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Ementário Forense

(Votos que, em matéria criminal, proferiu o Desembargador


Carlos Biasotti, do Tribunal de Justiça do Estado de São
Paulo. Veja a íntegra dos votos no Portal do Tribunal de
Justiça: http://www.tj.sp.gov.br).

• Palavra da Vítima. Valor (1a. Parte)

Voto no 278

Apelação Criminal no 1.047.937/5


Arts. 157, § 2º, nº I, e 14, nº II, do Cód. Penal

– Não há desmerecer o valor da palavra da vítima; ao revés, sua condição de


protagonista do evento delituoso é a que a credencia, sobre todos, a
discorrer das circunstâncias dele.
– Tão só em casos excepcionais, de manifesta contravenção da verdade
sabida, será lícito opor restrições ao teor de suas palavras. No geral, a
palavra da vítima é a primeira luz que afugenta as sombras sob que se
pretende abrigar a impunidade.
– Passa o mesmo quanto aos testemunhos dos policiais, em prol de quem
milita a presunção de veracidade. É que, suficientemente esclarecidos
acerca das consequências do falso testemunho, e admitidos à sua
corporação debaixo do juramento de bem servir a ela e cumprir a lei sem
quebra, os policiais, pelo comum, estão a salvo da suspeita de perfídia. A
exceção exige prova cabal.
Voto no 367

Apelação Criminal no 1.041.559/2


Art. 157 do Cód. Penal

– O testemunho singular, desde que idôneo, há de “valer suficientemente


para uma decisão condenatória” (Jayme de Altavila, A Testemunha na
História e no Direito, 1967, p. 147).
– A palavra da vítima, porque protagonista do fato delituoso, não se recebe
geralmente com reservas, senão como expressão da verdade, que só a prova
do erro ou da má-fé pode abalar.
– Em tema de roubo, a apreensão da “res furtiva” em poder do sujeito preso
em flagrante argui-lhe para logo a autoria.

Voto nº 2717

Apelação Criminal nº 1.238.911/1


Art. 157, “caput”, do Cód. Penal;
art. 33, § 3º, do Cód. Penal

– A palavra da vítima, como de quem sofreu diretamente grave ameaça ou


violência, tem capital importância na identificação do autor do roubo e pode
ensejar decreto condenatório, sobretudo se apoiada em outros elementos
de convicção.
– Não há proibição legal de o Juiz conceder regime semiaberto a condenado
não-reincidente a pena inferior a 8 anos (art. 33, § 2º, alínea b, do Cód.
Penal); a concessão de tal benefício unicamente é defesa ao réu condenado
a pena que exceda a 8 anos (não importando se primário), ou ao reincidente,
cuja pena seja superior a 4 anos.

Voto no 239

Apelação Criminal no 1.034.657/1


Art. 157, § 2º, nº II, do Cód. Penal
– As palavras da vítima, porque protagonista do evento delituoso, assumem
na prova da autoria do roubo preeminência absoluta. A menos se prove caíra
em erro a vítima ao indicá-lo por seu autor, entende-se comprovada a
responsabilidade criminal do réu, máxime se confesso na Polícia e
apreendida em seu poder a “res furtiva”.
– Pela natureza mesma da infração penal e pela temível personalidade de
quem a comete, o regime prisional fechado é o que justamente convém ao
autor de roubo.

Voto no 299

Apelação Criminal no 1.048.731/1


Art. 171 do Cód. Penal;
art. 71 do Cód. Penal

– A palavra da vítima, contra cuja idoneidade e inteireza de caráter nada se


arguiu, basta a golpear mortalmente os protestos de inocência do réu,
sobretudo se prestigiada por outras circunstâncias do processo.
– Ao ilaquear a fé às vítimas, às quais infligira prejuízo patrimonial, caiu o
sujeito sob a reprovação da lei penal. Sua condenação, pelo que,
representou o desfecho natural da causa.

