Professional Documents
Culture Documents
Belo Horizonte
2010
1
Comunicação e divulgação em rede no ENUDS 7: trabalhando com redes sociais
Resumo
Palavras-chave
Introdução
1
Teoria da Agulha Hipodérmica (Bullet Theory), de Lasswell (anos 30 do Século XX). Dizia que uma mensagem
lançada pela mídia é imediatamente aceita e espalhada entre todos os receptores, em igual proporção. Ela conta com
o isolamento dos indivíduos na sociedade de massa (onde tem-se um conjunto homogêneo de indivíduos onde seus
membros são considerados iguais, indiferenciáveis, mesmo que provenham de ambientes diferentes, tendo pouca ou
nenhuma possibilidade de feedback ou interação entre si).
2
Teoria Matemática da Comunicação, de Claude Shannon e Warren Weaver (1948). Trata a comunicação como um
caminho linear e de mão única entre emissor e receptor, sem levar em consideração a mensagem ou como esta será
percebida pelo receptor.
3
Alex Primo (2003) conceitua interagente como o indivíduo que executa a ação e se empenha na construção e
reconstrução da interação, relacionando-se com seus pares.
2
O que caracteriza a atual revolução tecnológica não é a centralidade
de conhecimentos e informação, mas a aplicação desses
conhecimentos e dessa informação para geração de conhecimentos e
de dispositivos e de processamento/comunicação da informação, em
um ciclo de realimentação cumulativo entre a inovação e seu uso. Os
usos das novas tecnologias de telecomunicações nas duas ultimas
décadas passaram por três estágios distintos: a automação de tarefas,
as experiências de usos e a reconfiguração das aplicações.
(CASTELLS, 2000, p.69)
Seja por sua temática, seja por razões políticas, o evento em questão, 7º Encontro
Nacional Universitário de Diversidade Sexual (ENUDS 7)4, requisitou um planejamento
de comunicação diferenciado no que tange às mídias escolhidas. Além das tradicionais,
decidiu-se pelo investimento nas redes sociais, uma vez que assuntos do âmbito LGBT
precisam ser tratados de forma singular e com muito tato, dado o preconceito que a
temática ainda encontra, seja na sociedade ou na mídia.
Sabendo destas limitações impostas por estes fatores e outros de ordem estrutural
(verbas disponíveis para a comunicação e disponibilidade dos membros da equipe para
dar vida e manter as idéias propostas), a sub-comissão de comunicação do ENUDS 7
pensou em formas de levar o evento ao seu público–alvo por meio da internet, por
tratar-se de um meio no qual há mais espaço para as pessoas exporem suas idéias, no
4
O ENUDS é realizado todos os anos desde 2002, cada ano em uma cidade brasileira diferente. O encontro busca
conectar estudantes, docentes, gestores públicos, militantes e pessoas interessadas na discussão do temática LGBT,
política e Direitos Humanos para debates, mesas-redondas, oficinas e momentos culturais. A próxima edição, em
2010, será realizada em Campinas, no estado de São Paulo.
3
qual há espaço para todas as manifestações. Dessa forma, seria possível mostrar o
evento e seus propósitos, ligando-os à busca do respeito aos direitos de cidadania da
população LGBT, associação sempre presente nos eventos acadêmicos sobre o tema
organizados pelo Grupo de Defesa da Diversidade Sexual (Gudds), que foi organizador
desta edição do ENUDS dentro da UFMG. Vieira (2005), sintetiza o que queremos
pontuar quando diz que
Ou seja, o direito à cidadania passa, também, pelo direito a ter voz, pelo direito à
Comunicação. Em busca desse direito, o evento foi inserido em redes sociais com
temáticas diversas e em outras exclusivamente LGBT, visando incentivar o público
deste segmento que já frequentava a rede a participar dos debates no evento, levando a
questão LGBT para além das discussões virtuais. Nelas, procurou-se interagir com
públicos que tivessem um perfil condizente com o público-alvo do ENUDS 7 a fim de
incentivá-los a participar do encontro e divulgá-lo espontaneamente a outros
participantes em potencial.
