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PSCICULTURA

(Retirado do Site da FIPERJ - http://www.fiperj.rj.gov.br/piscicu.html)

VANTAGENS:

• A criação de Cooperativas trará renda à cidade/cooperados com a venda de


peixes/camarões; eco turismo com o “Pesque-Pague” e permitirá ao nosso grupo ter um
trabalho político forte e auto-sustentável. Obs: Vassouras tem uma PÉSSIMA estrutura para
turismo.

• Mesmo após a entrega da Cooperativa teremos influência sobre o grupo, pois a venda do
produto e a política para a manutenção do mesmo dependerão de nosso apoio;

• Possibilidade de criação em conjunto com Aves – ESPECIALMENTE os Marrecos de Pequim (que


além de adubar os viveiros de peixes com suas fezes, intensificam a oxigenação dos mesmos) –
e Porcos;

• Existem alguns projetos no Norte/Nordeste que deram tão certo que mereceram atenção
especial do Globo Repórter. Algumas prefeituras têm parcerias para oferecer o pescado (carne e
em farinha nutritiva) aos alunos, combatendo a desnutrição de maneira eficaz e barata;

• O Governo Lula fez uma tentativa nesse sentido que acabou ficando no esquecimento;
Garotinho criou um projeto de Fruticultura no Norte do Estado e nada foi feito pela região de
Vassouras.

NOÇÕES GERAIS

Mundialmente, a piscicultura vem assumindo importância cada vez maior na produção de alimentos,
com uma taxa de crescimento em torno de 10% ao ano. Infelizmente, a prática da criação de
peixe, embora muito antiga, encontra-se na fase inicial em nosso Estado. Esse panorama
poderá ser modificado, pois a carne de peixe, mesmo sendo um alimento de excepcional valor
nutritivo, conforme as estatísticas demonstram (o consumo per capita no Brasil é de 6,4kg/ano, baixo
em relação a média da Região Metropolitana do Rio de Janeiro que é de 16,4Kg/ano - fonte
FIPERJ/INFOPESCA) é muito baixo, se compararmos, com o Japão que está em torno de 71,9kg/ano.

A situação do setor agropecuário no Brasil e no Estado do Rio de Janeiro exige soluções criativas,
principalmente as que visam a melhoria do produtor rural e sua família. Nessa tarefa, os Governos
Federal, Estadual e Municipal têm um importante papel a desempenhar, ou seja, promover o
desenvolvimento auto-sustentável e equilibrado do ambiente e seus recursos hídricos.

A FIPERJ, vinculada a Secretaria de Estado de Agricultura, Abastecimento, Pesca e Desenvolvimento do


Interior, cumprindo sua função institucional, e com parcerias entre as Prefeituras Municipais e
produtores privados, vem expandindo essa atividade com a transferência das novas tecnologias e
intercâmbio técnico, com o intuito de informar aos produtores rurais novos conhecimentos. A explosão
do turismo rural e pesca esportiva, como atividade de lazer possibilita a implantação de projetos
Pesque-Pague, criando alternativas a pequenos e médios produtores na comercialização de seus
produtos.

SISTEMAS DE PRODUÇÃO

Extensivo - baseia-se no aproveitamento de lagos e açudes já construídos. O potencial para produção


máxima é de 500kg/ha.
Semi-Intensivo - trabalha em viveiros construídos. Deve ter controle de entrada e saída de água. A
adubação pode ser orgânica e inorgânica, com a utilização de subprodutos e ração na alimentação.A
produção estimada é de 600kh/ha.

Intensivo - Os viveiros também são construídos como o mesmo controle de entrada e saída de água.
A utilização de ração é balanceada e a produção estimada é de até 15.000kg/ha.

Hiper-Intensivo - O método aplicado pode ser : Race-way, tanques e gaiolas. Deve ter alta vazão de
água. a Ração utilizada é especifica e a produção alcançada chega a 200kg/m3.

APOSTILA DO PSCICULTOR

(Retirado do Site http://www.pescar.com.br/piscicultor/apostila.htm)

01- MERCADO
PISCICULTURA EM TANQUES-SOLO

A primeira premissa para o planejamento de qualquer empresa é estabelecer objetivos claros. No caso
da criação de peixes é essencial saber para quem se vai produzir. O perfil do consumidor vai designar
quase tudo, como, por exemplo, quais as espécies a serem criadas e que terão mais aceitação no início
do empreendimento. O consumidor é também quem vai determinar o tamanho de sua criação, partir
da estimativa de potencial de consumo. O consumidor é o principal dos três segmentos que compõem
o chamado "mercado". Os outros dois são os fornecedores e os concorrentes. Esses três segmentos
constituem o universo em que o empresário vai se movimentar. Sem conhecê-los o empreendedor
caminha no escuro, portanto deve estudá-los.

como já foi afirmado anteriormente, o negócio de criação de peixes tem inúmeras possibilidades. Mas,
dentro do planejamento, é necessário, em primeiro lugar, definir para quem se pretende vender. A
comercialização de peixes é feita para restaurantes, feiras livres, supermercados, peixarias
e pesque-pague, tipo de negócio derivado da piscicultura, voltado para o lazer e que vem se
desenvolvendo de forma acelerada será analisado em capítulo à parte. A venda dos peixes
pode ser feita diretamente aos estabelecimentos ou pôr intermédio de Associações de Aqúicultores.
Estas associações congregam pequenos produtores e servem para reunir a produção encomendada pôr
consumidores de grandes quantidades, como os supermercados, por exemplo.