Voto no 370

Apelação Criminal no 1.044.535/3


Art. 155, § 4º, nº I, do Cód. Penal;
art. 65, nº I, do Cód. Penal

– A palavra da vítima, a menos se demonstre que obrou de má-fé ou caiu em


erro, deve ser aceita como excelente meio de prova, uma vez que,
protagonista do fato criminoso, é a primeira interessada na busca da
verdade real.
– Ainda que seja um monumento de miséria moral, tem jus o réu à redução
da pena, se menor de 21 anos ao tempo do crime (art. 65, no I, do Cód.
Penal).
Voto no 385

Apelação Criminal no 1.055.929/2


Art. 157,§ 2º, ns. I e II do Cód. Penal

– Particular importância têm as palavras da vítima, nos casos de roubo.


Sujeito principalíssimo do evento delituoso, suas palavras unicamente serão
desacreditadas, quando se demonstrar, por modo inequívoco e pleno, que as
contaminou erro ou malícia, pois se lhe presume o interesse de incriminar
tão só aquele que lhe infligiu o mal injusto e grave.
– Fora temeridade, não só afronta ao preceito do Código Penal – que reputa
perigoso “o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave
ameaça à pessoa” (art. 83, parág. único) –, fixar ao autor de roubo outra
modalidade de regime inicial de cumprimento de pena que não o de
máximo rigor (fechado).

Voto no 412

Apelação Criminal no 1.059.769/4


Art. 157,§ 2º, ns. I e II do Cód. Penal

– Constitui vício grave de inteligência presumir suspeitas declarações,


unicamente porque prestadas por vítima de roubo. Aliás, bem considerada,
esta circunstância é precisamente a que faz avultar-lhes o peso e o valor,
pois que, protagonista do fato criminoso, reúne a vítima condições as mais
abalizadas de discorrer sobre seu verdadeiro autor.
– Outro tanto, em relação ao testemunho policial: “O valor do depoimento
testemunhal de servidores policiais – especialmente quando prestado em
Juízo, sob a garantia do contraditório – reveste-se de inquestionável
eficácia probatória, não se podendo desqualificá-lo pelo só fato de emanar
de agentes estatais incumbidos, por dever de ofício, da repressão penal”
(STF; Min. Celso de Mello; DJU 11.4.97, p. 12.189).
–“Responde por roubos em concurso formal o sujeito que, num só contexto
de fato, pratica violência ou grave ameaça contra várias pessoas,
produzindo multiplicidade de violações possessórias” (Damásio E. de
Jesus, Código Penal Anotado, 1995, p. 500).
– Ao autor de roubo (crime grave, ao qual a sociedade vota a mais justa e
entranhada repulsa), não cabe outro regime prisional que o fechado.

Voto no 424

Apelação Criminal no 1.061.431/0


Art. 157,§ 2º, ns. I e II do Cód. Penal

– Sendo a vítima pessoa cuja probidade não entrou em questão, suas palavras
constituem prova suficiente de autoria de roubo. A condição de vítima não
lhe abate os foros de credibilidade; ao revés, protagonista do infortunado
evento, é quem dele melhor pode discorrer.
– Calado na fase do inquérito, nisto mesmo revelou o réu a fraqueza de seus
tardios protestos de inocência. Fosse deveras inocente, ali já o afirmara,
mas porque preferiu recolher-se a silêncio de túmulo fechado, fica logo
entendido que não tinha como defender-se.
– Ainda quando não identificado o corréu nem apreendida a arma por ele
utilizada na prática do roubo, incidirão as causas especiais de aumento de
pena (art. 157, § 2º, ns. I e II, do Cód. Penal), desde que a prova oral lhes
demonstre seguramente a existência.

Voto nº 2710

Apelação Criminal nº 1.235.655/4


Art. 157, “caput”, do Cód. Penal;
art. 68 do Cód. Penal

– A palavra da vítima, porque protagonista do fato delituoso, não se recebe


geralmente com reservas, senão como expressão da verdade, que só a prova
do erro ou da má-fé pode abalar.
– Diz-se consumado o roubo se o agente, ainda que por breve lapso de
tempo, teve a posse desvigiada da coisa subtraída à vítima mediante
violência ou grave ameaça.
– Não constitui violação do princípio jurídico do “non bis in idem” (não
duas vezes pela mesma causa) o aumento da pena do réu pelos maus
antecedentes e pela reincidência; salvo se referentes a um só processo.
Voto nº 2739

