Serviços para Assinantes Loja Login ******** OK Esqueceu-se da password? Registe-se
Caderno Principal Pesquisa nos últimos 7 dias 7 Mai 2008
Caderno P2
Plano da Matemática elogiado
por ter trazido formação, material e trabalho em equipa Caderno Principal 07.05.2008, Isabel Leiria PRIMEIRA PÁGINA Conferência internacional sobre os problemas DESTAQUE do ensino da disciplina começa hoje em Lisboa PORTUGAL
Ainda é cedo para se sentir o impacte do Plano de
Acção para a Matemática (PAM) nos resultados dos alunos. Mas, passados dois anos do lançamento do programa destinado a melhorar o ensino da disciplina, os professores ouvidos pelo PÚBLICO são unânimes em apontar o trabalho em equipa, sobretudo entre os docentes da disciplina, como a mudança mais visível e importante. "Os professores estão a fazer um esforço muito grande. Estão a reflectir mais sobre as suas práticas, o que vai conduzir a uma melhoria das aprendizagens", confia Cristina Tudela, da Secundária Frei Gonçalo de Azevedo, em Cascais. "O facto de se ter de definir um plano de acção obrigou a que as pessoas se sentassem e conversassem sobre o que teriam de fazer. Aí é que se sente a grande diferença", avalia Luís Barbosa, coordenador do Plano da Matemática na EB 2/3 de Terrugem, Sintra. Lançado há dois anos pelo Ministério da Educação, o PAM determinou a elaboração de planos de combate ao insucesso na Matemática em todas as escolas básicas de 2.º e 3.º ciclos, com a definição de metas e estratégias, a par de outras medidas em várias áreas. O ensino da disciplina é precisamente o tema de uma conferência internacional de dois dias, que se inicia hoje, em Lisboa. As soluções encontradas foram as mais diversas. No caso da escola da Terrugem, entendeu-se que seria importante aumentar a carga horária da disciplina, enquanto a área de Estudo Acompanhado para os alunos do 3.º ciclo passou a ser inteiramente dedicada à Matemática. "Em vez de quatro blocos [de 45 minutos] por semana, os alunos passaram a ter seis, o que nos permite trabalhar com os alunos outras abordagens", explica Luís Barbosa. No ca- so do 2.º ciclo, optou-se por, uma vez por semana, colocar o professor de Matemática a trabalhar com o de Língua Portuguesa na sala de aula. "Um dos problemas que detectámos na reflexão sobre os exames do 9.º ano foi a dificuldade dos alunos na compreensão das questões." A constituição dos pares pedagógicos foi, aliás, uma das soluções mais adoptadas pelas escolas. "As turmas são grandes, com 26, 28 alunos, e torna-se muito difícil chegar aos alunos com mais dificuldades, que acabam por desmotivar-se", explica Cristina Tudela. Foi por isso que, na Secundária Frei Gonçalo de Azevedo, se optou por ter dois professores de Matemática na sala de aula, uma vez por semana. O reforço de equipamento e materiais nas escolas possibilitado pelo PAM é outros dos benefícios unanimemente apontado. Rita Bastos, presidente da Associação de Professores de Matemática, acrescenta à lista de aspectos "muito positivos" o programa de formação contínua lançado e que já abrangeu 17 mil docentes do 1.º ciclo. Ao contrário das formações habituais, são os formadores que vão às salas de aulas e reflectem com os professores sobre as suas práticas. "A este nível, escolas e docentes têm criado uma dinamização que não existia e que vai dar frutos", afirma Rita Bastos que acredita que o PAM "veio dar condições aos professores para trabalhar de outra maneira, mais colaborativa." "Sentimos que os docentes estão receptivos à procura de novas formas de trabalho, estratégias e materiais", sintetiza Elvira Santos, da comissão de acompanhamento do PAM.