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‘Filme B’ publica EXCELENTE matéria sobre

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21 05 2009
“A crise do mercado de homevideo no Brasil antecedeu, e muito, a
crise financeira que vem deixando o mundo irrequieto desde o fim do
ano passado. Entre 2006 e 2008, o número total de DVDs vendidos
no país caiu cerca de 14% (de 28,7 milhões para 24,7 milhões).
Desse total, a venda para locadoras teve uma queda bem mais
acentuada, de 8,5 milhões de unidades para 4,6 milhões – ou seja,
45%. Quais as razões para queda tão abrupta? E que efeitos esse
encolhimento pode ter sobre o mercado cinematográfico, uma vez
que as mais fortes distribuidoras independentes do cinema atuam
também no mercado de DVDs, e cerca de 70% dos valores do artigo
3º da Lei do Audiovisual vêm das receitas (inclsive das majors) do
homevideo?
Para responder a essas perguntas é preciso, em primeiro lugar, admitir que a pirataria,
apesar de ter interferido diretamente nesse quadro, não riscou a curva descendente
sozinha. Outros fatores concorreram para a crise que reduziu o mercado a patamares
semelhantes aos de uma década atrás.
Ao contrário do que acontece em boa parte dos países, o mercado brasileiro de
homevideo sempre esteve assentado na locação, enquanto na Europa e nos EUA a venda
direta ao consumidor (sell-thru) é a base do negócio. A crise brasileira tem suas origens,
portanto, na queda das vendas para locadoras. Hoje, segundo a União Brasileira de
Vídeo (UBV), há cerca de oito mil locadoras no país. Entre 2003 e 2005, havia 12 mil.
Pelos cálculos da presidente da UBV, Tânia Lima, a pirataria domina 60% do mercado.

Num ambiente em que a locação respondia por pelo menos 70% do mercado, a entrada
dos grandes varejistas no jogo foi, na visão de muita gente, um golpe e tanto. “A venda
canibalizou a locação mais rápido do que poderíamos imaginar”, diz Wilson Cabral,
diretor da Sony Home Entertainment. “As videolocadoras perderam o timing da venda.
As distribuidoras, por sua vez, também não foram atrás do varejista, o varejo é que
procurou as empresas. O sell-thru entrou com preços muitos baixos e, com isso, o
próprio consumidor perdeu o referencial. Houve uma banalização do produto.” Maior
comprador de DVDs do Brasil, as Lojas Americanas repetiram o que foi feito na época
áurea do CD, passando a trabalhar com preços baixíssimos e aderindo aos grandes
cestos onde os produtos são “pescados” pelo consumidor. Ao adquirir as 127 lojas da
Blockbuster, em 2007, as Americanas reduziram o espaço físico para locação e
acabaram por desvalorizar a relação do consumidor com o aluguel.
Na opinião de Fred Botelho, dono da 2001 Vídeo – rede especializada que possui lojas
em bairros nobres de São Paulo –, ao temerem o varejo, as locadoras criaram uma
armadilha para o próprio negócio. “Elas vendiam sorvete, cartão de celular, tudo, menos
filmes. Os donos de locadoras sempre tiveram medo de que a venda atrapalhasse a
locação, o que foi um erro. As vendas representam metade do meu faturamento.”
Botelho assegura que na 2001 Vídeo não
há crise. Logicamente, a rede herdou parte
dos clientes da Blockbuster depois que
esta foi vendida, mas não se trata só disso.
“O que aconteceu, entre 2003 e 2006, é
que o mercado cresceu demais. Isso tinha
acontecido já na época do VHS, quando
todo mundo vendia seu carro, pegava o
FGTS e abria uma locadora”.
Uma “coincidência de fatores” levou ao
encolhimento do mercado, segundo Fred
Botelho. “O DVD, quando surgiu, virou um objeto de desejo, era sinal de status, de
cultura. As pessoas compravam compulsivamente. Isso passou. No caso das locadoras,
talvez esteja havendo apenas uma readequação. Isso, claro, sem falar em internet,
pirataria. Mas havia um excesso de locadoras.”
Quem partilha dessa opinião é Stella Natale, responsável pela área de DVDs da
Imovision, distribuidora independente voltada para o segmento de arte. “Pegaram a
pirataria para cristo, mas a verdade é que esse mercado viveu uma temporada de
excessos. Houve uma espécie de bolha. Alguns representantes comerciais chegaram a
ganhar R$ 30 mil de comissão em apenas um mês”, diz Estela.
Cabe notar que, por mais que vendam para o varejo, as distribuidoras jamais terão a
mesma margem de lucro. Enquanto uma peça sai por R$ 90 para as locadoras, no sell-
thru, em média, esse valor cai para aproximadamente R$ 20. “Como o mercado vem
caindo, reduzimos os preços para o varejo porque eles vendem em escala. Trabalhamos
hoje com um preço 40% menor que há três anos”, confirma Wilson Feitosa, da Europa.
“Todos nós baixamos as tiragens também. Vendíamos 70 mil cópias; hoje, não
passamos de 30 mil.”
A queda na venda de DVDs de filmes brasileiros é um bom exemplo do
redimensionamento do mercado. Campeão de público entre os filmes nacionais em
2008, com mais de dois milhões de espectadores, Meu nome não é Johnny vendeu
apenas 48 mil discos – sendo 18 mil para locadoras e 30 mil em sell thru. Para se ter
uma idéia, Dois filhos de Francisco, em 2005, vendeu 485 mil cópias.
Em março
deste ano, em
compensação,
Bezerra de
Menezes – O
diário de um
espírito,
apresentou
números

