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Dicas de Pintura de Manutenção

1. Sobre o uso do PCF da Quimatic


a. Trata-se de uma tinta convertedora de ferrugem, que podem ser aplicadas sobre
superfícies oxidadas, onde a mesma se apresenta de forma compacta e bem
aderida, e devem ser aplicadas na impossibilidade da aplicação do jateamento
abrasivo, mas de corrosão, mas cuja aplicação ainda não é muito difundida na
pintura industrial;
b. De qualquer forma este produto deve ser aplicado com primer, que
necessariamente precisa ser revestido com uma tinta de acabamento, para que
possa atuar como proteção por barreira para o metal base;
c. As tintas utilizadas nos esquemas de pinturas dos equipamentos de usinas e
subestações são bicomponentes, geralmente a base de resinas epóxi e
poliuretano;
d. Em função do exposto acima as equipes de manutenção autônoma não se
livrariam da utilização das tintas “manhosas” isto é, que além de serem
bicomponentes, requerem uma série de cuidados especiais desde o
armazenamento, homogeneização, dosagem, mistura e aplicação.

2. Tinta para manutenção


a. As tintas epóxi mastiques, classificadas como “surface tolerant”, isto é, que são
tolerantes às superfícies tratadas com ferramentas manuais ou mecânicas, são as
que melhores se adaptam a esta aplicação, e também que apresentam os
melhores resultados;
b. Mesmo as das melhores marcas apresentam um custo benefício muito bom,
sendo que um galão (componente A + B) na cor especificada pelo cliente, custa
em média R$ 250,00;
c. Podem na sua grande maioria ser armazenadas por até um ano;
d. Apresenta alto volume de sólidos, que conferem elevada espessura e baixo teor
de voláteis, o que permite a aplicação de apenas uma demão, e a secagem
rápida;
e. As características destas tintas vão ao encontro de um dos principais requisitos
da manutenção de equipamentos das subestações do sistema interligado, que é o
tempo, de forma a garantir a máxima disponibilidade;

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f. Dependendo o local da manutenção da pintura, o serviço poder ser executado
com o equipamento energizado;
g. Produtos recomendados:
- Interseal 211 – International (Representante: A Cor da Barra);
- Macropoxy Hs alumínio Br – Sherwin Wiliams – Div. Sumaré.
3. Tinta para manutenção monocomponente
a. Existem tintas para manutenção monocomponente, tipo os primers universais
(alquídicas de baixo teor de solventes, livres de pigmentos tóxicos e de alta
espessura) e algumas acrílicas a base d’água, mas que em função do esquema
de pintura original, não representam a melhor opção.

4. Como proceder na pintura de manutenção


a. De uma forma geral os procedimentos estão detalhados nas ITMs 567, 568, 569,
570, 571, 572, 1208 e 1209, com algumas ressalvas, já que foram revisadas há
muito tempo:
- Um dos itens que precisam ser eliminados da ITM 570 é o jateamento usando
areia, úmida ou seca, como abrasivo, que foi proibido em todo território
brasileiro (apesar deste tratamento, mesmo com outros abrasivos, não ser
recomendado para a pintura de manutenção a ser efetuada pelos operadores);
- Nenhuma das ITMs faz referência ao uso do epóxi mastique na pintura de
manutenção, entre outras.
b. Repintura Parcial: É a operação de reparos de partes danificadas ou desgastadas
da película de tinta, já havendo iniciado o processo de corrosão em algumas
áreas. Consiste no tratamento da superfície metálica, e no restabelecimento da
continuidade da película de tinta das regiões contaminadas.
c. Tratamento da superfície metálica: A aplicação das tintas só poderá ser
executada em superfícies completamente isenta de poeira, óleo, graxa e outros
resíduos. As rebarbas e as bordas cortantes deverão ser eliminadas. Sendo que
abaixo segue os métodos para tratamento de superfície:
- Qualquer superfície antes de ser pintada deverá ser completamente limpa de
toda sujeira, pó, graxa, óleo ou qualquer outra substância prejudicial, com o
uso de solventes e desengraxantes;

