Professional Documents
Culture Documents
Famílias lógicas
1.1. Introdução
Baseado nos diálogos de Sócrates e Platão, Aristóteles observou que existe uma lei que deve reger
a linguagem em uma estrutura lógica para que, independente do conteúdo, esta linguagem leve a verdade.
Chegando a primissa de que se A=B e B=C forem verdadeiras, a conclusão de que A=C será
necessariamente correta.
No século XIX, George Boole sistematizou esta teoria de forma algébrica que ganhou o nome de
álgebra booleana.
A álgebra booleana classifica as informações em dois tipos: Verdadeiras – a qual se atribui o símbolo
matemático “1” e falsas – a quais se atribuem o símbolo “0”. A álgebra booleana tem por base três
operações: E, OU e NÃO ou em inglês AND, OR e NOT.
Essas operações são também chamadas de PORTAS. Uma porta é um circuito digital com uma ou
mais tensões de entradas e somente uma tensão de saída. Através da combinação dessas portas
podemos construir circuitos que desempenham funções aritméticas com uma estrutura lógica, por esse
motivo Malvino (autor de livro de digital) afirma que as portas são freqüentemente chamadas de
CIRCUITOS LÓGICOS.
Usando técnicas avançadas de fotografia, pode-se produzir circuitos em miniatura sobre a superfície
de um material semicondutor chamado pastilha. Um circuito como esse é chamado de CIRCUITO
INTEGRADO, pois componentes como transistores, resistores e diodos, são partes integrantes da
pastilha.
Uma família digital é um grupo de dispositivos compatíveis com os mesmos níveis lógicos e tensões
de alimentação, por isso você pode conectar diretamente a saída de um dispositivo na entrada de outro se
ambos forem da mesma família digital. Para conectar dispositivos de famílias diferentes, geralmente há a
necessidade de uma interface entre ambas.
As famílias lógicas podem ser classificadas como:
RTL - lógica resistor-transistor (obsoleta)
DTL - Lógica diodo-transistor (obsoleta)
DCTL - Lógica transistor acoplamento direto
TTL - Lógica transistor-transistor (mais popular)
ECL - Lógica emissor-acoplado
MOS – Semicondutor Oxido de Metal:
PMOS - Lógica MOSFETs de canal-p (obsoleta)
NMOS - Lógica MOSFETs de canal-n
Figura 1: CMOS - Lógica MOSFETs complementares (mais popular)
1.2. Características dos circuitos lógicos
1.2.6. FAN-OUT
A saída de um circuito lógico é projetado para alimentar varias entradas de outros circuitos lógicos,
também chamado de fator carga(ou fator carregamento) é definido como a quantidade máxima de
entradas de circuitos lógicos padronizados que uma saída pode alimentar de maneira confiável, ou seja,
uma porta lógica de fan-out 20 pode alimentar até 20 entradas lógicas padrão.
Para medir a quantidade de saídas que um circuito lógico pode alimentar é preciso conhecer a
corrente de saída correspondente ao nível lógico baixo(IOL) e ao nível lógico alto(IOH) e as necessidades
de corrente de cada entrada IIL(nível lógico baixo) e IIH(nível lógico alto) informações essas, por padrão,
presentes nas especificações de fabrica. Assim se o fan-out para nível alto divergir do valor do fan-out
para nível alto devemos escolher o menor desses dois.
fan-out(BAIXO) = I0L(max)
IIL(max)
fan-out(ALTO) = I0H(max)
IIH(max)
2. Famílias TTL
2.1. Introdução:
A família TTL é derivada da antiga família DTL, sendo o resultado de uma série de inovações
tecnológicas. Uma delas é a utilização nos seus circuitos internos de transistores bipolares de vários
emissores, também conhecidos como multiemissores. Trata-se de uma família pioneira, tradicional e muito
utilizada ao longo dos anos, devido principalmente ao seu fácil manuseio, e à colocação no mercado de
uma série de circuitos integrados comerciais e padronizados.
Apresenta varias subfamílias: 74L, 74F, 74H, 74S, 74LS, 74AS, 74ALS, etc. Cada uma é adequada
a um tipo de aplicação.
