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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO

COLEGIADO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

Produção
ENGENHARIA DE
HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO

Metodologia Prevencionista

Profº. Francisco Alves Pinheiro, MSc


2008.2
METODOLOGIA PREVENCIONISTA
• I. Introdução
• A ação prevencionista segue a chamada
“metodologia de resolução de problemas”:
• levantamento de informações;
• análise do problema;
• geração de soluções alternativas;
• avaliação das mesmas e,
• implantação da solução escolhida)
Levantamento de Informações
• Podem ser agrupadas em dois grandes grupos:

• Métodos retrospectivos:
• Composto pelos métodos em que o ponto de partida são
os fatos já ocorridos, os quais têm os seus processos
analisados, de forma a identificar as causas.
• A ferramenta básica, aqui, é a análise de acidentes, feita
em coerência com a concepção de acidente adotado:
• - Busca de atos e condições inseguras presentes na
gênese dos acidentes já ocorridos;
• - Montagem das “árvores de Falhas” presentes em cada
acidente analisado.
Levantamento de Informações
• Métodos prospectivos - tem como ferramenta básica a
inspeção de segurança, já que o seu ponto de partida é
a situação atual, onde se procura perceber/antever que
riscos existem nos locais analisados.
• Os Métodos Prospectivos podem estar centrados:
¾ no trabalho – dimensões físicas (ambiente)
¾ nos empregados – percepção e eliminação dos riscos
psicológicos (motivação). A opção pelo grupo
prospectivo ou pelo retrospectivo, depende:
a) da existência ou não de um sistema de registro de
acidentes na empresa - retrospectivo
b) do uso de novas tecnologias na empresa -
prospectivo
c) da gravidade da situação: retrospectivos.
Critérios de Análises de Acidentes
• Os quatro itens mais freqüentemente utilizados são:
freqüência, gravidade, custo e extensão do acidente.

• Freqüência de Acidentes:
• A idéia é priorizar os locais onde os acidentes ocorrem
com maior freqüência, a qual pode ser medida em
termos absolutos ou em termos relativos.
• Um índice bastante utilizado é a “taxa de freqüência de
acidentes” (FA), definida como sendo:
• FA= (N * 1.000.000)/ HH
• Onde:
• N= número de acidentes ocorridos no período analisado;
• HH= número de homens-hora de exposição ao risco.
Gravidade do Acidente
• A idéia de se fazer a comparação através da
gravidade, decorre do fato de que nem todos os
casos são igualmente danosos.

• Taxa de gravidade (G)


• G= (DP * 1.000.000)/ HH
• Índice de avaliação de gravidade
• IAG= DP/N
• Onde: DP significa o número de dias perdidos
em função dos acidentes registrados.
Custo e Extensão

• Outra forma de encarar os acidentes é sob o


prisma do impacto para a empresa, medido
através do custo dos acidentes.
• Uma outra opção de análise é a de se medir a
extensão, ou seja, o alcance de cada risco,
verificando a população a ele exposta, o que
seria utilizado como um padrão rudimentar de
comparação.
Análise de Árvore de Falhas

• Consiste num modelo gráfico que


representa as várias combinações de
falhas de equipamentos e erros humanos
que podem resultar em um acidente. A
construção da árvore parte do evento topo
(acidente) e, através de ramificações
ligadas por chaves lógicas booleanas
“e/ou”, chega-se às suas raízes;
Simbologia Lógica da AAF
A A

Módulo ou comporta OR (OU). output ou


Módulo ou comporta AND (E). output saída A existe se qualquer combinação
ou saída A só existe se todas as de B1, ...,Bn existir.
entradas B1,...Bn existirem
simultaneamente.
B B B
B B B 1 2 n
1 2 n

Identificação de evento particular.


Módulo ou comporta de inibição. Quando contido numa seqüência,
Permite aplicar uma condição ou R usualmente descreve a entrada ou
G restrição à seqüência. A entrada e a i saída de um módulo AND ou OR.
i condição de restrição devem ser Aplicada a um módulo indica uma
satisfeitas para que se gere a saída. condição limitante ou restrição que
deve ser satisfeita.