Na avaliação do piscicultor José Jurandir de Paiva, o 'Juca Paiva" da fazenda Estiva, em Luziânia-GO,
até recentemente o mercado consumidor de peixes era restrito e tinha sua produção principal
basicamente destinada ao consumo da Semana Santa. Para ele, com o advento dos pesque-pague o
consumo cresceu e se prolongou pôr vários períodos do anos ; O criador afirma que tudo que produzir
será comprado pêlos pesque-pague. No que se refere ao consumo direto é necessário ter um quadro
bem fiel à realidade. Pesquisas sobre o mercado consumidor de peixes revelam que o brasileiro não
tem o hábito de consumir a carne de peixe, que de longe é superada pelo consumo das carnes de
aves, bovinos e suínos. Um dos fatores mais desestimulantes ao consumo, em relação aos demais
tipos de carnes à venda no mercado, é a relação preço l kg. O quilograma do peixe, dependendo da
espécie, pode chegar a custar vinte vezes mais que o mesmo peso em carne de frango. Apesar da
grande extensão litorânea e da quantidade de bacias fluviais, no ranking mundial de consumo de carne
de peixe, o Brasil é um dos países que estão no fim da fila, como pode-se observar no quadro a
seguir:
O fornecedor, o maior aliado
Assim como as informações sobre o público consumidor da produção de peixes, o conhecimento dos
fornecedores, com o maior número de dados possíveis, é fundamental para o sucesso de uma empresa
do ramo. No caso da criação de peixes, a melhor forma de travar contato com os fornecedores é
procurando indicações com as associações de aqúicultores da região. Desta forma serão obtidas
informações, nas quais se pode cobrar responsabilidade, na qualidade dos alevinos e rações fornecidas.
Diante da inexistência de associações de criadores, uma outra opção segura é buscar indicações nos
escritórios públicos de maneio rural, como é o caso da Emater e dos postos das secretarias de
Agricultura. Nestes escritórios, assim como nas associações, podem ser encontradas relações de locais
onde podem ser adquiridos os alevinos.

Concorrentes, os balizadores do mercado


A concorrência deve ser sempre encarada como um parâmetro para seu empreendimento. Tanto no
preço, quanto na qualidade do produto oferecido, na estratégia de venda ou nos resultados gerenciais
obtidos. Os concorrentes não podem ser desprezados, mas também não devem ser tratados como os
bichos-papões de sua empresa. Poucas são as localidades onde é intensa a disputa direta entre os
criadores de peixes, mas, onde esta disputa existe, o mercado tende a ser mais promissor. Isto deve-
se à natural tendência de redução nos preços dos produtos oferecidos.

02- PRINCIPAIS PEIXES INDICADOS PARA CULTIVO


Quais são as espécies mais rentáveis e de melhor adaptação
Para que uma espécie de peixe seja considerada adequada para o cultivo, ela deve apresentar
algumas características às quais o produtor deve estar sempre atento, como consta em orientação do
livro "Manual de Piscicultura Tropical", de Carlos Eduardo Martins de Proença e Paulo Roberto Leal
Bittencourt, editado pelo Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A
primeira destas características é que a espécie deve ser facilmente propagáveis, natural ou
artificialmente, isto é, poder produzir anualmente um grande número de alevinos. Também é
importante apresentar bom crescimento em condições de cativeiro e ser resistente ao manejo e às
enfermidades mais comuns. As orientações técnicas também indicam ser necessário que estas espécies
apresentem um hábito alimentar onívoro, herbívoro, iliófago, detritívoro, fitoplantófago, zooplantófago
ou plantófago. Se a espécie for carnívora, ela deverá ser de alto valor comercial e aceitar alimento
não-vivo, de preferência ração peletizada. . Outro ponto muito importante, e que deve servir como
peso da balança para a escolha da espécie, é que ela deve ter boa aceitação no mercado. A seguir, de
forma bastante resumida, apresentamos as características das espécies mais facilmente encontradas
nas unidades produtoras de alevinos no Brasil , atualmente. Vale relembrar que os técnicos das
empresas de manejo e mesmo das associações de aqúicultores têm informações mais completas sobre
estas espécies.

Espécies
Tambaqui e tambacu
O tambaqui é uma das principais espécies do rio Amazonas, podendo alcançar até 20 kg. Tem a carne
bastante apreciada e se adapta bem ao cativeiro, onde atinge, em condições ideais de temperatura e
alimentação, até 1,4 kg em um ano. Com crescimento mais rápido que o pacu, porém menos
resistente ao frio, registra alta mortalidade em temperaturas abaixo de 1 5ºc. É onívoro e aceita
rações. É peixe de piracema e não desova ais indicadas para o cultivo naturalmente em cativeiros. O
tambacu, ou paqui, resultante do cruzamento da fêmea de tambaqui com o macho do pacu. Menos
sensível que o tambaqui ao clima subtropical, pode adaptarse a temperaturas abaixo de 20ºc. Mas se
esse híbrido for fértil e escapar para a natureza, ameaça o futuro das duas espécies das quais se
originou. Tanto o tambaqui quanto o tambacu têm carne saborosa e aceitam bem a ração em cativeiro.
O tambaqui só se reproduz artificialmente em tanques.

TAMBAQUI TAMBACU

Pacu
Também conhecido como pacu-caranha, na região Centro-Oeste, e pacu-guaçu, no Sudeste, é um
peixe originário da Bacia do Prata, habitando principalmente os rios do Pantanal Mato-grossense, onde
chega a atingir até 18 quilos. Desenvolve-se melhor em ambientes com temperaturas entre 20/30 mas
resiste bem a temperaturas abaixo de 20ºc. É um peixe onívoro, pode ser alimentado com frutas,
sementes, grãos, pequenos moluscos, crustáceos, insetos e também com ração com 22% a 30% de
proteínas. Peixe de piracema, só se reproduz em cativeiro com indução artificial. Nos viveiros pode
ultrapassar 1,1 kg em um ano de cultivo. Sua carne é muito saborosa, podendo apresentar acúmulo de
gordura se receber alimentação muito rica em proteínas. Nos policultivos deve ser a espécie principal.
Quando cultivado com as carpas, come as nadadeiras das mesmas.

PACU

Curimbatá
Também chamado de curimba, corumbatá, grumatá, curimatá ou curimatá, é um peixe muito
conhecido do Rio Grande do Sul até o Nordeste do país. Cresce melhor em viveiros grandes, podendo
atingir até 800 gramas no primeiro ano Têm hábito alimentar iliófago, isto é uma espécie de fundo de
tanque, sua carne tem ligeiro gosto de terra. No policultivo, onde é utilizado como espécie secundária,
sua função é remover o lodo, liberando os gases tóxicos e colocando a matéria orgânica em suspensão,
o que ajuda a adubar os tanques.

