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VANTAGENS:
• Mesmo após a entrega da Cooperativa teremos influência sobre o grupo, pois a venda do
produto e a política para a manutenção do mesmo dependerão de nosso apoio;
• Existem alguns projetos no Norte/Nordeste que deram tão certo que mereceram atenção
especial do Globo Repórter. Algumas prefeituras têm parcerias para oferecer o pescado (carne e
em farinha nutritiva) aos alunos, combatendo a desnutrição de maneira eficaz e barata;
• O Governo Lula fez uma tentativa nesse sentido que acabou ficando no esquecimento;
Garotinho criou um projeto de Fruticultura no Norte do Estado e nada foi feito pela região de
Vassouras.
NOÇÕES GERAIS
Mundialmente, a piscicultura vem assumindo importância cada vez maior na produção de alimentos,
com uma taxa de crescimento em torno de 10% ao ano. Infelizmente, a prática da criação de
peixe, embora muito antiga, encontra-se na fase inicial em nosso Estado. Esse panorama
poderá ser modificado, pois a carne de peixe, mesmo sendo um alimento de excepcional valor
nutritivo, conforme as estatísticas demonstram (o consumo per capita no Brasil é de 6,4kg/ano, baixo
em relação a média da Região Metropolitana do Rio de Janeiro que é de 16,4Kg/ano - fonte
FIPERJ/INFOPESCA) é muito baixo, se compararmos, com o Japão que está em torno de 71,9kg/ano.
A situação do setor agropecuário no Brasil e no Estado do Rio de Janeiro exige soluções criativas,
principalmente as que visam a melhoria do produtor rural e sua família. Nessa tarefa, os Governos
Federal, Estadual e Municipal têm um importante papel a desempenhar, ou seja, promover o
desenvolvimento auto-sustentável e equilibrado do ambiente e seus recursos hídricos.
SISTEMAS DE PRODUÇÃO
Intensivo - Os viveiros também são construídos como o mesmo controle de entrada e saída de água.
A utilização de ração é balanceada e a produção estimada é de até 15.000kg/ha.
Hiper-Intensivo - O método aplicado pode ser : Race-way, tanques e gaiolas. Deve ter alta vazão de
água. a Ração utilizada é especifica e a produção alcançada chega a 200kg/m3.
APOSTILA DO PSCICULTOR
01- MERCADO
PISCICULTURA EM TANQUES-SOLO
A primeira premissa para o planejamento de qualquer empresa é estabelecer objetivos claros. No caso
da criação de peixes é essencial saber para quem se vai produzir. O perfil do consumidor vai designar
quase tudo, como, por exemplo, quais as espécies a serem criadas e que terão mais aceitação no início
do empreendimento. O consumidor é também quem vai determinar o tamanho de sua criação, partir
da estimativa de potencial de consumo. O consumidor é o principal dos três segmentos que compõem
o chamado "mercado". Os outros dois são os fornecedores e os concorrentes. Esses três segmentos
constituem o universo em que o empresário vai se movimentar. Sem conhecê-los o empreendedor
caminha no escuro, portanto deve estudá-los.
como já foi afirmado anteriormente, o negócio de criação de peixes tem inúmeras possibilidades. Mas,
dentro do planejamento, é necessário, em primeiro lugar, definir para quem se pretende vender. A
comercialização de peixes é feita para restaurantes, feiras livres, supermercados, peixarias
e pesque-pague, tipo de negócio derivado da piscicultura, voltado para o lazer e que vem se
desenvolvendo de forma acelerada será analisado em capítulo à parte. A venda dos peixes
pode ser feita diretamente aos estabelecimentos ou pôr intermédio de Associações de Aqúicultores.
Estas associações congregam pequenos produtores e servem para reunir a produção encomendada pôr
consumidores de grandes quantidades, como os supermercados, por exemplo.
