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TEXTO-BÍBLICO: I SM.

12: 20-22
Este texto é o encerramento do discurso de Moisés na posse do rei Saul. Diante de toda a multidão dos
filhos de Israel que pediram um rei, Moisés faz uma abordagem muito equilibrada de toda a situação atual. Ele
não apresenta elogios à pessoa de Saul e nem faz homenagens para celebrar aquele momento. Afinal, agora
Samuel estava retirando-se da posição de liderança máxima em Israel e passando o bastão adiante. Mas
Samuel (e nem Deus) não viu com bons olhos esta decisão do povo. Definitivamente, o profeta não foi
dominado pela emoção para fazer um discurso agradável.
Ao estudar este texto, fiquei com a ligeira impressão de que Samuel tenha feito um curso de Auto-
Confrontação. Ao ler estes versículos e observando todo o contexto da passagem bíblica, não pude deixar de
perceber alguns aspectos essenciais que devemos abordar quando aconselhamos alguma pessoa ou
ajudamos alguém a lidar com os problemas de modo bíblico.
PARA TRATAR PROBLEMAS DE MODO BÍBLICO NÃO DEVEMOS IGNORAR ALGUMAS ABORDAGENS
ESSENCIAIS
1) A GRAVIDADE DO PECADO DO HOMEM NÃO DEVE SER IGNORADA (vs. 20)
O pecado do povo de Israel não era um mal menor – algo banal e sem implicações. De forma
nenhuma! O pecado de inveja das outras nações misturado ao pecado de orgulho (ostentar a figura de um rei)
foi apenas a ponta do iceberg de toda a história. Na verdade, eles estavam querendo destronar o Senhor da
vida deles, indiretamente (I Sm. 8:7).
Samuel não buscou aliviar a culpa do povo ou tratar o pecado como um deslize sem maiores prejuízos.
O pecado deve ser visto como grave afronta a Deus e nós não temos o direito de amenizar sua gravidade. As
técnicas modernas de aconselhamento buscam suavizar a culpa e tratar o pecador como vítima de
circunstâncias alheias ao seu controle. Mas a ênfase bíblica está no confronto – como Natã agiu ao denunciar
o grave mal cometido pelo rei Davi (II Sm. 12:7).
“Todo pecado se não for adequadamente tratado e abandonado é como uma bomba de efeito retardado.” Por isso
que o crente deve sempre identificar, confessar e abandonar pecados que se escondem no coração.
2) A NECESSIDADE DE MUDANÇA DO HOMEM NÃO DEVE SER IGNORADA (vs. 20)
O homem precisa mudar biblicamente seguindo os princípios de sabedoria revelados nas Escrituras. A
exortação de Samuel se resume em dois verbos (seguir e servir ao Senhor), mas traz mudanças permanentes
se for atendida. Esta mudança tem um qualificador: deve ser de todo o coração, ou seja, sem reservas. A
mudança bíblica deve transformar o homem em sua inteireza, gradualmente, como a luz da aurora que vai
brilhando mais e mais até ser dia perfeito (Pv. 4:18).
Qualquer mudança só será efetiva quando houver o despojar e o respectivo revestir. Somos exortados
a abandonar as obras da carne e produzir os frutos do Espírito (Gl. 5:19-22), para que possamos avançar e
desenvolver a nossa salvação. E quando nos dispomos a seguir e a servir ao Senhor de todo coração, com
certeza muitas mudanças serão bem visíveis em nós.
3) A FUTILIDADE DO CAMINHO DO HOMEM NÃO DEVE SER IGNORADA (vs. 21)
Neste versículo, Samuel lembra ao povo que desviar para seguir coisas sem valor não traria resultados
satisfatórios. A verdade é que o caminho do homem sempre é oposto ao caminho de Deus (Is. 55:8).
O caminho do homem é vazio e sem sentido porque se baseia no entendimento errado sobre a vontade
do Senhor. O caminho do homem traz prejuízos ainda maiores (Pv. 14:12), porque ignora o método de Deus
para a resolução eficaz dos problemas. As filosofias, os livros de auto-ajuda, os métodos de
autoconhecimento, as terapias psíquicas, são os meios modernos mais utilizados para resolver problemas do
homem. Mas o fato é que não resolvem. Alguns funcionam como paliativo, mas logo passa o efeito e mais
dificuldades aparecem. O mercado da psicologia cresce exponencialmente a cada ano porque o homem ainda
não está convicto sobre a futilidade dos caminhos humanos.
O caminho de Deus para resolver e tratar problemas passa pela negação do “eu”. Foi esta a mensagem
que Cristo transmitiu aos discípulos (Lc. 9:23) e a exortação do apóstolo Paulo (Gl.5:24). Este caminho não é
agradável à primeira vista e por isso é muito negligenciado por muitos crentes, que preferem crer em coisas
fúteis e banais a depositar total confiança na Palavra de Deus.
4) A CONFIABILIDADE DAS PROMESSAS DE DEUS NÃO DEVE SER IGNORADA (vs. 22)
Se estivermos vivendo de acordo com a Palavra de Deus, temos a promessa de que Deus agirá em
nosso benefício em meio às provações. Ele nos oferece gratuitamente vários recursos para que possamos
honrá-Lo com o nosso viver. Então, podemos confiar na promessa de Deus de que Ele nunca nos
desamparará por amor do Seu Nome. As promessas de Deus são totalmente confiáveis (II Co. 1:20).
As muitas promessas de Deus e os recursos que Ele nos disponibiliza servem para nos dar esperança
bíblica. Esta esperança é uma profunda convicção a respeito da bondade do nosso Deus que se importa
conosco em cada situação. Esta esperança se reverte em paz e contentamento ao longo do processo de
mudança efetiva e real em nosso viver, pois a Bíblia nos garante que “aquele que começou uma boa obra em
nós, é fiel para completá-la” (Fl. 1:6).

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