As relações entre estas pessoas, frequentadoras das redes sociais, podem ser pensadas
tomando-se como guia o conceito de laços, dentro das redes sociais. Morais et alii
(2005) mostram que esses laços podem ser de dois tipos, laços fortes e laços fracos,
conforme explicado no trecho abaixo:
4
Conceitos e expectativas
Aqui começamos a desenhar o propósito deste trabalho, que é mostrar como a internet,
mais especificamente determinadas redes sociais, como definidas por Recuero (2008)5 e
Aguiar (2007)6, combinadas, possibilitaram uma divulgação diferenciada do evento. O
modo como essa divulgação foi realizada e seus resultados são o objetivo deste
trabalho, o que pretendemos analisar. A fim de não nos perdermos na análise, decidimos
delimitar o período da pesquisa àquele que antecede o evento, entre a criação da
comunidade no Orkut, em 26/04/2009 e um dia antes do evento, 06/09/2009.
5
De acordo com Raquel Recuero (2008), uma rede social seria o conjunto de dois elementos: os atores também
chamados de nós da rede, atores, grupos sociais ou organizações e suas conexões, que são os laços sociais que nelas/
através dela se formam. “Portanto, a rede pode ser entendida como uma metáfora para analisar as diversas formas de
conexões que determinados grupos sociais realizam, a partir das conexões que esses atores estabelecem entre si”.
Optamos por esta definição de rede social por ela sintetizar em si outros aspectos que pretendemos abordar, tais como
os laços criados entre os interagentes nas redes.
6 Aqui, as redes sociais são “relações entre pessoas, estejam elas interagindo em causa própria, em defesa de outrem
ou em nome de uma organização, mediadas ou não por sistemas informatizados”. A autora complementa dizendo que
estes são métodos de interação que sempre visam algum tipo de mudança concreta na vida das pessoas, no coletivo
e/ou nas organizações participantes – em nosso caso, a mudança pretendida era a forma como o evento seria encarado
pelas pessoas, com a seriedade que pretendíamos – por isto também utilizamos este conceito neste trabalho.
5
sistemas, plataformas e não, por si, redes sociais. Isto é, esses sites
tornam visíveis redes sociais já existentes ou a formação de outras e
novas redes. (SILVA, 2009)
Ao desenhar esta estratégia de comunicação, imaginamos que ela poderia obter algum
sucesso, mas não imaginávamos como isto seria e nem qual alcance teria. O que
sabíamos é que precisávamos de meios de comunicação nos quais nós seríamos os
principais responsáveis pela produção de conteúdo informativo sobre o ENUDS e pelo
sentido que aquele conteúdo geraria. Também imaginávamos (como usuários) o alcance
que as redes sociais tinham entre os estudantes e militantes das causas LGBT, dois
segmentos de suma importância para o evento – além disso, esperávamos contar com a
participação das pessoas destes segmentos como multiplicadoras da informação,
espalhando o conteúdo produzido, fosse por meios digitais ou por outros meios mais
tradicionais, tais como conversas interpessoais e e-mails.
Tendo isto em vista, pensamos como inserir o evento nestas mídias, em que momentos e
até quando. Na ocasião, decidimos utilizar nossas ferramentas antes e durante o evento,
sendo que, no durante queríamos contar com os participantes para “narrar” o ENUDS 7
via Twitter, estimulando uma ação espontânea, e também enviando fotos para o blog,
que seria atualizado durante o evento gerando postagens do Twitter. Após o evento,
esperávamos algumas manifestações em forma de fotos e comentários no blog e nos
perfis criados nos sites de relacionamento, além de outras postagens no Twitter. Além
7
Conversas do ENUDS 7: http://blogdoenuds7.blogspot.com
8
http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=87620048
9
http://paradalesbica.ning.com/profile/ENUDS7
10
http://social.redelgbt.com/enuds7
11
http://twitter.com/enuds_7
6
disso, para depois destas manifestações, estávamos amadurecendo a idéia de
transformar todos os perfis e contas utilizadas em ferramentas do Gudds!, grupo
organizador do ENUDS em Belo Horizonte, como forma de perpetuar a popularidade e
visibilidade conseguidas para dar voz aos outros trabalhos e debates do grupo e também
como uma chance de corrigirmos os possíveis erros comentidos com a estratégia para o
ENUDS.
Idéias formuladas sobre o que queríamos fazer das redes, pesquisamos na internet para
saber o que as edições anteriores do ENUDS utilizaram, e como utilizaram, quando se
fala em redes sociais. O que apuramos foi que nas outras edições do evento, muito
pouco do potencial da internet e das redes sociais foi apropriado por eles para
divulgação. Excluindo as duas primeiras edições (2002 e 2003), anteriores à primeira
rede social de sucesso no Brasil (o Orkut, criado em 2004), as posteriores, além das
ferramentas que podemos chamar de tradicionais (cartazes, folderes, releases para a
imprensa) utilizaram somente um site oficial e, no máximo, uma comunidade no Orkut.