CURIMBATÁ

Carpa comum
Espécie de origem asiática cultivada praticamente em todo o mundo, possui qualidades importantes
para produção em viveiros, como resistência a doenças, facilidade de manejo e reprodução. Em algumas
regiões do Brasil seu sabor e aparência não são bem aceitos pêlos consumidores. As variedades mais
cultivadas são a carpa escama, a espelho e a colorida, sendo esta última mais apreciada para fins decorativos.
Têm hábito alimentar bentófago e onívoro, ou seja, alimenta-se de preferência de pequenos vermes,
minhocas e moluscos que vivem no fundo dos tanques e se adapta bem aos mais diferentes tipos de
alimentos. As carpas apresentam crescimento rápido, atingindo facilmente 1,5 kg em um ano. Podendo ser
utilizadas em policultivo, se reproduzam em viveiros, apresentando uma desova por ano. Artificialmente
podem ser feitas mais de duas desovas ao ano.

CARPA COMUM

Carpa capim
Esta espécie da carpa chinesa, com a cabeça grande e prateada, come principalmente algas, plantas
aquáticas, frutas, raízes e capim, como o nome indica. Esse hábito alimentar torna-a muito importante no
policultivo, pôr manter o tanque limpo. Além disso, suas fezes abundantes ajudam a fertilizar a água,
facilitando a proliferação do plâncton, o alimento de outras espécies. Sua carne magra e de sabor semelhante
ao da traira é muito apreciada pêlos consumidores. Tem crescimento muito bom e pode atingir até 1,5 kg no
primeiro ano. No cativeiro só se reproduz com indução artificial.

CARPA CAPIM

Tilápia do NILO
Entre as várias espécies existentes, esta é a mais utilizada para o cultivo, pôr apresentar um melhor desempenho,
principalmente os machos. É um peixe africano muito rústico e com carne saborosa. Possui hábito alimentar
planctófago e detritívoro, alimentando-se, em primeiro lugar, do plâncton e em menor proporção de detritos orgânicos,
aceita bem rações artificiais. Atinge cerca de 400 gramas a 600 gramas no período de seis a oito meses de cultivo. É
também utilizado como peixe forrageiro, servindo de alimento na criação de peixes carnívoros. A maior restrição ao
seu cultivo é sua reprodução precoce, a partir de quatro meses de idade, o que gera o superpovoamento de tanques.
Este problema pode ser contornado com a utilização apenas de alevinos machos, sexuados manualmente ou revertidos
através de hormônios sexuais, que são facilmente encontrados em vários fornecedores de alevinos.

TILÁPIA DO NILO

policultivo - o melhor resultado na criação de peixes


A sugestão dos técnicos é que se faça a criação de diversas espécies num mesmo viveiro, o policultivo.
Normalmente os critérios utilizados são de utilização de 90% de peixes de superfície - como o pacu e o tambaqui - e o
restante dividido entre duas espécies de meia água - como a carpa chinesa - e duas espécies de fundo - curimbatá e
carpas comuns. A distribuição tem como objetivo dar melhor aproveitamento à alimentação, já que os peixes de
superfície não buscam comida no fundo do tanque, evitando-se, dessa forma, o desperdício. Ao criar peixes
carnívoros, como a traira, pôr exemplo, o criador deve associá-los a peixes menos valorizados comercialmente, como
a tilápia. O iniciante neste tipo de negócio precisa se familiarizar com a atividade partindo para a engorda dos alevinos
e, mais tarde, se for seu desejo, para o processo reprodutivo que, sem dúvida, exige maior aporte técnico e de capital.
Mesmo para o policultivo, o criador deve buscar amparo em empresas técnicas que tratam do assunto, para evitar
problemas futuros. Juca Paiva disse que iniciou seu negócio com a criação de tilápias, que serviriam de forragem para
o tucunaré. O resultado foi um desequilíbrio nos tanques, pois o tucunaré é um peixe carnívoro muito voraz. "Depois
desta experiência fui visitar a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco), onde encontrei
informações técnicas", conta seu Juca. Ele disse que depois desta correção de rumos, fez os primeiros tanques,
comprou alevinos e mais tarde começou a comprar prós-larvas. A experiência, com apoio técnico, deu certo. Hoje,
além de tirar para a criação ele já vende o excesso, passando a fazer a própria reprodução. Há oito anos Juca Paiva está
no ramo e há três opera comercialmente, vendendo toda a sua produção. O outro tipo de cultivo, conhecido como
monocultivo, consiste na criação de uma única espécie num viveiro. Ele é mais comum em locais onde não existe a
oferta de alevinos de várias espécies. A maior desvantagem é a subutilização dos alimentos naturais não consumidos
pela espécie escolhida. Esses dois tipos de cultivo voltarão a ser tratados em outro capítulo.

03- LOCALIZAÇÃO
Água, solo e inclinação do terreno são os principais determinantes