surpreendentes, com 31 mil unidades vendidas em apenas 20 dias. Mas trata-se de um


filme de tema espírita, com um nicho específico. Para as distribuidoras, sobretudo as
independentes, a nova equação do vídeo tem se mostrado delicada. “A queda na locação
tem um impacto muito grande”, diz Eusébio Munhoz Junior, diretor comercial da
Califórnia Filmes. “Quando lanço um filme, já paguei por ele, por isso dependo do
retorno para pagar o que investi. Com a queda do faturamento e a desvalorização da
moeda, estamos com uma operação difícil.” Situação semelhante vive a Videofilmes,
que trabalha com títulos de viés autoral e muitas produções européias. “O último ano foi
muito duro. Paramos de comprar filmes comerciais porque são muito caros e, sem o
retorno do DVD, é muito difícil que se paguem”, revela Luiz Bretz, diretor da empresa.
“Faz uns dez meses que decidimos parar de comprar para ver o que acontece no
mercado.” Bretz observa que, em geral, as empresas compram os direitos para todas as
mídias, já sabendo que é no cinema que está o maior risco, e, no vídeo, a chance de
recuperação. “Sem o amortecimento do vídeo, todos ficam cautelosos”, aposta.
CINEMA ALTERNATIVO PODERÁ SOFRER MAIS
Para Bretz, não há dúvida de que a crise do mercado de homevideo atingirá, em breve,
os lançamentos em cinema. Ele acredita que o cinema alternativo, que em geral chega
pelas mãos das distribuidoras independentes, deverá sofrer mais. “Pode até ser que isso
não tenha acontecido ainda, porque as compras são feitas antecipadamente. Mas sei, por
exemplo, que não vale a pena lançar pequenos filmes europeus em DVD. Isso significa,
consequentemente, que esses filmes também não devem chegar nos cinemas.” A
Videofilmes lançava um filme europeu por mês. Agora, lança um a cada três meses.
Bretz afirma que metade do problema está na pirataria e outra metade na concorrência
pelo tempo das pessoas, cada vez mais absorvidas pela internet e variadas formas de
entretenimento doméstico. De acordo com ele, o mercado norte-americano produzia, há
uma década, cerca de 500 filmes por ano. Com o DVD e a tevê a cabo, esse número
saltou para mil. “Mas, com a queda do mercado de vídeo, não haverá recursos para fazer
filmes na quantidade de antes.”
Outro risco é que se opte, cada vez mais, pelo lançamento direto no vídeo, já que, como
todos sabem, colocar um filme no circuito exibidor tem um custo nada desprezível.
Cabral, da Sony, pondera que essa conta é altamente variável, mas exemplifica: “Às
vezes, um filme como Punisher – War Zone, lançado direto em vídeo (com o título O
Justiceiro em Zona de guerra), dá muito mais lucro para a companhia porque não teve
os custos do lançamento em cinema”.
A Califórnia lançará O amante (The Other Man), de Richard Eyre, com Liam Neeson e
Antonio Banderas, direto no vídeo. A Europa, por sua vez, recuou nos lançamentos de
blockbusters. “Para um filme ir bem no vídeo, ele precisa ter ação, um elenco conhecido
e, em geral, essas aquisições são muito caras. Como o mercado está complicado, é
difícil apostar no retorno disso”, explica Feitosa.
Munhoz, da Califórnia, diz ainda que, devido à redução do espaço nas locadoras, o
próprio lançamento em vídeo tem de ser cada vez mais bem pensado. “Temos que
oferecer um produto grande, um produto que elas não tenham como recusar.” Ele cita
como exemplo As duas faces da lei, com Al Pacino e Robert de Niro, o filme mais
alugado no Brasil em janeiro. “Estamos buscando filmes de primeira grandeza.”
ARRECADAÇÃO DO ARTIGO 3º JÁ CAIU
Um dos efeitos preocupantes da queda de faturamento no Brasil diz respeito à utilização
do Artigo 3º da Lei do Audiovisual, que permite às majors e às distribuidoras
independentes que remetem royalties para o exterior a aplicar parte do imposto sobre as
remessas em produções nacionais. Os números de 2008 ainda não haviam sido fechados
