O documento discute as limitações da regeneração de tecidos periodontais perdidos e introduz a técnica de regeneração tecidual guiada (RTG). A RTG usa membranas para excluir células indesejáveis e promover o crescimento seletivo de tecidos como osso através da separação das fontes de células. No entanto, a aplicação da RTG no periodonto é desafiadora devido à dificuldade de isolar o local da cirurgia do meio externo contaminado.
O documento discute as limitações da regeneração de tecidos periodontais perdidos e introduz a técnica de regeneração tecidual guiada (RTG). A RTG usa membranas para excluir células indesejáveis e promover o crescimento seletivo de tecidos como osso através da separação das fontes de células. No entanto, a aplicação da RTG no periodonto é desafiadora devido à dificuldade de isolar o local da cirurgia do meio externo contaminado.
O documento discute as limitações da regeneração de tecidos periodontais perdidos e introduz a técnica de regeneração tecidual guiada (RTG). A RTG usa membranas para excluir células indesejáveis e promover o crescimento seletivo de tecidos como osso através da separação das fontes de células. No entanto, a aplicação da RTG no periodonto é desafiadora devido à dificuldade de isolar o local da cirurgia do meio externo contaminado.
No h uma tcnica que possa recuperar tecido periodontal perdido durante a doena periodontal de maneira que ele volte ao estgio de pr-doena. Isso principalmente em funo do periodonto ser uma rea ruim a rea de sulco gengival com certeza a rea mais frgil do organismo (somente o epitlio juncional, extremamente frgil, protege o meio interno do meio externo). Outro motivo: ns no conseguimos isolar na bolsa aquele tecido que a gente deseja (rea cirrgica) do meio externo de maneira eficiente. Porque no periodonto, as bordas do retalho no se aproximam (somente nas regies de papila), o tecido mole ser suturado contra a parede dura do dente, o que provoca a formao de uma rede de fibrina extremamente frgil, j que o tecido mole irrigado e o dente no apresenta fonte de nutrio e sua superfcie est contaminada, por maior que seja o tratamento qumico-fsico realizado. Qualquer movimento que o dente sofra quebra essa rede de fibrina, expondo o meio interno boca, uma rea altamente contaminada. Visando isolar o meio interno do externo, forma-se epitlio juncional longo ao invs dos tecidos periodontais perdidos durante a doena, impedindo o crescimento destes. Cicatrizao dirigida (RTG): Por que esse nome? Porque busca-se uma cicatrizao diferenciada, que forma somente um tipo de tecido (sseo, conjuntivo, epitelial...), o que possvel, porm nem sempre conseguido risca. basicamente a possibilidade de excluir clulas no desejveis recuperao de algumas clulas especficas. Essa tcnica aplicada utilizando-se membranas (permitem a passagem de clulas) ou barreiras (no permitem a passagem de clulas). Exemplo: em uma fratura ssea, enrola-se o tecido sseo numa membrana exatamente na linha de fratura, pra no permitir que as clulas do tecido conjuntivo interfiram na produo de clulas do tecido sseo (j que as primeiras crescem mais rpido do que as segundas). As membranas ou barreiras barram as clulas do tecido conjuntivo que tentam interferir nas clulas do tecido sseo. Na odontologia, as membranas podem ser reabsorvveis ou no reabsorvveis. No reabsorvveis: aps 45 a 60 dias o campo deve ser novamente aberto e elas devem ser removidas (necessitam de um segundo tempo cirrgico), pois no reabsorvem sozinhas. Constitudas principalmente de politetrafluoretileno (Teflon), um material plstico, sinttico. Para reas interproximais existem as pr-moldadas, algumas inclusive j com fio de sutura. Reabsorvveis: so reabsorvidas durante o processo de reparo; vantajosas principalmente por no haver necessidade de um segundo tempo cirrgico. Elas so constitudas principalmente de polmeros orgnicos, p. ex., cortical de osso bovino neofilizada, e membranas de colgeno, que so as mais utilizadas. Para que haja a possibilidade de RTG, essencial: que exista uma fonte de clulas osteognicas; nutrio (sem ela no h reparo); estabilidade inicial (criar uma rede de fibrina estvel, e ela no se quebrar, porque se ela se quebrar vai invaginar ou tecido fibroso ou tecido epitelial); espao apropriado (a membrana deve manter ou aumentar o espao da fratura, ento importante que, alm de flexvel, ela seja dura o suficiente pra manter uma arquitetura onde possa se formar tecido vivel); e as clulas
Marlia Brito 2014
indesejveis devem ser separadas daquelas que vo reparar o tecido que ns
desejamos. Na cicatrizao dirigida h interposio da membrana na rea de defeito sseo tentando fazer com que o osso cresa sem interferncia de tecido conjuntivo ou epitlio, o que no acontece, j que estamos suturando retalho contra dente. Assim, cria-se uma rede de fibrina extremamente frgil, e com o dente em movimento a tendncia a penetrao de bactrias, que se penetrassem no meio interno poderiam gerar septicemia; ento, forma-se epitlio juncional longo. Porque mesmo que a membrana parea bem adaptada macroscopicamente, microscopicamente no tem como adapt-la contra o dente. O que normalmente acontece a neoformao de osso, ligamento periodontal e migrao de epitlio juncional entre o novo osso formado, ligamento periodontal e dente. Mas clinicamente no tem como saber se isso acontece ou no. J quando ocorre a formao de epitlio juncional longo, a profundidade de sondagem continua. Fundamento lgico da RTG: tratamento fsico da superfcie radicular (RAR, que podem ser realizados com curetas, ultrassons, instrumentos rotatrios); tratamento qumico da superfcie radicular, com cidos ( base de tetraciclina cida, p. ex. esfregada na superfcie radicular com a ponta do cotonete durante 30 segundos [ao todo 8 cotonetes, 4 minutos], o que provoca uma descalcificao e a eliminao das toxinas bacterianas aderidas); perfurao da cortical dentro do defeito, para expor tecido medular endsteo, aumentando a fonte de nutrio e a chegada de clulas mesenquimais indiferenciadas; enxerto ou deixar preencher por cogulo, e ento colocar a membrana. Nos casos de enxerto realiza-se antibioticoterapia pra evitar contaminao pelo enxerto. O osso se neoforma at a altura da crista ssea remanescente, porque as paredes sseas mantm cogulo e enxerto estveis, fornecendo fonte de nutrio, o que bsico no processo de cicatrizao. A nica vantagem que a cicatrizao dirigida trouxe pra Periodontia no tratamento de leses de furca classe II possibilidade de preenchimento destas leses.