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Bioeletrogênese, 

Transmissão do Impulso Nervoso

e Contração Muscular 
Bioeletrogênese-

Geração de sinais elétricos por células

Observado em células nervosas e musculares


NEURÔNIO: 
Unidade Funcional do Sistema Nervoso.

“A condução de informações no SN se dá 
através da condução de SINAIS ELÉTRICOS
que constituem o impulso nervoso.”
Que SINAIS / IMPULSOS / PROPRIEDADES  
elétricos(as) são esses(as)?

Todas as células, incluindo os neurônios, apresentam um gradiente eletroquímico de íons, ou 
seja, a CONCENTRAÇÃO de determinados íons é diferente dentro e fora das células;

Como os íons contém cargas elétricas, diferenças de concentração dos íons geram diferenças 
de cargas elétricas;

Esse potencial elétrico através da membrana plasmática das células é chamado de 
POTENCIAL DE MEMBRANA
POTENCIAL DE MEMBRANA / REPOUSO

Potencial de 
membrana pode ser 
medido com um 
eletrodo.

Do que depende e como esse 
GRADIENTE/POTENCIAL é gerado e mantido?
O gradiente de íons (potencial de membrana) depende de 
propriedades da membrana plasmática

Membranas biológicas são bicamadas lipídicas 

Definem os limites entre o citoplama e o ambiente extracelular, delimitando compartimentos 
distintos;

Membranas biológicas contém LIPÍDEOS e PROTEÍNAS;
O gradiente de íons (potencial de membrana) depende de 
propriedades da membrana plasmática

Os lipídeos conferem impermeabilidade a moléculas hidrofílicas, como água e íons

MEMBRANA HIPOTÉTICA COMPOSTA SOMENTE DE LIPÍDEOS

sódio
• Impermeável a passagem de íons
cloreto
Canais iônicos conferem permeabilidade seletiva 
a membrana plasmática (MP)
Os CANAIS IÔNICOS, um dos tipos de proteínas da MP, permitem a passagem de íons, pois 
formam poros HIDROFÍLICOS através da MP
aminoácidos

serina
serina

leucina

subunidades
alfa‐hélice

Existem CANAIS IÔNICOS permeáveis a vários íons ou a íons específicos
DIFUSÃO POR CANAIS IÔNICOS DE REPOUSO*

* SEMPRE ABERTOS ;
* NÃO DEPENDEM DE GASTO ENERGÉTICO (ATP);
* PERMITEM DIFUSÃO ÍONS DE ACORDO COM AS DIFERENÇAS DE CONCENTRAÇÃO.
** existem outros tipos de canais iônicos que só abrem em resposta a estímulos.

sódio
• SEM CANAIS IÔNICOS: Impermeável a passagem de íons
cloreto

• Presença de canais de repouso permite o movimento de 
sódio íons através da membrana por difusão (gradiente químico).

cloreto
Os principais contribuintes para o potencial de membrana (PM) são:
> íons de carga positiva (cátions) sódio (Na+) e potássio (K +) ; 

> aníons (carga negativa) cloreto (Cl‐) e proteínas e aminoácidos intracelulares (A‐).

Todos são distribuídos de forma não‐homogênea através da MP
“Íon” Concentração (mM)  Concentração (mM) Tendência
Citoplasma Fluido extracelular
K + (Potássio )  140 5 Sair na Célula
Na+ (Sódio)  5‐15 145 Entrar na Célula
Cl‐ (Cloreto)  4‐30 110 Entrar na Célula
Não saem devido a 
A‐ (anions orgânicos) **385 0 impermeabilidade

>>>>   Citoplasma mais negativo do que fluido extracelular <<<<

Fig 7‐1 Kandel
Como é mantida a diferença de concentração/gradiente
dos íons K+, Na+ e Cl‐?
> Além dos CANAIS IÔNICOS DE REPOUSO, existem os TRANSPORTADORES ATIVOS;
> Também chamadas de BOMBAS, são proteínas de membrana que transportam íons através 
da membrana plasmática contra o gradiente de concentração;

Transportadores de Íon Canais iônicos de repouso

Transporte ativo contra gradiente Transporte passivo a favor do gradiente


Gasto de ATP; Mantém o gradiente Sem gasto energético

Figura 2.3 do purves

1‐ Ion  2‐ Ion transportado  Ion difunde através 


liga   através da membrana do canal
A bomba de sódio / potássio (Na+/K+ ATPase ) é umas das principais
responsáveis pelos gradientes de Na+ e K +

“Íon” Concentração (mM)  Concentração (mM) Tendência


Citoplasma Fluido extracelular
K + (Potássio )  ++++++ + Sair na Célula
Na+ (Sódio)  ++ +++++ Entrar na Célula
Em função do gradiente eletroquímico, neurônios são chamados de 
células POLARIZADAS