Originalmente, os circuitos integrados foram destinados para uso militar onde tamanho, consumo e
potencia e confiabilidade era preponderante. somente em 1964, surgiu a versão comercial de custo
inferior.apresentando assim duas séries:
74XX – série comercial, Temperatura: 0 a 70ºC , Alimentação: 4,75 a 5,25V
54XX – série militar ou profissional (devido sua margem de variação nas especificações de
temperatura e Alimentação), Temperatura: -55 a 125ºC, Alimentação: 4,5 a 5,5V
Geralmente é observado nos CI’s com tecnologia TTL um código como este
2.2.3. Fan-out
Na família TTL, de um modo geral o fan-out é igual a 10, ou seja, podemos ligar à saída deste
bloco um numero máximo de 10 blocos similares.
2.2.4. Atraso de propagação
Tempo de atraso de propagação: Este parâmetro varia conforme a versão utilizada, sendo o valor
médio aproximado da ordem de 10ns na versão mais comum. A tabela 1.1 apresenta os tempos de
atrasos típicos de subida tplh (Low to High), e de descida tphl (High to low), para esta versão.
VANTAGENS DESVANTAGENS
*eliminação de resistores de entrada; *Tamanho;
*eliminação de rede de diodos; *Custo;
*maior velocidade de comutação; *Baixa impedância de entrada.
*maior imunidade a ruídos;
*fácil manuseio.
2.2.7. Variações
Além da TTL-Padrão, foram desenvolvidas várias outras séries TTL depois do aparecimento da série
74-padrão, fornecendo uma ampla variedade de escolha dos parâmetros de velocidade e potência
consumida. Dentre essas séries destacam-se:
Serie TTL 74L de Baixa Potência - Os circuitos destas séries são essencialmente os mesmos da
série padrão TTL 74-padrão, exceto pelo fato de seus resistores serem todos de valor maior. Esta A série
74L tornou-se obsoleta com o desenvolvimento das séries 74LS, 74ALS e CMOS, que oferecem baixo
consumo de potência, operando a velocidades bem mais altas que as dos dispositivos 74L.
Série TTL 74H de Alta Velocidade - A série 74H é uma série que apresenta dispositivos que
funcionam a velocidades altas. Os circuitos dos dispositivos desta série são essencialmente os mesmos
que os da série 74-padrão, exceto pelo fato de utilizarem resistores de valor menor, e de substituírem o
transistor seguidor de emissor Q3, por um par Darlington. Tais diferenças resultam em dispositivos com
velocidade de comutação muito mais alta, apresentando, em conseqüência, retardos de propagação da
ordem de 6ns, e uma dissipação para uma porta NAND de 23mW.
Série TTL 74S Schottky - As séries 74, 74H e 74L usam transistores que, quando estão
conduzindo, operam na região de saturação. Esta forma de operação introduz um retardo de
armazenamento sempre que o transistor comutar a situação de condução para a de corte, limitando,
portanto, a velocidade de comutação do circuito. Esta série 74S reduz o retardo de armazenamento, não
permitindo que o transistor sature completamente. Isto é implementado com o uso de um diodo Schottky ,
conectado entre a base e o coletor de cada transistor.
Série 74LS Schottky de Baixa Potência (LS-TTL) - A série 74LS é uma versão da 74S, que
apresenta CIs com consumo de potência mais baixo e com velocidade também mais baixa. Ela usa o
transistor Schottky grampeado (clamped), com resistores de valor superior aos utilizados na série 74S.
Série TTL 74AS Schottky Avançada (AS-TTL) - A série Schottky Avançada (74AS) tem um
conjunto de aperfeiçoamentos em relação a 74S, principalmente na velocidade de operação com um
consumo de potência extremamente baixo.
Série Schottky Avançada de Baixa Potência (74ALS-TTL) - Esta série oferece uma sensível
melhora em relação à 74LS no que diz respeito à velocidade de operação e a potência consumida.
3. Família CMOS
A tecnologia MOS tem uma estrutura básica formada por um eletrodo de metal conectado a uma
camada de óxido isolante que é depositada sobre um substrato de silício. Os transistores construídos na
técnica MOS são circuitos constituídos a partir de transistores mosFETs construídos a partir da tecnologia
MOS.
As características básicas desta família lógica é o reduzido consumo de corrente (baixa potencia), a
alta imunidade a ruídos e a taxas de alimentação de 3V,15V e 18V dependendo do modelo.