Levando-se em consideração a experiência do ENUDS 7 nesta área, acreditamos que as
edições vindouras farão igual ou melhor que esta, tomando-a como base para
desenvolverem suas estratégias de divulgação.
Optamos por usar as ferramentas com as quais tínhamos maior familiaridade e aquelas
que eram direcionadas exclusivamente ao público LGBT. Para tal, foi definida a criação
de um blog, uma conta no Twitter12 e perfis nas redes sociais direcionadas ao público
LGBT (Rede LGBT13 e Leskut14) e uma comunidade no Orkut (“ENUDS 7 - é BH
2009, uai!”15). Todas estas ferramentas trabalharam em conjunto e paralelamente ao site
oficial do evento e à divulgação tradicional, via releases, material gráfico e mala-direta
eletrônica.
O Orkut foi a primeira das redes utilizadas, com a criação da comunidade, em abril de
2009. Esta comunidade surgiu mesmo antes do site ser pensado, já visando a informar
as pessoas, despertar-lhes interesse sobre o evento, sendo mantida por algumas pessoas
12
http://twitter.com/enuds_7
13
http://social.redelgbt.com/enuds7
14
http://paradalesbica.ning.com/profile/ENUDS7
15
http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=87620048
7
do Gudds!, sem ligação com a sub-comissão de Comunicação. A comunidade, apesar de
pioneira, não foi tanto o foco da atenção da sub-comissão, uma vez que reparávamos
que a interação entre os membros e entre membros e moderadores era baixa. Foi
possível notar isso pelo pouco aumento do número de membros e postagens, mesmo
quando os moderadores sugeriam tópicos de discussão.
Um mês depois do blog entrar no ar, em 03/07/2009, foi a vez do perfil do evento entrar
no ar na Rede LGBT, site de relacionamentos direcionado ao segmento LGBT. Poucos
dias depois, dia 08/07/2009, também colocamos no ar o perfil no Leskut, rede social
exclusiva para mulheres lésbicas. Em ambos, o número de “amigos” ficou entre 31 e 55
pessoas, respectivamente. A interação com estas pessoas não era tão fluida, uma vez que
a penetração nas comunidades não era de pronto aceita pelos outros membros. Na Rede
LGBT ainda obtivemos mais sucesso, pois a rede, na ocasião da criação do perfil, era
nova e estava sendo amplamente divulgada no Twitter, o que acabou gerando interesse
dos participantes quanto ao ENUDS, já que também replicávamos mensagens deles
naquela rede.
16
@enuds_7
8
“combinação” entre as redes utilizadas. Explica-se: tudo que postávamos no blog e nas
redes era postado no Twitter também, como um chamamento para a leitura daquele
texto, tal qual um título de jornal, uma vez que no Twitter somente são permitidos 140
caracteres.
Resultados
9
trabalhar com as redes escolhidas. Ainda assim, obtivemos a participação de cerca de
450 pessoas no ENUDS 7 e um feedback muito bom dos interagentes.
Dentre todas as redes utilizadas, as que deram melhor retorno foram, sem dúvida, o blog
e o Twitter, pois foram os que agregaram mais pessoas e geraram mais comentários nas
outras redes e nas listas de discussão via e-mail do Guuds! E da coordenação nacional
do ENUDS. O blog, mesmo tendo sido criado como coadjuvante no processo enquanto
o site oficial não estava no ar, ganhou projeção acima do esperado e obteve comentários
em diversas listas de discussão LGBT na internet, de acordo com a organização do
evento. O perfil no Twitter também obteve projeção acima do esperado, especialmente
pelo fato da maioria dos seus 187 seguidores – excluindo-se aqueles gerados por scripts
e aqueles que já sabiam do evento de outras formas - ter vindo de forma espontânea, ou
seja, o perfil do ENUDS 7 não os seguiu antes de sua chegada.
