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1.

Ela tomou a mão daquele que é seu mundo


Em um mundo perdido E despertou o nobre.
Há um castelo dourado
Onde vive o príncipe adormecido, Ele pareceu admirado
Príncipe encantado. E deu-lhe um beijo, deslumbrado.
A menina sorriu exultante
Encantado por bruxa apaixonada, E abraçou seu amante.
Condenado ao descanso eterno,
O príncipe espera sua verdadeira amada Casados agora eles estão.
Para o seu despertar num inverno. Felizes para sempre viverão,
O príncipe e a princesa,
Esquecido do mundo, Na costa francesa.
O príncipe sonha,
Esperando, esperando 2.
Sua donzela risonha. Não te amo além do Sol,
Não te amo além das estrelas,
“Tal donzela jamais existiu, Não te amo além do mar,
Donzela jamais existirá, Porque meu amor não é infinito.
O príncipe está sozinho, Mas esse amor cabe numa caixinha,
Sozinho perecerá.” Bem escondida, dentro de nós perdida,
Chamada coração.
Assim diz a bruxa má. E para mim, a caixinha é o infinito.
Contente com seu feitiço, E esse infinito é o que me basta.
Ela vigia o príncipe de cá e de lá,
Para garantir que não haja reboliço. 3.
Sorriem os lírios no campo
Um dia, porém a mágica acabou Flutuam no ar as borboletas
E a bruxa expirou. Brincam as brisas na água
Mas seu feitiço ficou, Perfumam-se os horizontes
Provando o amor que não passou. Cantam as árvores
Saem as fadas e ninfas
Sem bruxa na vigia, A natureza dança na fantasia.
Apareceu para todos o castelo dourado Consegue sentir a magia?
Do príncipe encantado.
Foi grande a euforia. 4.
Dança a princesa num vasto salão
Virgem dos lábios de flor Observa-a um feiticeiro condão.
Decidiu no castelo entrar A princesa flutua,
Para seus mistérios desvendar, Diáfana como a lua.
Para ver seu esplendor. Seu coração, descobre o mago,
Foi por um rei roubado.
Com sua mãozinha, A princesa já pertence a outrem.
Abriu a porta, O feiticeiro sofre infinitamente e além.
A donzela tão boazinha, Quebram-se as esperanças de seu ser,
Que aguardava absorta. Sente-se perecer.
Com um encanto transforma-se em rosa
O príncipe a menina descobriu. Flor fogosa, símbolo do amor sonhado
O amor floresceu num segundo, Nunca realizado.
5. Ah, Deus, estou tão só!
Desenham-se nas nuvens desenhos mil
A água cai do céu em fio 9.
Sozinho em casa Somos tantos nesta Terra
Assisto ao turbilhão Não conheço todos nem conhecerei.
Sonho, Não preciso encontrá-los, não precisarei.
Seguro o mundo na mão. Só busco uma pessoa,
Aquele que vai fazer minha vida boa.