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- Toda corrosão, pintura mal aderida e salpicos de soldagem devem ser
removidos por meio de ferramentas manuais (escovas, espátulas, lixas,
martelos, raspadores, picadores, etc..) ou mecânicas (escovas rotativas,
lixadeiras, marteletes de agulha, esmerilhadeiras, etc..);
- Deve ser tomado cuidado especial com escovas de aço mecânicas, a fim de
não polir a superfície metálica, que irá prejudicar a aderência da pintura;
- Após o tratamento com ferramentas manuais e mecânicas, a poeira e toda a
matéria estranha devem ser removidas da superfície. Para isto poderá ser
utilizado ar comprimido seco e isento de óleo;
- O tempo máximo que poderá decorrer entre o tratamento da superfície metálica
e a aplicação da tinta de fundo ou “primer”, deverá ser estabelecido em função
das condições locais, mas nunca superior a 4 horas. Se neste intervalo a
superfície se oxidar ou apresentar qualquer sinal de contaminação, deverá ser
efetuado um novo tratamento;
- Qualquer superfície que sofra algum processo de contaminação no decorrer do
trabalho deve ser limpa novamente, antes de se dar continuidade ao processo
de pintura.
- As pinturas mal aderidas deverão ser removidas com o uso de espátulas,
raspadores, etc., e as áreas adjacentes lixadas para permitir a aderência e
continuidade da pintura de manutenção;
d. Retoques nos Pontos Recuperados: Aplicar 01 (uma) demão de 125 (cento e
vinte e cinco) micrômetros, espessura de filme seco, de epóxi mastique de
alumínio modificado de alta espessura, nos locais onde forem encontrados e
tratados pontos de corrosão.
e. Cuidados na Aplicação da Pintura
- Parafusos, cantos vivos, cordões de solda deverão ser recortados, isto é
receber uma demão com o uso de trincha, antes da aplicação de cada camada
do esquema de pintura recomendado. As frestas deverão ser preenchidas com
massas, resinas epóxi com cargas metálicas, entre outras, antes da aplicação
da pintura.
- As partes que não serão ser pintadas, vidros, plásticos, cabos e porcelanas,
deverão ser isolados com papel e fita. A preparação e aplicação das tintas
deverão ser feitas estritamente de acordo com o boletim técnico de cada uma,

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sendo a de acabamento, preferencialmente aplicada com pistola “air-less”.
Todos os procedimentos de aplicação de pintura deverão seguir a ITM / 571, e
a programação estabelecida pela Eletronorte.
- A aplicação da pintura deverá, obrigatoriamente, seguir as recomendações
contidas no boletim técnico de cada tinta, especialmente com relação ao
método de aplicação, diluição, mistura de componente, vida útil após a mistura
e intervalos de aplicação.
- As tintas deverão ser misturadas completamente, de preferência com
misturador mecânico;
- Não deve ser feita nenhuma aplicação de tinta em tempo de chuva, nevoeiro,
ou quando a umidade relativa do ar for ao valor determinado no boletim técnico
da tinta.
- A superfície a ser pintada deve estar no mínimo 3° C acima do ponto de
orvalho, temperatura na qual haverá condensação.
- Não deve ser aplicada tinta, em superfícies de aço com temperaturas superior
a 51° C, salvo se a tinta for especificamente formulada para aplicação à
temperatura proposta.
- Qualquer trabalho de pintura que tenha sido exposto à baixa temperatura,
excesso de umidade, chuva ou condensação, deve ser deixado secar. O
material das áreas danificadas da pintura deve ser removido, e essa parte da
superfície deve ser novamente preparada e repintada com o mesmo número de
camadas de tinta da mesma espécie que das áreas não danificadas.
- Nenhuma tinta deve ser submetida a secagem forçada sob condições que
venham a causar fendilhamento, enrugamento, poros, formação de bolhas, ou
outros defeitos.