Na avaliação do piscicultor José Jurandir de Paiva, o 'Juca Paiva" da fazenda Estiva, em Luziânia-GO,
até recentemente o mercado consumidor de peixes era restrito e tinha sua produção principal
basicamente destinada ao consumo da Semana Santa. Para ele, com o advento dos pesque-pague o
consumo cresceu e se prolongou pôr vários períodos do anos ; O criador afirma que tudo que produzir
será comprado pêlos pesque-pague. No que se refere ao consumo direto é necessário ter um quadro
bem fiel à realidade. Pesquisas sobre o mercado consumidor de peixes revelam que o brasileiro não
tem o hábito de consumir a carne de peixe, que de longe é superada pelo consumo das carnes de
aves, bovinos e suínos. Um dos fatores mais desestimulantes ao consumo, em relação aos demais
tipos de carnes à venda no mercado, é a relação preço l kg. O quilograma do peixe, dependendo da
espécie, pode chegar a custar vinte vezes mais que o mesmo peso em carne de frango. Apesar da
grande extensão litorânea e da quantidade de bacias fluviais, no ranking mundial de consumo de carne
de peixe, o Brasil é um dos países que estão no fim da fila, como pode-se observar no quadro a
seguir:
O fornecedor, o maior aliado
Assim como as informações sobre o público consumidor da produção de peixes, o conhecimento dos
fornecedores, com o maior número de dados possíveis, é fundamental para o sucesso de uma empresa
do ramo. No caso da criação de peixes, a melhor forma de travar contato com os fornecedores é
procurando indicações com as associações de aqúicultores da região. Desta forma serão obtidas
informações, nas quais se pode cobrar responsabilidade, na qualidade dos alevinos e rações fornecidas.
Diante da inexistência de associações de criadores, uma outra opção segura é buscar indicações nos
escritórios públicos de maneio rural, como é o caso da Emater e dos postos das secretarias de
Agricultura. Nestes escritórios, assim como nas associações, podem ser encontradas relações de locais
onde podem ser adquiridos os alevinos.
Espécies
Tambaqui e tambacu
O tambaqui é uma das principais espécies do rio Amazonas, podendo alcançar até 20 kg. Tem a carne
bastante apreciada e se adapta bem ao cativeiro, onde atinge, em condições ideais de temperatura e
alimentação, até 1,4 kg em um ano. Com crescimento mais rápido que o pacu, porém menos
resistente ao frio, registra alta mortalidade em temperaturas abaixo de 1 5ºc. É onívoro e aceita
rações. É peixe de piracema e não desova ais indicadas para o cultivo naturalmente em cativeiros. O
tambacu, ou paqui, resultante do cruzamento da fêmea de tambaqui com o macho do pacu. Menos
sensível que o tambaqui ao clima subtropical, pode adaptarse a temperaturas abaixo de 20ºc. Mas se
esse híbrido for fértil e escapar para a natureza, ameaça o futuro das duas espécies das quais se
originou. Tanto o tambaqui quanto o tambacu têm carne saborosa e aceitam bem a ração em cativeiro.
O tambaqui só se reproduz artificialmente em tanques.
TAMBAQUI TAMBACU
Pacu
Também conhecido como pacu-caranha, na região Centro-Oeste, e pacu-guaçu, no Sudeste, é um
peixe originário da Bacia do Prata, habitando principalmente os rios do Pantanal Mato-grossense, onde
chega a atingir até 18 quilos. Desenvolve-se melhor em ambientes com temperaturas entre 20/30 mas
resiste bem a temperaturas abaixo de 20ºc. É um peixe onívoro, pode ser alimentado com frutas,
sementes, grãos, pequenos moluscos, crustáceos, insetos e também com ração com 22% a 30% de
proteínas. Peixe de piracema, só se reproduz em cativeiro com indução artificial. Nos viveiros pode
ultrapassar 1,1 kg em um ano de cultivo. Sua carne é muito saborosa, podendo apresentar acúmulo de
gordura se receber alimentação muito rica em proteínas. Nos policultivos deve ser a espécie principal.
Quando cultivado com as carpas, come as nadadeiras das mesmas.
PACU
Curimbatá
Também chamado de curimba, corumbatá, grumatá, curimatá ou curimatá, é um peixe muito
conhecido do Rio Grande do Sul até o Nordeste do país. Cresce melhor em viveiros grandes, podendo
atingir até 800 gramas no primeiro ano Têm hábito alimentar iliófago, isto é uma espécie de fundo de
tanque, sua carne tem ligeiro gosto de terra. No policultivo, onde é utilizado como espécie secundária,
sua função é remover o lodo, liberando os gases tóxicos e colocando a matéria orgânica em suspensão,
o que ajuda a adubar os tanques.
