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A cidade é um emaranhado social

Fonte: A cidade não é uma árvore – Christopher Alexander


Por: Rodolfo Magno Provetti

As relações humanas contemporâneas não se limitam simplesmente a grupos determinados por locais
físicos. De acordo com o austríaco Christopher Alexander, a cidade organizada como uma árvore, na
exemplificação de um galho que só é conectado por um eixo de raiz e se ramifica na sua extremidade de fim,
é limitada e surrealista.

Estas relações nos dias de hoje não são tão limitadas a certos fatores como a regionalidade de um grupo
social. Apesar do texto “A cidade não é uma árvore” ter sido escrito em 1965 a adaptação a realidade atual é
notável e de certa forma até previsível, naquele tempo as relações sociais já se abrangiam de forma
assustadora depois da revolução industrial e com a mobilidade a grandes distâncias facilitadas, ocorreu o
mesmo com o contato entre pessoas de distâncias longas. Logo essa rede de relacionamentos se abrangia. E
junto com essa abrangência social vem a necessidade de uso quanto do comércio, quanto de setores de
educação e saúde, estes foram se modificando tornando as conexões mais interativas. Hoje em dia o
processo é descontrolado e ilimitado no planeta terra com a Internet. À exemplo:
E é exatamente essa crítica que é feita por Christopher Alexander ao modelo “Árvore” das cidades, nas quais
o planejamento é muito metódico e sistemático, robotizando as relações humanas, prevalecendo a
setorização física dos meios sociais, como um setor para moradia, comércio e utilidade pública dentre
variáveis progressistas modernistas.

Chistopher defende o método de semi-trama, que seria uma forma de sistema, teoricamente, natural das
cidades. Onde as conexões entre seres não seriam limitadas de acordo com certas áreas, bairros e
vizinhanças, essa seria uma das denominações de um conjunto, porém esse mesmo conjunto pode fazer
parte de conjuntos menores ou maiores, combinados gerando uma rede de interrelacionamentos, eis um
exemplo:

Como ele foi formado em arquitetura e em matemática ele utiliza muito a racionalização dos números e
conjuntos para um aspecto da sociabilidade: as relações humanas. O que é um fator interessante, ele na
tentativa de racionalizar a convivência humana mostra infinitas possibilidades de relações e correlações.

Exemplifica modelos de “árvore”, fechados e de só um fim, limitado a um seleto grupo sem interconexões
entre os pontos de convergência desta forma:
Ilustra claramente a impossibilidade de sobre posição de subconjuntos, a exemplo do diagrama C o
subconjunto 2 3 caso existisse não poderiam se relacionar ou relacionarem entre si e com o resto do grupo
normalmente. Este é o típico de cidade artificial criado pelo modernismo a exemplo de Brasília:

Este tipo de cidade progressista pode ser aludido aos campos militares, onde tudo era setorizado,
racionalizado e organizado. Este é o exemplo mais claro sobre a organização em árvore que Christopher
Alexander tanto cita:
Ainda acredita-se que este tipo de organização seria a mais provável e racional, de acordo com testes
realizados, pela incapacidade humana sobre pressão de se organizar com a sobreposição de conjuntos. À
exemplo foi realizado um teste no qual mostrava com cerca de ¼ segundo um padrão, e foi pedido que
relatassem o este mesmo, logo muitas pessoas que se submeteram ao teste na tentativa de simplificar,
anularam as sobreposições. Caso comum em organização das ditas cidades “artificiais”. Eis a primeira
imagem a posta a mostra e o restante o resultado do teste:

Considerações finais: Teoricamente a relação da cidade, não só entre seus cidadãos, e as propostas feitas
por uma cidade moderna, não abrangem todas as possibilidades de interação assim como supostamente
uma cidade trabalhada na semi-trama (culturalista), ou de forma natural, teria. Logo, mesmo que uma
cidade seja construída de forma modernista/progressista, de acordo com a forma de habitação desta mesma
, ela vai se dando os moldes, com certas dificuldades, a uma interação natural paradoxalmente a qual foi
proposta pelo modelo setorizado, pois a princípio de tudo uma cidade é feita de habitantes.

Bibliografia:
Tradução parte I do texto A cidade Não é uma árvore
http://www.vivercidades.org.br/publique_222/web/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1123&sid=21&tpl=p
rinterview; acessado em: 11/03/2010
http://www.vivercidades.org.br/publique_222/web/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1132&sid=21&tpl=p
rinterview; acessado em: 11/03/2010

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