Apelação Criminal nº 1.245.725/5


Art. 157, § 2º, ns. I e II, do Cód. Penal

– A palavra da vítima, que reconhece e incrimina com segurança o autor do


roubo, justifica o desfecho condenatório da lide penal, se não lhe provar a
Defesa que mentiu ou caiu em erro crasso. Por ter sentido os primeiros
efeitos da ação delituosa, é a que está em melhores condições de indicar-lhe
o autor, cuja punição reclama, por ter o cunho de justiça.
– Expressiva corrente de Jurisprudência professa o entendimento de que o
acréscimo da pena do roubo além do mínimo legal, pela incidência de
qualificadoras (art. 157, § 2º, do Cód. Penal), deve ser reservado àqueles
casos em que excessivo o número de agentes ou extraordinária a
potencialidade ofensiva de suas armas.

Voto nº 2824

Apelação Criminal nº 1.252.309/4


Art. 157, § 2º, ns. I e II, do Cód. Penal;
Súmula nº 174 do STJ

– No caso de roubo, tem a palavra da vítima extraordinária importância para


comprovar-lhe a materialidade e a autoria: parte precípua no evento
criminoso, é a que está em melhores condições de, à luz da verdade sabida,
reclamar a punição unicamente do culpado.
–“No crime de roubo, a intimidação feita com arma de brinquedo autoriza o
aumento de pena” (Súmula nº 174 do STJ).

Voto nº 2889

Apelação Criminal nº 1.242.971/5


Art. 157, § 2º, nº II, do Cód. Penal

– Tem a jurisprudência dos Tribunais conferido especial relevo à palavra da


vítima, entre os meios de prova. Salvo caso de comprovada má-fé ou erro
(que se não presumem), há de receber-se por expressão da verdade; figura
central dos crimes de roubo, a vítima possui, sobre todos, interesse na fiel
apuração dos fatos e na identificação de seu autor.
– A palavra idônea da vítima serve para demonstrar não apenas a
materialidade e a autoria do roubo, senão também suas causas de
agravação.

Voto nº 2910

Revisão Criminal nº 370.838/0


Arts. 157, § 2º, ns. I e II, e 14, nº II, do Cód. Penal;
art. 621, nº I, do Cód. Proc. Penal

– A palavra da vítima é a pedra angular do edifício probatório: se em


harmonia com os mais elementos dos autos justifica a procedência da
pretensão punitiva e a condenação do réu.
– Sentença com trânsito em julgado não se rescinde sem prova plena e cabal
de que contém erro ou injustiça (art. 621, nº I, do Cód. Proc. Penal).

Voto nº 2959

Revisão Criminal nº 366.582/3


Art. 157, § 2º, nº II, do Cód. Penal

– As palavras da vítima, quando seguras e verossímeis, longe de significar o


ponto frágil da prova, acrescentam-lhe peso e vigor. Grande parte nos
terríveis sucessos, quem mais que a vítima estará capacitado a descrevê-los?
É ela a que reúne melhores condições para reproduzi-los com fidelidade e
revelar espontaneamente seu autor.
– Contrária à evidência dos autos é somente a sentença que não tem base
alguma na prova neles produzida.
Voto nº 3032

Apelação Criminal nº 1.265.933/2


Art. 157, § 2º, ns. I, II e V, do Cód. Penal

– Não é para subestimar a palavra da vítima, a qual os Tribunais tiveram


sempre em boa conta. Com efeito, falando pela via ordinária, quem mais
abalizado a discorrer das circunstâncias de um fato, do que a pessoa que lhe
foi protagonista?!
– Há consumação do roubo se o agente, após subtrair-lhe o veículo, mantém
subjugada a vítima em seu interior, por certo lapso de tempo, já distante do
local onde se praticaram os primeiros atos de execução.