Segundo Lourenço, as características básicas desta família lógica é o reduzido consumo de
corrente(baixa potencia), a alta imunidade a ruídos e a taxas de alimentação de 3V,15V e 18V
dependendo do modelo.
Um inversor CMOS consiste em um transistor pull-down(de comando ou abaixador) NMOS e um
transistor pull-up (de carga ou levantador)PMOS, controlados por uma tensão de entrada de forma
complementar.
VNL=VIL(máx) –VOL(máx)
VNH=VOH(min) –VIH(min)
A margem de imunidade ao ruído para a família C-MOS é igual a 45% de Vdd, sendo muito alta se
comparada com a família TTL. Devido a isso, estes blocos são adequados para serem utilizados em
circuitos que operam em sistemas ou ambientes de alto nível de ruído.
3.1.4. Fan-out
O fan-out CMOS depende do atraso de propagação máximo permitido, geralmente, as saídas
CMOS estão limitadas a um fan-out de 50 para operação em baixa freqüência, e logicamente em alta
freqüência o fan-out teria que ser diminuído. Devido à compatibilidade de algumas versões com TTL, é
comum nos manuais, encontrar este parâmetro definido para um carregamento da saída com TTL-LS,
sendo este um menor valor (Fan-Out = 10 para HC/HCT).
Sempre que existirem entradas não utilizadas em chips CMOS, ou mesmo portas inteiras não
utilizadas, é fundamental que todas as entradas estejam conectadas a +Vcc ou ao GND. Isto se deve à
grande impedância de entradas dessas portas ~10¹² Ω. Qualquer corrente parasita ou decorrente de
ruídos na entrada já provoca uma considerável elevação de tensão. Os circuitos CMOS já possuem
proteção nas entradas, evitando que essa tensão espúria seja tão grande que danifique os chips.
VANTAGENS DESVANTAGENS
*Fabricação simples e barata; *Tempo de atraso de propagação;
*não utiliza resistores; *Susceptibilidade a danos provocados por
*Alta impedância de entrada; eletricidade estática;
*menor espaço ocupado. *Menor velocidade de operação em
relação a outras famílias lógicas.
Quando se conecta uma saída TTL em uma entrada CMOS, assumindo que os dois circuitos tenham
o mesmo nível de alimentação (5 Vcc), pode ocorrer um possível problema na interpretação do nível ‘1’
gerado pelo circuito TTL. Segundo a especificação da família TTL, o nível lógico ‘1’ é válido a partir de 2,4
V enquanto que para a família CMOS este nível só é garantidamente detectado a partir de 2/3 Vcc. Para
garantir que a conexão TTL-CMOS opere convenientemente é recomendável a colocação de um resistor
de “pull-up”na linha de ligação. Este resistor garantirá os níveis de tensão adequados tanto para o nível
lógico ‘0’ quanto para o nível ‘1’.
A ligação de uma saída CMOS a uma entrada TTL não apresenta dificuldades do ponto de vista de
níveis de tensão, tanto em nível ‘0’ quanto em nível ‘1’. O problema pode surgir com alguns componentes
TTL forneçam uma corrente maior que o circuito CMOS pode absorver quando em nível ‘0’. O mesmo
problema surge quando se conecta mais de uma entrada TTL a uma saída CMOS. Para atender a estes
casos de interface pode ser usado um buffer CMOS com capacidade de corrente maior.
TTL CMOS
Parâmetro 74 S LS F 4000B 74HC/HCT ACT
Atraso médio (ns) 9 3 9.5 3 50 8 4.7
Potência média (mW) 10 20 2 6 0.1 0.17 0.08
Velocidade-potência 90 60 19 18 5 1.4 0.37
Frequencia max (MHz) 35 125 45 100 12 40 100
Ruído pior caso (V) 0.4 0.3 0.3 0.4 1.5 0.9 0.7
IIH (mA) 0.04 0.05 0.02 0.02 0.001 0.001 0.001
IIL (mA) 1.6 2 0.4 0.6 0.001 0.001 0.001
IOH (mA) 0.4 1 0.4 1 0.4 4 24
IOL (mA) 16 20 8 20 0.4 4 24