Para viabilizar o projeto de piscicultura e otimizar o empreendimento é necessário estar


atento a alguns aspectos ligados ao local de implantação do negócio. Segundo os
especialistas em aqúicultura do Ibama, Carlos Eduardo Martins de Proença e Paulo Roberto
Leal Bittencourt, informam no livro Manual de Piscicultura Tropical, "estes fatores se
referem à topografia da área de implantação do projeto, o tipo de solo onde ele será
executado, a avaliação da quantidade e qualidade da água que será destinada ao
abastecimento dos tanques, viveiros ou açudes e também à vegetação local". Os técnicos do
Ibama também advertem que não se deve deixar de considerar, também, os dados
meteorológicos que poderão influenciar, inclusive, os parâmetros considerados, após os
levantamentos dos dados hidrológicos. O reconhecimento e seleção da área de implantação
do projeto devem estar vinculados ao tipo de projeto que se pretende desenvolver, às espécies
que serão cultivadas, ao manejo adotado e ainda à facilidade de acesso para a
comercialização. Todos estes aspectos vão interferir diretamente no sucesso do
empreendimento, no Iayout da unidade e no processo construtivo, principalmente para os
casos de piscicultura em tanques e viveiros. Vale lembrar que a escolha da área definirá o
tamanho da exploração e a determinação dos custos de implantação, além da viabilidade
técnica e econômica do negócio.
Topografia
Segundo o "Manual de Piscicultura Tropical", este aspecto da escolha da localização
determina, essencialmente, a viabilidade econômico-financeira do investimento no que se
refere ao trabalho de movimentação de terra na construção das instalações. Em áreas de
topografia praticamente plana esses trabalhos serão minimizados. Em terrenos acidentados,
evidentemente, haverá maior volume de trabalho de terraplanagem. É a topografia que
determinará o volume de terra a ser movimentado na construção das instalações. Dela sairão
os condicionantes de tipo, superfície, forma e o número de viveiros. De um modo geral,
terrenos com inclinação de até 5% são os mais indicados, por serem menos onerosos e
possibilitarem maior superfície de área inundada. Ainda neste fator deve-se observar a
distância e a cota entre o ponto de captação da água e o local dos tanques e viveiros,
correlacionando-se essa cota com o nível mais elevado da área de tanques, de modo a
permitir o abastecimento de água através da gravidade. Em resumo, será necessário, para a
construção do parque aquático, determinar a declividade do terreno, a diferença de nível
existente nos diversos pontos que delimitamos viveiros e a linha de contorno e a medida
horizontal e angular. Os equipamentos utilizados na medição da área vão de uma simples
trena, mangueira transparente e estacas de madeira até o teodolito, que é o instrumento mais
apropriado para esse tipo de trabalho. Para se atingir um levantamento topográfico acurado
do terreno deve-se proceder à fixação de uma referência de nível e da linha Norte-Sul.
Também deve-se determinar a poligonal de apoio, ou seja, a linha poligonal de contorno da
área, as dimensões, rumos e ângulos dos lados dessa poligonal. Pôr último, deve-se plotar as
curvas de nível a cada metro de desnível do terreno. Com estas ações serão obtidos a área e o
perfil do terreno. O levantamento deve incluir, ainda, o cadastro dos chamados elementos
notáveis existentes no terreno, como postes, divisas e riachos, entre outros. Deve-se evitar
que o local para implantação do projeto apresente falhas, grandes formigueiros, afloramento
de rocha e raízes de árvores de grande porte.
Solo
O solo mais adequado para tanques e viveiros é o que apresenta condições intermediárias
entre o arenoso e o argiloso. É necessário que ele tenha boa estrutura, que favoreça a
escavação do tanque e permita compactar as paredes e o fundo para evitar a infiltração
excessiva de água. É importante observar que a terra com predominância de argila é mais
difícil de ser escavada e favorece o aparecimento de rachaduras no tanque, quando este é
esvaziado. Já o solo muito arenoso não possui boa capacidade de retenção de água,
favorecendo a infiltração do terreno. O ideal é um solo que possua composição mínima de
40% de argila, pois segundo recomendação do médico veterinário e extensionista da Emater-
DF, Adalmyr Moraes Borges, em seu estudo Noções de Piscicultura - A criação de Peixes,
editado em julho de 1995, é necessário também, dependendo da localização do
empreendimento, fazer a correção do índice de acidez (pH> do solo, que influenciará na
acidez da água dos viveiros.
Quantidade de água
A atividade de piscicultura demanda água de alta qualidade e com quantidade abundante. O
volume de água necessário é calculado em função da área e da profundidade do viveiro. Em
um viveiro de 1 ha e de profundidade média de 1,5 m, são necessários 15.000 m3 (metros
cúbicos) de água. Para um viveiro com estas dimensões é recomendável que o enchimento
ocorra em 72 horas, portanto a vazão deve ser superior a 38,6 lis. Fórmulas para o cálculo de
vazão podem ser encontradas em livros de física ou, especificamente, no livro do Ibama
"Manual de Piscicultura Tropical". Depois do enchimento de um tanque ou viveiro, a
colocação de água deve ser promovida exclusivamente em três situações: para compensar
perdas pela evaporação, recuperar o volume perdido com infiltrações, ou recupera a taxa de
oxigênio da água, caso seja detectada uma deplexão.
Tipos de instalação
De acordo com o Manual de Orientação Técnica para Piscicultura, editado pelo Sebrae da
Bahia em 1993, as instalações empregadas em um projeto de exploração racional de peixes
podem ser compostas pôr viveiros ou tanques. Antes de se iniciar a construção de um açude
ou de tanques, deve-se efetuar o planejamento de todas as etapas a cumprir, especialmente no
caso dos viveiros. Ainda segundo o Manual de Piscicultura Tropical, com base no relevo,
tipo de solo, e características da bacia hidrográfica é que será estabelecido o Iayout do
conjunto. Isto significa que a disposição do açude e/ou viveiros será feita em função dos
pontos de captação da água, da avaliação dos serviços de terraplanagem e da quantificação e
dimensionamento do orçamento prévio estimativo das obras. Segundo os autores do manual
"existem situações que permitem, inclusive, a utilização integrada de açudes e viveiros".
Além da necessidade de conciliar a disposição dos viveiros com o mecanismo de
abastecimento pôr ação da força da gravidade, é importante planejá-los de maneira que a
maior dimensão dos tanques seja paralela às curvas de nível do terreno para promover
economia no trabalho de terraplanagem.
Viveiros - são reservatórios escavados em terreno natural, dotados de sistemas de
abastecimento e de drenagem. Estruturalmente são divididos em viveiros de barragem
(açudes) e de derivação.
Viveiros de barragem - são construídos a partir do erguimento de um dique ou
barragem capaz de interceptar um curso de água. Em geral são utilizados pequenos vales para
sua alocação. Entre as vantagens deste tipo de viveiro está o baixo custo de sua construção.
Apresentam, porém, uma série de aspectos negativos. O primeiro deles é o fato de não se ter
um controle efetivo da quantidade de água, com o constante perigo de rompimento da
barragem, em função das contribuições recebidas pôr fortes chuvas. Estas instalações
apresentam ainda dificuldade no manejo, especialmente no que se refere à adubação,
alimentação artificial e despesca.
Viveiros de derivação - geralmente são construídos em terrenos que apresentam
grande declividade ao longo do curso d'água, mas em pontos onde é fraco o declive
transversal do terreno. Tanto o abastecimento, quanto a drenagem deste tipo de instalação são
feitos pôr meio de canais. As principais vantagens deste tipo de viveiro são a facilidade de
manejo e o controle da entrada e saída do fluxo de água.
Tanques - A principal diferença deste tipo de instalação para os viveiros é que têm o
fundo revestido em base de alvenaria, pedra, tijolo ou concreto. Inicialmente foram
empregados como berçários, mas tornaram-se obsoletos nesta função. São recomendáveis
para terrenos arenosos e com grande infiltração. Seu custo de produção é alto e se contrapõe
à baixa produtividade. A principal desvantagem dos tanques é que, pelo fato de serem
revestidos, não desenvolvem os microorganismos necessários à alimentação dos peixes. Nos
locais onde ocorrem muitas variações de temperatura, é recomendável que a profundidade
dos tanques seja aumentada em 0,50 m, para evitar grandes oscilações.' Estas mudanças não
são sentidas principalmente no fundo (geralmente com 1,70 m) onde a maior parte dos peixes
se refugia, porque lá a temperatura da água costuma manter-se homogênea e estável. O
tamanho do tanque varia de acordo com a quantidade de peixes que se deseja criar. Outros
condicionantes são a oferta de água e a quantidade de matéria orgânica disponível na
propriedade. Para os viveiros de alevinaciem a área ideal está na faixa de 2.000 a 5.000 m2.
Entretanto, tanques de dimensões inferiores também podem ser utilizados. O principal
problema detectado com a redução nas dimensões dos tanques é que, conseqúentemente, fica
reduzida a superfície de água em contato com o ar, resultando em taxas menores de
oxigenação. Viveiros muito grandes, porém, apresentam como inconveniente as dificuldades
no manejo: são mais demorados para encher e esvaziar e requerem mais tempo na hora de
passar a rede, pôr exemplo. Como foi afirmado anteriormente, recomenda-se a utilização de
viveiros escavados na terra, que permitem mais eficiência no abastecimento, no tratamento
dos peixes, especialmente na captura, e no controle da alimentação e da fertilização. O
formato mais recomendado é o retangular, com paredes inclinadas em ângulos de 45 graus e
com até 2 m de profundidade. O nível da água varia, comumente, de 1,20 a 1,50 m. Já os
viveiros de barragem podem ter a forma alterada pela topografia do terreno e possuir
superfície de formato triangular ou até mesmo circular. Em seu estudo, o veterinário
Adalmyr Borges aponta também quatro aspectos que precisam ser considerados para a
construção de viveiros e/ou tanques:
Água - deve ser de boa qualidade, livre de agrotóxicos e poluentes. A vazão ideal
requerida é de 10 litros pôr segundo pôr hectare de área inundada (60 litros/minuto a cada
1.000 m2), o suficiente para o enchimento, renovações e compensar perdas provocadas pela
evaporação e infiltrações. O sistema de abastecimento deve ser individual, evitando-se a
transferência de água de um viveiro para outro.
Terreno - antes de iniciar a construção deve ser feita uma limpeza da área, com a retirada
total de galhos, raízes e restos de vegetação.
Dimensões - como geralmente são de formato retangular, o comprimento deve ser igual
a três vezes a medida da largura e a profundidade de até 2 m. Na piscicultura doméstica os
viveiros variam de 100 a 500 m2. Já na atividade comercial os tamanhos podem variar de
1.000 a5.000 m2.
Esvaziamento - O fundo do viveiro deve ser bem plano e limpo e possuir uma
declividade de 1 a 0,5% em direção ao local de escoamento, localizado sempre do lado
oposto da entrada de abastecimento. Os sistemas mais comuns de escoamento são o de
cotovelos de canos de PVC (para viveiros de pequena e média dimensão) e de monge (para
viveiros grandes).
04- PROCESSO DE CRIAÇÃO