6. 10.
Sorriem os anjos Meu mundo é escuro e triste
Mergulha-se em luz Vive em mim um poeta
Vivem-se dias felizes Que não sabe que existe
Na Arcádia do tempo. Triste, humano, dedo em riste
Pastores nos campos, Chora, poeta
Suas musas nos céus. Canta a canção
Banha-se de verde, Nas cordas desse pobre coração.
Respira-se aromas de flores
De milhares de cores. 11.
É hora de liberdade Não vejo as flores
Nas Minas. Nem suas cores,
Marília, Dirceu, Passam por mim os jovens,
Almas etéreas num amor profundo, Os anos correm.
Destino triste, Sinto o envelhecer
Distância que separa e mata. Sou novo, quero viver!
Agora, só lembrança
No tempo e no vento, 12.
Na Arcádia, Juro que deu vontade de pular
Pastores mortos, Daquele último andar.
Poesias restos, Queria poder voar
Saudade da alegria, Para saltar sem machucar.
Do “aproveite o dia”. Olhando lá de cima
O mundo é pequeno
7. Sobre mim só tinha o céu.
Mãos dadas Não quero morrer,
Na ciranda da vida Não quis pular,
Percorrem-se caminhos Quero voar.
De rosas
De espinhos. 13.
É tão estranho ser eu!
8. Vivo sem rumo,
Lágrimas secas de um amor passado, Tampado por véu,
Algo que não pode ser recuperado. Caminho ao léu.
Sonhos quebrados Não roubo, não fumo,
Permanentemente guardados Sofro,
Nos meandros do coração Sofrimento humano e puro.
Marcas já curadas repousam na pele sem
dó.
14. 16.
Coração pulsando, Poesia é momento,
Mão no coração. Uma coisa que brota de dentro
Coração pulando, Do ferido coração
Segura coração! E que nunca recebe um não.
Sangue circulando, Poesia é a essência de nós,
Hemácias correndo. Pura, vinda da foz.
Calor,
Coração saindo pela boca.
Mãos suando, 17.
Ouvidos atentos, Era noite. Brilhavam as estrelas no céu.
Pernas tremendo. Era Natal. Jesus nasceu.
Coração acelerado, Mais do que sagrado
Pensamentos em desordem. Por nós sacrificado.
Surgiu um rosto na esquina, Jesus,
O corpo reage aliviado. Filho da graça e da luz.
Ele sorri e pega a minha mão, Recebe presentes
Beija a minha boca. E de nós não descontente.
Adrenalina! Somos crianças
Calma, coração! Não perca ainda as esperanças.
Ele está aqui!
A felicidade chegou! 18.
Pula, pula, coração! Vejo aquela menina
Corre nas veias minhas a paixão! De olhos e voz tão cristalina
Esperando não se sabe o quê.
15. O que ela deve querer?
Dói quando respiro, Mão no peito
Dói quando ando, Destino ainda não feito.
Dói quando como. Menina, é brinquedo?
Já não é assim tão cedo!
Dói quando bebo, Doce?
Dói quando suspiro, Quisera que assim fosse!
Dói quando choro. Que deseja?
Não vou entregar de bandeja!
Coração parece quebrado, Menina, me conta!
Sempre batendo descompassado, Ora, que afronta!
Rápido, rápido, rápido. Reconheço o seu pesar
Se não quer falar,
Lágrimas sempre preparadas, Sua sina vou revelar.
Vida sempre triste, Ora, pois que seja!
Medo de lembrar o passado. É, menina, é amor que almeja?

De que mal tenho sofrido?


De amor não correspondido.
19. 23.
Escorre o rio pela montanha Perambulava pela noite fria
Vai calmo, sem sanha. Não sabia o que queria.
O dia está bonito Passavam junto a mim namorados
A curva da água fito. E rostos pela vida detonados.
Nuvens passam pelo céu Tristeza me envolvia
E eu andando ao léu. No fim daquele dia.
Confiro a água Até que encontrei numa criança um sorriso
Molho a ponta da anágua. Tão lindo, tão liso.
O rio passa Decidi parar de caminhar
Tão sem graça Acabar com o maldito esperar
Pela montanha E viver o presente
Que é estranha. Até tudo mais estiver ausente.
Encosto a mão no molhado
Secando a lágrima no rosto cansado.
24.
Amor,
20. Afaste-se de mim.
Observo a rosa pálida Não quero que seja assim.
Caída na estrada Chega de sentimento só de um lado
Há muito saída do ninho Cansei de sofrer isolado.
Manuseio-a: ai! Ainda está cheia de Não vale à pena amar sem ser amado.
espinho! Dói demais!
Não quero isso nunca mais.
Amor que rasga e machuca,
21. Que nunca percebe sua culpa
Dance comigo o balé da vida E nunca chega ao ser adorado
Que tanto nos é sofrida. Não merece no quarto do coração ter
Flutuemos pelo salão morado.
Se dolorosa ela é, o que se busca então?
Um amor verdadeiro?
Um momento fagueiro? 25.
Não há resposta. Estou aqui parado
Estamos presos na mesma aposta. Da dor cansado.
Só não se esqueça de continuar Meus pés estão feridos
Ainda temos muito, muito para bailar. Meus sonhos destruídos.
Seguir em frente?
Nem me tente!
22. Cansei.
O coração estava escuro Do amor que perdi,
Cercado por um muro. Da alma que sumi.
Respirava pausado, O que me resta?
Sem desejo acumulado. Não há mais festa.
Batia por bater,
Corria o risco de em si mesmo se perder.
26. 31.
As estrelas brilham lá no alto Coração está pesado
Sinto que com meu coração falto. Por mil facas trespassado,
Ele insiste, resiste no mesmo sentimento Respira profundo.
Eu quero me ver livre desse tormento. Parece um moribundo.
Já não vale lutar.
Ao coitado do coração esqueceram de isso 32.
avisar. O Amor é rosa dourada
Por todos nós ansiada.
Mas é tão difícil fazê-la brotar
27. Casimiro de Abreu A valsa Que muita gente deixa de tentar.
Só muito tempo e paciência
Eu a vi dançando distante Junto de compreensão e benevolência
Era lindo seu semblante, Fazem a planta crescer.
Entre nós, uma falange. Intolerância e pressa a fazem perecer.
Eu, pobre miserável, Ah, e cuidado! Preste atenção:
Almejo o inalcançável. A rosa só nasce no humano coração.

