, com duração inferior a 1,0 ms. 10%, 50%, 80% e 100% da carga. Nas Figs. 10 e 11 estão
500
[V] ilustrados os resultados obtidos para 0% e 100%.
500 500
240 [V] [V]

280 280

-20
60 60

-280 -160 -160

-380 -380

-540
-600 -600
0.00 0.05 0.10 0.15 0.20 0.25 0.30 0.35 [s ] 0.40 0.00 0.05 0.10 0.15 0.20 0.25 0.30 0.35 [s ] 0.40
(file energ_bc_bsa_0.pl4; x-var t) v:PT1BXA v:PT1BXB v:PT1BXC (f ile energ_bc_bsa_0.pl4; x-var t) v:PT7BXA v:PT7BXB v:PT7BXC
-800
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 [s] 0.6 (a) (b)
(file cbd_bsa_tc_pr_0.pl4; x-var t) v:PT7BXA v:PT7BXB v:PT7BXC
Fig. 10. Tensões devido à energização do banco de capacitores da SE 1 com
Fig. 7. Tensão no ponto 7 quando a energização é feita pela SE 1 todos os transformadores em vazio: (a) ponto 1; (b) ponto 7.
com cliente isolado e sem carga. 400 400
[V] [V]

250 250

As formas de onda mostradas na Fig. 8 correspondem às 100 100

tensões nos pontos 1 e 7, considerando o alimentador 01L5/1 -50 -50

conectado a todos os transformadores em vazio. Uma -200 -200

elevação da tensão é observada imediatamente após a -350 -350

abertura dos pólos do religador, decaindo rapidamente a zero. -500


0.00 0.05 0.10 0.15 0.20 0.25 0.30 0.35 [s] 0.40
-500
55 59 63 67 71 [ms] 75
(file energ_bc_bsa_100.pl4; x-var t) v:PT7BXA v:PT7BXB v:PT7BXC (f ile energ_bc_bsa_100.pl4; x-var t) v:PT7BXA v:PT7BXB v:PT7BXC

No ponto 7, a tensão máxima é de aproximadamente 567 V (a) (b)


em uma das fases, com duração inferior a 1,0 ms. Fig. 11. Tensões devido à energização do banco de capacitores da SE 1 com
100% da carga: (a) ponto 7; (b) detalhe das tensões no ponto 7.
Para os casos da Figs. 10 e 11, as durações das sobretensões Curva ITIC
5
no ponto 7 foram inferiores a 1,5 ms com valores máximos
4.5
de pico de 557 V (1,79 p.u.) e 457 V (1,47 p.u.) para 0% e
100% da carga, respectivamente. Para os demais casos 4

simulados, as durações das sobretensões foram de 3.5

aproximadamente 1,0 ms com tensões máximas registradas 3

Tensão (p.u.)
no ponto 7 de aproximadamente 511 V (1,65 p.u.), 472 V 2.5
(1,52 p.u.), 462 V (1,49 p.u.), para 10%, 50% e 80% da
2
carga, respectivamente.
1.5

VII. CONSTATAÇÕES 1

0.5

Com a realização de todas as modelagens e simulações 0


-4 -3 -2 -1 0 1 2
necessárias utilizando modelos típicos de componentes de um 10 10 10 10
Tempo (s)
10 10 10