Voto nº 3243

Apelação Criminal nº 1.279.101/5


Art. 157, § 2º, ns. I e II, do Cód. Penal

– A vítima, atenta sua relevante posição no episódio criminoso, é a mais


capacitada a depor das circunstâncias em que ocorreu e apontar-lhe o
verdadeiro autor.
– No roubo, o concurso de duas ou mais qualificadoras não obriga, por si só,
ao aumento da pena além de 1/3, mas unicamente na hipótese de haver
circunstâncias especiais, como: número extraordinário de agentes, emprego
de armas de excepcional poder ofensivo, etc. Mesmo após a promulgação
da Lei nº 9.426/96 (que introduziu novas causas de aumento de pena no § 2º
do art. 157 do Cód. Penal), continua a prevalecer a comum opinião de
juristas de boa nota, de que, “no concurso de qualificadoras previstas no
mesmo tipo penal, aplica-se uma só, servindo a outra de circunstância
judicial de agravação da pena” (Damásio E. de Jesus, Código Penal
Anotado, 9a. ed., p. 220).
Voto nº 3250

Apelação Criminal nº 1.262.951/1


Art. 157, § 2º, ns. I, II e V, do Cód. Penal

– Vítima que incrimina categoricamente autor de roubo oferece base


necessária ao decreto condenatório, desde que em harmonia com a prova
dos autos. A razão é que, havendo com ele mantido contacto direto, passa
pela pessoa mais apta a reconhecê-lo.
– Repugna ao senso comum queira homem acusar inocente. Princípio é este
de imediata evidência, de tal sorte que, se alguém o infirma, obriga-se a
prová-lo cumpridamente, sob pena de passar por mendaz.
– O regime prisional fechado, sobre atender ao espírito da lei, conforma-se à
personalidade do autor de roubo, sujeito de ordinário violento e, pois,
necessitado de severa disciplina, que o melhore e reconduza à vida em
sociedade.

Voto nº 3258

Apelação Criminal nº 1.276.817/1


Arts. 157, § 2º, nº I, e 71 do Cód. Penal

– Não é inepta a denúncia que descreve fato que, em tese, constitui crime e
permite ao acusado o exercício da ampla defesa (art. 41 do Cód. Proc.
Penal).
– É a palavra da vítima fundamental na apuração das circunstâncias do fato
criminoso, porque seu interesse coincide, salvo raras exceções, com o
escopo mesmo da Justiça: a busca da verdade real.

Voto nº 3326
Revisão Criminal nº 381.472/5
Arts. 157, § 2º, ns. I e II, e 14, nº II, do Cód. Penal;
art. 580 do Cód. Proc. Penal

– Por sua condição de protagonista do fato criminoso, tem grande relevo no


campo da prova a palavra da vítima, de tal arte que, se firme e segura,
pode servir de base à condenação do réu.
– Em caso de tentativa de roubo, prevalece o entendimento pretoriano de
que a resistência que o agente opõe aos policiais não configura o tipo do
art. 329 do Cód. Penal, pois se trata de mero desdobramento da violência
caracterizadora do crime patrimonial.
– Não há proibição legal de que o Juiz conceda ao condenado não-reincidente
a pena inferior a 8 anos o benefício do regime semiaberto; o Código Penal,
o que veda às expressas é que se conceda ele ao réu condenado a pena
superior a 8 anos (não importando se primário), ou ao reincidente, cuja pena
seja superior a 4 anos.
– As disposições do art. 580 do Cód. Proc. Penal aplicam-se também em
revisão criminal, consoante prestigiosa orientação da jurisprudência de
nossos Tribunais (cf. Damásio E. de Jesus, Código de Processo Penal
Anotado, 17a. ed., p. 408).

Voto nº 3346

Apelação Criminal nº 1.269.809/0


Art. 129 do Cód. Penal

– É a palavra da vítima suficiente para embasar decreto condenatório,


máxime se em harmonia com os mais elementos de convicção dos autos. A
razão é que a pessoa, cujo direito foi violado, não se propõe senão obter
Justiça, como forma de reparação do dano causado à ordem moral da
sociedade.