pela Ancine até o fim de março, mas de 2006 para 2007 a arrecadação geral do Artigo
3º já havia caído 30%. Segundo Cabral, em 2005, 70% do que a Sony investiu em
cinema brasileiro, via Artigo 3º, vinha do vídeo. Em 2006, 60%. “Para simplificar, é
possível dizer que, para cada real vindo do cinema, são colocados R$ 2 do vídeo. Não
tenho dúvida de que o investimento diminuirá”. Luiz Bretz tem outra conta feita na
ponta do lápis. “Como o mercado caiu cerca de 50%, se você conseguia R$ 50 milhões
por ano, conseguirá metade disso, o que significa uma perda de dez filmes brasileiros
fortes por ano”.
Os riscos da crise, como se vê, não são poucos. E quais seriam as saídas? A indústria
responde, em coro, que o pó de pirlimpimpim é o Blu-ray. O ponto de interrogação
surge, porém, quando se sabe que, para aproveitar a alta definição do novo formato, é
preciso não só um novo aparelho, mas também uma TV adequada. Em compensação, ao
contrário do que aconteceu com o VHS, o Blu-ray reproduz também o DVD normal –
portanto, o consumidor não precisará repor sua filmoteca imediatamente. “Já passei por
todas as mudanças de formato, desde a indústria fonográfica. Num primeiro momento,
sempre se põe em dúvida a mudança na base de aparelhos”, diz Cabral. “O que tem
acontecido é que a tecnologia é cada vez mais veloz. O VHS durou 23 anos. O DVD,
uns dez. Vamos ver o que acontecerá com o Blu-ray. Mas que ele virá, virá.”
Fred Botelho tinha a idéia de começar a
alugar Blu-Ray no primeiro semestre
deste ano, mas, simplesmente, isso não
aconteceu. “Os clientes não têm
demonstrado interesse. E eu achava
que, pelo público que frequenta a 2001,
seria a primeira porta onde deveriam
bater.”
CERCA DE 200 TÍTULOS FORAM LANÇADOS EM BLU-RAY
Ainda assim, a exemplo do que acontece com a Sony, as outras majors, como Fox e
Warner, apostam muitas fichas no novo formato que, em 2008, teve 202 títulos lançados
e vendeu 93 mil unidades. “Mas era o começo. Em 2009, isso já mudará”, aposta
Cabral. Mesmo com a crise econômica? “Em tese, a crise pode dificultar a aquisição de
equipamentos por parte da população. Por outro lado, todos dizem que, em época de
crise, o homevideo cresce.”
Outro investimento da indústria é no chamado entretenimento doméstico – que não
depende apenas dos filmes. A Warner, por exemplo, registrou, de 2007 para 2008, um
crescimento de 38% no número de unidades vendidas de séries de tevê e, cada vez mais
apostará em games e download.
“A Warner deixou de se chamar Homevideo para virar Home Entertainment. Estamos
interessados em todo o entretenimento doméstico”, pontua o diretor de marketing
Rodrigo Drysdale. Ele lembra que, em 2008, o mundo vendeu US$ 26 bilhões em DVD
e US$ 32 bilhões em games. A empresa começará este ano a disponibilizar filmes para
download.
Wilson Zaveri, diretor comercial da PlayArte, duvida que a integração entre vídeo e
internet ocorra tão cedo. “Deve demorar ainda uns quatro anos para que isso tenha um
volume expressivo. O Brasil é muito carente no que diz respeito à banda larga”.
A despeito do cenário
cheio de nuvens, quem
está há tempos no
mercado aposta que esta
crise, como outras, será
superada. “O mercado
de videolocadoras
sempre viveu de altos e
baixos”, resume
Munhoz.
Recentemente reunidos
no Mip-TV,
profissionais da área
afirmaram ser difícil
prever o futuro do
mercado de homevideo.
No Brasil, tendo em
vista o cenário atual, é
provável que o DVD ganhe uma sobrevida, pois a crise financeira deve atrasar a
implantação do Blu-ray e a chegada maciça da banda larga. Daí em diante, tentar
adivinhar a rapidez e o alcance da convergência seria apenas um exercício de
futurologia. Enquanto isso, o DVD busca maneiras de se reposicionar no mercado,
como está acontecendo nos Estados Unidos, onde as locadoras estão oferecendo
superpromoções e as distribuidoras investindo em estratégias de preço e marketing. “
Fonte:http://www.filmeb.com.br/portal/html/materia10.php