CURIMBATÁ
Carpa comum
Espécie de origem asiática cultivada praticamente em todo o mundo, possui qualidades importantes
para produção em viveiros, como resistência a doenças, facilidade de manejo e reprodução. Em algumas
regiões do Brasil seu sabor e aparência não são bem aceitos pêlos consumidores. As variedades mais
cultivadas são a carpa escama, a espelho e a colorida, sendo esta última mais apreciada para fins decorativos.
Têm hábito alimentar bentófago e onívoro, ou seja, alimenta-se de preferência de pequenos vermes,
minhocas e moluscos que vivem no fundo dos tanques e se adapta bem aos mais diferentes tipos de
alimentos. As carpas apresentam crescimento rápido, atingindo facilmente 1,5 kg em um ano. Podendo ser
utilizadas em policultivo, se reproduzam em viveiros, apresentando uma desova por ano. Artificialmente
podem ser feitas mais de duas desovas ao ano.
CARPA COMUM
Carpa capim
Esta espécie da carpa chinesa, com a cabeça grande e prateada, come principalmente algas, plantas
aquáticas, frutas, raízes e capim, como o nome indica. Esse hábito alimentar torna-a muito importante no
policultivo, pôr manter o tanque limpo. Além disso, suas fezes abundantes ajudam a fertilizar a água,
facilitando a proliferação do plâncton, o alimento de outras espécies. Sua carne magra e de sabor semelhante
ao da traira é muito apreciada pêlos consumidores. Tem crescimento muito bom e pode atingir até 1,5 kg no
primeiro ano. No cativeiro só se reproduz com indução artificial.
CARPA CAPIM
Tilápia do NILO
Entre as várias espécies existentes, esta é a mais utilizada para o cultivo, pôr apresentar um melhor desempenho,
principalmente os machos. É um peixe africano muito rústico e com carne saborosa. Possui hábito alimentar
planctófago e detritívoro, alimentando-se, em primeiro lugar, do plâncton e em menor proporção de detritos orgânicos,
aceita bem rações artificiais. Atinge cerca de 400 gramas a 600 gramas no período de seis a oito meses de cultivo. É
também utilizado como peixe forrageiro, servindo de alimento na criação de peixes carnívoros. A maior restrição ao
seu cultivo é sua reprodução precoce, a partir de quatro meses de idade, o que gera o superpovoamento de tanques.
Este problema pode ser contornado com a utilização apenas de alevinos machos, sexuados manualmente ou revertidos
através de hormônios sexuais, que são facilmente encontrados em vários fornecedores de alevinos.
TILÁPIA DO NILO
03- LOCALIZAÇÃO
Água, solo e inclinação do terreno são os principais determinantes
A despesca é a operação de retirada dos peixes dos viveiros quando eles atingem o tamanho e o peso ideais à
comercialização e consumo. Ela pode ser feita de forma total ou parcial. A parcial geralmente ocorre quando
pôr algum motivo os peixes não apresentaram crescimento uniforme, ou quando a comercializaçáo /
consumo determina que o estoque não seja baixado completamente. Para a realização da despesca deve se
levar em consideração os períodos em que o produto atinge maior valorização no mercado, como pôr
exemplo na Semana Santa, quando a demanda pelo peixe é maior que a oferta. O passo inicial do processo
de despesca é o esvaziamento do viveiro, que deve ser realizado de forma gradativa. Deste modo, os peixes
costumam refugiar-se na parte mais profunda do reservatório, facilitando a operação. Na retirada são
utilizados, geralmente, rede de pesca com malha variam de 25 a 40 mm entre os nós, puçás de tamanhos
variados, baldes plásticos de 60 litros e tarrafas. De maneira geral, a despesca ocorre a partir de l0 a 12
meses do início do cultivo.
06- ALIMENTAÇÃO
ALIMENTAÇÃO
Praticamente todos os organismos presentes em viveiro
contribuem para a alimentação dos peixes.
A maior ou menor quantidade
desses organismos irá influenciar a
produção de peixes respectivamente aumentando ou
diminuindo a capacidade produtiva do
viveiro.
EXEMPLO.
Um tanque com área de 1000 metros quadrados e
profundidade media de 120 centímetros, tendo uma população de 800 peixes com
peso de 0,2 quilogramas cada, adotando a proporção de 3% de ração.