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Caderno Principal Pesquisa nos últimos 7 dias 7 Mai 2008
Caderno P2
Professores recolhem 35 mil
assinaturas contra Estatuto da Carreira Docente Caderno Principal 07.05.2008, Natália Faria PRIMEIRA PÁGINA É a segunda vez que isso acontece em Portugal. Depois DESTAQUE de, há dois anos, os arquitectos terem obrigado a PORTUGAL Assembleia da República a proibir a assinatura de projectos por não ar- quitectos, é a vez de um grupo de professores do Norte avançar com uma iniciativa legislativa de cidadãos. O objectivo, neste caso, é discutir a revisão do Estatuto da Carreira Docente. A recolha das 35 mil assinaturas necessárias começou no início desta semana e, conforme adiantou ao PÚBLICO Mário David Soares, o pri- meiro subscritor desta petição popular, a ideia é que a discussão em sede parlamentar se faça "antes do final da actual legislatura". Entre as alterações que os professores reivindicam, destacam-se o fim da dupla carreira que divide os professores entre titulares e não titulares, a ava- liação do desempenho docente e a prova de ingresso para os jovens professores. "O estatuto imposto por este Governo, e que não foi assinado por nenhuma estrutura sindical, dividiu os docentes entre titulares e não titulares, o que, na prática, cria injustiças porque, como existem quotas e numa escola só um terço dos professores podem ser titulares, alguns professores, mesmo que tenham excelente na avaliação, nunca serão titulares", comentou Mário David Soares, justificando assim a primeira das propostas de alteração ao Decreto-Lei n.º 15/2007, de 19 de Janeiro. Quanto à avaliação do desempenho docente - que levou cerca de cem mil professores à manifestação do passado dia 8 de Março, em Lisboa -, os subscritores da iniciativa legislativa de cidadãos reiteram que estão a favor da avaliação do desempenho, mas contra "o modelo que é proposto pela ministra da Educação". Já na questão da obrigatoriedade das provas de ingresso para os jovens professores, a proposta é que seja eliminada. "Foi a forma que o Ministério da Educação inventou para criar um funil na entrada dos professores no mercado de trabalho", considerou Mário David Soares, para quem a licenciatura e os estágios pedagógico e profissional devem permanecer como requisitos de acesso à profissão. O grupo de professores que está a promover a iniciativa integra uma lista concorrente à coordenação do Sindicato dos Professores do Norte (SPN), cujas eleições estão marcadas para o dia 13 de Maio. Mas Mário David Soares, cabeça da lista que am- biciona derrotar o actual coordenador e recandidato ao cargo, Abel Macedo, garante que a petição popular vai avançar, independentemente do desfecho das eleições. "Isto não é ne- nhuma iniciativa de campanha", garantiu, mostrando-se esperançado que a Federação Nacional de Professores (Fenprof) "agarre" também a iniciativa. A primeira iniciativa legislativa de cidadãos foi apresentada em Maio de 2006, pela bastonária da Ordem dos Arquitectos, Helena Roseta, que conseguiu por esse meio revogar o Decreto-Lei n.º 73/73, que autorizava a assinatura de projectos de arquitectura por não arquitectos. A ministra da Educação é acusada de ter criado um "funil na entrada dos professores no mercado de trabalho"