+ 60
_

Potencial de membrana  (mV)
+ 20
_
_ Despolarização +
‐ 20

‐ 60
_
Hiperpolarização
_
‐ 100
_

O potencial de repouso de um
neurônio típico é em torno de – 65 mV
POTENCIAL  ELETROTÔNICO ‐Alterações relativamente pequenas do 
fluxo iônico através da MP – alteram o potencial de repouso

Despolarização

Potenciais Eletrotônicos

Potencial de repouso

Hiperpolarização

Exemplo Fisiológico: estimulação de neurônios sensoriais induz o
Toque
… POTENCIAL RECEPTOR
Potencial de Ação
> Sinal elétrico, gerado exclusivamente por neurônios e músculos que 
pode ser conduzido rapidamente e atravessar longas distâncias

Base Celular da DISTRIBUIÇÃO de Informação

Medula
espinhal

Corpo celular
do neurônio
motor

Corpo celular do
neurônio
sensorial

Neurônio
sensorial

Neurônio
motor
Potencial de Ação

Potenciais de Ação só são disparados quando a despolarização é grande
o suficiente para atingir o LIMIAR DE DISPARO

Porque é necessário 
Potenciais de Ação
atingir o LIMIAR?

Despolarização 

Potenciais Eletrotônicos
LIMIAR 
Potencial 
de repouso

Hiperpolarização     
Fases do Potencial de Ação
2

1 3

4
1- Fase de despolarização.
2- Pico máximo (dentro +, fora -)
3- Fase de repolarização
4- Pico mínimo (há hiperpolarização).

AS DIFERENTES FASES SÃO DETERMINADAS EM FUNÇÃO DE ALTERAÇÕES


SEQUENCIAIS NA PERMEABILIDADE DA MEMBRANA PLASMÁTICA A ÍONS.
Base Molecular da Geração do Potencial de Ação (PA)
Os PA ocorrem em função de canais iônicos dependentes de voltagem

Canais Iônicos de Repouso  X Canais Iônicos Dependentes de Voltagem
‐ Sempre abertos  – Abertura depende do Potencial da Membrana
‐ fluxo por difusão  – difusão dependendo do gradiente
‐ dependendo do gradiente

Repouso (Canal Fechado) Ativado (Canal Aberto)

Exemplo:

Canal de sódio
dependente 
de voltagem
Despolarização 

O LIMIAR corresponde a voltagem na qual os canais de sódio dependentes 
de voltagem se abrem e permitem grande depolarização.
Eventos Moleculares nas Diferentes Fases do PA

0) Pré-requisito: evento despolarizante que atinja o LIMIAR

1) abertura de canais de Na+ dependentes de voltagem > Despolarização 

2) Quando o pico do PA é atingido canais de Na+ dependentes de voltagem se fecham


* período refratário absoluto

3) abertura dos canais de K+ dependentes de voltagem Repolarização

** canais de K+ dependentes de voltagem respondem mais tardiamente a despolarização

4) Canais de K+ dependentes de voltagem se fecham lentamente> Hiperpolarização


*** bomba sódio/potássio reestabelece o potencial de repouso

2
1 3

0
4
Eventos Moleculares Predominantes durante o PA
2

Despolarização  1 3 Repolarização

4
COMPARAÇÃO ENTRE POTENCIAL ELETROTÔNICO 
E POTENCIAL DE AÇÃO

PROPRIEDADE Potencial Eletrotônico Potencial de Ação


Localização Qualquer Zona de Disparo (Axônio)
Intensidade Proporcional ao estímulo* Tudo ou Nada
Mudança de potencial Despolariza/ Sempre Despolariza
Hiperpolariza*
**Somação Espacial e Temporal Não há
Período Refratário Não há Absoluto
Canais Envolvidos Canais responsivos a estímulos Dependentes de voltagem
(ligantes, fótons, mecânico …)

Íons envolvidos Na+, K+, Cl‐ Na+, K+


Duração De milisegundos a segundos 1‐2 milisegundos

**Conceitos de facilitação
Mais despolarização não aumenta o tamanho do PA,
mas a frequência de disparo dos mesmos
“Geografia” do Potencial de Ação Neuronal

> Os PA tem maior chance de serem disparados na região da Zona de Disparo / Cone 
de Implantação / Segmento Inicial, porque nessa região  existe um número 
relativamente maior de canais dependentes de voltagem

> O “PA não se desloca”, mas sim estimula a geração de novos PA na região adjacente 
da membrana no sentido da área terminal  >>>> Fenômeno auto‐propagável
COLETA, DISTRIBUIÇÃO E INTEGRAÇÃO DE INFORMAÇÃO

Medula
espinhal

Neurônio
sensorial

Neurônio
motor

Como o Potencial de Ação (PA) é conduzido?