5. Dicas sobre o preparo da superfície metálica


a. Lixamento manual: Deve ser feito com lixas à prova de água (que não se
desmancham quando molhadas). Os movimentos de lixamento devem ser
circulares, cobrir toda a superfície a ser limpa e a lixa trocada assim que se
perceber que foi desgastada na operação. As folhas de lixas são normalmente de
tamanho 27,5 cm por 22,5 cm e trazem impresso no verso o tipo de lixa e a grana
(o número que define a granulometria do abrasivo usado para fabricar a lixa). As

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lixas mais usadas na pintura industrial são as de número 40, 60, 80, 100, 120,
180, 220 e 400. As de número mais baixo, como as 40 e 60, são lixas grossas e
servem para arrancar ferrugem e remover carepas desde que o abrasivo seja de
carbureto de silício ou de óxido de alumínio. As de número mais altos, como 120
ou 180 servem para dar uma boa limpeza e produzem uma rugosidade ideal para
a aderência das tintas. Já as de número 180 ou 220 são usadas depois das 100
ou 120, para conseguir um acabamento perfeito, em que as marcas de lixa não
aparecem. As de número 400 servem para possibilitar a aderência entre as
demãos das tintas. Para um bom acabamento em aço lixado,deve ser seguida
uma seqüência ideal de uso de cada número de lixa. A grana seguinte não deve
exceder mais que 50% do grão usado anteriormente. Se você iniciou o trabalho
usando uma determinada grana, a próxima lixa deverá ter 50% a mais do que a
inicial, para que o grão mais fino possa minimizar os riscos deixados pelo grão
mais grosso.

b. Escovamento manual: Há no mercado escovas de madeira com cerdas de aço,


que são ferramentas rústicas que servem para retirar ferrugem e carepas soltas e
não proporcionam uma limpeza muito rigorosa. Atualmente as lixas e até escovas
têm sido substituídas em alguns casos pelas mantas não tecidas de fibras
sintéticas impregnadas com grãos abrasivos do tipo Scotch-brite. As letras A ou S
indicam o material abrasivo que compõe a manta. Assim, A significa Óxido de
alumínio e S significa Carbureto ou Carbeto de Silício. As mantas de cor vermelha
são de Óxido de alumínio e as de cor cinza são de Carbeto e Silício. A
granulometria destes abrasivos são: Grosso, Médio, Fino e Super fino. Este
material tem poder abrasivo, porém mais brando que as lixas tradicionais. São
resistentes aos solventes e a água e podem ser empregados em atividades onde
não se deseja poeira no ambiente. Dão um acabamento mais fino, não
apresentando as marca típicas de lixas. São mais duráveis do que as lixas.

c. Lixadeiras rotativas: Promovem uma limpeza de superfície razoável e


conseguem remover carepa, porém este processo, é antieconômico e inviável
porque o seu rendimento é muito baixo. No entanto, para a remoção de ferrugem
e tintas velhas e criar uma rugosidade razoável, a lixa pode ser empregada e

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deve ser mantida em um ângulo de 15º sobre a peça a ser trabalhada,
pressionando ligeiramente. Uma pressão excessiva provocará um rendimento
baixo, além de desgastar rapidamente o disco de lixa.

d. Pistola de agulhas: também chamada de agulheira ou desencrustador, é uma


ferramenta a ar comprimido que percute agulhas de (carbeto de tungstênio) por
meio de um martelete pneumático. Remove ferrugem, tintas velhas e até carepas,
mas tem baixa eficiência para grandes áreas. É usada principalmente em áreas
onde outros métodos são impraticáveis, como na limpeza de porcas e parafusos.

6. Segurança
a. Na execução do tratamento da superfície metálica, obrigatoriamente, deverão ser
utilizados os EPIs e EPCs. Não podemos nos esquecer do uso de máscaras,
para evitar a inalação da poeira que é produzida durante a preparação da
superfície, e dos solventes que entram na composição das tintas. Outro item que
deve ser lembrado é o uso de óculos e protetores da face, já que as cerdas
metálicas das escovas rotativas podem desprender-se e perfurar a pele e os
olhos.

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