Voto nº 3373
Apelação Criminal nº 1.281.431/3
Art. 157, § 2º, ns. I, II e V, do Cód. Penal;
arts. 226 e 499 do Cód. Proc. Penal

– Conforme a sistemática do Processo Penal, sem prova plena do prejuízo


não há decretar a nulidade de ato algum (art. 563 do Cód. Proc. Penal).
– Em ponto de roubo, a apreensão da “res” em poder do sujeito adquire
desmarcado relevo: se não lhe justificar a posse, o mesmo será que admitir
a autoria do crime.
– A palavra da vítima tem especial relevância na prova do roubo e de sua
autoria, pois, como o pregou o genial Vieira, “a nossa alma rende-se muito
mais pelos olhos que pelos ouvidos” (Sermões, 1679, t. I, p. 31).
– Não anula o ato de reconhecimento do réu a falta de sua prévia descrição
pela vítima ou testemunha. As normas do art. 226 do Cód. Proc. Penal têm
caráter mais suasório que imperativo: são recomendáveis, não exigíveis; sua
aplicação está sujeita a contingências (se possível, reza o inc. II do referido
dispositivo). O que verdadeiramente importa é que nenhuma dúvida abale o
reconhecimento.

Voto nº 3566

Apelação Criminal nº 1.293.819/1


Art. 157, “caput”, do Cód. Penal;
arts. 96, nº I, e 97 do Cód. Penal

– A palavra da vítima, se não contestada com firmeza pela prova dos autos,
pode ensejar a condenação de autor de roubo, uma vez que, protagonista do
fato delituoso, é a principal interessada na realização de justiça.
– Se inimputável o autor de roubo (porque dependente psíquico de drogas e
portador de esquizofrenia), determina a lei que o Juiz o absolva e submeta a
internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico (arts. 96, nº I,
e 97 do Cód. Penal).

Voto nº 4132
Apelação Criminal nº 1.337.773/5
Art. 157, “caput”, do Cód. Penal

– As declarações da vítima de roubo (que se presume pessoa honesta)


assumem o vértice da prova. Deveras, que melhor e mais forte argumento,
com que se autorize alguém a discorrer de um fato, do que ter-lhe sido o
protagonista?!
–“Consuma-se o roubo quando o agente, mediante violência ou grave
ameaça, consegue retirar a coisa da esfera de vigilância da vítima” (STF;
rel. Min. Carlos Velloso; Rev. Tribs., vol. 705, p. 429).

Voto nº 4271

Apelação Criminal nº 1.346.889/3


Arts. 157, § 2º, nº II, e 14, nº II, do Cód. Penal;
art. 33, § 2º, alínea b, do Cód. Penal

– Nos crimes contra o patrimônio a palavra da vítima representa o fiel da


balança e o vértice da prova da materialidade e da autoria.
– Há tentativa de roubo se o agente, logo perseguido e preso, não teve a
posse tranquila da coisa subtraída, recuperada afinal pela vítima.
– Em caso de tentativa de roubo, se primário e de bons antecedentes o réu,
pode o Juiz, tendo consideração aos graves e notórios malefícios do regime
recluso, deferir-lhe o benefício do regime aberto (cf. art. 33, § 2º, alínea c,
do Cód. Penal).
– Não há proibição legal de o Juiz conceder regime semiaberto a condenado
não-reincidente a pena inferior a 8 anos (art. 33, § 2º, alínea b, do Cód.
Penal); a concessão de tal benefício unicamente é defesa ao réu condenado
a pena que exceda a 8 anos (não importando se primário), ou ao reincidente,
cuja pena seja superior a 4 anos.

Voto nº 4653
Apelação Criminal nº 1.372.781/3
Art. 157, “caput”, do Cód. Penal;
art. 61, nº II, alínea h, do Cód. Penal

– Não é para subestimar a palavra da vítima, a qual os Tribunais tiveram


sempre em boa conta. Com efeito, falando pela via ordinária, quem mais
abalizado a discorrer das circunstâncias de um fato, do que a pessoa que lhe
foi protagonista?!
– A exasperação da pena do réu, em caso de crime cometido contra velho,
bem se justifica. A velhice é coisa sagrada; ofender um velho, na feliz
expressão de um clássico, “é apedrejar uma árvore carregada de frutos”
(Alberto Pimentel, Vinte Anos de Vida Literária, 1908, p. 39).