Um evento,usualmente um mal Um evento que normalmente se


Xi funcionamento, descrito em termos de espera que ocorra; usualmente um
conjuntos ou componentes específicos. evento que ocorre sempre, a menos
Falha primária de um ramo ou série. que se provoque uma falha.
Simbologia Lógica da AAF

Um evento “não desenvolvido”, mas à


causa de falta de informação ou de Indica ou estipula restrições. Com um
Xi conseqüência suficiente. Também pode ser Yi módulo AND, a restrição deve ser satisfeita
usado para indicar maior investigação a ser antes que o evento possa ocorrer.
realizada, quando se puder dispor de
informação adicional.

Um símbolo de conexão a outra parte da


árvore de falhas, dentro do mesmo ramo- Idem, mas não tem valores
mestre. Tem as mesmas funções, numéricos.
seqüências de eventos, e valores
numéricos.
Não consegui chegar a
tempo na palestra

Houve atraso no transporte Deixei o hotel atrasado

Houve atraso Demora em aprontar- jantar prolongou-se


no trajeto se
Houve
atraso na
saída

O restaurante
é demorado
O papo
Outros Acidente Excesso A roupa
estava bom
imprevistos de trajeto de passada
trafego atrasou
Atrasei meu
cronograma
Série de Riscos
• Consideremos um tanque pneumático de alta pressão, feito
de aço carbono desprotegido. A umidade pode causar
corrosão, reduzindo a resistência do metal, que debilitado
irá romper-se e fragmentar-se. Os fragmentos irão atingir e
lesionar o pessoal e danificar equipamentos vizinhos. Qual
dos riscos – a umidade, a corrosão, a debilitação do
material, ou a pressão – causou a falha? Nesta série de
riscos, a umidade desencadeou o processo de degradação
que resultou na ruptura do tanque. Se o tanque fosse de
aço inoxidável, não teria havido corrosão.
• A ruptura do tanque, causadora de lesões e outros danos,
pode ser considerada como o risco principal. A umidade
iniciou a série de riscos e pode ser chamada de risco
inicial; a corrosão, a perda de resistência e a pressão
interna são chamados de riscos contribuintes.
Série de Riscos
• O risco principal é muitas vezes denominado
catástrofe, evento catastrófico, evento crítico, risco
crítico ou falha singular.
Riscos Contribuintes

Pressão de Operação

Risco Malha metálica


Principal envolvendo tanque
Risco Inicial Reduzir à medida que
tanque envelhece

Metal Ruptura Fragmentos


Umidade corrosão AND
debilitado tanque projetados

Equipamento OR
Uso de secantes Danificado
Superdimensionar
espessura
Pessoal
Uso aço inox ou Lesado
carbono revestido
Eventos catastróficos
Localizar tanque
afastado equip.
Manter pessoal
afastado tanque
Análise Preliminar de Riscos
• A APR consiste no estudo, durante a fase de concepção
ou desenvolvimento inicial de um novo sistema, com o
fim de se determinar os riscos que poderão estar
presentes na fase operacional do mesmo.

• Ex: Conta a mitologia grega que o Rei Minos, de Creta,


mandou aprisionar Dédalos e seu filho, Ícaro. Com o
objetivo de escapar Dédalo idealizou fabricar asas com
penas, linho e cera de abelhas. Antes de voar, Dédalos
advertiu seu filho: se voasse muito baixo, as ondas
molhariam suas penas, se muito alto, o sol derreteria a
cera. Essa advertência, uma das primeiras análises de
risco que poderíamos citar, define o que hoje
chamaríamos APR.
Análise Preliminar de Riscos
Categorias ou Classes de Risco:
I. Despresível – A falha não irá resultar numa
degradação maior do sistema, nem irá produzir danos
funcionais ou lesões, ou contribuir com um risco ao
sistema;
II. Marginal (ou Limítrofe) – A falha irá degradar o
sistema numa certa extensão, porém sem envolver
danos maiores ou lesões, podendo ser compensada
adequadamente;
III. Crítica – A falha irá degradas o sistema causado
lesões, danos substanciais, ou risco inaceitável,
necessitando ações corretivas imediatas;
IV. Catastrófica – A falha irá produzir severa degradação
do sistema, resultando em perda total, lesões ou
morte.
Análise Preliminar de Riscos
Identificação: Sistema de Vôo Dédalo
Risco Causa Efeito Cat. Medidas Prev.
Risco ou Corretivas