Nas outras redes utilizadas, a interação não se deu de forma tão espontânea, sendo
necessário que o perfil ENUDS 7 fosse em busca de “amigos” em potencial. Na Rede
LGBT e no Leskut isso foi possível – apesar de uma maior movimentação ter sido
notada somente a poucos dias do evento, em sua maioria por pessoas buscando
informações sobre as inscrições (já encerradas na ocasião) -, mas, no Orkut, por mais
que tentássemos, a discussão não seguiu os rumos que desejávamos, sendo esses rumos
debates nos fóruns a respeito das expectativas das pessoas a respeito do evento e
também debates sobre o tema do ENUDS. Mesmo com a moderação da equipe e a
postagem de mensagens para incentivar o debate, não foi possível conseguir uma
participação mais assídua na comunidade.
A respeito das relações entre os interagents nas redes, podemos evocar os laços fortes e
fracos e tentar perceber onde cada um se manifestou. Na disseminação de informações
10
sobre o evento, acreditamos que houve uma predominância de laços fracos, uma vez
que, lembrando da definição de MORAIS et alii (2005), as pessoas que repassavam as
informações acerca do ENUDS não necessariamente se conheciam, só o suficiente para
que tivessem algum ponto de contato para receberem e repassarem nosso conteúdo. Não
notamos tanto a presença de laços fortes – talvez no período pós-evento, já que os
participantes se conheceram durante a realização do ENUDS e a partir dali travaram
novas relações; no entanto, esse período não interessa para nossa análise.
Acreditamos que, devido aos fatores reciprocidade e esfoço individual, esse aspecto só
foi observado na relação entre os interagentes e o blog e entre os interagentes e o
Twitter. O capital social possui categorias, dentre as quais citamos duas que têm relação
com o percebido em nossa experiência: “1) relacional - que compreenderia a soma das
relações, laços e trocas que conectam os indivíduos de uma determinada rede; e 2)
cognitivo - que compreenderia a soma do conhecimento e das informações colocadas
em comum por um determinado grupo” (BERTOLINI E BRAVO, 2004 e COLEMAN,
1988, apud RECUERO, 2006).
Conclusão
Chegando ao fim do ENUDS 7 e avaliando o período proposto para este trabalho – entre
26/04/2009 e 06/09/2009 -, podemos concluir que o trabalho deu resultados além dos
esperados, uma vez que o planejamento não foi tão profundo, o tempo dedicado pelo
jornalista responsável ao trabalho não foi o ideal e não foram usadas as formas corretas
de medir e avaliar o desempenho das redes sociais utilizadas na web. No entanto, pelo
viés de atingir ao público alvo, podemos dizer que a estratégia pensada pela sub-
comissão de Comunicação do ENUDS foi bem sucedida, já que conseguiu-se
11
“espalhar” o evento pela internet e conseguir a colaboração dos interagentes no intuito
de replicar as informações que lançávamos.
Como saldo positivo, destacamos a visibilidade alcançada pelo evento e pelo Gudds!,
grupo organizador do encontro, levando-se em conta somente a comunicação feita pela
internet. Já foi decidido que o Gudds! irá se apropriar de duas das redes utilizadas,
sendo o blog e o Twitter – serão feitas adaptações para que elas passem a servir ao
grupo e não mais ao evento e também está sendo pensada uma sistematização da
manutenção destas derramentas, para que seu público seja mantido e a transição seja
natural. Os perfis das outras redes – Orkut, Leskut e Rede LGBT – serão apropriados
pela comissão nacional de organização do ENUDS, que pretende utilizá-las para o
evento deste ano, em Campinas, dando continuidade à identificação entre as pessoas que
se aproximaram via redes sociais e o ENUDS e suas propostas.
Por outro lado, várias críticas também devem ser feitas na conclusão deste trabalho.
Acreditamos que a mais pungente e que mais prejudicou uma análise quantitativa e
qualitativa, mais exata e profunda da experiência foi a falta de ferramentas de estatística
para medir e avaliar o tráfego de interagentes nos perfis do ENUDS nas redes. Sem isto,
ficamos à mercê de “achismos”, ou decepcionados com parcas informações a muito
custo conseguidas depois de pesquisas quase braçais pela internet e por sites de busca.