Adubar faz o peixe crescer e aumentar de peso


O manejo é o conjunto de práticas utilizadas para a exploração do cultivo. O bom
cumprimento das técnicas de manejo se traduz, inevitavelmente, em maior rentabilidade no
empreendimento. Das técnicas de manejo do cultivo de peixes fazem parte a preparação dos
viveiros, o condicionamento e transporte dos primeiros alevinos, o povoamento dos tanques,
alimentação, e despesca. A preparação dos viveiros consiste, basicamente, na calagem e nas
adubações. O processo de calagem é necessário quando a água do viveiro apresenta PH
inferior a 7,0. Os produtos mais utilizados para isto são o calcário dolomítico e a cal viva. De
uma maneira geral, em terras ácidas, utiliza-se 2.000 kg de calcário pôr hectare (ou 200g/m2)
ou, no caso da cal, uma proporção de 1.000 kg/ha (também calculado pela fórmula l00g/m2).
Com a obra do viveiro pronta, espalha-se um dos produtos na proporção calculada pôr todo o
fundo e laterais do reservatório. Depois da calagem, aguarda-se em média 15 dias para a
adubação e o enchimento do viveiro. Ao contrário do que possa parecer à primeira vista, não
são os peixes que consomem diretamente o adubo. A adubação dos viveiros, que pode ser
orgânica ou inorgânica, tem a mesma finalidade que na agricultura. Quando se aduba a água,
há um maior crescimento do plâncton, que é o conjunto dos pequenos animais (zooplâncton>
e vegetais (fitoplâncton) dos quais se alimentam a maioria das espécies. A principal adubação
dos viveiros deve ser a orgânica. Os adubos de melhor qualidade para a piscicultura são os
estercos de aves e suínos, sendo também utilizados os estercos de bovinos e de outros animais.
Podem ser utilizadas fezes frescas, mas os estercos curtidos surtem efeitos superiores. A
adubação química (inorgânica) deve ser feita de forma complementar. Em geral a água
apresenta quantidade mínima de fosfato, pôr isso costuma-se utilizar a combinação fósforo-
nitrogênio como nutriente auxiliar na produção de peixes. Quinze dias após a calagem é feita a
adubação inicial, junto com o enchimento do viveiro, de acordo com os seguintes parâmetros:

Igualmente importante à preparação dos viveiros é o acondicionamento e transporte de


alevinos. De acordo com o Manual de Orientação Técnica para Piscicultura, editado pelo
Sebrae/BA, os alevinos podem ser transportados da estação produtora até o local de cultivo
acondicionados em sacos plásticos inflados com oxigênio, em tanques de amianto ou fibra de
vidro ou em tanques de lona revestindo a carroceira de um veículo. A quantidade de alevinos
pôr lote depende, fundamentalmente, do oxigênio disponível e da duração do translado.
Considerando que o transporte tenha duração máxima de 24 horas, a temperatura da água
em torno de 280C e alevinos com comprimento médio de 2 cm, podem-se acondicionar até
3.000 alevinos em um saco plástico de 60 litros, desde que seja colocada uma parte de água
para duas de oxigênio. Nas demais estruturas de acondicionamento recomenda-se o
preenchimento de 1/3 do volume com água, podendo se colocar 3.500 alevinos pôr metro
quadrado de área. Para povoar o local de cultivo, alguns cuidados devem ser observados. O
principal deles é com relação à diferença de temperatura de transporte dos alevinos e a água
do viveiro ou tanque. O choque térmico pode provocar uma grande mortalidade. Para se
evitar isso, é recomendado que os sacos plásticos sejam deixados boiando pôr um período de
10 a 20 minutos, até que a temperatura seja igualada e eles sejam abertos. No caso da
utilização de outra estrutura de transporte, adiciona-se, aos poucos, a água do ambiente de
cultivo à água de transporte até que ocorra o equilíbrio. De acordo com Adalmyr Borges,
existe ainda um sistema de berçários, que reduz a 'nortalidade dos alevinos recém-
tranportados. este sistema consiste na construção de viveiros de recria, com área variando de
4 a 5% da área dos viveiros de engorda. Neles os alevinos permanecem de 30 a 40 dias, na
proporção de 0 a 25 pôr metro quadrado, ganhando uma maior taxa de sobrevivência. De um
modo geral, os alimentos naturais suprem as necessidades nutricionais dos peixes cultivados,
mas à medida em que se busca maior produtividade, a utilização de alimentos artificiais é
imprescindível. A alimentação artificial pode ser suplementar, através de grãos de cereais e
farelos ou farinhas, ou administrada de forma completa, pelo uso de rações fareladas,
granuladas ( também chamadas de peletizadas ) ou flutuantes. Quando encarado como
nutrição principal, o alimento artificial deve ser administrado diariamente, dividido em duas
refeições de penodos fixos ( preferencialmente no início da 1 manhã e final da tarde ) e pelo
menos 5 dias pôr semana. A quantidade a ser lançada deve ser de 3 a 4% da biomassa, o
peso total dos peixes no tanque. O método mais utilizado para estabelecer a quantidade de
alimento a ser administrado é a biometria quinzenal ou mensal. Ela consiste na captura de
uma amostra aleatória da população de peixes estocados. Para realizá-la é necessário uma
rede de malha ( para colher o peixe ) , uma balança com graduação em gramas e um
ictiômetro para medição do comprimento da amostra. O valor obtido na medição é
multiplicado pelo número de peixes cultivados, calculando-se a biomassa total de peixes
estocados. De posse deste valor é que se calcula a quantidade de ração a ser administrada.

Exemplo: cultivo intensivo de tambaqui


taxa de estocagem - 1 peixe m2
àrea do viveiro - 2.500 m2
peso médio da amostra - 200 g
quantidade de ração – 40 % da biomassa
Então tem-se:
2.500 peixes x 0,2 kg = 500 kg de biomassa
500 kg x 0,04=20 kg de ração diária, ou:
10 kg de ração pôr refeição ( 2 x ao dia ).
As rações balanceadas mais comumente encontradas no mercado são as seguintes:

A despesca é a operação de retirada dos peixes dos viveiros quando eles atingem o tamanho e o peso ideais à
comercialização e consumo. Ela pode ser feita de forma total ou parcial. A parcial geralmente ocorre quando
pôr algum motivo os peixes não apresentaram crescimento uniforme, ou quando a comercializaçáo /
consumo determina que o estoque não seja baixado completamente. Para a realização da despesca deve se
levar em consideração os períodos em que o produto atinge maior valorização no mercado, como pôr
exemplo na Semana Santa, quando a demanda pelo peixe é maior que a oferta. O passo inicial do processo
de despesca é o esvaziamento do viveiro, que deve ser realizado de forma gradativa. Deste modo, os peixes
costumam refugiar-se na parte mais profunda do reservatório, facilitando a operação. Na retirada são
utilizados, geralmente, rede de pesca com malha variam de 25 a 40 mm entre os nós, puçás de tamanhos
variados, baldes plásticos de 60 litros e tarrafas. De maneira geral, a despesca ocorre a partir de l0 a 12
meses do início do cultivo.