Voto nº 3165

Apelação Criminal nº 1.264.519/9


Art. 157, § 2º, ns. I e II, do Cód. Penal

– Particular importância têm as palavras da vítima, nos casos de roubo.


Sujeito principalíssimo do evento delituoso, suas palavras unicamente serão
desacreditadas, quando se demonstrar, por modo inequívoco e pleno, que as
contaminou erro ou malícia, uma vez se presume o seu interesse de
incriminar apenas aquele que lhe infligiu o mal injusto e grave.
– A só presença de duas qualificadoras não obriga ao aumento da pena do
roubo além do mínimo legal de 1/3, o que apenas se justifica nos casos em
que praticado por grupo numeroso de agentes, mediante emprego de armas
de extraordinário poder vulnerante.

Voto nº 3187
Apelação Criminal nº 1.269.263/3
Art. 157, § 2º, ns. I e II, do Cód. Penal

– Tem a jurisprudência dos Tribunais conferido especial relevo à palavra da


vítima, entre os meios de prova. Salvo caso de comprovada má-fé ou erro
(que se não presumem), há de receber-se por expressão da verdade; figura
central dos crimes de roubo, a vítima possui, sobre todos, interesse na fiel
apuração dos fatos e na identificação de seu autor.
– Ao autor de roubo, crime grave entre os que mais o sejam, não convém
senão o regime prisional fechado. É a própria natureza da infração penal
que o exige e a notável deformação de sua personalidade, inconciliável com
regime diverso de cumprimento de pena.

Voto nº 3208

Apelação Criminal nº 1.263.133/4


Art. 157, “caput”, do Cód. Penal

– Palavra da vítima, não há desprezá-la. Pela condição de quem a profere –


protagonista do evento delituoso –, encerra importância de primeira
ordem. Exceto na hipótese (mui rara) de mentira ou erro, suas declarações
bastam a acreditar um edito condenatório.
– Conforme a comum opinião dos doutores, “a simulação de porte de arma
de fogo constitui meio executório do roubo” (Damásio E. de Jesus,
Código Penal Anotado, 9a. ed., p. 532).

Voto nº 3221

Apelação Criminal nº 1.273.825/6


Arts. 157, § 2º, ns. I e II, e 14, nº II, do Cód. Penal;
art. 33, § 2º, alínea b, do Cód. Penal

– Da suma importância da palavra da vítima tratam julgados, infinitos em


número, de todos os Tribunais do País. Em verdade, quem melhor do que o
protagonista do evento criminoso, para descrevê-lo com todas as suas
circunstâncias?!
– A só presença de duas qualificadoras não obriga ao aumento da pena do
roubo além do mínimo legal de 1/3, o que apenas se justifica nos casos em
que praticado por grupo numeroso de agentes, mediante emprego de armas
de extraordinário poder vulnerante.
– Não há proibição legal de o Juiz conceder regime semiaberto a condenado
não-reincidente a pena inferior a 8 anos (art. 33, § 2º, alínea b, do Cód.
Penal); a concessão de tal benefício unicamente é defesa ao réu condenado
a pena que exceda a 8 anos (não importando se primário), ou ao reincidente,
cuja pena seja superior a 4 anos.

Voto nº 3231

Apelação Criminal nº 1.264.381/6


Art. 168 do Cód. Penal

– A palavra da vítima passa por excelente meio de prova e autoriza decreto


condenatório, se em conformidade com os outros elementos de convicção
reunidos no processado.
–“Se um fato ilícito, hostil a um interesse individual ou coletivo, pode ser
convenientemente reprimido com as sanções civis, não há motivo para a
reação penal” (Nélson Hungria, Comentários ao Código Penal, 1978, vol.
I, t. II, p. 35).
– É questão que entende com o Direito Penal (e não com o Direito Civil), por
encerrar assinalada malícia, o teor de proceder do sujeito que, invertendo
arbitrariamente o título de posse da coisa, vende-a a terceiro como se lhe
pertencesse, incorrendo assim nas penas do art. 168 do Cód. Penal
(apropriação indébita).

(Em breve, novas ementas).

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