Sentimos esta falta especialmente quanto ao blog, pois sabemos que ele teve sucesso,
mas não sabemos quanto e de que tipo. O perfil no Twitter também padeceu com isso,
já que não sabemos quantas vezes, por exemplo, o ENUDS foi citado em determinado
período ou quanto de informação foi produzida utilizando a hashtag #enuds. Some-se a
isso o fato de, dado o Twitter ser uma palataforma nova, há ainda poucos sites
confiáveis de estatísticas do Twitter, que exigem cadastros, documentação,
confirmações e acabam por desanimar o contato
Ainda falando sobre a análise da comunicação por meio das redes sociais, uma coisa
importante e presente em todos os eventos, porém não no nosso, é a “ficha de avaliação
do evento”, entregue normalmente a todos os participantes. Ela serve para avaliar desde
a organização até as sugestões dos participantes para melhorias no evento e é um
importante instrumento para medir a satisfação do público. Sem ela, não tivemos
nenhuma medida sobre a origem da divulgação (cartazes? Folder? Panfleto? Mala direta
12
eletrônica? Conversas interpessoais?) que levou aquelas pessoas ao encontro e também
não conseguimos saber qual sua relação com o computador, com quais redes a pessoa
tem mais afinidade, e em qual delas ela soube do ENUDS.
A atualização das ferramentas durante o evento, por meio da participação dos presentes,
também não surtiu o resultado desejado, mesmo com a sub-comissão incentivando isso
por meio das redes. Esperava-se que muitas pessoas postassem mensagens pelo Twitter
com a hashtag #enuds ou #enuds7 e enviassem suas fotos para a organização, mas isto
não aconteceu. Nenhuma foto foi recebida e o “tweets” foram bem menos do que o
esperado. Acreditamos que isso possa dever-se ao fato de termos superestimado o
relacionamento dos presentes com o Twitter, ou mesmo sua preocupação em
disponibilizar tempo para tal. Ainda, é possível que não houvesse tantos laptops,
smatphones e/ou outros dispositivos com acesso a internet para que os participantes
pudessem se dedicar a isso.
Por ultimo mas não menos importante, citamos novamente Saad (2010) e o termo
“canibalismo”, aplicado às redes que utilizamos. O blog e o perfil no Twitter são
exemplos claros de como isto aconteceu, uma vez que, mesmo sem estatísticas, foi
possível notar que eles se sobrepuseram às outras redes, atraindo muito mais atenção
para si. Uma possível causa para isso seria, novamente, a disponibilidade para
atualizações de todos os perfis do evento. Esse equilibrio entre as redes do qual fala
Saad poderia ter sido tentado se houvese mais tempo para interagir com os participantes
e postar atualizações mais frequentes, pois isto atrai mais participantes, numa ação de
fidelização.
13
parecidas para o próximo ENUDS. Pudemos perceber, também, que trabalhar com redes
sociais, apesar de parecer, para alguns, mero passatempo de internet, exige tanta
dedicação e profissionalismo quanto qualquer trabalho com qualquer outra ferramenta.
14
Referências bibliográficas
AGUIAR, Sônia. Redes sociais na internet: desafios à pesquisa. Artigo apresentado ao XXX
Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, Santos, 2007.
CASTELLS, Manuel. A Sociedade em Rede. São Paulo, Paz e Terra, 2000. 4.ed. Vol. 1.
________________. Internet e sociedade em rede. In: Morais, Denis (Org.) Por uma
outra comunicação: mídia, mundialização, cultura e poder. Rio de Janeiro: Record,
2003.
MORAIS, Cleber Matos de et alii. Porque existe tanto brasileiro no Orkut? Ou as Redes sociais
e o Homem Cordial. Trabalho apresentado ao NP 08 – Tecnologias da Informação e da
Comunicação, do V Encontro de Pesquisas Intercom, 2005. Disponível em:
http://reposcom.portcom.intercom.org.br/bitstream/1904/17829/1/R1612-1.pdf. Acesso em
10/01/2009.
RECUERO, Raquel. Diga-me com quem falas e dir-te-ei quem és: A Conversação Mediada
pelo Computador e as Redes Sociais na Internet. Congresso da Associação Brasileira de
Pesquisadores em Cibercultura (ABCiber), São Paulo, 2008.
SILVA, Antônio César da. As apropriações nos sites de redes sociais na internet. Artigo
apresentado ao XXXII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, Curitiba, 2009.
VEIRA, Margarete. Jornalismo Social: a voz aos excluídos. Artigo publicado em Estudos de
Jornalismo e Relações Públicas - revista semestral da Faculdade de Jornalismo e Relações
Públicas da Universidade Metodista de São Paulo - Pág. 66 a 75 / Dezembro de 2005, ano 3,
nº6. Disponível em http://www.metodista.br/maiscidadania/reportagens/jornalismo-social-a-
voz-aos-excluidos/. Acesso em 05/01/2010.
15