05- PRATICA DE CULTIVO


A escolha da forma de criar determina produtividade e custos
Os sistemas de exploração diferem de acordo com os cuidados dispensados à criação e irão determinar a
produtividade e os custos do produtor. Neste capítulo, tomando pôr base o "Manual de Orientação Técnica"
elaborado pelo Sebrae/BA, vamos apresentar as práticas e os tipos de cultivo que ocorrem: cultivo
extensivo, semi-intensivo e intensivo; monocultivo e policultivo; e consórcio de peixes com a criação de
outros animais.
Cultivo extensivo
Este é o tipo de exploração feita em açudes, lagoas, represas e outros mananciais, nos quais o homem não
controla os predadores, nem a qualidade da água onde se desenvolve o alimento natural, único disponível
para os peixes. A taxa de estocagem utilizada é de um peixe para cada 10 metros quadrados.
Cultivo semi-intensivo
Neste caso o alimento natural desempenha um papel preponderante na produtividade da cultura de peixes,
contudo, em virtude de uma maior densidade de estocagem - em média de três a cinco peixes a cada 10
metros quadrados - há necessidade de se fertilizar as águas e/ou fornecer alimentos suplementares aos
peixes, tais como grãos ( tipo milho e sorgo ) , farelos ( milho , sorgo , trigo , soja ) , tortas ( mamona,
algodão ) e farinhas ( carne , peixe ) .
Cultivo intensivo
A característica principal deste cultivo é o uso de rações balanceadas na alimentação dos peixes, em virtude
das densidades de estocagem bastante altas - cerca de um peixe pôr metro quadrado - o que torna os
alimentos naturais bastante insuficientes, embora estejam presentes na cultura e possam mesmo ser
incrementados através de fertilizantes. O cultivo intensivo é realizado em tanques e viveiros, e as formas de
intervenção do produtor são as mesmas utilizadas para a piscicultura semi-intensiva.
MonocuItivo
Como já dissemos, este é o tipo de cultivo em que é criada uma só espécie. Em geral é utilizado em águas
correntes, onde existe limitação de alimento natural e em locais onde não existe oferta de alevinos de
diferentes espécies. Comparativamente, e menos recomendável que o policultivo. A maior desvantagem
desta prática é a subutilização dos alimentos naturais não consumidos pela espécie escolhida, pôr não fazer
parte de seu hábito alimentar.
Policultivo
Como também já abordamos, esta prática consiste no cultivo de diferentes espécies de hábitos alimentares
distintos. Neste caso, ocorre um melhor aproveitamento dos alimentos naturais disponíveis nos diversos
estratos, o que propicia uma maior produtividade.
Uma desvantagem deste processo é a necessidade de separação das espécies no momento da despesca, além
da exigência de um maior rigor no manejo, para evitar um desequilíbrio no ecossistema aquático, o que pode
provocar competição entre as diferentes espécies.
As principais espécies cultivadas pôr esta prática e seus hábitos alimentares são a carpa comum ( bentófaga
e onívora ), pacu ( onívoro ), carpa capim ( herbívora ), carpa prateada ( fitoplanctófaga ), carpa cabeça-
grande ( zooplanctófaga ), curimbatá ( iliófaga ) e tilápia ( planctófaga e detritiva ) . Com estas informações
é possível selecionar as espécies mais convenientes à exploração local.
Consórcio peixes / suínos
Neste tipo de consórcio de produção as fezes e urina dos porcos são escoadas diretamente para dentro do
viveiro. Os suínos são criados em galpões sobre ou próximos deste viveiro para que todo o material,
incluindo restos de ração, seja aproveitado pêlos peixes. As fezes frescas contêm cerca de 200/o de alimento
mal digerido, podendo ser aproveitadas diretamente, enquanto o restante serve de adubo orgânico,
estimulando a produção do plâncton e bentos, que também serão consumidos.
A estocagem recomendada para estes casos é de 60 suínos para cada hectare. Neste tipo de cultivo, sem
qualquer outra forma de adubação e alimento complementar, pode-se estimar uma produção em torno de 2 a
3,5 toneladas pôr hectare a cada ano. Deve-se ter o cuidado quando produtos químicos, como vermífugos e
desinfetantes, pôr exemplo, forem aplicados no cultivo de suínos, porque estes produtos são prejudiciais aos
peixes, podendo, inclusive, provocar mortalidade, o que, sem dúvida, comprometerá o resultado da
piscicultura.
Consórcio peixes / aves
O esterco de aves é um dos adubos mais completos se comparado ao de outros animais, o que assegura
elevada produção de plâncton. No caso de consórcio com marrecos de Pequim, devem ser utilizadas entre
300 e 500 aves pôr hectare e, para o cultivo, constroem-se comedouros para as aves próximos às margens ou
sobre uma ilha artificial de madeira ou tela. Estas providências evitam o desperdício de ração, pois os restos
que caem na água também serão aproveitados pêlos peixes. Além de adubar os viveiros com suas fezes, os
marrecos intensificam a oxigenação dos viveiros através do movimento de ondulação das águas, erradicam a
vegetação aquática existente e certos anclídeos, além de controlar a reprodução sobre o cultivo de tilápias,
porque se alimentam de pequenos alevinos e também pôr destruir ninhos. A desvantagem deste consórcio é
que as aves danificam os taludes dos viveiros e tornam-se hospedeiras de certos parasitas de peixes. No caso
dos marrecos, sua comercialização é difícil em certas regiões do país, como o Nordeste, pôr exemplo,
porque sua carne não é bem aceita. A produção de peixes pôr este tipo de associação pode alcançar até duas
toneladas pôr hectare em um ano. No processo de cultivo, qualquer que seja a escolha do piscicultor, é
fundamental estar atento à saúde dos peixes, através do trabalho constante de prevenção e controle das
infecções causadas pôr parasitas. A infecção de um viveiro, com qualquer organismo unicelular, pode ser
diagnosticada através de alguns sinais característicos como:
• A presença de peixes em grandes cardumes perto da superfície da água;
• Acúmulo de peixes abaixo da entrada de água;
• Ocorrência de espécies mais escuras;
• ocorrência de peixes mortos na superfície.
Vale ressaltar que somente peixes mortos pôr infecções parasitárias tendem a flutuar na superfície, ao
contrário de peixes que morrem pôr fatores dietéticos, pôr exemplo, que permanecem no fundo.
A melhor maneira de prevenir infecções pôr parasitas é preparar o viveiro convenientemente, para assegurar
uma boa produção de alimentos naturais e fornecer alimentação artificial de boa qualidade e quantidade
adequada. Outra medida preventiva importante é assegurar que o estoque jovem de peixes não entre em
contato com os peixes adultos, pois estes podem transmitir parasitas contidos no muco e nas guelras.
As principais infecções causadas pôr parasitas são a ictioftríase ou ictio, popularmente conhecida como
"doença dos pontos brancos";saprolegniose; apodrecimento das nadadeiras;hidropsia infecciosa e argulhose.
Além destas doenças, a intoxicação alimentar também pode trazer problemas aos peixes. A seguir
apresentaremos, resumidamente, os principais sintomas de cada uma destas doenças. As empresas de
manejo, como Emater, pôr exemplo, têm técnicos que podem oferecer orientação sobre o assunto.
Ictiotiríase
Esta doença ocorre em função da baixa temperatura da água. E' facilmente diagnosticada, pois o corpo do
peixe apresenta-se coberto de pequenos pontos brancos, principalmente o opérculo e nadadeiras. Os animais
ficam inquietos, raspando o corpo nas paredes do viveiro para retirar os parasitas.
saprolegniose
Esta doença parasitária é causada pelo fungo saprolegnia achyla. Os peixes ficam com manchas brancas ou
tufos semelhantes a algodão pôr todo o corpo. Este fungo normalmente ataca os animais feridos ou
debilitados e propaga-se rapidamente quando a temperatura da água fica abaixo de 230G e existem sobras de
alimentos no fundo dos viveiros.
Apodrecimento das nadadeiras
As causas para esta doença podem ser muitas, mas geralmente ela ocorre pôr ação de bactérias. As
nadadeiras ficam esbranquiçadas e logo começam a desfazer-se. A temperatura baixa e o ph ácido também
contribuem para o seu aparecimento.
Hidropisia infecciosa
O causador desta doença ainda não foi determinado, mas já se conhecem dois tipos de hidropisia com
manifestações externas. a intestinal e a ulcerosa. A primeira é caracterizada pôr um acúmulo de líquido na
cavidade abdominal ( ascite ), quando o ventre do peixe fica abaulado e flácido. A segunda é caracterizada
pôr formações de manchas sanguinolentas sobre o corpo do peixe e as nadadeiras atacadas pela doença
ficam parcialmente destruídas.
Argulose
provocada pelo ácaro argulius folhaceus esta doença também é conhecida como piolho das carpas. O peixe
apresenta movimentos nervosos nas nadadeiras e pontos avermelhados na pele.
Intoxicação alimentar
É causada pelo excesso de comida ou pôr alimentos deteriorados. O peixe fica próximo à superfície do
viveiro, com o ventre estufado e as escamas geralmente eriçadas.