Radiação Voar Calor IV Prover


Térmica do muito alto pode advertência
sol derreter contra vôo
cera de muito alto
abelhas

Umidade Voar Absorver IV Advertir


muito umidade; aeronauta para
perto da aumento voar a meia
água peso e altura
queda
Plano de Atuação

• Depende dos riscos identificados e da avaliação dos


mesmos;
• Deve ser reavaliado anualmente;
• Deve ser escrito e indicar quais os riscos serão
atacados primeiro;
• Deve envolver o máximo de trabalhadores do setor de
trabalho;
• Deve levar em conta fatores como risco, custo, tempo
de execução, etc.
Tipologia de Soluções
• Identificado o ponto crítico, ou seja, o risco a ser
inicialmente atacado, uma nova rodada de coletas de
dados e de análises se faz necessária, envolvendo
agora, procedimentos específicos para o risco
escolhido.

Podem ser classificadas em:


¾ Quanto ao tipo de elemento preventivo: físicas ou
organizacionais;
¾ Quanto ao ponto de inserção: na Fonte, no Meio ou
no Receptor.
¾ Quanto ao momento de utilização: Preventivas ou
Corretivas.
Fase Final
¾ Geradas as soluções alternativas, passa-se a seguir
para as fases finais do projeto, de seleção da melhor
alternativa e de especificação/implantação da mesma;

¾ O ideal seria que a solução tecnicamente mais eficaz


fosse a economicamente mais viável, e socialmente
aceita. Porém nem sempre as coisas acontecem desta
maneira. Existe, por exemplo, a possibilidade de que a
solução tecnicamente ideal seja impraticável em termos
financeiros naquele momento da vida da empresa, ou
de que ela gere resistências no seio da comunidade
trabalhadora;

¾ Já na fase de implantação das soluções, é necessário


um planejamento correto para que não se criem outros
problemas.
Inspeção de Segurança
• Inspeção Geral Qualitativa (IGQ)
Deve-se iniciar fazendo um estudo minucioso de uma
planta do local, assim como de um fluxograma dos
processos de fabricação, a fim de estabelecer a forma
correta de proceder o levantamento.

A IGQ deve levantar informações como:


¾ Número de trabalhadores, horário de trabalho;
¾ Materiais usados, condições das máquinas,
equipamentos, ferramentas e instalações;
¾ Tipo de energia utilizada e substâncias complementares
dos processos;
¾ Tipo de iluminação e estado das luminárias, presença
de poeiras, fumos, névoas e o ponto de origem e
dispersão, etc.
Inspeção de Segurança
• Levantamento Quantitativo
¾ Deve-se verificar a intensidade ou concentração dos
agentes de risco presentes no local analisado, servindo
de subsídio para a definição das medidas de controle a
serem adotadas;
¾ Uma vez adotadas as medidas de controle, faz-se
necessário novo levantamento quantitativo para se
verificar a eficácia das medidas implantadas;
¾ Periodicamente deve-se realizar novas inspeções a fim
de se detectar possíveis alterações e o surgimento de
novos agentes de risco.
Metodologia para o Trabalho de Campo
Construção Civil: apresenta um processo de fabricação
mutante, tanto no tempo como no espaço.

A inspeção deve seguir a seguinte metodologia:


¾ Se vários andares – começar de cima p/baixo;
¾ Estar acompanhado de alguém do canteiro com poder
de decisão;
¾ Anotar os agentes ambientais presentes e os riscos que
estão gerando;
¾ Situações de risco grave e iminente devem ser
resolvidas imediatamente.

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