sistema elétrico e levando em consideração as situações mais Fig. 12. Curva ITIC.
adversas, pôde-se constatar que:
• No caso de um cliente fictício isolado localizado no ponto Os casos das constatações foram representados por pontos
7 da Fig. 2 e com carga nula, os valores de pico das azuis na Fig. 12. Pode-se verificar que todos estes pontos
tensões são maiores quando a energização é feita no estão abaixo da curva em vermelho. O ponto mais próximo
ponto de manobra entre os alimentadores 01L5/2 e da curva corresponde à energização do banco de capacitores
01L5/1, chegando a aproximadamente 3,0 p.u.. Quando a da SE 1 estando o alimentador 01L5/1 com 10% da carga
energização é feita pela SE 1 os valores de pico das máxima no horário simulado. Vale salientar que esta é uma
tensões podem atingir 2,3 p.u. Essa situação não tem situação pouco provável, pois 10% da carga é, em geral,
ligação direta com a ocorrência em questão, no entanto muito pouco para necessitar da entrada do banco. Além do
serve como balizamento para casos de possíveis clientes mais, nas simulações de energização do banco, todos os seus
alimentados isoladamente. reativos (5,4 Mvar) entraram no sistema de uma única vez, o
• Em situação de energização com diversos clientes que eleva a tensão no alimentador.
conectados ao alimentador 01L5/1: Assim, utilizando modelos típicos de componentes de um
 Os picos de tensão são maiores quanto menor a carga sistema elétrico e à luz da curva ITIC, os resultados
do alimentador. encontrados neste estudo apresentam valores de sobretensões
 As formas de onda de tensão nos pontos 7 e 8 são com durações insuficientes para causar danos a equipamentos
praticamente idênticas. Em todo o alimentador, no eletro-eletrônicos.
período transitório, o perfil de tensão é praticamente
o mesmo. REFERÊNCIAS

[1] LEUVEN EMTP CENTER. “ATP − Alternative Transients Program −


VIII. CONSIDERAÇÕES FINAIS Rule Book”, Heverlee, Belgium, July 1987.
[2] A. Greenwood, “Electrical Transients in Power Systems”, John Wiley &
A gravidade de distúrbios em sistemas elétricos tem sido Sons, 1991.
mapeada com o auxílio da curva CBEMA (Computer and [3] IEEE WORKING GROUP 15.08.09. “Modeling and Analysis of System
Transients Using Digital Programs”, IEEE Power Engineering Society,
Business Equipment Manufacturers Association), Piscataway, NJ 08855-1331, USA, 1998.
originalmente proposta para caracterizar a sensibilidade de [4] T. A. Short, “ Electric Power Distribution Handbook”, CRC Press, 2004.
computadores. Após ser revisada e modificada para [5] CIGRÉ WORKING GROUP 33.02, “Guidelines for Representation of
caracterizar melhor a sensibilidade de equipamentos eletro- Network Elements when Calculating Transients”. Technical Brochure
CE/SC GT/WG 02, 1990.
eletrônicos, essa curva passou a ser denominada de curva [6] A. D’Ajuz, F. M. Resende, F. M. S. Carvalho, I. G. Nunes, J. Amon
ITIC (Information Technology Industry Council) [8]-[10]. Os Filho, L. E. N. Dias, M. P. Pereira, O. Kastrup Filho, S. A. Morais,
limites superior e inferior da curva ITIC são mostrados na “Equipamentos Elétricos; Especificação e Aplicação em Subestações de
Fig. 12. As curvas em vermelho e em verde definem a Alta Tensão”. Rio de Janeiro, FURNAS 1985.
[7] D. M. Nobre, “Estudo da Adequabilidade de Disjuntores de Classe 15 kV
envoltória dentro da qual o equipamento deveria continuar às Solicitações de TRT”, Dissertação de Mestrado, UFPB, novembro
funcionando sem interrupção ou perda de dados. A curva em 1999.
vermelho representa o limite mínimo de suportabilidade do [8] D. Chapman, “Guia de Aplicação de Qualidade de Energia”, Copper
equipamento quanto às sobretensões, ou seja, define o Development Association, 2002.
[9] M. D. Teixeira, R. L. Araújo, N. S. R. Quoirin, L. M. Ardjomand, A. R.
máximo valor da sobretensão e a respectiva duração que pode Aoki, P. Sgobero, “Avaliação dos Limites de Parâmetros de Qualidade
ser aplicada ao equipamento com segurança. de Energia Aceitáveis para Prevenir Danos em Eletrodomésticos”. II
Seminário Paranaense de Energia Elétrica – II SPEE, Curitiba, PR, 12 a
14 de setembro de 2004.
[10] H. R. P. M. Oliveira, N. C. Jesus, M. L. B. Martinez, “Análise do
Impacto de Sobretensões em Equipamentos Eletro-Eletrônicos: Uma
Contribuição Técnica a Avaliações de Pedidos de Indenizações”. VI
Seminário Brasileiro sobre Qualidade da Energia Elétrica – VI SBQEE,
Belém, PA, 21 a 24 de agosto de 2005.

You might also like