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11/08/2015 14:31
confessou que cultiva cerca de meio hectare de dio em um pedao de terra beira
da rodovia PA-150.
As autoridades j foram avisadas.
Espera-se que, com Sobral sob custdia, tudo isso acima se resolva o quanto antes.
violncia o chamado discurso de dio. O caso Rachel Sheherazade talvez seja o mais
emblemtico para exemplificar como esse discurso tem sido artificialmente confundido com a
liberdade de expresso.
Diante dessas questes, fica claro que os pases devem encontrar solues normativas para
assegurar a liberdade de expresso, mas tambm para evitar que ela infrinja outros direitos. O
Pacto Internacional enumera, inclusive, passos para realizar a restrio liberdade de
expresso nesses casos. Em geral, trabalha-se a partir da velha mxima que diz: o direito de
um termina quando comea o direito do outro -- que parece ter sido esquecida por aqui.
Por fim, vale lembrar que pases como os Estados Unidos da Amrica (EUA), a Frana e a
Inglaterra possuem, para alm de normativas de conteno do discurso de dio, rgos
reguladores e diretivas especficas voltadas ao monitoramento desse tipo de violao dos
direitos humanos nos meios de comunicao eletrnica de massa, inclusive a radiodifuso
(rdio e TV). No Brasil, esse debate ocorre de forma enviesada, sendo erroneamente tachado
como censura. Isso quando no sumariamente interditado.
O mundo (ou pelo menos a parte que compe o sistema das Organizaes das Naes
Unidas) construiu, nas ltimas dcadas, um entendimento comum sobre a necessidade de se
conter o discurso de dio. Desde os horrores do Holocausto e da Segunda Guerra Mundial,
por exemplo, foram criadas polticas de conteno do discurso contra cidados de ascendncia
judaica, em especial nos pases onde houve maior migrao desse grupo tnico, caso dos
EUA.
A deciso, alm de dbil do ponto de vista jurdico, tambm abjeta do ponto de vista cultural.
Isso porque contribui para o reforo estigmatizao das religies de matriz africana (e da
vale lembrar que o mesmo juiz, no texto inicial da deciso, havia colocado que tais
manifestaes no deveriam ser consideradas como religies) e de seus praticantes,
colocando, mais uma vez, a populao negra, seus costumes e suas crenas, como algo do
no humano e do no cultural, como se o outro, o estranho ou o extico fssemos ns
51% da populao desse pas!