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mais ou menos detalhes, sinto que o que no deixei de viver, com vocs, foi
justamente a capacidade de sentir intensamente, em funo da histria que
vocs criaram e da qual ns pudemos participar de um pedao.
Assim, sinto que o convite de vocs e esses quatro anos deixaram aqui a
percepo do que essencialmente trabalhar com comunicao. Penso que
uma busca permanente pela no-anestesia, ou, dizendo de outra maneira,
uma busca por sempre se implicar e se contagiar naquilo em que se
trabalha.
Dito isso, desejo a vocs que no se anestesiem porque a vida parece
sempre igual, porque essa, sim, a anestesia que teimamos em acreditar.
Que vocs consigam sempre provocar palavras a mais; que no se
acomodem no calor frio das conversas repetitivas; dos olhares vazios de
quem teima em no ver mais nada. Desejo que consigam despertar a
sensibilidade quando as histrias parecerem cansadas de si mesmas, porque
esto j se anestesiando em anncios desbotados de fora, em imagens de
telejornais que apenas esperam a hora de sair do ar, em projetos de
comunicao que se esgotam por si s.
Desejo, enfim, que a vida se d por inteiro para vocs, porque vocs
aprenderam a ser s sentimento. Desejo que saibam contar histrias porque
sabem tambm viv-las, desejo que as descobertas sobre o mundo sejam
descobertas de si mesmos, porque s quando nos desnudamos para o
mundo que ele realmente se revela para ns.
Enfan, isso.