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Módulo 1
Sub-módulo 5: Papel do ADR na prevenção e tratamento
Objectivos da Sessão
As pessoas que frequentam o ADR reflectem sobre os seus valores e práticas sexuais e o
diagnóstico (seja positivo ou negativo) encontra-se frequentemente associado a
comportamentos de redução de risco.
Diversos estudos demonstram que o ADR pode ajudar as pessoas a alterar o seu
comportaento sexual de forma a prevenir a transmissão do VIH
Encontram-se disponívies intervenções eficazes para a prevenção da transmissão
mãe-filho do VIH (PMTCT). A maioria destas intervenções aposta na identificação
das mulheres grávidas infectadas com o VIH, de forma a conseguires que estas e as
suas crianças beneficiem delas.
Aumento do acesso ao tratamento e aos cuidados de saúde das pessoas que vivem
com o VIH/sida.
Apesar da epidemia ter já mais de 20 anos e apesar da prevalência de VIH ser muito elevada
em muitas comunidades, o VIH/sida continua a ser ignorado a nível nacional, social e individual
e continua a causar muita estigmatização, discriminação e segregação. Existem várias razões
para a negação, estigma, discriminação e segregação que envolvem o VIH/sida; estas diferem
de cultura para cultura.
Para além dos ganhos em saúde pública, o ADR é também visto como um imperativo dos
direitos humanos pois a infecção VIH tem muitas implicações sérias e de longo prazo na saúde
Papel do ADR na prevenção e tratamento da infecção VIH
e bem estar da vida familiar, sexual e reprodutiva do invidíduo e na sua vida social e produtiva
em comunidade.
Estes s’ao factores principais na prevenção do VIH e está demonstrado que a maior
disponibilidade do ADR (aumentando o número de pessoas alertadas para o seu seroestado)
pode contribuir, de forma decisiva, para alcançar estes objectivos.
Para encorajar a divulgação, deve ser criado um ambiente benéfico em que mais pessoas
estejam dispostas e capazes de ser testadas ao VIH e que seja motivada a alteração de
comportamentos, de acordo com os resultados.
Isto pode ser conseguido através de: 1) introdução dem ais locais de ADR; 2) fornecimento de
incentivos para a realização do teste, na forma de maior acesso a cuidados comunitários,
apoios e exemplos de vivências positivas; 3) remoção de desincentivos ao teste e divulgação
de resultados através da protecção das pessoas do estigma e discriminação.
O ADR assenta no pressuposto de que o teste VIH se baseia no consentimento dapessoa que
está a ser testada. O teste VIH deve ser sempre uma escolha individual e informada do
indivíduo. Não existe evidência de que o teste obrigatório seja eficiente.
Para que os serviços de ADR sejam considerados verdadeiramente éticos e benéficos deve ser
preenchido um número mínimo de requisitos. Entre estes requisitos estão:
Os profissionais de saúde devem fornecer informação pré-teste aos clientes, de tal forma que
estes compreendam claramente os benefícios do aconselhamento.
Confidencialidade
Existe legislação nacional que defende a confidencialidade, e pune quando esta é infringida.
A decisão de partilhar informação ou envolver alguém deve ser tomada pela pessoa que se
submete ao ADR.
O teste anónimo protege a identidade do utente. Em serviços que realiem testes anónimos,
com códigos em vez de nomes, os códigos atribuídos ao utente e anexados ao registo clínico
bem como as amostras de sangue (ex. Centros de Aconselhamento e Detecção Precoce – CAD).
Controlo de qualidade
É essencial que a qualidade, tanto do teste como do aconselhamento, seja assegurada através
de monitorização e avaliação adequadas, como forma de planear estratégias de intervenção.
Os profissionais de saúde envolvidos no ADR devem ter formação adequada e supervisão
clínica para garantir que seja oferecido um serviço de qualidade.
Referenciação de um utente
O serviço ADR deve trabalhar no sentido de criar ligações dentro da comunidade que
funcionem nos dois sentidos. Por exemplo, quando os utentes são diagnosticados na fase
inicial da doença, podem considerar benéfica a referenciação para grupos de apoio pelos
pares. Quando já se encontram numa fase mais avançada da infecção e contraem infecções
oportunistas, pode ser necessário referenciá-los para cuidados de saúde terciários. A
Papel do ADR na prevenção e tratamento da infecção VIH
Para facilitar o processo e ajudar o utente a fazer a transição para serviços de apoio e/ou
cuidados de saúde, é importante que o profissional de saúde recorra às suas fontes de
referenciação na presença do cliente, dando informações sobre o cliente que está a ser
referenciado, e se possível marcando consultas e respectivos horários, se possível.
Os profissionais de saúde devem ter conhecimento dos serviços sociais e de saúde disponíveis
na área de influência. Outros programas de doenças crónicas e/ou cuidados baseado na
comunidade devem ter mecanismos de colaboração para garantir uma abordagem integrada.
Para conhecer os serviços disponíveis na sua área de influência, os profissionais de saúde
podem organizar reuniões com actores relevantes para discutir sobre os seus serviços e
recolher documentação relativa aos mesmo para que possam ser indicados aos utentes
quando for feita a referenciação. A informação recolhida pode incluir:
Nome da organização
Morada
Número de telefone
Nome da pessoa de contacto
Serviço(s) oferecido(s) pela organização
Horário de funcionamento