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Categorias : Notícias

PRISON BREAK 4ª TEMPORADA


21 05 2009
A Fox anunciou hoje o lançamento do BOX de ‘Prison Break’, a 4ª Temporada
Completa. Curiosamente, não há maiores explicações de como será dividido os
episódios em CD’s, se serão muitos ou poucos etc. Mas o preço assustou muitos
empresários. O mais caro BOX de Série de TV já lançado no Brasil. O valor anunciado
foi de:

R$237,50
Espantado com a notícia, dirigi um E-mail à Assessoria questionando o preço, ainda não
obtive retorno, e como vem acontecendo com a Fox, devo continuar ser resposta. O
lançamento deste Box foleado à Ouro está com data de entrega para o dia 15 de Julho.
Coitado de quem comprar !
Certamente junto com o anúncio deste valor, deveriam ter sido divulgados Informações
Técnicas do Lançamento. Parece até que o Box virá com as três Temporadas anteriores,
de tão caro. Lembrando que o preço médio de boas séries de TV com até 7 discos não
ultrapassa R$139,90.
Em Julho, o restante do pacote da Fox inclui os lançamentos: ‘A Pantera Cor de Rosa
2′, ‘Um Passo da Escuridão’ e ‘Tudo Azul’. Vamos aguardar mais notícias e divulgação
das artes promocionais das capas.

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