Propagação ponto a ponto Propagação saltatória
(axônios amielínicos) (axônios mielínicos)
Condução mais rápida em axônios de maior calibre

Existência de axônios gigantes em invertebrados (LULAS)

Outra estratégia evolutiva para ganhar velocidade sem


precisar aumentar o tamanho > ISOLAMENTO ELÉTRICO

BAINHA DE MIELINA

Relevância patológica: Esclerose Múltipla


Sinapse Química
Principal tipo de sinapse. Abundante e onipresente.

Morfologia / Características : 
‐ Fenda sináptica separa as células pré‐ e pós‐sináptica.

‐ Conversão do sinal elétrico em sinal químico no terminal pré‐ sináptico através da liberação


de mediadores químicos (neurotransmissores) pela célula pré‐sináptica;

‐ Quantidade de NT liberada depende da


frequência de PAs;

‐ Sinapses Químicas podem ser excitatórias ou


inibitórias
Passo a Passo da Sinapse Química:
1‐ Chegada do impulso nervoso/PA ao terminal pré‐sináptico induz a fusão das vesículas à MP;

2 ‐ Neurotransmissores são liberados na fenda por exocitose; 

3‐ Após difundirem, NT se ligam a RECEPTORES localizados na MP da célula pós‐sináptica;

4‐ A ligação do NT a receptores específicos induz alterações no potencial de membrana da


célula pós‐sináptica
‐Receptores Ionotrópicos / Metabotrópicos

‐Despolarização (PPSE) ou Hiperpolarização (PPSI)

5‐ O conjunto de informações que chegam a célula pós‐sináptica pode ou não induzir o disparo

de um potencial de ação pela célula pós‐sináptica;

6 ‐ NT é inativado/degradado para que a transmissão da informação seja encerrada.


Exemplo Clássico de Sinapse Química: Junção Neuromuscular

Comunicação entre motoneurônios e 
células musculares esqueléticas;

Ao chegar ao terminal pré‐sináptico, o 
PA induz liberação do 
neurotransmissor Acetilcolina (ACh)

Na sinapse neuromuscular, a ACh
SEMPRE induz despolarização do 
músculo esquelético e contração
muscular
Contração Muscular
Tipos de Fibras Musculares

MÚSCULO
LISO

MÚSCULO
CARDÍACO

MÚSCULO
ESQUELÉTICO
Músculo Estriado Esquelético

Fibras musculares- formadas pela fusão de células musculares precursoras.

Sarcolema
- Membrana plasmática mais
camada de polissacarídeos externa

Túbulos T (transversos)
- Invaginações do sarcolema

Sarcoplasma = Citoplasma

Miofibrilas
- ~ 100-1000 por fibra
-Composta de filamentos de actina e
miosina
- Contraem em resposta ao PA

Retículo Sarcoplásmico
Envolve as miofibrilas
Fibras Musculares e Miofibrilas
Fibras musculares- formadas pela fusão de células musculares precursoras.

Sarcolema
- Membrana plasmática mais
camada de polissacarídeos externa

Túbulos T (transversos)
- Invaginações do sarcolema

Sarcoplasma = Citoplasma

Miofibrilas
- ~ 100-1000 por fibra
-Composta de filamentos de actina e
miosina
- Contraem em resposta ao PA

Retículo Sarcoplásmico
Envolve as miofibrilas
Sarcômeros: Unidades Funcionais das Miofibrilas
Filamentos e seus Componentes Proteicos

alfa-actinina
Ativação Neural do Músculo Esquelético

1‐ Chegada do potencial de ação neuronal no terminal 


induz liberação de acetilcolina na junção neuromuscular

2‐ Acetilcolina induz despolarização e potencial de 


ação da célula muscular; 

3‐ Abertura de canais de cálcio dependentes de 


voltagem e entrada de cácio no citoplasma;

4‐ Abertura de canais de cálcio dependentes de cálcio 
localizados no retículo endoplasmático;

5‐ Grande aumento da concentração de cálcio no 
citoplasma
Mecanismo Molecular da Contração
do  Músculo Esquelético
REPOUSO
- Miosina encontra-se ligada a ADP e “ereta”.
- Troponina/Tropom. bloqueiam a interação Miosina-Actina;

CONTRAÇÃO

1.Ca2+ se liga a uma das subunidades da troponina;

2. Alteração estrutural da troponina/tropomisina expõe sítios


de ligação da miosina na actina.
>“Ponte transversal > Miosina liga na actina;

3. Movimento de rotação das cabeças de miosina


> Força longitudinal e deslizamento
4. Desligamento do ADP e ligação de ATP a Miosina

5. Degradação do ATP (atividade ATPásica da Miosina)

6. Ciclo prossegue enquanto Ca2+ e ATP estão disponíveis.

RELAXAMENTO

1. Ca2+ é sequestrado pelo retículo por bombas de Ca2+


> Também dependente de ATP

RIGOR MORTIS: NÃO HÁ DESLIGAMENTO DA ACTINA-MIOSINA POR FALTA DE ATP

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