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Tecnologia da Construção de Edifícios

4º Ano - 1º Semestre

Colóquio 1

Construção metálica e mista

Trabalho realizado por:

Ana Barata – 58828

André Graça – 58761

David Gama – 49133

João Marques – 58722

Turma 6ºf 12.30h – Grupo 6

Novembro 2009
O colóquio realizado no dia 3 de Novembro abordou a construção metálica e mista. Este centrou-se na apresentação
do processo de fabrico dos perfis, soluções e técnicas construtivas, e vantagens e desvantagens da sua utilização,
concretizando com exemplos.
Portugal é um país onde tradicionalmente a construção em betão é predominante. No entanto, sensibilizou-se que
existe um nicho de mercado onde as estruturas metálicas e mistas se consideram competitivas. Este cobre as estruturas de
grande vão, construção em altura e construção com condicionantes em termos de serviços especiais (AVAC, esgotos, água).
A competitividade advém de um conjunto de vantagens gerais, em relação ao betão, tais como: flexibilidade na produção e
alteração de elementos estruturais, rapidez de construção, possibilidade de montagem em condições atmosféricas adversas,
leveza e pouca alocação de terreno para estaleiro.
Inicialmente efectuou-se uma pequena introdução ao processo de fabrico dos perfis metálicos, focada na produção
por laminagem a quente recorrendo a fornos eléctricos, o que se revela uma vantagem ambiental. Actualmente, com vista à
optimização da resistência dos perfis, são submetidos a processos de arrefecimento selectivo de modo a reduzir as tensões
residuais.
Podem classificar-se os perfis metálicos em maciços e alveolares. Incluem-se nos primeiros, os correntes – IPE,
HEA -, os assimétricos, com chapas soldadas no banzo inferior que facilitam a colocação de pavimentos, e os HISTAR, com
massas substancialmente superiores para utilização em arranha-céus. Quanto aos segundos, permitem a passagem de
tubagens pelos elementos estruturais, sem diminuição da sua resistência. Esta variedade permite que sejam utilizados como
elementos arquitectónicos à vista, e.g. vigas alveolares calandradas.
Quanto às soluções construtivas mistas referiram-se as lajes mistas e as vigas mistas. As primeiras consistem na
associação de um perfil metálico sob uma chapa colaborante nervurada de 1 mm espessura, acima da qual é aplicada uma
camada de betão, com uma armadura de distribuição que evita a sua retracção. A nervuração permite a optimização da
lâmina de compressão, que varia entre 12 e 20 cm. Esta solução apresenta vantagens, como a leveza dos elementos, o que
permite a colocação rápida em obra, e a capacidade autoportante, que dispensa escoramentos para vãos até 3m. No entanto,
salientou-se o especial cuidado a ter na correcta aplicação em obra, pois uma incorrecta montagem aumenta o volume de
betão utilizado e a inoperância da solução. Um exemplo da sua aplicação, foi a construção de um hotel na Quinta da
Marinha, onde o objectivo se centrou na verificação dos regulamentos de segurança, com uma construção rápida, tendo em
vista o rápido retorno do capital investido. Relativamente às vigas mistas, são constituídas por perfis metálicos, associados a
conectores para a ligação com o betão no banzo superior. Esta solução permite, por exemplo, a utilização de perfis HEA 200
mais betão, em vez do HEA 400 isolado, obtendo o mesmo comportamento estrutural.
Sendo um ponto crítico nas estruturas metálicas e mistas, dedicou-se algum tempo às ligações entre peças. A
associação da laje betão à estrutura metálica é efectuada através de conectores, podendo estes ser soldados ou pregados. Os
primeiros consistem na colocação de pernos onde se acopla uma cabeça cerâmica (criação de um ambiente protegido),
seguida de uma descarga eléctrica que funde a cabeça do conector à base metálica. Por esta complexidade de execução,
maioritariamente, são executados em fábrica, onde o processo é controlado e se efectuam raios x a atestar a qualidade da
soldadura. Em obra, desvantagens a este processo, enumeram-se a possibilidade de existência de humidades ou impurezas
que impedem a completa soldadura e a exigência do processo de equipamento especializado, mão-de-obra atestada,
realização de ensaios de dobragem e necessidade de decapagem das pinturas de protecção. Por outro lado, os conectores
pregados são de execução mais simples. Consistem na fixação mecânica de unhas metálicas através de pistolas portáteis.
Assim, relativamente aos soldados, estes têm como vantagem a rapidez e facilidade de execução em obra, a insensibilidade
relativamente à camada de protecção existente e ao meio ambiente húmido, e a não emissão de gases, sempre nocivos à
saúde dos operários.
As ligações entre perfis são efectuadas através de soldaduras ou aparafusamento. De notar que a soldadura deve ser
realizada por trabalhadores especializados, seguindo um processo regulamentar, consoante o tipo de peças a ligar, e que
consiste na enumeração de procedimentos e no controlo de qualidade. Assegura-se deste modo, a competência das
soldaduras. Por ser um procedimento manual lento, existem processos de soldadura automática, que melhoram a eficiência
do processo. Referiu-se a técnica de arco submerso, que consiste na deposição de um granulado entre os perfis chanfrados,
que serve de material de base e isola a superfície, possibilitando a execução de um cordão de soldadura 4 a 5 vezes superior a
um cordão ordinário, a uma velocidade muito superior. Relativamente à ligação aço-betão, pode ser obtida utilizando
chumbadouros na peça de betão e chapas de base nos perfis que permitem ligar os elementos metálicos ao betão por
parafusos. Deu-se a entender a necessidade de preencher a ligação com grout a fim de distribuir tensões e aliviar o esforço no
aparafusamento.
Por último, destacou-se a necessidade da existência de sistemas de protecção dos perfis à corrosão e ao fogo a que
as peças metálicas são especialmente sensíveis. Relativamente à corrosão, baseiam-se em barreiras mecânicas. Foi, portanto,
focada a atenção a ter na preparação da superfície, através de decapagem, e correcto planeamento entre fases, através
definição dos tempos de secagem mínimos, recobrimentos máximos e cuidado com o ponto de orvalho para evitar uma
camada de humidade na superfície a pintar. De notar, a necessidade de inspecção para verificação de deficiências. A
protecção ao fogo faz-se de forma passiva, constituindo-se como protecções deste tipo, sobredimensionamento dos perfis,
por redução da relação entre área exposta / massa do perfil (massividade), protecções através de placas para forrar os perfis,
argamassas com fibras (em zonas não acessíveis), armaduras no interior das nervuras em lajes mistas, enchimento dos banzos
ou almas com materiais compósitos e utilização de perfis tubulares com funções estruturais, com circulação de água para o
seu arrefecimento.
Por todos os aspectos referidos nos parágrafos anteriores, conclui-se que este tipo de construção apresenta aspectos
específicos a ter em conta, tais como, a necessidade de bons sistemas de contraventamento, devido à esbelteza das peças,
elevado detalhe nas ligações (não só através da boa modelação destas em programas de cálculo, como também na sua
execução) e a necessidade de ser promovido um manuseamento cuidado das peças, por forma a não danificar as protecções.
Porém os ganhos, nomeadamente em termos de leveza, valorizam em grande parte este tipo de construção quando existe a
necessidade de construção de grandes vãos, melhoramento do comportamento sísmico ou a necessidade de reduzir as cargas
transmitidas ao terreno em solos com baixa resistência.

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