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UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR

Departamento de Psicologia e Educação


Mestrado em Psicologia – 1º ano, 1º Semestre

Nome da Unidade Curricular:

MÉTODOS DE AVALIAÇÃO EM PSICOLOGIA II


CASO 1
Uma empresa de média dimensão, multinacional, do sector da indústria cerâmica
operou, nos últimos 2 anos de actividade, uma alteração do modelo de produção, com
impactos na reorganização dos seus tempos de trabalho, transitando de um horário
genérico, das 8 às 16 horas, para um horário de trabalho composto por três turnos
(rotativos): 1º turno das 0 horas às 8 horas, 2º turno das 8 horas às 16 horas e 3º turno
das 16 horas às 24 horas, aplicado aos sectores de produção, manutenção e logística,
mantendo-se o horário normal nos demais sectores.
A equipa de acompanhamento da mudança organizacional registou, no espaço de meio
ano, um aumento de 25% da taxa de absentismo e um incremento substancial de
turnover e de incidência de acidentes de trabalho graves, especificamente, nos sectores
com alteração de horário. Apesar de não existirem dados concretos a administração
percepciona que também o clima organizacional nestes sectores, comparativamente aos
demais, se deteriorou, a desmotivação, os problemas de saúde ocupacional e o
sentimento de sobrecarga de trabalho se agudizaram e a conflitualidade inter-sectorial
se tornou um factor manifesto.
Existindo a percepção de que perante um mesmo horário de trabalho as reacções
individuais têm sido muito diversas foi realizado um pedido formal no sentido de se
avaliarem as causas potenciais das diferenças inter-individuais e inter-sectoriais
detectadas e se diagnosticarem os impactos reais advindos da reestruturação dos
tempos de trabalho, ao nível dos trabalhadores, dos sectores e da organização como
um todo. Acompanhando este pedido de avaliação foi efectuada uma solicitação
complementar de (re)formulação da metodologia de avaliação psicológica na selecção
de novos colaboradores, em curso, no sentido de se adaptarem os critérios e métodos
de selecção à nova realidade laboral.

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CASO 2

A mãe do Rafael solicitou uma consulta de psicologia, aconselhada pelo médico de


família. Refere que tem sentido dificuldades em lidar com o comportamento do filho e
que a situação se tem vindo a agravar nos últimos tempos.
Em casa, Rafael faz com frequência “birras”, principalmente quando contrariado,
responde mal à mãe e aos avós e, às vezes, quando “se enerva, berra com toda a
gente”. Só faz as tarefas “quando lhe apetece” e há dias em que só faz os trabalhos
de casa se estiver acompanhado.
A mãe refere que os professores se queixam igualmente do comportamento do filho. Na
sala de aula gosta de “se armar em engraçado” e facilmente se distrai com os colegas.
De acordo com a mãe, este comportamento tem prejudicado o aproveitamento escolar
do filho.
Rafael tem 10 anos e frequenta o 5º ano. A mãe chama-se Luísa, tem 34 anos e
trabalha numa loja. O pai chama-se António, tem 35 anos e é camionista de longo curso.
O irmão de Rafael chama-se Tiago e tem 18 meses.

CASO 3

Porto Seguro é uma das IPSS mais antigas das freguesias de Lisboa e procura ser uma
instituição de referência. Por esta razão cria uma série de grupos de reflexão nas suas
diferentes valências de forma a dar resposta às necessidades, motivações e interesses
do seu público-alvo, em particular os seus educadores.
Na sequência do referido, convida Matilde e Diogo, elementos da Associação de Pais, a
integrar o grupo de avaliação da qualidade da creche e jardim-de-infância que tem
como principal missão construir o projecto curricular. De facto, não sendo obrigatória a
frequência destas estruturas por crianças com idade inferior aos 6 anos de idade, cabe
a cada instituição no respeito pelas meras orientações curriculares propostas pelo
Ministério da Educação, definir o seu modelo curricular, objectivos e actividades. Um
projecto consistente e fundamentado tornará a instituição mais atractiva ao educador
que hoje, face ao seu papel profissional e estrutura familiar, procura cada vez mais
estes serviços.
Matilde é mãe de Tomás (5 anos de idade; terceiro ano na instituição) e Diogo é pai
de Mafalda (2 anos; primeira vez na instituição depois de ter estado com os avós
paternos) e serão os representantes das valências dos seus filhos no grupo referido. Na
sequência das reuniões que tiveram com os restantes educadores identificam como

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principal preocupação os projectos de transição/adaptação. Os pais das crianças da
sala dos cinco anos, por exemplo, relataram inúmeros episódios de resistência à escola.
É o caso de Francisca, filha de Joaquim e Manuela, que nas últimas semanas acorda
todas as manhãs dizendo “Não quero ir para escola!!!”. Os pais tentam conversar com
ela e identificar os motivos da sua resistência mas a Francisca nada refere. Quando
questionada sobre o assunto, a Educadora tem de facto notado que está mais isolada
sem o entusiasmo habitual na realização das actividades, em particular nas que tem sido
desenvolvidas no âmbito do projecto de transição para o 1.ºciclo.
Como psicólogo/a da instituição é também integrado/a nestes grupos de reflexão e a
coordenadora do Serviço de Psicologia solicita-lhe que na próxima reunião de equipa
apresente uma planificação do processo de avaliação a desenvolver de forma a
envolver a equipa no mesmo, em particular na própria construção do projecto curricular.

CASO 4

A Maria tem 45 anos, está desempregada há 11 meses, tem o 12º ano de escolaridade
(curso geral), é divorciada há 5 anos e vive sozinha. Tem dois filhos que vivem
autonomamente longe da cidade onde reside.
A Maria trabalhou durante 20 anos como secretária de uma empresa do sector têxtil. A
Empresa foi vendida, houve uma reestruturação e a Maria foi, inesperadamente,
despedida. Actualmente está a receber o subsídio de desemprego. A Maria considera
que é muito difícil encontrar um novo emprego, sobretudo nas funções que antes
desempenhava, uma vez que, actualmente, exigem outro tipo de qualificações para a
profissão.
A Maria refere que ultimamente se sente muito triste, sem vontade de viver, sozinha e
desanimada. De manhã tem muitas dificuldades em se levantar e ultimamente quase não
sai de casa. Menciona que tem muitos problemas em adormecer e que passa,
frequentemente, noites inteiras sem dormir. Apresenta ainda queixas generalizadas de
dores, sobretudo dores de cabeça, emagreceu nos últimos meses e parece apresentar
muitos problemas de memória.
A Maria foi ao médico de família e realizou alguns exames médicos. Não tendo sido
encontrado nenhum problema/explicação, foi encaminhada para a consulta de
psicologia.

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