Cultura política é o repositório acumulado de símbolos, crenças, atitudes,
normas e outros produtos culturais que moldam e pautam a vida política em uma sociedade. Inclui lemas e hinos nacionais; cultura material como bandeiras, monumentos e estátuas de figuras heróicas; crenças sobre a história e destinos nacionais; atitudes de patriotismo ou deferência (ou ainda de cinismo ou desprezo) por políticos e outros líderes; valores que dão forma a opções de política; e normas que determinam expectativas, variando da garantia de direitos civis a mecanismos para mudar o governo ou reprimir a dissidência. Os tópicos de interesse sociológico incluem a maneira como vários aspectos da cultura política afetam o comportamento e as suas conseqüências políticas; a relação entre a cultura política e os vários tipos de sistemas, tais como DEMOCRACIA e AUTORITARISMO, e o processo de socialização, através do qual a cultura política é transmitida de uma geração à outra.
CULTURA DA POBREZA
Cultura da pobreza é uma teoria formulada pelo antropólogo Oscar Lewis
em seus estudos de comunidades de Porto Rico e do México. Lewis identificou o que acreditava ser um fator importante na perpetuação da pobreza. Independentemente do que tenha originado padrões de desigualdade e pobreza na sociedade, argumentou Lewis, uma vez sejam eles estabelecidos, a vida de pobreza tende a gerar idéias culturais que promovem comportamentos e pontos de vista que a perpetuam. Os pobres podem perder a ambição de melhorar de vida, adotando a crença fatalista de que trabalho pesado e ambição em nada melhorará sua existência. Assim, essa cultura é transmitida de uma geração à outra. Em um sentido, Lewis sugeriu que à medida que indivíduos se adaptam às circunstâncias da pobreza, eles tendem a desenvolver uma cultura compatível com ela e que por isso a sustentam. Esse fato ajudaria a explicar não só padrões de pobreza em sociedades, mas também a incapacidade de países do Terceiro Mundo (não-industrializados) de se desenvolverem também economicamente. Embora Lewis tivesse o cuidado de observar que não acreditava que o conceito se aplicava além dos tipos de sociedade que estudava quando o desenvolveu, isso não impediu sua ampla aplicação à pobreza encontrada em sociedades industriais, tais como a dos Estados Unidos, especialmente em relação aos afro-americanos e outros membros da subclasse urbana, cada vez mais numerosa. Tem havido grande debate, contudo, não só sobre essa teoria, mas se o conceito aplica-se ou não a qualquer sociedade e se seu efeito principal é ou não culpar injustamente as vítimas da pobreza pela situação em que vivem.
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