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55. A IMAGINAÇÃO
– Necessidade da mortificação para ter vida sobrenatural.
– Mortificação da imaginação.
Nicodemos interroga o Senhor sobre a sua missão, talvez ainda sem saber
ao certo se está diante de mais um profeta ou do próprio Messias: Sabemos –
diz ele – que és um mestre vindo da parte de Deus, pois ninguém pode fazer
os prodígios que fazes se Deus não estiver com ele. E o Senhor responde-lhe
de uma maneira inesperada; Nicodemos pergunta-lhe pela sua missão e Jesus
revela-lhe uma verdade assombrosa: É preciso nascer de novo. Trata-se de um
nascimento espiritual pela água e pelo Espírito Santo: é um mundo
inteiramente novo que se abre ante os olhos de Nicodemos.
A imaginação é, sem dúvida, uma faculdade muito útil, porque a alma, que
está unida ao corpo, não pode pensar sem imagens. O Senhor falava às
pessoas por meio de parábolas, servindo-se de imagens para transmitir-lhes as
verdades mais profundas; acabamos de ver que foi esse o caminho que seguiu
na conversa com Nicodemos. Neste sentido, a imaginação pode ser de grande
utilidade para a vida interior, pois ajuda a contemplar a vida do Senhor, os
mistérios do Rosário... “Mas, para que seja proveitosa e útil, deve ser
governada pela recta razão esclarecida pela fé. Caso contrário, pode converter-
se, como já foi chamada, na louca da casa; afasta-nos da consideração das
coisas divinas e arrasta-nos para as coisas vãs, insubstanciais, fantásticas e
mesmo proibidas. No melhor dos casos, leva-nos para o mundo dos sonhos, de
onde brota o sentimentalismo tão oposto à verdadeira piedade”3.
“Se alguma vez não nos sentirmos com forças para seguir as pegadas de
Jesus Cristo, troquemos palavras amigas com aqueles que o conheceram de
perto, enquanto permaneceu nesta nossa terra. Com Maria, em primeiro lugar,
que foi quem o trouxe até nós. Com os Apóstolos. Alguns gentios chegaram-se
a Filipe, que era natural de Betsaida da Galileia, e fizeram-lhe este pedido:
Desejamos ver Jesus. Filipe foi e disse-o a André; e André e Filipe disseram-no
a Jesus (Ioh XII, 20-22). Não é verdade que isto nos anima? Aqueles
estrangeiros não se atrevem a apresentar-se ao Mestre, e procuram um bom
intercessor [...].
(1) Jo 3, 1-8; (2) Ef 5, 22; (3) R. Garrigou-Lagrange, Las tres edades de la vida interior,
Palabra, Madrid, 1975, vol. I, pág. 398; (4) ib., pág. 399; (5) São Josemaría Escrivá, Caminho,
n. 13; (6) cfr. São Josemaría Escrivá, Sulco, n. 135; (7) S. Canals, Reflexões Espirituais, pág.
65; (8) Cura d’Ars, Sermão sobre o juízo temerário; (9) São Josemaría Escrivá, Amigos de
Deus, n. 216; (10) ib., n. 252-253; (11) Lc 2, 19.