28. 33.
A neve cai pesada e lenta As pessoas estão sempre representando,
Enxergo teus olhos cor de menta. De um baile de máscaras permanentemente
Rios congelados participando.
Acompanham teus cabelos prateados. Seus corpos, envoltórios,
Ventos cortantes Suas aparências alvos de falatórios.
Contrastam sua voz calmante. Cabe a você escolher:
Paisagem escura e fria Dançar ou se recolher?
Saber mais de ti eu queria.

34.
29. O baile, o magnífico valsar
Crescem os cravos no jardim Nem sempre belo pode se mostrar.
Vive a natureza grande festim. É soberbo e vivo para os que dançam
Abrem-se pétalas, E quanto àqueles que dele se cansam?
Cantam pássaros.
É primavera!
Eis a vida que prospera! 35.
Ouço as ondas do suave mar
Ao redor dele caminhar.
30. Brinca na areia sua espuma
Praias de areias brancas Caminha a brisa até que suma.
Ondas do mar tão francas Algas em seu interior.
Céu tão azul Sua grandeza e esplendor
Onde se vê o Cruzeiro do Sul. Só sou capaz de realçar.
Brisas quentes Que o Senhor proteja este poderoso mar.
Chuvas freqüentes.
Vida que se revigora
É essa a hora.
36. 40.
Música é um segredo Sonho não é papel
Guardado na ponta do dedo Ainda assim, pode ser rasgado como tal.
Ou escondido no pulmão. Mas com esse azul do céu
Sua chave mesmo é no coração E calma natural
Da gente Parar de sonhar?
Que vibra, que sente Simplesmente não dá.
Que entende ou não.

41.
37. Cordas sonoras de um violão ao luar,
Eu o vi num sonho A luz penetra clara pela janela
Era lindo e risonho O ar traz o perfume das damas da noite
Pura ilusão, Flutua a calma das estrelas no céu,
O príncipe do meu coração. Respira a paz, como num sonho.

38.
Suave princesa, 42.
Tão branca como a neve, Caminhos que se cruzam
Venha, pegue De distantes lugares vêm
Esta vermelha maçã Alguns são largos, sem flores
Com sua mãozinha louçã. Outros íngremes, vivo verde têm.
Coma este gentil presente,
Não se importe com o anão ausente. Caminhos cruzados,
Mastigue bem, De diferentes destinos vindos,
Adormeça também. Vidas que se encontram e vão,
Sim! Sim, Vossa Alteza, Vidas que deixam marcas, no tempo e no
Durma até que de você o mundo esqueça! chão.

39.
Quebraram minhas frágeis asas
Com suas frias palavras.
Meus sonhos foram apagados
Para não mais serem lembrados.
Agora caminho ao vento
Triste, sem alento.
O que será de mim?
O que me espera no fim?
Será que vale à pena?
Minha alma ainda é pequena.

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