06- ALIMENTAÇÃO
ALIMENTAÇÃO
Praticamente todos os organismos presentes em viveiro
contribuem para a alimentação dos peixes.
A maior ou menor quantidade
desses organismos irá influenciar a
produção de peixes respectivamente aumentando ou
diminuindo a capacidade produtiva do
viveiro.

As fontes de alimentos naturais podem ser classificadas


em:

A - FITOPLÂNCTON : pequenas plantas em suspensão na água,


ex.: algas
B - ZOOPLANCTON : pequenos animais em suspensão na água, ex.:
microcrustáceos
C - BENTON : animais que vivem no lodo do fundo,
ex.: caramujos, vermes
D - SEDIMENTO ORGÂNICO: excrementos e restos de plantas
e animais mortos, ex.: lodo
E - PLANTAS AQUÁTICAS : localizadas no fundo, no
talude, na superfície, ex.: aguapés
De uma maneira geral, os alimentos naturais suprem
as necessidades nutricionais das
espécies cultivadas , mas a medida em que se busca produtividade
maiores se torna imprescindível a utilização de alimentos artificiais.

A alimentação artificial pode ser apenas suplementar, através de grãos de cereais e


farelos ou farinhas, ou completa. através de rações fareladas, granuladas ( peletizadas ) ou flutuantes
(extrusadas>. Como o arraçoanento artificial é mais caro, podendo resultar em aumentos de 60 % nos custos
de produção, é necessário que a sua utilização seja bem controlada para alcançar melhor desempenho
na atividade. Para calcular a quantidade de alimento que deve ser fornecido diariamente, é usada a proporção
de 3 a 5% do peso dos peixes no tanque.

EXEMPLO.
Um tanque com área de 1000 metros quadrados e
profundidade media de 120 centímetros, tendo uma população de 800 peixes com
peso de 0,2 quilogramas cada, adotando a proporção de 3% de ração.

Fórmula para cálculo de ração diária =

numero de peixes X peso X proporção utilizada


_________________________________________________________
100
total =
800 X 0,2 X 3%
__________________________________________________= 4,8 Kg de ração pôr dia
100

No decorrer do cultivo se faz necessário adequar constantemente as quantidades


fornecidas de alimentos de acordo com o crescimento
dos peixes. Durante os períodos de temperatura da agua mas fria consumo de ração
tende a diminuir, chegando a parar completamente em algunas espécies.

Os alimentos podem ser jogados à lanço manualmente ou através de alimentadores


automáticos, sempre nos mesmos horários e locais.
Deve ser feita de 1 a 2 vezes ao dia ,
aproveitando as horas mais quentes quando os peixes apresentam uma maior atividade.
em viveiros pequenos o alimento pode ser oferecido em um único local, já em tanques acima de 2.000
metros quadrados são necessários 2 ou mais pontos
de alimentação. Outra forma de arraçoamento é a utilização de cochos submersos de
plástico ou madeira, que facilitam o manejo com a colocação dos alimentos uma vez ao dia e elimina as
mostragens, já que o ajuste na
quantidade pode ser realizado de acordo com o consumo observado, devendo haver sobras diárias de ate 5%
do que foi fornecido. Apresenta ainda
a vantagem de poder usar rações fareladas com bom aproveitamento , desde que sejam
fornecidas umedecidas.

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